História My First and Last - 5 Meses

Me sinto tão…estranho. Quero dizer, é ótimo estar gerando um filhotinho e tudo mais, só que eu não me sinto atraente! Sinto também que estou atrapalhando Mark, porque simplesmente eu não consigo fazer nada sem ele. Sem contar que eu ainda tenho consulta hoje. Aish! E eu queria ficar em casa, mas preciso checar a saúde do meu filhote.

— Está pronto amor? – Mark me perguntou.

— Sim. – Suspirei e vesti meu moletom, estava frio, talvez ele deve ter sentido ou percebido que algo me aflige.

— O que te incomoda pequeno? – ele me olhou preocupado.

— Amor, eu estou…feio? – o encarei. 

— Claro que não! Está lindo, como sempre foi. – ele me abraçou e acariciou minha barriga.

— Vamos? – o avisei, já praticamente saindo do quarto.

— Cuidado ao descer a escada! – viram? ele se preocupa demais comigo, a escada tem um corrimão justamente para eu não me machucar. 

Fui em direção à garagem e entrei no carro e o esperei, ele não demorou muito a entrar e a dar partida no carro. Pode-se dizer que eu estou ansioso, talvez ele sinta o mesmo, enquanto ele prestava atenção ao trânsito não tão movimentado de Vancouver, eu encarava tudo pela janela, era legal e algo que eu sempre gostei de fazer isso. 

— No que tanto pensa? – ele me tirou dos meus próprios pensamentos.

— Em nada, é que eu estava olhando a paisagem. – sorrio para ele, que retribui o sorriso.

— Só queria avisar que chegamos. – ele saiu e abriu a porta do carro para mim.

Fomos em direção ao consultório, onde uma das moças da recepção não demorou em chamar o meu nome e em dizer que a doutora estava me esperando.

— Obrigado.– me curvei e entrei na sala, estava um pouquinho frio, confesso que tenho pavor de consultórios desde criança. Bem, nada mudou até então. 

— Com frio pequeno? 

- Estou ansioso, e sim, também estou com um pouquinho de frio, mas não é nada grave. 

Sabe quando você sente que está sendo um peso pra alguém? É assim que eu me sinto, já que eu passo a maior parte do tempo dormindo ou até mesmo descansando, eu gostaria de ajudar em casa, ainda mais agora que eu e Mark estamos morando juntos, mas ele não deixa nem eu pensar em ajudar que ele me dá um leve sermão. 

- Se for um menino, posso destruir a casa com ele? - o encarei incrédulo, como ele ousa destruir a minha linda casa? 

-Nem pensar! Você e Haechan vão ficar longe dele! 

-Mas eu sou o pai dele! 

-Não interessa, fique longe com suas travessuras.

Ele resmungou e eu ri, era até bom esse clima entre nós dois, eu me sentia como se fosse criança novamente. Já que sempre ríamos de simples besteiras que ele dizia, e como eu era bobo por ele, acabava rindo. Pode se dizer que eu continuo sendo bobo, porque não existe sem Jisung sem Mark. Esquisito? Pra muitos, mas pra mim, apenas era como eu demonstrava meu amor por ele. 

-M-Mas...tá, eu prometo não o ensinar a aprontar.

-Assim ficou melhor. - sorri fofo e logo percebi que a médica estava ali, nos olhando com um sorriso lindo, corei rapidamente, estava envergonhado por ela ter escutado aquilo.

-Jisung! Como tem ido? Tem seguido a dieta? 

-Tenho, por mais que eu não seja muito chegado a coisas saudáveis, mas estou me esforçando bastante. 

-Isso é ótimo! Especialmente para o filhote, - ela se levantou rapidamente. - Agora, vamos ver se é um menino ou uma menina. 

Mark me ajudou a deitar na maca enquanto ela estava preparando algumas coisas, e então a observei, ela estava passando um gel em minha barriga, e depois ela pegou o transdutor.

-Prontos? - ela nos olhava com um belo sorriso.

-Sim! - afirmei e senti minha mão ser apertada. 

Pude ouvir alguns murmúrios dela, certamente ela estava esperando algum movimento de meu filhote, o que não demorou a acontecer. 

-Ele é bem saudável, até demais.

- Ele?

-Parabéns, é um meninão! 

Sorri e encarei Mark, que estava com algumas lágrimas nos olhos.

-Amor, obrigado por me dar esse filhote...foi a melhor coisa que me aconteceu.

-Ele também foi a melhor coisa que me aconteceu. - Depois que ouço um "Pode abaixar a camisa agora", me levanto e roubo o moletom de Mark com um sorrisinho sacana. A essa altura, já havíamos saído do consultório e estávamos indo para o carro.

- Agora é meu.

-Pois pode pegar, sabe que eu quase não sinto frio.

-Sério?

-Tem certeza de que é meu amigo desde sempre?.

Sorri envergonhado e ruborizei lentamente enquanto ouvia suas risadas ecoarem pelo carro. 

-Sabe que eu te amo né?

-Me ama mais do que Boku no Hero?

-Amo, mas o Deku vai continuar sendo minha paixão 

-Hm, que pena, pois morro de amores pelo Todoroki. - o encarei e ele me olhava incrédulo, não me aguentei e comecei a rir. 

-Você é cruel.

-Aprendi com você. - voltei a rir. -Ai ai, mas continuo te amando.

-Não consigo ficar bravo com você... 

-Nem eu.

O silêncio até então reinou um pouco no carro, quando percebi, estavamos na garagem de casa, ele me ajudou a sair do carro lentamente.

-Já pensou em um nome?

-Ainda não, mas não quero colocar um nome coreano nele... - ele pensou por um tempinho, até que sorriu e me abraçou. -Que tal...Daniel?

-Eu adorei. -sorrio e o beijo. 

É, minha vida estava maravilhosa, não só por estar com Mark, mas também por morar com ele, construir uma família com ele, bobo? Talvez, mas isso é só uma prova de que o meu amor por ele cresce a cada dia e eu não tenho problema algum com isso, afinal, ele também sente o mesmo por mim. E agora, nossas vidas irão se completar mais ainda quando pegarmos nosso Daniel nos braços. E aí sim, eu posso dizer que tenho uma família, Eu, Mark e Danny.