História My favorite writer - Desejo de recomeço

KyuHyun naquele dia amanheceu com um humor neutro, depois de sua recaída haviam se passado uns quatro dias e dentro desse espaço de tempo uma novidade acabou surgindo. Após uma noite muito mal dormida por conta da combinação de um choro prolongado, um estado psicológico devastado e insônia acordaram com seu celular tocando. Abriu os olhos e virou para o lado a procura do aparelho e quando o achou, atendeu de forma preguiçosa.

—Alô? —Perguntou ainda em um estado de sonolência de desanimo.

—Nossa, que animação hein? —Ouviu a voz de Siwon a reclamar do outro lado.

—Fale logo Siwon, não estou com paciência hoje.

—Certo. Tenho uma boa noticia para dar. —Pelo seu timbre de voz dava para se notar que estava a sorrir do outro lado da ligação. —Em poucos dias estarei indo para ai.

—Ué, mas você não tinha dito não se mudaria para cá tão cedo?

—Falei, mas consegui adiantar o processo de abrir uma filial da empresa na capital e também tenho que ajudar uma pessoa com uns assuntos.

—Quem é que vai ajudar? —KyuHyun pergunta de modo curioso.

—Depois conversamos sobre isso, agora tenho que ir, te mando uma mensagem com o dia que viajarei.

—Certo, estarei esperando.

E como o prometido, no outro dia Siwon lhe mandou uma mensagem falando o dia que chegaria junto com horário, também falou que não precisaria ir o buscar no aeroporto, pois pegaria um taxi.

E esse dia tinha finalmente chegado, KyuHyun levantou preguiçosamente da cama e fez sua higiene de todas as manhãs e foi em seguida a cozinha. Olhando para o relógio notou que já era quase meio dia, tinha pedido o dia de folga a Heechul, pois seu amigo chegaria, e para sua surpresa, seu pedido foi concedido facilmente, o que gerou certo estranhamento em si.

No dia anterior já tinha dado um jeito na casa e agora faltavam pouquíssimas coisas para serem postas em ordem. Fez um lanche para comer e foi assistir a um programa e nesta estava passando os clássicos doramas e se pôs a o assistir, ele de certo modo lhe lembrava de SungMin, em uma de suas conversas por mensagens o menor tinha o dito que adorava aquelas novelas e lamentou por não poder ver os últimos lançamentos por conta do mangá que tomava todo o seu tempo livre.

Confessava que nunca foi muito chegado a estas, romance nunca foi seu gênero de historia favorito, mas pelo fato delas o lembrarem do loiro, o fazia simpatizar com a história bem melosa que passava na tela de sua televisão. Aliás, por esses últimos dias o menor de vez em quando acabava por tomar seus pensamentos em diversos momentos, mas sempre preferia abandonar tais pensamentos.

E por isso, decidiu parar de pensar naquelas coisas e desligou a TV, rumando em seguida para a cozinha e lavando algumas louças acumuladas que estavam por ali, depois foi até seu quarto e pegou umas roupas que tinham sido jogadas no local e arrumou algumas outras coisinhas em sua casa.

Quando era por volta das duas da tarde, pode ser escutado o som da campainha pelo apartamento do Cho e este ruma até a entrada da residência de forma lenta e ao abrir esta não se surpreende ao ver Siwon do outro lado desta.

—A margarida finalmente apareceu. —Fala em um tom brincalhão enquanto carrega um sorriso arteiro em seus lábios.

—Vejo que está muito bem humorado hoje, Cho. —Siwon responde em um tom irônico.

—Tá bom cavalo rabugento, entre ai. —Deu espaço para o amigo passar com umas malas em mãos e foi até o taxi para pegar as restantes.

Os dois terminaram de carregar as malas para dentro e agradeceram o motorista. Siwon se acomodou no quarto de hospedes e começou a organizar suas coisas no guarda roupa deste e quando terminou a tarefa se jogou na espaçosa cama.

—Estou morto.

—Que isso, só guardou umas roupinhas e já ta reclamando? —KyuHyun comentou implicante da porta do quarto.

—Aish, pare de ser chato KyuHyun. —Reclama e joga o travesseiro no amigo e escuta a risada deste.

KyuHyun recolhe o que foi lançado em sua direção, mas não o acertou e se aproximou da cama devolvendo o golpe com o travesseiro. Ambos ficam nesta brincadeira até que se cansam e deitam lado a lado.

—Você às vezes parece uma criança, Kyu.

—Olha quem fala o que começou com a brincadeira. —O mais novo revira os olhos.

E ambos começam a rir.

—Enfim, como conseguiu vir tão rápido para cá?

—Por sorte, consegui adiantar as coisas para a empresa que vou abrir.

—Ta isso eu já sei. Mas o que realmente quero saber é quem você veio ajudar.

—Você nunca deixa essa sua curiosidade de lado, não é?  

O mais novo revira os olhos mais uma vez.

—Vamos, fale logo.

—Vim ajudar Heechul.

KyuHyun arregala os olhos.

—HeeChul? Kim HeeChul, o que nunca precisou, não precisa e nunca vai precisar de ninguém? Esse HeeChul?

Siwon dá risada.

—Quanto drama KyuHyun, ele só pediu ajuda com algumas coisas da empresa.

—Ah... SungMin me falou que em uma conversa com HeeChul, ele deu a entender que a empresa estava com problemas.

—Sim, e ele me pediu ajuda com esses problemas. Alias, mudando de assunto, quero saber mais sobre esse Sungmin.

—Ele é o autor que estou sendo responsável, e é tudo que precisa saber.

—Ih, já tá com ciúmes Cho? Vejo que a coisa é mais seria do que eu pensava.

—Ah, cale a boca seu infeliz.

E assim continuaram de implicâncias bobas com o outro durante um bom tempo.

No dia seguinte, após KyuHyun ter voltado do trabalho e Siwon de onde em breve seria sua nova empresa, ele aproveita quando KyuHyun está arrumando algumas coisas na sala e vai até o quarto deste sem ele estar no lugar.

Ele se preocupava e sempre soube que as coisas de KyuHyun sempre refletiam seu humor e se lhe perguntasse como estava, tinha certeza que este mentira para si, então resolveu procurar pelo local onde seu amigo passava boa parte do tempo quando estava em casa, para ver se encontrava indícios de como as coisas estavam indo.

Entrou de forma discreta e com o olhar varreu todo o ambiente, aparentemente não encontrou nada, mas quando se aproximou da cama e viu escondida entre dois travesseiros aquela raposa, o único sentimento que tomou conta de seu corpo foi preocupação.

Esticou-se e pegou o bichinho de pelúcia, que aparentemente era inofensivo, mas ele sabia muito bem o significado que esta tinha e isto era o que o preocupava. Ao olhar para a porta do quarto, viu KyuHyun o olhando sério.

—Pensei que sua mãe o tivesse ensinado a não entrar no quarto dos outros quando estes não permitirem. —Fala sério e com certa raiva.

—E eu pensei que tivesse me dito que tinha se livrado de todas as coisas do passado. —Fala no mesmo tom.

—Você sabe que disso eu não posso me livrar, ela tem um significado muito grande para ser esquecida.

Siwon suspira, derrotado.  

—Eu sei. —Fala de forma frustrado.

Ambos ficam em um silencio um pouco desconfortante, até Kyuhyun o quebrar.

—Vou ter que sair daqui a pouco, então, eu vou me arrumar.

Vai em direção ao banheiro, deixando Siwon pensativo.

Se não estava errado, ele tinha dito que sairia com SungMin, e ao pensar nisso uma ideia surge em sua cabeça e ele vai em direção à garagem da casa.

No outro lado daquela cidade, SungMin se via apressado em se arrumar, em breve KyuHyun estaria ali para buscá-lo e ele não estaria pronto se não fosse o mais rápido possível ao terminar de se preparar. Tinha perdido tempo assistindo um novo episodio de dorama e agora estava pra lá de atrasado.

Enquanto ia de um lado para outro a procura de uma roupa e se corroia internamente para decidir com qual iria, Ming estava deitado confortavelmente na ponta de sua cama, o olhando como se no fundo de seu âmago risse da situação de seu dono.

—Aigo Ming, você também não me ajuda. —SungMin reclamava como se falasse com um ser humano e recebeu como resposta apenas um miado como se o gato tivesse o respondendo com um “não tenho nada haver com isso”.

Depois de muitas peças jogadas pela cama e indecisão, finalmente decidiu pegar uma camisa roxa bem clara e uma calça jeans que o vestisse confortavelmente. E foi bem a tempo, pois quando terminou de se vestir e se pôs em frente ao espelho para olhar como tinha ficado seu celular apitou indicando uma mensagem, esta que era de Kyuhyun, que o avisava que já estava lá embaixo a o esperar.

Mais do que depressa pegou suas coisas e fez um carinho em Ming como despedida indo em direção ao térreo, onde KyuHyun o aguardava.

Quando chegou a rua, viu o maior encostado ao carro mexendo em seu celular de forma tão distraída que nem o viu se aproximar. Chegou mais perto e o saudou.

—Oi.

Com aquela simples palavra conseguiu dar um susto no castanho, que quase deixou o aparelho telefônico ir ao chão.

—O-olá. —Disse ainda em estado um pouco nervoso pelo susto, mas intimamente admitia que aquele nervosismo não fosse apenas à decorrência do susto. —Você está empenhado em me assustar toda vez que nos encontramos hm?

SungMin dá risada.

—Não planejava lhe assustar, mas você estava tão distraído que nem viu a minha chegada.

KyuHyun para um pouco para pensar com o cenho franzido.

—Realmente, eu nem notei você chegando. Também dá risada e em seguida ambos entram no carro.

Vão conversando durante todo o caminho sobre varias coisas e entre diversos papos, SungMin até tenta arriscar e perguntar onde eles estão indo, mas como sempre, KyuHyun não o diz.

—Só vou dizer que é um lugar bonito e que traz muita paz.

E realmente o era, ao chegarem ao destino e desembarcarem, SungMin viu todo o tamanho e beleza daquele templo que estava á sua frente, com isso ele teve certeza que toda aquela viajem tinha valido a pena.

A viajem de carro tinha durado em torno de uma hora e meia, pois aquele templo budista se encontrava em um local afastado da movimentada Seul,mas tinha certeza que estar ali valeria cada minuto passado dentro daquele carro.

Quando chegaram foram recepcionados por um senhor que os guiou por um caminho de pedras, pois este que é enfeitado por diversas árvores entre elas as flores de cerejeira, o que o deixou em particular Sungmin pra lá de maravilhado, mas não pode admirar como queria, já que logo eles foram em direção á entrada do templo.

KyuHyun ao notar a chateação de SungMin, o fala baixinho:

—Quando voltarmos prometo que iremos as admirar, ta bom?

Fala e segura à mão de SungMin, a apertando de leve e fazendo o menor sorrir.

O senhor os dá diversas explicações sobre como funciona o templo e as regras que devem seguir como era a primeira vez de SungMin em contato com aquela religião, essas explicações foram de grande ajuda para si.

Depois o senhor os levou para uma sala que era dedicada exclusivamente á meditação, que era o que mais levava as pessoas á aquele templo.

Depois dos preparativos, se sentaram silenciosamente junto a um círculo de outras pessoas e começaram a meditar.

Para SungMin, no começo foi difícil, já que nunca tinha feito aquela pratica e esta exigia muita concentração, mas com o passar do tempo conseguiu finalmente atingir o objetivo de esvaziar sua mente e meditar.

Para KyuHyun foi muito mais fácil, já que fazia aquilo há anos, era como seu ritual, naquela época do ano sempre ia á um templo para meditar, era uma forma de se preparar para o que viria com a entrada da primavera, pois aquela data estava se aproximando.

Depois de horas estando ali a meditar, finalmente decidiram por ir embora. Ambos sentiam seus corpos e almas leves, como se a qualquer momento pudessem flutuar.

Passaram de novo por aquele caminho de pedrinhas, só que agora devagar, admirando cada flor e árvore ali, o cheiro que aquele conjunto de plantas exalava agradava e muito o olfato de ambos.

Pararam em frente a uma das maiores sakuras que tinham ali e SungMin não escondeu o sorriso que tinha formado em seus lábios.

—De todas as árvores, a sakuras são as que mais me cativam e são as minhas preferidas.

—Elas são muito lindas.

—E sabe, elas também lembram minha mãe, eram as preferidas dela.

O sorriso que sempre fora triste ao tocar no assunto, agora era nostálgico e carregava certa dose de alegria.

Enquanto conversavam ainda ao pé daquela linda árvore, uma borboleta linda, que tinha suas asas em uma tonalidade azul, passou voando a cima de suas cabeças e de vez em quando, fazia a volta em torno de seus corpos.

E naquele momento um vento frio passou por eles fazendo o menor estremecer e KyuHyun o abraçar para protegê-lo da frieza. E neste momento a borboleta se afastou, mas ambos tiveram o mesmo pensamento, lembraram que um dos significados da borboleta era o recomeço e, ao mesmo tempo, desejaram ter um recomeço.

Naquele mesmo dia SungMin encontrou a raposa de pelúcia no carro de Kyuhyun com uma etiqueta dizendo que era um presente para ele com uma caligrafia que acreditava que pertencesse ao castanho.

 KyuHyun ao ver aquela letra e o que dizia, entendeu o recado subliminar que seu amigo o queria mandar, e como havia desejado a pouco, resolveu recomeçar.

Naquele dia SungMin ganhou aquela raposa de presente e esta veio acompanhada com um desejo de recomeçar.

E quem sabe o destino realizasse esse desejo da mesma forma que foi feito, com os dois juntos.