O meu coração estava sendo pisoteado e os meus sentimentos esmigalhados. Estar vendo e participando do casamento do cara que eu gosto é terrível, principalmente por saber que ele tem conhecimento dos fatos. Manuel está a alguns minutos de dizer sim para a rata aproveitadora da Nina e tudo isso diante dos meus olhos.
- Manuel Peter Neuer, você aceita Nina Weiss como sua legitima esposa? – escuto o padre dizer.
Manuel desvia o olhar do padre e olha para mim. Sua mãe que está ao meu lado percebe e intercala o olhar entre nós dois.
Meu coração se acelerou com ao perceber que nada estava perdido.
- Eu aceito! – ele diz ainda olhando para mim.
Me segurei para não demonstrar nada, mais Dona Marita me conhecia bem. Ela deu um leve aperto na minha mão e sorriu para mim.
Passei a não escutar mais nada da cerimonia.
Quando a cerimonia acabou, eu me senti um lixo.
- Ergue a cabeça porque nós somos Jenner! – Kendall diz baixo para mim.
Respiro fundo e faço o que ela diz.
- Agora vamos cumprimentar eles e vamos aproveitar desse circo que a rata de esgoto montou! – minha irmã continua.
Dou risada ao ouvir o apelido.
Eu e ela entramos na fila para felicitar o casal.
Recebo um cutucão nas costas e olha para ver quem era.
- Lisa eu vou bater nele! – digo ao ver Thomas.
- Pode bater! – Lisa diz e damos risada.
- Garota, você tem que me defender! – Thomas diz se fingindo de ofendido.
- Você fica provocando ela! – Lisa rebate.
- Ei, é a vez de vocês! – escuto a voz insuportável de Nina.
- Depois conversamos! – digo a Thomas e a Lisa.
Eu e Kendall andamos até eles.
- Felicidades ao casal! – dissemos em coro.
Abraçamos eles e eu senti nojo de mim ao fazer aquilo, principalmente ao abraçar Manuel.
- Obrigada pela presença de vocês, quer dizer, Kendall, né? Porque Joana com toda certeza viria! – Nina diz daquele jeito insuportável dela.
Forçamos uma risada.
- Claro, não perderia por nada o casamento do meu amigo! – digo.
- Vamos adiantar, porque a fila está enorme! – Kendall diz rindo.
Saímos de perto deles e fomos para a nossa mesa.
- Que garota chata, viu? – Kendall diz.
- Você não viu nada... ela é fresca ainda por cima! – digo.
Minha irmã revira os olhos.
Bebemos um pouco e ficamos na companhia dos Muller. Eles estavam nos salvando naquela festa.
Quando fui ao toilette encontrei as insuportáveis da Ann e da Cathy.
Haja paciência.
- Que vestido lindo! – Ann diz.
Abro um sorriso falso.
- Obrigada querida! – digo.
- Só achei a cor meio triste... – Cathy diz venenosa.
Essa é ideia mon amour.
- Preto é a única cor que nunca sai de moda. Além do mais, é elegante! – digo mexendo no meu cabelo.
Entro na cabine e ouço elas saírem resmungando. Faço o que tenho que fazer e vou lavar minhas mãos.
Como eu odeio essas coisinhas que se acham por estarem amarradas a um jogador. Essas garotas deveriam saber que a “nova moda” é ser independente, viver a própria vida e não ficar se vangloriando porque é Wag.
- Pensei que desistiria de vir! – escuto a voz de Manuel soar no ambiente.
- Por que faria isso? Fui convidada por você para ser sua madrinha... seria no mínimo deselegante recusar o convite aos noventa minutos de jogo! – digo me virando para ele.
Ele arqueia a sobrancelha.
- O que você me disse... o que aconteceu ontem... – ele gagueja.
- Nada disso tem importância! Não mais! – digo firme.
Ele ri e olha para o lado.
- Acho que hoje foi o sepultamento da amizade que construímos... – ele diz.
Ele estava certo. Acabou tudo, não existe mais amizade entre nós, na verdade desde que começou a namorar Nina, a nossa relação balança.
- Eu sempre tive um carinho por você... mais isso nunca irá passar de amizade! – ele diz.
Isso me atingiu.
- Ok Manuel, eu não estou te cobrando nada! – digo me controlando para não desabar.
- Eu realmente espero que não... e também espero que você esqueça ontem... porque... – o interrompo.
- Fique tranquilo, eu nunca contaria nada a ninguém... muito menos a sua esposa! – digo me sentindo um lixo.
- Olha garota de Los Angeles... – ele começa a falar e chega perto.
Apenas o encaro.
- Você é uma mulher especial para mim, é importante... mais não do jeito que você quer. Eu amo a amizade que você me oferece, as suas conversas, as suas loucuras, o seu jeito despojado... só que para mim tudo isso é demais... – ele fala me olhando nos olhos.
Já sinto meus olhos queimarem.
- O sexo ontem foi maravilhoso, foi louco, só que eu não quero isso para a vida toda. Eu quero chegar em casa e ter minha mulher me esperando, quero comer da comida que ela fez, quero que ela me escute, quero fazer amor... e com você eu não teria nada disso... – ele diz e respira fundo.
Sinto as lagrimas saltarem dos meus olhos.
- Eu também acho que nunca seria o que você quer... eu sou certinho demais, careta demais e tradicional demais. Para tentarmos algo, alguém teria que ceder e esse alguém não seria eu e eu tenho certeza que você não aguentaria por muito tempo!
Acho que Manuel pensa que foi pouco ver ele casar.
- Você é demais para mim e eu sou de menos para você. Nina é a mulher perfeita para mim e isso nunca vai mudar. – ele finaliza.
Acabei de sofrer a maior humilhação da minha vida.
- Ok Neuer, eu já entendi tudo isso quando você disse sim a ela! – digo secando minhas lagrimas.
- Só achei necessário esclarecer tudo! – ele justifica.
- Não precisava. Agora eu preciso ir... eu e minha irmã precisamos aproveitar o pouco de tempo que temos juntas! – digo me recompondo.
Ele sorri.
- Tudo bem... – ele diz.
Saio do banheiro arrasada. Vou atrás de Kendall e depois de uma despedida rápida, partimos para minha casa.
- Eu estou me sentindo tão humilhada... – digo desabando no colo da minha irmã.
- Manuel foi um cachorro com você! – ela diz alisando meus cabelos.
Eu só consigo chorar mais.
- Eu sei o que você está sentindo, sei o quanto vai ser difícil... mais eu quero que você não se deixe abater... – ela fala.
- Isso vai ser tão fácil! – digo irônica e levantando minha cabeça.
Ela ri.
- É sério... – ela diz.
- Eu também estou falando sério... – rebato.
Ela para e pensa um pouco.
- Talvez se mudar te ajude! – ela sugeri.
- Como eu vou fazer isso se meu trabalho é aqui?
- Você fala como se a diretora criativa da Adidas vivesse em um escritório e presa! – ela fala.
- Ok, isso é verdade... – admito.
- Eu te ajudo a escolher um lugar! – ela fala.
- Depois Kendall... agora eu preciso ficar sozinha e colocar as coisas no lugar. – digo.
Ela concorda.
Vou para o meu quarto e lá ainda estava com o cheiro dele. Vou para o banheiro e me encaro.
O que eu fiz comigo? A que nível eu cheguei?
Respiro fundo.
- Kendall está certa. Eu preciso sair daqui, me afastar do Manuel e daquela rata... preciso viver longe deles... – digo para mim mesma.
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