História My favorite writer - As flores de cerejeira

Aquelas duas semanas tinham sido as mais corridas para SungMin, como o prazo que HeeChul tinha dado aos autores não era muito grande, ele e KyuHyun tinham de se esforçar ao máximo para atingi-lo.

Sua inspiração estava mais instigada e escrever tinha se tornado quase uma necessidade, o que foi maravilhoso para fazer o roteiro, que saiu de maneira satisfatória, o que o surpreendeu bastante, já que os últimos capítulos das suas estórias eram sempre os que mais lhe tomavam o que inicialmente tinha o gerado uma enorme preocupação, pois a sua última estória sua, o capítulo final desta tinha levado mais de uma semana para estar pronto, o que por sorte e criatividade não aconteceu dessa vez.

A parte do desenho foi feita naquela semana, e também foi bem mais tranquila do que normalmente é, não sabia o motivo daquilo, mas atualmente andava mais feliz do que era costumeiro o que refletiu de forma muito positiva em sua produção e desenhos, os deixando ainda mais belos do que já eram, o que surpreendeu até KyuHyun que passou em seu apartamento no dia anterior para pegar o material, e isso em seu interior o deixava extremamente feliz e com um sorriso bobo em seu rosto pelo resto do dia.

E agora, junto com os outros autores, todos estavam aguardando a avaliação de HeeChul sobre a obra, deixando á todos muito ansiosos e nervosos, já que estavam prestes a enfrentar a opinião sobre seu trabalho.

Todos se encontravam em frente á sala de HeeChul aguardando serem chamados, SungMin estava nervoso, mas tinham pessoas que estavam em um estado pior de nervosismo, com RyeoWook, que nem conseguia ficar parado em um lugar e ficava andando de um lado para o outro e estava prestes a cavar um buraco no piso. Quando o mais novo passava novamente a sua frente, SungMin o puxou para perto de si.

—Aigoo Wook, daqui a pouco vai criar um buraco no chão andando de um lado pro outro assim.

—Mas hyung... Eu estou nervoso.

—Não precisa ficar assim, sua estória é linda alem de muito fofa.

—Mas hyung, ela não tem algo de tão especial assim, tenho medo de que por isso ela se torne apenas mais uma entre varias outras.

—Besteira Wook, sua historia está ótima e vai agradar muito, cada historia tem algo especial e a sua foi escrita com tanto carinho e dedicação que irá causar o interesse das pessoas com certeza.

—Espero que sim, hyung, - Mesmo inseguro, ele concordou.

Logo após, HeeChul chama RyeoWook a sua sala e este, mesmo ainda um pouco tremulo, vai até a sala de seu superior, deixando SungMin torcendo por si do lado de fora.

Após algum tempo de espera e cruzar de dedos em torcida por parte de SungMin, RyeoWook finalmente sai da sala com uma expressão de alivio e vem em sua direção.

—Como foi?

—Ele gostou hyung! —RyeoWook fala com um grande sorriso no rosto.

—Que bom Wook. —SungMin também sorri e eles dão um curto abraço.

Enquanto conversavam, atrás de RyeoWook aparece seu editor de olhos pequenos.

—Como foi com HeeChul? —YeSung pergunta com sua habitual voz rouca.

—Foi ótimo, ele adorou a historia.

RyeoWook não se contendo de felicidade, acaba por abraçar o maior por impulso, YeSung mesmo surpreso pelo ato inesperado retribui o abraço, trazendo o menor para um pouco mais perto, fazendo este corar ao perceber o que estava acontecendo.

Constrangidos, eles se afastam, mas os dois não sabem o que dizer e por isso ficam em um silencio constrangedor até que este é cortado por HeeChul que chamava por SungMin.

—Vai me esperar aqui, Wook?

—Sim hyung, eu estou torcendo por você.

SungMin agradece e vai até a sala de HeeChul suspirando fundo antes de adentrar a sala.

Quando entra nessa, vê HeeChul a dar uma última olhada em seu trabalho e se senta na cadeira em frente de sua mesa, o aguardando terminar para saber o que achou de seu mangá. Quando termina sua leitura, HeeChul o olha sério.

—Então SungMin, sobre seu mangá... —HeeChul faz uma pausa para suspense que deixa ainda mais nervoso. —Ficou ótimo. —O mais velho suaviza a expressão, o que junto com sua fala deixa o outro aliviado.

—Fico feliz com o quanto sua escrita evoluiu desde o primeiro mangá que você me trouxe, também me deixa feliz que tenha conseguido concluir dentro do prazo, já que sei da sua dificuldade com o capítulo final das suas estórias.

—É que ando animados esses dias, então a inspiração está fluindo bem ultimamente.

—Certo, e posso saber o motivo dessa animação? —HeeChul fala em tom malicioso.

—N-nada hyung. —SungMin fala constrangido.

—Sei... Aposto que tem dedo de KyuHyun nisso.

—Por que acha isso hyung?

—Oras, eu já notei como você olha para ele de vez em quando e também como fica quando alguém fala dele, sei que está gostando dele SungMin.

—Aigoo, pare de pensar besteiras hyung.

Encerraram aquele assunto por ali e continuaram falando de diversas outras coisas até que SungMin se despede e sai da sala, já que estava há muito tempo ali conversando com o mais velho e tinha outros esperando para entrar na sala.

Ao sair encontra RyeoWook, que logo vem saber o que HeeChul tinha lhe dito.

—Ele gostou do mangá e elogiou a minha escrita, então acho que está tudo bem.

—Que bom hyung. —Wook sorri em resposta e ambos vão andando até o térreo.

—E YeSung?

—Ah, ele disse que tinha que ir, pois tinha coisas á resolver.

Naquela simples frase, SungMin notou um tom de tristeza em sua fala.

—Aconteceu alguma coisa, Wook?

—Ah? Não, está tudo bem.

Ele sabia que RyeoWook estava mentindo, mas como ele não queria falar decidiu não insistir por enquanto, ao chegarem no térreo, tiveram que se despedir.

—Wook, eu também vou ter que ir, tenho que contar as novidades á KyuHyun.

—Tudo bem, nos vemos depois então.

Despediram-se e cada um foi para um lado.

SungMin não iria procurar o maior só para dar a noticia de que tudo tinha ido bem na conversa com HeeChul, mas também queria saber como este estava, já que ultimamente ele andava meio estranho, andava pensativo e calado, além de ter uma sombra de tristeza em seu olhar.

E durante tudo o caminho até a casa do castanho, a qual tinha pegado o endereço com HeeChul, não conseguia parar de pensar no que o mesmo tinha o dito.

Será que estava gostando de Kyuhyun?

Ao chegar a frente à casa, confere se o endereço que estava era o mesmo que o do papel que lhe entregaram e conferia, então se aproximou mais e bateu na porta, aguardando alguém a abrir.Quando esta se abre, em vez de KyuHyun, é SiWon que está do outro lado da porta.

—Olá, KyuHyun está?

—Oh sim, está, você deve ser SungMin, prazer, sou SiWon, já ouvi falar muito de ti, mas nunca nos vimos pessoalmente.

—Sim, também já ouvi falar muito de você e não te conhecia. —Ambos se cumprimentam.

—KyuHyun está lá dentro, eu vou sair para deixá-los á vontade.

—Não precisa disso... —Mas antes do loiro terminar sua frase, SiWon está andando pela rua, se afastando. —... Nós só vamos conversar.

Um pouco inseguro, entra na sala, olhando em volta a procura do castanho.

Anda pela a sala em sua busca, até que escuta um barulho vindo de onde imagina que seja a cozinha. Aproxima-se do cômodo e finalmente encontra quem procurava.

KyuHyun estava distraído tomando algo, que pelo cheiro, SungmMin concluiu que fosse chá, ele olhava para um ponto fixo, perdido em pensamentos, tinha uma expressão um tanto triste, como se lembrasse de algo que não o trazia felicidade.

—KyuHyun... —SungMin tenta falar baixo para não assustar o outro, mas mesmo assim não consegue evitar a reação de susto do castanho.

—SungMin? —Pergunta com os olhos arregalados em sua direção.

—Oi... —Fala inseguro.

—Como chegou aqui? —Ainda surpreso KyuHyun pergunta enquanto levanta de seu lugar para ir ao encontro do menor.

—HeeChul hyung me deu o endereço e SiWon abriu a porta para mim.

—Ah sim, e cadê SiWon?

—Ele disse que ia sair... p-pra nos deixar á sós. —SungMin fala, não conseguindo terminar a frase sem gaguejar no meio desta.

—Aish... Aquele cavalo. —KyuHyun faz uma careta em repudio à ação do outro.

—Eu vim falar sobre a reunião com HeeChul...

—Ah sim, desculpe não ter aparecido para lhe dar apoio.

—Não, tudo bem, deu tudo certo, ele gostou do resultado final.

—Eu também não esperaria outra coisa, o mangá ficou incrível e o último capítulo foi o mais emocionante e surpreendente, os desenhos também ficaram incríveis, não teria como não gostar.

—Obrigada. —Agradece com um tom róseo á tomar suas bochechas graças a todos àqueles elogios vindos do maior.

—Não precisa agradecer e pela conquista que tivemos, devemos comemorar.

—E vamos comemorar como?

—Tenho uma idéia, vamos fazer um piquenique.

No dia seguinte tinham combinado de se encontrar perto do parque para irem juntos, SungMin carregava em mãos uma cesta de piquenique farta, tinha passado o resto do dia anterior após voltar da casa de KyuHyun fazendo todas aquelas coisas, que esperava que agradassem o castanho.

Andava lentamente até o local que tinham combinado de se encontrar, tanto para aproveitar o ameno clima que fazia aquele dia quanto para não virar e derramar as coisas que estavam dentro da cesta.

Ao se aproximar um pouco do parque pode observar o maior o esperando encostado a uma árvore.

—Olá. —Cumprimentou enquanto ia a sua direção.

—Olá. —O outro o respondeu com um sorriso no rosto.

E assim ambos seguiram pelo resto do curto caminho até o parque em silencio, até que já na entrada do lugar, KyuHyun puxa uma conversa.

—Então, como agora é o inicio da primavera, está sendo comemorado o festival para contemplar as cerejeiras, por isso quis o trazer aqui.

—Oh, até tinha me esquecido do festival, faz um tempo que não participo dele.

—Que bom poder o trazer para admirar as sakuras novamente.

—Eu agradeço, adoro as sakuras.

Eles seguem até em baixo de uma das grandes cerejeiras que tinha naquele parque e SungMin pega a toalha xadrez e estende no chão para poderem se acomodar, eles se sentam e KyuHyun o ajuda a tirar as coisas da cesta e as organizar sobre a toalha.

—Nossa você realmente caprichou nas comidas.

—Espero que goste.

Eles começam a comer as coisas que SungMin tinha preparado como os sanduíches, um bolo de chocolate e até uns bolinhos de arroz, que foram feitos com muito cuidado, para ficarem deliciosos.

—Tudo está maravilhoso, você realmente leva jeito para cozinhar.

—Que bom que gostou, eu os preparei com carinho.

—Minha mãe costumava dizer que as comidas que são feitas com carinho sempre ficam muito gotosas, depois de hoje, acredito que isto seja verdade.

SungMin sorri para demonstrar seu agrado com as palavras do outro e termina de comer seu sanduíche de presunto.

Quando terminaram, SungMin começa a arrumar as coisas e percebe que KyuHyun não estava mais ao seu lado e quando procura pelo outro, o vê com uma maquina fotográfica em mãos, se preparando para tirar fotos da cerejeira em que estavam embaixo, SungMin rapidamente termina o que estava fazendo e vai até o maior.

—Não sabia que gostava de tirar fotos.

O outro o mira com um brilho no olhar.

—Faz um bom tempo que parei de fotografar, pois não sentia mais vontade de fazer essa e muitas coisas. —Ele tinha um tom triste na voz, mas logo esse some, dando lugar a um mais contente. —Mas ontem acabei achando minha antiga câmera e estando aqui me deu vontade de tirar fotos. 

SungMin se alegra em saber que o passeio tinha dado vontade ao outro fazer ao que gostava, mas que tinha abandonado e não esconde seu largo sorriso.

Ele se põe a observar o outro a tirar diversas fotos das plantas e árvores de cerejeira que estavam ao seu redor. Sungmin começa á observar um canteiro de rosas vermelhas que tinha próximo de si e se distrai, voltando a realidade apenas quando escuta o barulho da câmera a seu lado e ao se virar nota que o outro estava tirando uma foto sua.

—Aigoo, não tire fotos minhas.

—Mas por quê? Ela ficou bonita. —Falava enquanto olhava a foto que tinha tirado.

SungMin faz um bico amuado.

—Eu não quero tirar foto.

—Largue de ser chato SungMin, vem cá. —KyuHyun o puxa pela mão. —Vamos tirar uma foto.

KyuHyun põe SungMin a seu lado e a justa a câmera para tirar a foto, o menor mesmo contrariado, pois sentia vergonha, topa tirar a foto com o outro, eles se aproximam e o barulho da câmera indicando que tinha tirado uma foto se faz presente.

KyuHyun abre a galeria da câmera buscando a foto recém tirada e mostra para SungMin, que fica de boca aberta.

A imagem mostrava os dois próximos e com discretos sorrisos nos lábios enquanto a cerejeira se fazia presente atrás deles, trazendo toda a sua beleza para a foto, que para ambos ficara perfeita.

Continuaram andando e tirando outras diversas fotos pelo parque e também paravam às vezes para aproveitarem a sombra que as belas árvores os ofereciam isso foi até a noite finalmente aparecer.

—Nossa, já anoiteceu, perdemos a noção do tempo de novo. —SungMin dá risada de seu comentário.

Eles sempre perdiam a noção do tempo quando estavam juntos.

—Sim, mas quero te levar em um lugar antes. KyuHyun segura em sua mão, o guiando até uma parte mais afastada do parque.

Eles vão até o lugar onde fica o lago do parque, que naquela hora reluzia com o fim do por do Sol, sobem na pequena ponte que liga um lado á outro e apreciam a paisagem que está a sua frente.

—Aqui é lindo. —Comenta SungMin, fascinado.

—Muito lindo.

Eles ficam a admirar a linda visão que tem e o agradável clima da primavera.

Após minutos, SungMin percebe que KyuHyun está o encarando e se encontra mais próximo dele e o menor olha para ele com o olhar interrogativo. Mas o outro nada diz apenas se aproxima mais dele e quando SungMin percebe que seu olhar estava vidrado em sua boca, fica completamente em choque.

KyuHyun, vendo a surpresa do outro e que este não se movia de onde estava, chega mais perto e encosta suas testas.

—Min... Eu preciso ter a certeza sobre uma coisa que estou sentindo.

SungMin ainda em choque só consegue sentir o hálito quente do castanho bater contra seu rosto, sem absorver por completo o que aquela frase significa.

KyuHyun apenas segura na nuca de SungMin e encosta lentamente os lábios, iniciando um lento e carinhoso beijo, SungMin quando finalmente entende o que está acontecendo, começa a corresponder o beijo levando as mãos a seus ombros e entreabrindo seus lábios para dar passagem para língua do castanho adentrar sua boca.

As línguas se tocam e se enlaçam, tornando o beijo ainda mais profundo e cheio de sentimentos, que mal tinham sido descobertos, mas já fluíam com toda a intensidade.

E ali, naquela ponte e embaixo daquelas cerejeiras que ficavam na borda do lago, mas que de tão grandes e floridas, formavam um arco sobre eles aconteceu o primeiro beijo dos dois.

E naquela primavera, as cerejeiras presenciaram o início daquele amor.