História My favorite writer - Ajudando um amiguinho inesperado.

Capítulo 6 - Ajudando um amiguinho inesperado e lembranças.

Nosso loiro aquela manhã acabou por acordar mais tarde do que normalmente fazia, tivera um bom sono e isso colaborou para não querer do mundo dos sonhos por tão cedo.

Fica por mais uns minutos deitado na cama aproveitando a preguiça matinal que o atingia, começa a dar carinho em Ming que dormia um pouco distante de si, já que ele preferia ter um espaço só para si na cama, com os carinhos em seus pelos, o gatinho desperta e se aproxima mais do corpo de seu dono que o encarava com um sorriso e desejava-lhe um bom dia, mesmo tendo a consciência de que não teria uma resposta em retorno. Ao se aproximar, se acomoda perto do peito de Sungmin ganhando ainda mais carinhos daquele que cuidava de si.

E assim se passou alguns minutos, ambos aproveitando o momento que compartilhavam, mas como a vida não é como queremos, nosso autor de mangás por fim teve que se levantar.

Da forma mais preguiçosa possível rumou ao banheiro e fez suas necessidades, foi ate a cozinha fazer seu tão esperado café, mas acabou por perceber que faltavam algumas coisas em sua dispensa.

—Hm, eu acho que vou ter que ir comprar umas coisinhas.

Realmente, acabara esquecendo-se de comprar algumas coisas e agora teria que as repor para conseguir ter um bom café da manhã.

Como sua preguiça fazia total questão de lhe dominar, apenas colocou um casaco por cima do pijama que usava, já que lá fora ventava e foi e saiu à procura do que precisava comprar.

Como estava de bom humor, optou por descer de escadas ao invés de elevador, enquanto fazia seu trajeto, assobiava uma musica qualquer e dava bom dia a alguns de seus vizinhos que encontrava por ali.

Chegando ao térreo, também falou com o sindico, que também aparentava estar em um bom dia e que lhe respondeu de forma educada e com um grande sorriso em seu rosto já envelhecido pelos anos.

Apesar do vento, o dia estava bonito, com um pouco de sol, o que colaborava para tornar o dia ainda melhor, seu sorriso apenas aumentou ao lembrar que daqui a uma semana se dava início a primavera, a sua estação do ano preferida.

O caminho até a loja de conveniência que ficava a duas esquinas de distância de sua casa foi bem tranquilo e cheio de musicas que eram cantadas por si de forma baixa enquanto caminhava de maneira calma pela calçada.

Ao chegar ao estabelecimento que desejava, foi logo pegando tudo o que julgava que precisaria para fazer suas refeições matinais por alguns poucos dias, e claro, não podia faltar seus tão amados doces, pelos quais ele era completamente louco de paixão.

Ao chegar á sessão que era destinada exclusivamente a eles, poderia até ser comparado a aquelas crianças que a mãe permite escolher algumas guloseimas para comer.

Depois de muita indecisão, acabou levando uns docinhos que tinham o formato de bichinhos, como coelho, gato e ate uma raposinha, que tão fofos, até dava dó de comê-los.

Foi ao caixa, pagou suas compras e saiu de lá carregando algumas sacolas, mas como ainda estava sem nenhuma pressa e queria caminhar um pouco, resolveu pegar um caminho que era um pouco mais longo do que o que veio, mas que passava por uma pequena pracinha que tinha ali por perto.

E assim foi não demorando a chegar até o lugar que tinha poucas pessoas a passarem, para chegar até onde morava teria que a cruzar de um lado a outro e assim o fez, porém, algo o fez parar no meio do caminho.

A sua frente acontecia, um pequeno cachorrinho se encontrava sozinho ali no meio da praça, provavelmente tinha sido abandonado por alguém e aparentava estar morto de fome, já que se encontrava muito magro, além de que sempre via alguém com qualquer coisa que fosse de comer, aproxima-se e começava a choramingar, pedindo um pedaço, o que apenas fazia gerar caras feias direcionadas ao pequeno por parte das pessoas que passavam isto quando elas apenas fingiam apenas não o ver ali a seus pés, com uma carinha pidona e seu olhar direcionado ao o que eles tinham em suas mãos, aquela cena imediatamente corta seu coração.

Aproximou-se do pequeno animal que de tanto ser rechaçado, está de cabeça baixa, deitado próximo a uma arvore, ao notar que alguém se aproximava, levantou a cabeça e até suas orelhinhas que antes estavam caídas, ganharam vida.

Ajoelhou-se em frente a ele e o ofereceu a mão para mostrar que não iria o machucar, o cachorrinho ao ver que não lhe faria mal foi até si e parou em sua frente o olhando, acariciou sua cabeça que tinha os pelos em uma coloração ruiva e viu este fechar seus olhos gostando do afago que era feito.

 Lembrando que o animal estava com fome, pega uma de suas sacolas que carregava e retira de lá de dentro uma bandeja que continha alguns pequenos pães, retira o papel que a envolvia e pega um dos pães que lá se encontrava, o direcionando ao animalzinho que não tarda a aceitar o que lhe é oferecido, comendo com avidez.

Aquela cena o alegra, sabendo que pode ajudar aquele animal inocente que foi abandonado por uma pessoa má intencionada, sem ter a preocupação de como este faria para sobreviver sozinho, já que como era um animal doméstico, dependeu de um ser humano por toda a sua vida para cuidá-lo e não saberia se virar só no mundo.

Pegou os outros três outros pães restantes e alimentou seu novo amigo, que se mostrava muito feliz com aquilo.

Ao terminar de se alimentar, o cachorrinho pulou em seu colo e começou a lamber seu rosto, arrancando risadas de si. Ficaram a brincar por mais um tempo, mas infelizmente Sungmin tinha que ir embora, então mesmo triste, tinha que se despedir do amiguinho que tinha conhecido há pouco.

Quando foi fazer o ultimo carinho no animalzinho antes de seguir para sua casa, notou que este tinha uma pequena mancha branca atrás de uma de suas orelhas, acariciou o local e gravou aquela informação para, caso um dia o reencontrasse, o reconhecesse, já que aquela não era uma característica comum em sua raça, ate onde sabia.

Deu um último sorriso a aquele que em pouco tempo ganhou seu coração e voltou a andar em direção a seu destino original.

Quando entrou pela porta já foi em direção à cozinha deixar as compras que carregava, logo se pondo a preparar o seu café, que até já passara da hora de tomá-lo, quando tudo estava pronto, pegou o que tinha preparado e foi sentar-se a mesa da sala. Para ter espaço, afastou alguns materiais que usava para trabalhar, que estavam espalhados e se acomodou.

Quando já estava para finalizar sua refeição, Ming de forma nada discreta começou a se esfregar nele, obviamente pedindo um pouco do que ele comia.

—Aish, você tem a sua ração e ainda vem pedir a minha comida?

Ao ver um tom de falsa irritação, o felino se afastou e o olhou com a cara pidona que sempre fazia quando queria algo de seu dono e como sempre, conseguiu o que queria.

Sungmin, coração derretido como era, não resistiu a aquela forma fofa de seu animal para pedir comida, então pegou uma das bolachas doces que comida, as quebrou em pedaços pequenos e dou a seu bichano.

Mesmo sabendo que era errado fazer aquilo, já que ele tinha que comer sua ração, não resistiu a o fazer. Até porque quem resiste a uma carinha pidona de algum animal?

—Sabe Ming, eu gostaria que todos os animais, assim como você, tivessem uma casa e alguém que os amassem. – Falava de forma um tanto melancólica enquanto acariciava o sedoso pelo de seu bichinho. –Espero que um dia isto seja possível.

Após conversar mais um pouco com o outro que se encontrava em seu colo, tomou coragem para levantar e arrumar o que tinha bagunçado.

Pegou tudo o que tinha usado e lavou e limpou toda a sujeira de farelos que fez com as bolachas em sua mesa e no chão próximo a esta.

Depois de tudo pronto, se sentou para finalmente trabalhar, pegou todos os materiais de desenho que precisaria e começou a trabalhar.

Como o roteiro daquele capitulo de sua história estava pronta desde a noite anterior, foi muito mais fácil, apenas fez uma alteração aqui e ali no já tinha escrito e começou seus desenhos.

Parecia que a ideia de KyuHyun realmente estava começando a fazer efeito, já que sua imaginação estava fluindo de modo que não fazia há muito tempo, até seus desenhos estavam mais caprichados, já que agora conseguia pensar em muito mais detalhes para incrementá-los, os deixando muito mais bonitos de se ver. Conseguiu até deixar algumas cenas mais detalhadas, o que trazia um grande efeito positivo para a história que estava a escrever.

Passou algumas horas naquele ritual de corrigir algo que tinha desenhado de maneira não tão satisfatória, passar a caneta pelos traços que lhe agradavam, desenhar as expressões de seus personagens amados, que em sua opinião era um dos pontos-chaves de um mangá e finalmente finalizar a fala de cada um deles, terminando assim o capitulo que tinha planejado no roteiro.

Até deu inicio ao outro capitulo que daria sequência a aquele, mas sua atenção foi desviada para o relógio que estava localizado na parede de sua casa, que indicava que estava próximo do horário que Kyuhyun tinha marcado consigo para ir ver os desenhos do capitulo que tinha dito que faria naquela tarde.

Então se levantou de onde estava e novamente foi à cozinha, pois queria preparar algo especial para agradecer ao maior pelo passeio que tinham feito no dia anterior e que tinha lhe trazido à inspiração que precisava há tempos.

Após alguns minutos pensando no que iria preparar, decidiu fazer um Japchae. Pegou o que era preciso para fazer o prato, que basicamente se resumia em macarrão de batata, carne e alguns legumes. Fez todo o processo de limpeza dos legumes e colocou todo o resto para cozinhar, enquanto isso para se distrair, colocou uma musica em seu celular e começou a cantá-la, mas como este estava em modo aleatório, logo em seguida outra melodia poderia ser ouvida tomando conta do ambiente.

Estão caindo uma a uma
Agora, só restaram poucas
Eu não tenho controle algum para pegá-las
Por isso estou apenas assistindo. O que devo fazer?

Cantava com muita emoção a musica, pois achava ela muito emocionante e aquilo apenas aumentava seu amor por esta.

Talvez você consiga ver aquela flor?
Aquela que olha para você
Minha flor, eu seguro minhas mãos
Eu queria tanto
Poder florescer mais uma vez
Poder florescer mais uma vez.

Cada verso daquela musica era cantada com emoção, pois aquela canção o tocava profundamente, então não conseguia evitar que em alguns momentos em meio a sua cantaria, que sua vista se embasasse, já que aquela musica lembrava e muito sua mãe já falecida, que gostava imensamente de flores e mesmo depois de tantos anos, ainda sentia uma imensa falta dela.

Quando esta finalmente acabou e respirou fundo para poder se acalmar, voltou ao fogão, onde sua comida estava ficando pronta e agradeceu mentalmente por nada de errado ter acontecido, pois tinha se distraído mais do que o necessário.

Quando finalmente estava pronto, ajeitou com paciência toda a bagunça que tinha feito no cômodo com o preparo daquele prato.

Estava indo em direção à sala para se sentar e esperar o seu convidado, quando escuta a campainha a soar pelo ambiente e ao abrir a porta, constata que quem realmente está ao outro lado é quem estava à espera.

—Oi. – Falou de forma gentil, não deixando de notar que o outro tinha uma cara de cansaço evidente.

—Olá. – Disse de uma forma um tanto desanimada, por conta de seu cansaço.

—Entre, os esboços já estão finalizados.

Deu espaço para que o outro entrasse e foi exatamente o que o castanho fez.

Sentaram-se em puffs redondos que ficavam perto da mesa que Sungmin usava para trabalhar e o maior suspirou de alivio por poder descansar em algo bem mais confortável que os bancos de seu carro.

—Bom, hoje até que produzi bastante, desde a manhã estou desenhando e consegui finalizar um capitulo completo.

—Nossa tudo isso? – O castanho questiona trazendo espanto em sua face.

  —Sim, minha inspiração voltou e a animação para desenhar também. – Fala com um sorriso de pura satisfação.

—Que bom, viu o que disse? Não precisa ficar se forçando apenas relaxe que a inspiração vem naturalmente. – KyuHyun se inclina e bagunça os cabelos do menor, como um gesto de carinho.

Apesar de aquele gesto lhe trazer certa vergonha, já que ele era o mais velho dali, aquilo também aquecia o seu coração.

Passaram um tempo em silencio enquanto KyuHyun analisava cada folha dos desenhos, daquilo que futuramente se tornaria um mangá, que SungMin desenhou com tanto carinho e dedicação, enquanto isto, o outro ficava calado e preso em seus pensamentos, ainda se sentindo um pouco envergonhado. Depois de analisar minuciosamente tudo, o castanho finalmente se pronunciou.

—Ficou muito bom, a história fluiu bem e passou muita emoção e fora que as ilustrações estão muito boas, o que só dá mais profundidade a história que está sendo contada. Eu gostei e acredito que vai ser do agrado do resto pessoal da equipe também.

—Que bom que gostou me empenhei muito nesse capitulo.

—Percebi e isso foi muito positivo.

Ficaram conversando mais um pouco, até que KyuHyun por fim decide ir embora.

—Como está tudo certo, eu já vou indo.

Levantou-se já foi seguindo para a saída que de tanto frequentar o apartamento, já sabia décor, mas parou sua ação ao sentir uma pequena mão a segurar a barra de sua camisa, quanto virou para ver o que estava a acontecer, encontrou o menor com as bochechas vermelhas o encarando de forma envergonhada.

—Então, c-como forma de agradecimento por ontem, eu fiz um prato especial para você, se q-quiser, aceite me fazer companhia no jantar. – Mesmo aos gaguejos conseguiu finalizar a frase.

O maior um pouco surpreso pela ação, demorou a responder, mas quando viu o outro a soltar sua vestimenta e recuar um passo, em sinal de desistência, pronto para dizer algo, provavelmente se desculpar, se recompôs e respondeu por fim.

—Claro que aceito lhe fazer companhia.

Em resposta, ele recebeu um sorriso contente e lhe foi pedido que esperasse que o menor fosse trazer a comida.

Sungmin montou os dois pratos de forma que ficassem bonitos e retornou a sala.

—Espero que goste.

Kyuhyun sorriu em agradecimento e ambos começaram a comer em um silencio que não era incomodo.

Ambos se deliciavam com o jantar que era aguardado com tanto fervor por causa da fome que sentiam principalmente Sungmin, que pelo tempo que dedicou aos desenhos, não conseguiu parar para almoçar. 

Ao final da refeição, não faltaram elogios à comida do loiro por parte do Cho, o que resultou em suas bochechas vermelhas, o que em seu intimo o castanho achava simplesmente adorável.

Despedir-se-iam e finalmente KyuHyun foi embora. Claro, não sem antes falar com Ming, que logo lhe cobrou atenção.

Aquele dia terminou de forma agradável para ambos, o que era realmente satisfatório, já que isto era raro de certos tempos para cá na vida dos dois.

E naquela noite antes de dormir, ambos tinham os pensamentos um no outro e mesmo que não tivessem notado, algo bonito e novo começa a nascer entre o dois.