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História My favourite mistake - JB - No


Escrita por: tuliosouzas

Capítulo 19 - No


Meu celular bipa, me reviro na cama, meu corpo se embola no cobertor, alcanço meu telefone sobre o criado mudo e o silencio, minha vontade de ir para escola é a mesma que tenho de morrer afogado.

Afundo meu rosto contra o travesseiro e bufo.

[...]

- É bom que você levante essa bunda gorda dessa cama. – A voz de Meg soa distante. – E rápido. – Me viro para encará-la.

- Oi.

- Agora fala "bom dia, Megan".

- Bom dia, Megan! – Finjo empolgação e recebo 'slap-head' como resposta.

- Tá quase bom, vá se trocar, tenho um frapuccino para você. – Ela sorri de um jeito fofo e eu levanto os cantos dos meus lábios como resposta.

- Você está me comprando com comida. – Acuso e ela dá de ombros.

- Vai logo, estamos ficando atrasados, o Theo está preparando um sanduiche para você, assim não morre de fome. – Olho para ela e rio fraco.

- Que foi?

- Vocês pensam em tudo.

[...]

As duas primeiras aulas passaram consideravelmente rápidas. Fico em conflito, entre entrar ou não na sala de aula, essa é uma das aulas que terei com Natasha hoje e não sei se quero vê-la.

- Bom dia, Justin! – Marina diz e sorri de lado.

- Bom dia.

Apenas arrasto meu corpo para dentro da sala e me sento em uma das primeiras carteiras ao canto da sala.

Chris se senta atrás de mim e logo Marina muda de lugar, ficando ao meu lado.

- O que aconteceu?

- Não sabem ainda?

Chris nega com um movimento de cabeça e Marina apenas entorta os lábios em desgosto.

- Olha, me desculpa dizer isso, mas essa é só a Natasha sendo Natasha.

- Não estou entendendo nada. – Chris protesta.

- Ela terminou com ele. – Marina diz por mim e volta seu olhar para o de seu namorado.

- Mas. Como assim? – Chris parece surpreso. – Ela nunca tinha se envolvido com ninguém daquela forma... – Ele parece pensar um pouco no que acabou de dizer.

- Não. O Taylor não conta. – Marina diz e eu sinto meus olhos marejarem, mas não deixo que eles percebam.

[...]

Quando Natasha entrou na sala hoje, tentei ao máximo não olhar para ela, mas foi impossível, pela forma que ela terminou comigo, pensei que ela não sentisse nada por mim, ou seu sentimento não fosse o bastante para me querer ao seu lado, mas ela estava triste, seus olhos avermelhados, apesar de aparentar ter gasto um bom tempo tentando disfarçar.

Eu estava saindo da sala quando ela veio até mim.

- Podemos conversar? – Ela perguntou e encarou seus pés.

Apenas assenti com um movimento de cabeça. As pessoas nos encaravam como se tentassem decifrar um problema de álgebra.

- Fala alguma coisa. – Ela pediu.

- Eu tentei, naquela noite, eu tentei falar muitas coisas, mas você não me deixou dizer nada.

- Eu estava confusa. – Ela disse e segurou minha mão.

- É um pouco tarde pra dizer isso, não acha? 

- Era o que eu queria naquele momento.

- Mesmo? – Ironizei. – E... O que você quer? O que você quer agora, Natasha? – Minha voz saiu mais alta que o desejado.

- Eu não sei... – Ela disse, percebi o esforço que ela fazia para não chorar. – Eu não quero que se afaste de mim.

- Eu queria que isso não fosse preciso, Nat. Realmente queria, mas não posso me torturar mais... 

- Eu preciso de você, Justin! – Lagrimas começaram a descer por suas bochechas.

A vontade de abraça-la e perguntar o que está acontecendo era muita, mas me segurei.

- Você não precisa de mim, Natasha. Você não precisa de ninguém além de você mesma.

- Você me conhece...

- Não! Você quis assim, você quem estragou a porra toda.

- Pensei que pudéssemos ser amigos. – Sua voz saiu baixa demais.

- Amigos? – Debochei. – Amigos, Natasha?

Ela olhou para os seus pés e depois para mim.

- Eu não seria capaz de ser apenas seu amigo, Nat. – Não depois de tudo que vivemos.

[...]

Eu não poderia estar me sentindo pior, eu fui um babaca com ela, eu sempre disse para mim mesmo que não faria esses "joguinhos", mas acho que foi por nunca me sentir rejeitado e desejado novamente. 

Me levanto da minha cama, caminho até a janela e vejo que o tempo já está mais frio do que o normal, ligo o aquecedor e vou tomar um banho.

Enquanto a banheira enche, preparo alguns sais. Separo uma cueca, calça de moletom preta e uma blusa da mesma cor. 

Deixo que meu corpo afunde completamente na água, me levanto quando lembro que é preciso respirar. Lavo meus cabelos e fico encarando o azulejo do banheiro por alguns instantes. 

E se ela... Não. Eu... Pai? 

Me visto rapidamente e coloco um moletom cinza, pego as chaves do meu carro, mas decido ir andando. 

A temperatura realmente caiu, sinto isso com o choque que levo ao deixar minha casa. Vou caminhando um pouco desesperado, ansioso e até em empolgado. 

- Eu preciso de você, Justin!  

É possível, nos transamos sem camisinha diversas vezes. 

Mal me dou conta quando chego em frente a casa de Nat, exito um pouco em bater na porta, mas ela se abre assim que me preparo para bater. 

- O que você faz aqui? – O pai de Nat quer saber. 

- Eu vim falar com a Natasha. – Falo exitante, ele me encara e solta o ar de forma áspera. – Posso?  

- Eu diria que seria em vão se você já não tivesse a parado durante uma de suas crises. 

- Como assim?  

- Ela chegou e foi direto para o quarto, é a segunda vez na semana que ela o destrói e não sai de lá. – Ele se senta em uma poltrona e me indica uma outra. – Aconteceu alguma coisa? 

- A gente terminou. – Olho para minhas mãos e me mexo, a cadeira passou a ser desconfortável demais. – Eu... Eu vou embora... 

- Tente falar com ela... – O senhor Becker pede e se levanta. – Ao menos faça com que ela coma algo. 

Concordo com um movimento de cabeça e peço licença a ele para ir até a cozinha, preparo um lanche para Natasha e sirvo em uma bandeja. Coloco um copo de suco de laranja. Me arrisco a colocar uma rosa branca, colhida do jardim. 

- Você gosta mesmo dela, não é? – A voz do pai de Nat me surpreende. 

- Sim, senhor. – Respondo e sorrio de lado. – Ela é incrível... 

- Assim como a mãe dela era. 

- Eu... Eu sinto muito. 

Ele faz um movimento com a cabeça e sorri em seguida. 

Exito em bater na porta, fico encarando a maçaneta e por fim crio coragem. Bato duas vezes seguidas. 

- Eu já disse que não vou abrir essa droga de porta! - Ela resmunga, alto o suficiente para que eu escute. 

- Nat, sou eu. – Digo contra a madeira. 

Um silêncio se instaura, até que ela destranque a porta e gire a maçaneta. 

- Te chamaram pra cuidar da maluca? – Ela debocha e eu a encaro sério. 

- Eu quem vim... Vim dizer que se. – Paro. 

Sinto uma vontade imensa de abraçá-la. 

- Se?

- Se a condição para te ter perto de mim for "ser apenas seu amigo" eu aceito.  

[...]

- Você pode por favor comer? 

- Tem uma rosa aí! – Ela acusa e sorri. 

Eu gostaria de acordar com esse sorriso todas as manhas. 

- É. Tem uma rosa, sim. – Rio. – Agora, coma! 

- Tá mandão, hein! – Ela debocha e se encosta em mim. 

- Aprendi com a melhor. – Beijo seus cabelos. 

- Acha que isso vai dar certo? – Ela diz depois de um tempo e morde seu sanduíche. 

- Isso, oquê? 

- Nós, digo, como amigos. 

- Sinceramente, não, mas estou disposto a tentar. – Admito e ela se vira um pouco. – Por você. 

Por vocês (?) 

- Por nós! - Ela diz. 

Sinto meu sangue gelar e minha visão fica embaçada. 

- Você está bem? - Ela pergunta. 

Assinto com um movimento de cabeça. 

[...]

- Nossa, você é irritante, garoto! – Nat diz e bate contra minha cabeça com um travesseiro. 

- Mesmo? – Rio e a puxo para mim. – Filme, vamos ver o filme. – Digo e ela fica me encarando. – O quê? – Pergunto. 

- Você. 

- O que tem eu? 

- Pensei que fosse me odiar. 

- Não tem como eu odiar uma pessoa que amo. 

Ela se cala e parece pensar sobre algo, mas não diz nada. 

Meus pensamentos me levam para longe, questionamentos sobre uma possível gravidez voltam a me torturar. Eu não sei como me sinto em relação a tudo isso. 

[...]

Foi estranho me despedir de Nat sem ao menos a beijar antes, eu simplesmente disse "Até mais" e ela sorriu esperando que eu desse as costas para que ela pudesse fechar a porta de sua casa. 

Foi uma tarde normal, eu fiquei com ela até o céu escurecer e o clima se tornar mais frio do que já estava, ficamos assistindo filmes e falando sobre nossas vidas antes de nos conhecermos. Ela disse que fez coisas das quais não se orgulha, eu ri disso, afinal, todos nós já fizemos algo de que não temos orgulho. 

Meu irmão estava sentado na sala de estar com alguns livros espalhados sobre a mesa de centro e tentava a todo custo se concentrar em algo. 

- Boa noite! – Anunciei me sentando ao seu lado. 

- Oi.– Ele disse e entortou seus lábios. – Será que você pode me ajudar com isso?  

- E o que é "isso"? – Peguntei e ele me entregou um livro de álgebra. 

- Eu odeio essa matéria. – Comecei a ler a questão e me lembrei de como se fazia. – O que você precisa fazer é... 

[...]

Digito uma mensagem rápida para Megan e clico em "enviar". 

Pego meu iPad e checo minhas redes sociais enquanto tomo café da manhã.

- Bom dia, meus amores! – Mamãe diz se juntando a mim e meu irmão. 

- Bom dia. – Falamos em uníssono. 

- Mãe, os pais da Kate me convidaram para passar o fim de semana em Nova Iorque, posso? – Meu irmão pediu enquanto analisava a expressão de minha mãe. 

- Gostaria de conversar com eles antes, mas sim, você pode ir. – Dona Maura disse, sorri comigo mesmo. 

Nat seria uma mãe extremamente mandona.  

Os dois ficam conversando sobre algo que não presto atenção, termino minha refeição e checo meu celular. 

[11/04, 7:29 AM] Megan Maestri: Sim, aceito uma carona. Aceito também um frappuccino. 

Esperei que meu irmão terminasse de comer para que pudéssemos sair, ele se acomodou no banco passageiro, dei partida rumo ao transito e segui até a casa de Marina, depois de passar no Starbucks. 

Não demorou muito para que Meg surgisse pela porta da frente, Theo mudou para o banco de trás e deixou que ela se sentasse ao meu lado. 

- Bom dia. – Disse assim que ela fechou a porta. 

- Bom dia. – Ela sorriu e eu a entreguei sua bebida. – Obrigada. 

Contei a ela o que tinha acontecido no dia anterior. Meg apenas me fitava e de vez enquanto arqueava uma de suas sobrancelhas ou entortava os lábios em desgosto. 

- Acha que isso vai dar certo? – Ela perguntou descendo do carro e cumprimentando uma garota loira que passou por nós. 

- Eu não sei. – Dei de ombros. – Eu não quero me afastar dela, ainda mais agora que... – Parei, não tinha certeza daquilo que estava prestes a dizer. 

- Agora que... 

- Nada, só minha imaginação agindo de forma improdutiva. 

- Claro. – Ela não deixou de demostrar sua insatisfação com a minha resposta, o que me fez rir. – Qual a graça? 

- Nada! 

- Justin, eu vou socar sua cara. – Ela disse e revirou os olhos. – Por falar em socar, vou começar a treinar muay thai de novo. 

- Você tem certeza de que é mesmo apenas uma pessoa? – Ela riu. 

- Vou entrar para a equipe de lideres de torcida no próximo semestre também. 

[...]

O primeiro horário foi tranquilo, tirando o fato de que Ryan ficou tentando me falar algo, mas Gabe mandava ele calar a boca e prestar atenção na matéria nada empolgante de geografia. 

Jogo minha mochila em minhas costas e sigo rumo a minha aula de literatura, as apresentações de começam hoje, mas eu e Nat iremos apresentar na próxima aula. me sento ao fundo da sala e logo ela se junta a mim. 

-  Oi. – Digo e olho para ela de relance. 

- Bom dia. – Ela sorri brevemente e se senta ao meu lado. 

- Tá tudo bem? – Pergunto. 

- Mais ou menos, minha cabeça está doendo. 

Reprimo a vontade de tocá-la e mexer em seus cabelos. 

Estamos tão próximos, mas tão distantes. 



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