História My friend II - Capitulo 38

Um dia depois:

Pov. Karim Benzema:

Eu estou com raiva de mim, estou com raiva daqueles caras e estou com uma raiva imensa do meu país, por ter deixado uma coisa dessas acontecer com a minha garota. Eu estava dormindo quando tudo aconteceu, graças aos meus remédios para dor, e só fiquei sabendo de tudo no meio da manhã. Sem nem pensar duas vezes, pedi para Gressy avisar a Florentino que eu estava indo para os EUA e fretei um voo.

Passar mais de treze horas dentro do avião só fez com que eu ficasse mais angustiado. A cada segundo as imagens de Joana saindo de Paris cheia de seguranças vinham na minha cabeça.

Quando enfim pousei em solo norte americano, minha ansiedade para ver ela só triplicou. Nada parecia colaborar comigo, pegamos engarrafamentos, as sinaleiras pareciam esperar por nós para mostrar o sinal vermelho e as pessoas queriam atravessar a rua toda hora.

Ao chegar na casa da mãe dela, eu tive que passar por uma revista antes de conseguir pisar dentro da residência. Quando fui levado a sala de estar encontrei a mãe dela e mais duas irmãs. Kendall e Khloe estava lá.

- Onde você se enfiou que não estava com ela? – a mãe delas já me recebe assim.

Eu fico parado olhando para ela.

- Você sabe o que eles fizeram? Sabe que um deles queriam estuprar ela? Sabe que ela está trancada no quarto em pânico? Eu estou te odiando ainda mais por ter deixado ela sozinha! – Kris grita.

Eles tentaram... essa informação me atinge em cheio.

As filhas apoiam ela.

- Mãe, calma. – Kendall pede.

- Ele não tem culpa, não foi ele quem deixou tudo isso acontecer. – Khloe diz.

Kris respira fundo e se joga no sofá.

- Ok, eu só me descontrolei. – ela fala.

Eu não consigo dizer uma palavra.

- Me desculpa garoto, mais eu precisava descontar minha indignação e jogar a culpa em alguém... infelizmente você foi o sorteado. – ela diz.

- Tudo bem. – murmuro.

- Eu não gosto de você e se minha filha não te contou isso é porque ela gosta de você. – ela começa a falar.

É, ela não me falou isso.

- Uma mãe sempre quer o melhor para os seus filhos e você não me parecia o melhor para ela, quer dizer, ainda não parece. Confesso que torcia muito pelo Manuel, mais parece que você foi mais rápido e roubou o coração dela. Continuarei não gostando de você por “ns” motivos, mais passarei a te suportar se você conseguir fazer ela voltar o que era antes... – ela diz e começa a chorar.

Engulo a seco.

- Eu não consigo enxergar a minha filha, não tem alegria, não tem sarcasmo, não tem loucura... apenas vá lá e a traga de volta. – ela diz chorando.

Khloe e Kendall sinalizam para a escada.

- Vá para a esquerda, o nome dela está na porta do quarto. – Kendall diz.

Balanço a cabeça positivamente e subo as escadas. Sigo para a esquerda e procuro pelo nome de Joana. A cada porta, tinha uma plaquinha com o nome de suas irmãs, elas eram decoradas, provavelmente pelo gosto de cada uma e quando eu achei a de Joana, o nome dela era puxado por uma carruagem.

Encostei minha testa na porta do quarto e respirei fundo antes de entrar.

Ao abrir a porta, o ranger dela denunciou minha entrada.

- Mãe? É você? – escuto a voz amedrontada de Joana.

Eu paro de andar.

- Mãe? Mãe? Se não for você eu vou gritar. Aqui está cheio de seguranças! – ela diz mais alto.

- Mon cher. – digo baixo.

- Karim? – ela pergunta.

Tomo coragem e apareço para ela. Quando ponho meus olhos nela, eu não consigo a reconhecer. Ela estava despenteada, com olheiras e com as pernas encolhidas e abraçada com o cobertor.

Minhas pernas vacilam um pouco, mais eu vou para perto dela.

- O que você está fazendo aqui? – ela pergunta.

Me sento na cama dela e passo a mão em seu rosto.

- Vim ficar com você. – digo.

- Mais você estava bravo... – a interrompo.

- Eu fui idiota, mais agora não é hora de falarmos disso. – falo e acaricio a maçã do seu rosto.

Ela balança a cabeça positivamente concordando comigo.

Fico sem saber o que falar, porque a única coisa que vinha na minha cabeça era a situação que ela tinha passado.

- Rolly está com o Gressy. - digo a primeira coisa que passa na minha cabeça.

Ela sorri um pouco.

- Vai destruir os sapatos do tio... – ela diz.

- E enlouquecer ele junto com Melia. – completo.

Ela ri.

Apesar de ri, os seus olhos não estavam tão vividos como sempre.

- Deita aqui comigo... – ela pede.

- Claro. – digo.

Tiro os meus tênis e me ajeito ao seu lado.

- Seu olho está um pouco roxo. – ela diz observando meu rosto.

- Vai ficar assim por algum tempo, mais está tudo bem comigo. – digo.

Ela me abraça e deita a cabeça em meu peito.

- Benz... – ela chama.

- Oi.

Ela fica calada.

- O que foi? – pergunto.

- Tem mesmo muitos seguranças ai fora? – ela pergunta.

- Tem, por que? – pergunto.

Ela suspira.

- Não precisa ter medo, ok? Sua mãe contratou um monte de gente para a segurança e eu estou aqui... não vou deixar nada acontecer com você. – digo tentando passar confiança para ela.

Passo a mão no cabelo dela e ela me aperta mais um pouco.

- Não me deixa... – ela pede baixinho.

- Ei... olha para mim. – peço.

Ela demora um pouco, mais levanta a cabeça para me olhar. Seu nariz estava começando a ficar vermelho e as lagrimas começavam a escorrer pelo seu rosto.

- Nem se eu quisesse fazer isso eu iria conseguir. – digo.

- Mais você ficou sem falar... – a interrompo.

- Eu queria te punir por algo que não era culpa sua... você sabe que eu sou idiota na maioria das vezes... – digo e passo a mão no seu rosto para secar as lagrimas que escorriam.

Ela sorri um pouco.

- Te amo. – digo.

Ela fica parada me olhando.

- Você falou... – ela para de falar.

- Sim, eu disse que te amo. – digo e a puxo para mim.

Talvez essas palavras presas fosse o que tanto me angustiava.

Ela me aperta.

- Eu também te amo Benz... – ela diz.

Uma sensação de alivio toma conta do meu corpo.