História My favorite writer - Surpresas que a vida oferece

Capitulo dois – Surpresas que a vida oferece.

Dois dias após sua chegada, depois de muita bagunça, arrumação e organização de suas coisas, isso tudo combinado com uma pessoa naturalmente atrapalhada, acabou resultando em muito trabalho e confusão, já que ao arrumar algumas coisas acabava por bagunçar outras e assim ficava tudo pior do que já estava.

No momento finalmente estava estabelecido em uma bela casa, que apesar de pequena era tão confortável para si, pois mesmo em um espaço reduzido, ali se sentia acolhido, um sentimento que há tanto não tinha, fazendo-o até esquecer-se de como era boa à sensação.

Mudou o estilo de decoração simples que sempre preferiu para sua casa, pintou as paredes de cores mais chamativas, como azul, vermelho e até um verde claro, assim dando um pouco de vivacidade aquele local que antes apenas tinha tristes e mórbidas paredes brancas, o que tornava o ambiente muito monótono e desinteressante.

Pois, se queria mudar começaria com o modo que estava tão acostumado a fazer as coisas da mesma forma, sempre seguindo o mesmo padrão, e assim mesmo que com pequenas coisas começaria as mudanças em sua vida, tentando trazer alegria para a mesma.

Escolheu colocar até algumas poucas plantas pela casa, coisa simples, já que não levava muito jeito para cuidar delas, mas as achava que estas combinavam com a pintura de seu novo lar e acabavam alegrando o local, também trazendo um ar de conforto e calmaria para si.

Com todas aquelas mudanças buscava deixar tudo mais aconchegante no local que iria morar, para este não parecer tão solitário e triste, pois era a única pessoa que moraria ali.

Aliás, a coisa da qual mais estava correndo ultimamente era da solidão e tristeza, elas que tinham sido suas companheiras indesejadas por tanto tempo e que o machucaram e maltratam de diversas formas, sem nem um pingo de dó.

***

Naquela manhã de segunda-feira, na qual amanhecera um pouco mais quente do que os dias anteriores, estes que tinham sido frios, fora o dia em que Heechul tinha lhe pedido para ir á sua empresa, para conversarem e este lhe orientasse sobre como trabalharia a partir de agora.

Acordou bem cedo – surpreendentemente – até mais cedo do que planejava isto o deixou bem feliz, já que era costumeiro sempre acordar atrasado para o serviço e ter de sair desesperado para o local de trabalho.

Finalmente conseguiu ter uma noite de sono sem acordar no meio desta, então seu humor estava bom, logo que acordou foi direto ao banheiro de seu quarto, fez o que era necessário e seguiu para a cozinha, naquele dia queria fazer um bom café da manhã e não ficar com o estômago reclamando de fome durante o trabalho, como era comum.

Lá optou por fazer um café reforçado, mas no estilo americano, já que adorava esse tipo de comida e ela também era bem pratica, o que economizaria tempo, sendo assim, a melhor opção.

Bateu um suco de laranja enquanto deixava o bacon fritar, ao terminar o suco, retirou o bacon do fogo e colocou-o em uma tigela, depois fritou alguns ovos e pegou os pães que havia comprado no dia anterior, organizou tudo e pôs-se a comer.

Assim foi seu café, queria estar bem alimentado para dar tudo de si no trabalho que começaria como não tinha tanta experiência na área e faria o possível para agradar seu novo chefe, que, aliás, nunca tinha nem sequer visto e tinha um temor do que poderia encontrar quando fosse vê-lo em sua sala.

Após se alimentar foi se trocar, pegou uma camisa azul clara e um terno preto. Queria estar bem arrumado, mas de uma forma simples, para não parecer que estava fazendo de tudo para chamar atenção com sua aparência.

Depois de vestido conferiu se estava tudo arrumado no espelho de seu quarto e deu uma nova arrumada em seu cabelo, não tardou a ir pro seu carro e seguir rumo à empresa de mangás, que agora seria o novo lugar que trabalharia.

***

Ao chegar à nova empresa, foi muito bem recebido e orientado a ir para a sala do presidente, que já o esperava para conversarem, junto da recepcionista, subiu para o ultimo andar daquele prédio, que era tão luxuoso, que outras editoras nem poderiam ser comparadas a aquela grandiosidade.

A moça que tinha o levado até a sala de seu superior deixou-o em frente à porta deste e após isto se retirou alegando ter muitas coisas para fazer e KyuHyun, claro, concordou que ela se retirasse, bateu na porta e ao ouvir a confirmação, abriu-a e entrou, antes tentando ao máximo enxergar o ambiente do lado de dentro mas sem sucesso, já que a porta lhe mostrava apenas um dos lados da enorme sala.

Pensava encontrar um homem sério, vestido em seu terno impecável e concentrado em seu trabalho, talvez até o fuzilando por interrompê-lo no que quer que estivesse fazendo, no mau humor habitual de chefes de grandes empresas.

Mas definitivamente não foi isso o que acabou por encontrar quando estava dentro da sala e dirigiu seu olhar para a mesa do empresário.

Ao ter a visão do que estava atrás da porta se deparou com um homem de cabelos negros e longos presos em um pequeno rabo de cavalo, com um terno vermelho bem chamativo e óculos discretos em seu rosto, sentado de pernas cruzadas e mexendo em seu celular, quando este notou que alguém tinha entrado, desviou sua atenção para KyuHyun.

-Deve ser KyuHyun, Siwon me falou de você.

-Sim, sou Cho Kyuhyun, você deve ser o senhor Heechul.

-Por favor, sem senhor, estou bem longe da idade de receber essa denominação, sente-se rapaz. — com sua mão esquerda, fez sinal para que sentasse na cadeira que estava a sua frente.

Sentou na cadeira que estava em frente à mesa de quem agora seria seu chefe e aguardou que este começasse a falar.

-Fiquei sabendo que é um ótimo editor e que trabalha na área há tempos, acredito que isto será muito útil para nós.

-Sim, mas confesso que não tenho nenhuma experiência com o gênero de mangá que sua empresa trabalha, além de não ter muito contato com este durante a minha vida.

-Não se preocupe, não há nada que não possa ser aprendido com o passar do tempo, tenho certeza de que se dará bem.

Ficou um pouco espantado com a fala do outro, já que não é muito comum toda esta compreensão com a inexperiência de um futuro funcionário. 

Ao ver a cara de espanto do outro, Heechul fala:

-Não abriria mão de alguém que trabalha bem apenas por ele não ter experiência no gênero, com o tempo irá aprender o necessário e acredito que trabalhará muito bem em nossa empresa.

-Eu agradeço a compreensão. – disse se curvando.

-Você irá trabalhar com um de nossos principais mangakás, vou te dar o endereço e o novo cronograma que este deve seguir agora que pretende lançar um novo título, quero que conversem e se conheçam, além de claro, que você o oriente.

-Certo, farei o meu melhor.

Em seguida, Heechul lhe explicou como funcionava o trabalho dentro da empresa, as reuniões tanto entre os editores quanto entre os autores e o resto da equipe de produção dos mangás.

-Eu sempre busco estar presente nestas reuniões, gosto de acompanhar o desenvolvimento de minha empresa, mas quando não posso sempre deixo o editor-chefe em meu lugar, que é o Leeteuk-ssi, amanhã o conhecerá.

-Entendo, acho bacana isto de acompanhar o desenvolvimento de perto, Siwom-ssi estava presente somente em algumas reuniões, já que sempre alegava ter algo para fazer nos horários destas.

-Siwon é muito desligado, além de demorar a perceber algumas coisas. – ao terminar a frase revira os olhos.

Quando percebe que aquela frase não se referia apenas ao trabalho, apenas concorda com o que o outro fala e fica tentando adivinhar o que tenha acontecido para o outro ter dito aquilo.

-Falando em reunião, amanhã mesmo haverá uma, quero lhe apresentar a equipe e também iremos discutir sobre o novo projeto de Sungmin, então, peço que o lembre de vir á empresa, pois do jeito que é provavelmente já se esqueceu de que tinha uma reunião marcada.

-Pode deixar, eu o lembrarei.

-Peço que também tenha um pouco de paciência com ele, além de ser calado com quem não conhece, é muito sensível e se magoa fácil.

Acenou positivamente percebendo que teria de ser mais gentil do que o normal com aquela pessoa que ainda não conhecia, mas pelo visto era bastante focada no que fazia e também era mais sensível que os demais autores que já trabalhara.

Após pegar o papel com o endereço, vai ate o carro que havia alugado provisoriamente, dá partida no mesmo já procurando a rota que teria de seguir para o lugar onde mangaká morava.

-Aish, para chegar lá, precisarei passar por um trecho de transito. – Reclama enquanto olha no GPS e vê o aviso de que ali tem um congestionamento de carros e depois joga o pequeno papel no banco do passageiro a seu lado e suspira já sentindo o estresse de toda aquela espera enfurnado em uma gigante fileira de carros e com motoristas reclamando e xingando uns aos outros.

E não deu em outra, assim que entrou na avenida, se deparou com um transito completamente caótico, aparentando que não andaria tão cedo e que lhe traria bastante dor de cabeça por isso.

Bufa enquanto escora sua cabeça no encosto do banco, tentando se acalmar, já que ficar estressado não ajudaria a fileira gigantesca de carros a sua frente a se mexerem do lugar que se encontravam.

Já que não tinha muito a fazer, começou a pensar em sua vida, lembrou-se de tudo o que já havia passado e o passado onde perdera alguém importante para si, mesmo involuntariamente, aqueles pensamentos sempre voltavam a assolar sua mente e isto fez seus olhos lagrimejarem.

Ao perceber que se continuasse a lembrar daquelas coisas acabaria por chorar, balançou a cabeça tentando afastar momentaneamente aquelas lembranças que traziam tanta dor para seu coração e respirou fundo, fazendo o possível para conter o choro que já insistia para sair.

Quando estava se sentindo melhor, procurou pelas rádios de seu carro alguma musica agitada para assim se distrair e animar o clima ali dentro, que refletia a sua tristeza.

Quem sabe o barulho da musica que saia do parelho não calasse o barulho de sua mente? Era isso o que pensava quando achou uma musica que o agradava e aumentou o volume desta.

Meia hora depois o trecho em que estava finalmente andou, quase o fazendo comemorar de tanta felicidade e este mesmo estando atrasado conseguiu chegar a seu destino.

Ao descer do automóvel, deu um suspiro aliviado por pelo menos conseguir ter chego ali, logo depois se dirigiu ao prédio grandioso que se encontrava na sua frente.

-Olá, sou Kyuhyun, faço parte da Sakura Shoujo Magazine e vim procurar o senhor Lee. – Se apresentou ao porteiro do local.

-Ah sim, o senhor Lee deixou avisado que viria, pode subir. – Disse o homem de forma gentil enquanto autorizava sua entrada.

Vai até o elevador e espera o mesmo chegar e enquanto o aguardava, tentava imaginar como seria o senhor Lee, já que era um pouco inusitado um homem ser o autor de um gênero de mangá que é mais voltado ao publico feminino.

Ao entrar no cubículo metálico se depara com uma senhora que era uma moradora do prédio e estava indo para o mesmo andar que ele, ela era bem mais baixa e usava roupa simples, tinha um semblante gentil e aparentava ter em torno de seus 70 anos de idade.

-Oh meu querido, a quem está indo visitar?

-O senhor Lee, do apartamento 34.

-Oh, o mocinho que vive sozinho, não pensei que ele tinha amigos, já que recebe visitas muito raramente, além de ser muito calado e quase nunca sair.

Kyuhyun envergonhado por a senhora estar lhe contando sobre a vida de alguém que ainda nem conhecia, apenas concordou com o que esta dizia e assim a viu tagarelar mais um pouco sobre a vida do outro, enquanto apenas sorria amarelo e de vez em quando concordava para não ser mal educado com alguém mais velho.

Bom, pelo visto a senhora não era tão gentil e adorava cuidar da vida alheia.

Ao que o elevador parou no andar desejado, saiu o mais rápido possível se sentindo aliviado por não ter mais que ouvir a outra falando sobre seu vizinho e até sobre outros assuntos que não o interessavam em nada, mas claro, despediu-se antes dela de forma educada.

Quando estava no hall daquele andar logo procurou pela numeração desejada, ao encontrá-la fica por alguns segundos parado em frente a este tomando coragem, pois mesmo que não admitisse em voz alta, estava ansioso e nervoso, ficou encarando a entrada da residência por um tempo, então toma coragem e tocando a campainha depois esperando ser atendido.

A porta é aberta e assim revela um garoto loiro de estatura mais baixa, que usava óculos, os quais quase caiam de seu rosto o fazendo ajeitar a armação para que isto não acontecesse, a face angelical tinha uma expressão muito gentil, e se reparasse bem, poderia até ser considerada fofa.

E aquele rosto... Ficou algum tempo a o observar de modo interessado.

Nunca imaginou que encontraria qualquer outro ser, que mesmo de forma sutil, lhe lembrasse daquela pessoa e isto lhe causou um grande choque.

Ao perceber a pequena semelhança seu nervosismo que já estava presente apenas aumentou e suas mãos começaram a suar e a tremer sutilmente, assim olhando o outro de forma espantada.

Definitivamente, aquele era só o começo das mudanças que ocorreriam na vida de nosso Cho.