História My friend II - Capitulo 37

Chegamos ontem a Paris e mesmo fazendo um grande esforço eu não estava me sentindo melhor. Karim não me ligou ou fez qualquer outro contato e isso me deixou chateada com tudo.

- Nós já estamos indo. – Kendall fala e me cutuca.

Olho para ela e vejo ela e Hailey prontas para sair.

- Estarei lá assistindo vocês... – digo.

- Não durma para não perder o horário. – Hailey me avisa.

- Ok, ok. – digo.

- Pede ao hotel um pouco de reboco, para esconder essas olheiras terríveis. – minha irmã diz.

Apenas mostro o meu dedo do meio para ela.

- Tchau e não chora. – elas falam.

- Tchau. – digo.

Não posso prometer nada.

Elas saem e eu fico sozinha no quarto.

Eu estava sem vontade de nada, mais iria ao desfile por causa de Kendall. As nossas outras irmãs não poderiam vir, então eu havia prometido vim ver ela brilhar na semana de moda parisiense.

Fico mexendo no celular para passar o tempo e mesmo tentando me enganar, eu não estava conseguindo. Eu estava esperando por uma mensagem de Karim, uma ligação ou qualquer sinal de que ele ainda queria alguma coisa comigo.

Fiquei tanto tempo olhando para o celular, que quando percebi já estava em cima da hora. Tentei me arrumar correndo para não me atrasar.

Quando cheguei ao local do desfile, estava faltando apenas cinco minutos para o começo da apresentação da nova coleção. Passei voando pelos flashes e me sentei na primeira fila. Pessoas importantes estavam sentadas ao meu lado, mais eu não estava dando a mínima, só queria ver minha irmã desfilar e poder voltar para o hotel.

O desfile começou e assim que vi Kendall, eu a filmei e soltei um “Você está linda Keny!”. Tenho certeza que ela quase morreu de vergonha.

Ao acabar o desfile, eu fui ao camarim avisar a elas que iria voltar para o hotel.

- Não, nós vamos comemorar. – Kendall diz.

- É sério Kendall, eu não estou bem. – digo.

- Deixa ela Keny, nós sabemos como é isso... – Hailey fala.

Minha irmã solta o ar pela boca e revira os olhos.

- Ok. – minha irmã concorda.

- Eu vou deixar os seguranças com vocês, já que vou estar bem protegida no hotel. – aviso.

- Tá bom. – Hailey fala.

Me despeço delas e o motorista do hotel me leva embora.

Assim que chego no meu quarto vou tirar toda a maquiagem e tomo um banho, depois visto meu pijama e quando estou pronta para me jogar na cama a porta do meu quarto foi aberta.

- Keny? Hailey? – chamo as meninas.

Ao invés delas, aparecem cinco policiais mais um funcionário do hotel.

- O que está acontecendo? – pergunto em francês.

- Onde estão as joias? – um pergunta.

- Oi? – pergunto sem entender o porquê dele está perguntando sobre minhas joias.

- Isso é um assalto moça. – o funcionário diz e os seus olhos desesperados comprovam que ele não estava brincando.

Meu coração acelera.

- Pega a porra das joias! – um grita.

Minhas pernas estavam paralisadas.

Um deles vem para perto de mim e agarra meus cabelos.

- Pelo amor de Deus, entrega as joias! – o funcionário grita.

- Pega essa porcaria! – o homem estica ainda mais meus cabelos.

- Estão na minha mala. – eu grito desesperada.

- Vai ver se estão lá mesmo. – o que me segurava passa a ordem.

Agora além de segurar meu cabelo, ele coloca uma arma apontada para a minha cabeça.

- É melhor você ter trazido bastante coisa. – ele me ameaça.

Eu fico mais desesperada ainda e o funcionário do hotel também parecia ter piorado depois de ouvir isso. Tento não olhar para o rosto daqueles homens e me manter calada.

- Olha esse relógio... – o assaltante que mexia na minha mala mostra para o outro.

- Pega logo tudo e vamos sair daqui. – o que estava me rendendo fala.

- Nem vamos nos divertir com ela? – um pergunta.

Eu entro em pânico ao ouvir isso.

- Fica quietinha garota. – o que me segurava coloca a arma na minha testa.

- Já peguei tudo. – um avisa.

- Vamos deixar eles no banheiro. – acho que o que me segurava era o chefe, as ordens sempre partiam dele.

Eles nos arrastam para o banheiros e passam fitas adesivas em nossos pulsos e tornozelos e antes de tampar a minha o que queria “se divertir comigo” me avisa.

- Hoje eu não vou comer você, mais eu ainda vou fazer isso. Pode esperar! – ele diz e tampa minha boca com a fita.

Se antes eu não havia percebido, agora eu sinto as lagrimas escorrendo pelo meu pescoço.

Eles saem e nos deixam jogados no chão do banheiro.

Nós dois estávamos completamente imobilizados e a única coisa que conseguíamos fazer era nos arrastar e tentar nos aproximar um do outro. Fazíamos sons, mais não conseguíamos entender qual era a ideia do outro. Ao conseguirmos nos aproximar, o funcionário aproxima as mãos do meu rosto e arranca a fita, logo em seguida faço o mesmo com ele.

- Eu tenho um canivete no bolso. – rapaz fala.

Tateio o bolso dele e graças a Deus consigo pegar o canivete. Ele pega e o manuseia. Ele consegue cortar as fitas que nos prendia e nós corremos para o telefone do quarto.

- Eu acabei de ser assaltada dentro do meu quarto, venham logo para cá! – grito no telefone.

- O que? Senhora... Meu deus! – a recepcionista se assusta.

- Não deixem ninguém sair! – o rapaz grita ao meu lado.

A moça desliga o telefone e nós ficamos assustados dentro do quarto. Em segundos a porta é aberta e nós tememos que fossem os assaltantes de novo, mais por sorte foram seguranças do hotel.

- O que aconteceu senhora? – um pergunta.

- Eles saíram daqui! – grito.

- Calma senhora. Como eles eram? – ele pergunta.

- Estavam de policiais. – digo.

Os seguranças se olham e falam no radio.

- Nós vamos vasculhar o hotel. – ele fala.

Me sento na cama na esperança de sentir minha irmã me chacoalhando e dizendo que eu sou louca por estar gritando no meio da noite.