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História My Girl, My Woman - Leitura


Escrita por: Lady_MarpleSwan

Notas do Autor


Heeeey passarinhos.
Faz tempo eu sei, sorry.
Mas... são tempos difíceis.
Vou tentar att mais vezes.
Espero que não desistam.
Acho que o cap ficou meio grandinho.
Eu fiz pelo cel, se tiver muitos erros peço desculpas.

Espero que gostem do cap ^^
O comecinho é continuação do cap anterior.

Boa leitura ^^

Capítulo 6 - Leitura


- Essa sua cama é macia mesmo, eu achei que só existia nos filmes.
- Sam comprou há quase um ano, ele já quer trocar.
- Agora entendi porque vocês fornicam tanto. - disse Clarissa se colocando entre as pernas da irmã.
Esther riu antes de dizer:
- Ah, sua boba, a cama não interfere muito nesse quesito.
- Hmm...
- Mas... - fez Esther conseguindo ficar por cima da irmã com as pernas em volta de seu quadril. - Se você acha que ajuda tanto assim, eu te dou uma igual.
- Eu não sabia que lutava.
- Eu não luto.
- Não vai me dizer que consegue fazer isso com um homem do tamanho do Satan?
- Claro que eu consigo, não ouviu aquele ditado? Na horizontal somos todos iguais.
- Ah, Esther não começa com esses assuntos não, nojentos. - pediu Clarissa tentando empurrar a irmã.
- Eu poderia te ensinar a lidar com o Arnold. - disse Esther fazendo-a deitar novamente.
- Eu já sei lidar com ele. E deixa eu sair sua chata, eu vou quebrar sua unha e não adianta chorar.
As duas começaram uma pequena luta corporal, claro que nada grave, era apenas duas irmãs brincando uma com a outra. As duas rolaram pela cama e acabaram caindo no chão as gargalhadas.
- Você é tão chata. - resmungou Clarissa.
- E eu te amo tanto. - disse Esther.
As duas levantaram e Esther olhou-se no espelho.
- Está bonita, madame. Eu já disse que acorda bonita.
- Eu preciso trocar de roupa.
- Mas isso já não é um vestido de festa?
- Isso é uma camisola, Cissa. - respondeu Esther rindo.
-Arrg. - fez Clarissa revirando os olhos.
Esther levou cerca de quinze minutos para se aprontar.
- Você trouxe a Claire?
- Hoje não, mas juro que trarei no fim de semana.
  Esther sorriu e segurou a mão da irmã e juntas desceram as escadas.
- Quantas pessoas irão tomar café da manhã conosco? - perguntou Clarissa quando chagaram á mesa.
- Só nós duas, Sam e Barth.
- Ah, onde ele está?
- Deve estar com Sam. - respondeu a irmã mais velha.
- E como ele é?
- Hmm, ainda não sei. Mas não parece ser tão problemático.
- Andando com Sam, vai ficar.
Clarissa percebeu o prato de Liesel, mas não comentou nada.
Sam chegou acompanhado de Barth.
- Bom dia, querido. Bom dia, Barth.
- Bom dia. - respondeu Bartholomew.
Clarissa limpou a garganta.
- Ah, Clarissa, ainda está ai.
- Sam! - fez Esther.
- Teté, não vai nos apresentar?
- Claro, Barth essa é minha irmã Clarissa, e Cissa esse é o Bartholomew ele vai morar conosco por uns tempos.
Os dois trocaram um aperto de mãos para se cumprimentarem.
- O que irão fazer hoje? - perguntou Esther.
Barth não ouviu a resposta, sua atenção estava voltada ao prato a mais na mesa. Por um momento pensou que a filha de Clarissa estivesse na casa. Mas então lembrou das fotos pela casa, e do que Sam havia dito sobre a filha que eles haviam perdido.
Bartholomew voltou a atenção para a conversa novamente, Esther conversava animadamente com a irmã. E tudo que Barth havia pensado em fazer para inferniza-la não lhe parecia mais justo, ele não queria mais magoa-la, ela era tão doce, tão serena, tão linda, que não merecia suas travessuras. Mas com Sam seria diferente.
- Por favor, Clarissa. Faça isso por mim.
Clarissa revirou os olhos.
- Está bem, está bem, como você é chata.
- E qualquer dia quando Hannah estiver aqui, poderíamos sair nós quatro. Claire e você, e Hannah e eu.
- Sim, Esther. Se não tiver problemas, não é. - disse Clarissa olhando para Sam.
- E qual seria o problema? - perguntou o homem.
- É claro que não tem problema.
- Hmm... - fez Clarissa.
- Eu irei trocar de roupa. - disse Esther.
- Outra vez?
- Eu não vou sair com esse vestido.
- Fresca.
Sam levantou-se.
- Bartholomew, um homem sempre deve levantar antes de uma dama retirar-se da mesa.
- Por quê?
- Uma questão cavalheirismo.
Barth não rebateu, apenas levantou-se. Esther sorriu para o marido e o garoto, e saiu arrastando a irmã.
- Quer trocar de roupa? Tenho vestidos que ainda não usei.
- Não.
- Um lenço?
- Não, Esther.
- Óculos escuro então?
- Óculos pode ser.
Esther sorriu e puxou a irmã até o closet.
- Os óculos estão naquela gaveta. Pode escolher o que você quiser.
  Esther escolheu um vestido amarelo com um cinto branco, e os sapatos de salto branco. Clarissa pegou um livro enquanto esperava a irmã arrumar-se.
- Estou pronta. Vamos?
- Finalmente.
As duas passaram o dia fazendo algumas compras. Embora Clarissa odiasse fazer isso, estava fazendo um esforço pela irmã. Cissa podia imaginar como seria se a sobrinha estivesse viva, provavelmente as duas sairiam muito para fazerem compras, podia imaginar o quanto Liesel seria linda e vaidosa.
As vezes Clarissa ainda não conseguia pensar que a sobrinha estava morta, que estava embaixo da terra. Toda vez que entrava na casa da irmã era como se Liesel fosse ao seu encontro lhe convidado para o jardim, ou querendo pintar suas unhas, a chamando para um chá com bonecas.   Esther parecia tão frágil, como se fosse desabar a qualquer momento, então não custava passar algumas horas ao lado dela, mesmo fazendo algo tão chato.
- Obrigada pelo dia de hoje, Cissa. De coração, eu sei que você não gosta muito disso, então muito obrigada. - agradeceu Esther já em frente a casa da irmã.
- Ahm, tudo bem, Esther.
- Eu sinto muito sua falta.
- Eu também sinto a sua, Teté.
Esther abraçou a irmã com força.
- Eu não posso te perder, Cissa. Não posso. Não vai sobrar nada de mim se você me deixar. Desculpa se eu te decepcionei. Um dia você vai entender o que fiz. E espero que me perdoe. Eu te amo tanto, tanto minha maninha.
- Do que está falando, sua maluca? - perguntou Clarissa sem entender.
- Só estou dizendo que te amo, e que faria qualquer coisa por você. Qualquer coisa mesmo.
- Eu também faria qualquer coisa por você, mesmo você tendo tornado-se essa madamezinha fútil e sem graça. - disse Clarissa saindo do abraço da irmã.
- Um dia vai entender, minha menininha.
- Esther você fala como se eu tivesse cinco anos.
- Não importa quanto tempo passe, você sempre vai ser a minha menininha.
- Só temos um ano de diferença. Quando eu era uma menininha, você também era uma menininha.
- Eu sou a mais velha, então você era a minha menininha sim. Minha menininha doce e rebelde. Que sempre soube o quis. Mamãe teria muito orgulho de você. Vocês são tão iguais. E eu faria qualquer coisa para ter morrido no lugar dela aquele dia. Qualquer coisa. - dizia Esther fazendo um carinho no rosto da irmã.
- Não vamos falar disso. Eu tenho que entrar. - pediu Clarissa lembrando das vezes que disse á irmã que ela deveria ter morrido no lugar da mãe.
Esther assentiu e deu mais um abraço na irmã.
- Eu ligo para você mais tarde. - disse Clarissa ao sair do carro com suas sacolas.
Esther assentiu e mandou um beijo para irmã. Clarissa apenas acenou.
O motorista deu partida e Esther segurou-se para não chorar durante a volta, era como se uma ferida se abrisse toda vez que ela despedia-se de Cissa. Quando chegou em casa foi para o escritório do marido.
- Demorou mais que eu imaginava.
- Desculpa, querido. Eu não vi a hora passar.
O homem a encarou.
- Você passou muito tempo fora com sua irmã, Esther. Eu não quero que ela enfie as idéias malucas dela na sua cabeça.
- Ela não conseguiu anos atrás, como conseguiria agora?
- Hmm...
  Esther caminhou até marido e sentou-se no colo do mesmo.
- Você não confia em mim?
- Eu não confio nela, e não gosto que encha sua cabeça de bobagens. As vezes acho que ela não te faz bem.
  Os olhos de Esther marejaram e ela abraçou-se ao marido.
- Sam, por favor não me peça para afastar-me da minha irmã. Por favor. Depois de você, a Clarissa é tudo que tenho, Emília e papai estão longe. Eu perdi uma mãe e minha filha, por favor não peça para esquecer minha irmã. - pediu Esther sem conseguir conter o choro.
Sam fez a esposa levantar-se e ficou de pé também.
- Eu também perdi uma filha, Esther. Se caso não me traiu, Liesel era nossa. As vezes você fala como se eu não sentisse a falta de dela, a dor não é apenas sua. Você acha que eu não queria abrir a porta dele quarto e ver a minha filha lá brincando ou pintando as unhas com esmalte? Ou agora que ela seria adolescente, acha que eu não gostaria de vê-la ao telefone tagarelando com as amigas? Saindo para comprar vestidos e maquiagem. É isso que você pensa? Está sendo muito egoísta, Esther.
- Não foi isso que eu quis dizer, Sam. Me desculpe, eu só...
- Desculpas não vai mudar o que você disse. E se a sua mãe não fosse uma inconseqüente maluca ainda estaria viva. Agora vá lavar o rosto e depois desça para o chá da tarde.
- Eu não estou com fo... - Esther parou no meio da frase devido ao olhar que recebera do marido.
- Ia dizer alguma coisa?
A mulher apenas negou.
Samuel caminhou até a porta e abriu, mas esperou a esposa passar.
- Estarei esperando á mesa.
  O general saiu do corredor e foi até o quarto de Barth, bateu três vezes na porta e abriu.
- Bartholomew, já pode descer para o chá da tarde.
- Sim senhor.
Os dois desceram juntos e aguardaram Esther que chegou três. minutos depois. Barth sentiu o coração acelerar ao vê-la chegando, se ele não tivesse escutado atras da porta, não diria que ela tinha chorado.
- Boa tarde, Barth.
- Bo-boa tarde, mada-dame.
Sam levantou-se para puxar a cadeira para esposa.
- Obrigada, querido.
Sam apenas assentiu.
- E então Barth, como foi o seu dia?
O garoto não conseguiu responder.
- Ela lhe fez uma pergunta.
- Eu fiz exercícios.
Esther apenas sorriu.
- Então coma bastante querido, precisa recuperar suas forças.
O garoto assentiu, pensando que no lugar de Sam teria feito tudo para ela sorrir novamente.
- Coma alguma coisa Esther.
A mulher assentiu e serviu-se de uma fatia de torta e um pedaço de bolo. O três fizeram a refeição em silêncio.
- Descanse por meia-hora,Bartholomew. Depois faça aquela lista de exercícios físicos que passei. Logo lhe apresentarei o colégio que irá estudar. Esther lhe passará deveres de casa.
- Eu não sabia que ela era professora.
- Ela não é. Ela não precisa trabalhar, mas ela é tão inteligente quanto uma.
- Bondade sua querido.
- E não pense que terá regalias lá por estar aqui.
- Ele é o dono do colégio. - sussurrou Esther.
Samuel assentiu.
- Sim senhor.
- Preciso me retirar querido.
Barth logo levantou-se assim como Samuel.
Esther subiu para o quarto e foi direto para o banheiro, ergueu a tampa do vaso sanitário e ajoelhou tossiu um pouco após vomitar.
- O que houve? - perguntou Sam.
- Nada, eu estou bem.
  O homem negou com a cabeça e pegou um lenço para limpar a boca da esposa. Sam a colocou sentada e abriu seu vestido.
- Esta respirando melhor?
- Sim.
- Você não deveria ter comido tanto.
- Acho que você tem razão.
Samuel assentiu e tirou os sapatos da esposa.
- Eu estou bem, Sam.
Samuel não deu ouvidos á esposa e continuou a preparar o banho na banheira.
- Quer ajuda? Posso te dar um banho. - ofereceu o homem com um sorriso de lado.
- Bobo. Não precisa.
- Você tem certeza?
- Sai daqui Samuel, você não vai conseguir nada agora.
- Está bem, nervosinha. Então eu vou mandar fazer um chá.
Esther apenas assentiu.
- Eu vou para o escritório, se precisar de mim estarei lá.
A mulher sorriu e recebeu um beijo na testa. Samuel saiu do banheiro e antes de ir para o escritório deu as ordens ás empregadas.
 
O jantar ocorreu em silêncio, e depois foram para uma das salas que tinham televisão.
Depois de duas horas Sam desligou a TV.
- Hora de dormir Bartholomew.
  O garoto apenas assentiu e saiu da sala.
O casal subiu para o quarto e Sam foi para um banho, depois de escovar os cabelos Esther sentou-se na cama e pegou uma revista. Lia um artigo sobre beleza.
- Você não precisa disso. - disse Sam que havia saido do banho, estava somente com a calça do pijama.
- É claro que eu preciso.
  Sam negou com a cabeça e puxou as pernas da esposa para baixo de modo que ela ficasse deitada e não mais sentada.
- Você não quer ler isso. - disse o homem apoiado nos braços.
- Não?
- Não.
- O que eu quero,  então? - perguntou Esther entre os braços do marido.
O homem não respondeu apenas deu algumas mordidas no pescoço da esposa, fazendo-a gemer baixinho.
- Respondeu a si mesma.
Rapidamente o homem abaixou-se ainda beijando a esposa.
- Acha que é isso que eu quero?
- Eu tenho certeza. - disse Sam enquanto a despia.

Cerca de três horas depois, Sam ainda não tinha dormido, pensava na conversa que tivera com a esposa horas atras e sobre a falta que a filha lhe fazia. Samuel não podia mentir para si mesmo, e sempre deixou claro que queria um filho homem. Mas isso não significava que ele não amava sua pequena dama.

                **Flashback on**

  "A semana havia sido difícil, muitos homens haviam morrido em campo, Sam havia presenciado muitas mortes, e ajudado a carregar muitos corpos. Mas agora ficaria uns dias longe disso. Sam chegou em casa e depois de um banho ia para o quarto, mas uma música lhe chamou a atenção.
Esther tocava ao piano e Liesel cantava uma canção.
- Papai! - fez Liesel feliz ao ver o pai.
A pequena correu até o pai e o abraçou.
- Eu tava com saudades papai.
- Estava, Liesel. - corrigiu Sam levantando com a filha.
- Sim, estava.
A garotinha passou os braços ao redor do pescoço do pai e recebeu um leve carinho em troca.
- Olha o meu vestido novo, papai.
Samuel apenas assentiu.
- Papai vamos no jaidim vê as floles?
- Lilica seu pai está cansado, deixe-o descansar. - pediu Esther levantando e indo em direção ao marido.
- Sua mãe está certa, Liesel.
- Mas, papai elas tão lindas.
- Não insista, Liesel. - pediu Sam.
- Venha querida, deixe o papai em paz, sim?
Esther pegou a filha no colo e lhe deu um beijo.
- Ouça a sua mãe.
  A garotinha apenas assentiu.
  
           ***

  Liesel brincava com suas bonecas na sala de brinquedos. Samuel entrou e sentou-se em uma poltrona.
- Oi papai.
- O que está fazendo?
- Bincando. Quer bincar comigo?
- Eu sou homem Liesel, eu não brinco com essas coisas.
- Então vamos bincar de tomar chá.
Liesel correu até a mesinha e pegou uma pequena xícara.
- Tó.
- É uma xícara vazia, Liesel.
- Você tem que imaginar, papai.
Sam não respondeu e colocou a xícara no colo.
- Vamos pintar quadlos?
- Eu não quero me sujar.
- Então vamos lá no jaidim, tem umas flo...
- Isso é coisa de mulher.
- Mas o Sr. Sintle. ... é homem, e cuida do jaidim. - disse Liesel com as mãos na cintura.
- Ele é pago para fazer isso. -respondeu o homem.
- Espela aqui.
Liesel saiu da sala de brinquedos deixando o pai sozinho. Voltou correndo cerca de dois minutos depois.
- Eca, isso é nozento papai. - disse Liesel referindo-se ao charuto do pai.
- O que foi fazer?
- Eu fui peigar meu poiquinho de dinheilo.
- Para quê?
- O senhor disse que o Sr. Sintle fica no jaidim poique é pago, então eu peguei dinheilo. - respondeu a garotinha erguendo o cofrinho frente ao pai.
- Guarde o seu dinheiro Liesel. Sua mãe já não passa tempo bastante com você no jardim?
- Mas eu quelia passar com o senhor também. Eu sinto saudade.
- Estamos aqui agora, e você está desperdiçando o tempo tagarelando coisas desnecessárias. - disse Samuel firme antes de dar uma tragada no charuto.
- Não glita. - pediu a pequena tossindo devido a fumaça do charuto.
- Eu não gritei.
- Estagou minha boneca, se o senhor não quer bincar não binca, mas plecisa estagar não. - reclamou Liesel ao ver o rosto da boneca queimado pelo charuto.
- Olha como fala comigo Liesel Frida Lundstreen. - fez Samuel levantando e quebrando a pequena xícara.
- E quebou minha xiclinha. Vai estagar tudo?
- Eu não aceito a forma que está se dirigindo a mim, mocinha.
  Liesel apenas pegou a boneca e saiu correndo chorando e chamando pela mãe.
Sam respirou fundo e foi atrás da filha, mas ao chegar no quarto da pequena percebeu que Esther já estava lá.
- Meu amor, o papai não fez por mal.
- Ele não me ama.
- É claro que ele ama você.
- Mas ele nunca blinca comigo, nunca fica comigo, eu dei dinheilo pá ir comigo no jaidim e ele não foi, e ele fuma aquela coisa nozenta.
- Mas ele ama sim, filha. Ama muito. Acontece que o papai é homem. As coisas que ele gosta são diferentes das coisas que nós gostamos.
- Mas...
- Lilica não devemos incomodar o papai, ele trabalha muito. E quando está em casa temos que deixa-lo em paz. Temos que ser gratas á ele, e você tem que ser boazinha.
- De você ele gosta, de mim não. Ele quelia que eu fosse menino, não é?
- Para de pensar bobagens querida. E não chore mais. Quando chove você acha que o sol nunca mais vai aparecer?
Liesel negou com a cabeça.
- Então não precisamos ouvir toda hora que o papai nos ama. Quer dormir um pouquinho?
Liesel assentiu.
Esther deu um beijo na filha e cantou uma canção de ninar. A menininha dormiu e a mulher saiu do quarto.
- Eu vou dar uma boneca nova para ela. - disse Sam que ouvira toda conversa.
- Eu acho que não precisa.
- Ela é muito nervosinha para o meu gosto. - resmungou Sam.
- E a quem ela puxou nisso, hein general Lundstreen?
O homem limpou a garganta, e Esther sorriu.
- Eu vou até a loja.
- Tudo bem, querido.
Depois de algumas horas Liesel ainda estava na soneca, até Sam sentar-se na cama e acorda-la.
- Oi papaizinho.
- Já se acalmou?
A pequena assentiu.
- Deculpa, papai.
- Você é igualzinha sua mãe quando fica brava. - disse Sam, mesmo sabendo que aquele temperamento era dele.
Liesel sentou-se na cama e encarou o pai.
- Isso é para você.
Samuel colocou o embrulho em cima da cama. Liesel sorriu e abriu o presente.
- Que boneca linda, papai. Obigada.
- Tem umas xícaras também, e uma fita para por na cabeça. - Samuel disse colocando uma outra sacola na cama da pequena.
Liesel ficou em pé na cama e abraçou o pai.
- Me ajuda ablir?
Sam assentiu e ajudou a filha a tirar os brinquedos da embalagem.
- Ela vai chamar Lily. - disse Liesel passando a mão no cabelo ruivo da boneca. - Ela palece Lily não palece?
- Se você diz.
- Me ajuda po a fita?
- Eu não sei fazer isso, Liesel.
- Só segula meu espelo.
A pequena pegou o espelho de mão que estava no criado-mudo ao lado e fez o pai segurar.
- Meu espelo de moça.
- Espelho de quê, menininha? - perguntou Sam segurando o espelho que tinha a letra L na parte de trás.
- De moça.
- Mas você não é moça.
- Sou sim.
- Não, não é.
- Mas eu vou clescer.
- Quem disse?
- Eu. - respondeu a pequena ajeitando a fita.
- Está enganada.
- Hmm... - resmungou Liesel.
- Com licença, senhor. A madame Lundstreen os aguarda. - fez uma empregada.
- Vamos, Liesel. - fez Sam guardando o espelho.
- A Lily pode ir? Pô favor paizinho bonitão.
  Liesel sorriu eu deu um beijo no pai.
- Você é igualzinha a sua mãe mesmo.
  Liesel sorriu novamente e ganhou um beijo do pai.
- Minha pequena dama.
O homem levantou com a filha no colo e pegou a boneca.

  ***

A chuva caia forte aquela noite, Sam lia um livro em sua cama, Esther não estava nela, pois estava ajudando o pai a cuidar da irmã mais nova. Um trovão fez o quarto clarear por alguns segundos.
- Quem é? - perguntou o homem ao ouvir batidas na porta.
- Eu!
Sam levantou-se e a abriu e antes de olhar para baixo Liesel passou por de baixo de suas pernas e pulou na grande cama.
- Posso ficá?
O homem esperou um pouco para responder.
- Poi favô, bonitão. - pediu a pequena.
- Agora pode.
Liesel sorriu contente.
Samuel fechou a porta e voltou para a cama.
- Cuidado com a Kika, papai. - pediu Liesel referindo-se a elefantinha rosa de pelúcia.
- Quem disse que podia trazer esses brinquedos para a cama, Liesel Frida?
- Eu sei que o senhor deixa, não é?
- Hmm...
Liesel sorriu balançando o corpinho.
- Lindo. 
- Esther em miniatura.
- Quando eu clescer, acha que vou ser linda igual ela?
- Vai sim. - respondeu Sam esticando as pernas.
- Não vai fumar não, não é? - perguntou Liesel.

O homem apenas negou com a cabeça.
- Eu quelo casá com um homem glande e foite igual o senhor.
- E quem disse que você vai casar?
- Eu vou sim. - respondeu Liesel sentando nas pernas do pai.
- Não vai não. - repetiu Sam.
- Poi quê não? - quis saber a pequena.
- Porque eu não vou deixar. Eu vou fazer todos que olhar pra você virarem adubo.
- Mas o vovô Gel deixou a mamãe casá com o senhor.
- Mas você vai ser freira.
Liesel colocou as mãos na cintura.
Sam sorriu, ela era tão parecida com Esther.
- Eu só deixaria você casar se fosse comigo.
- Então plá quem que você vai pedir minha mão?
- Para mim mesmo.
Liesel riu.
- Vai ser englaçado.
Samuel sorriu.
- O que o senhor e a mamãe fazem de noite aqui?
- Ahmm... Nós fazemos leitura.
- Então a noite o casados só ficam lendo?
- Sim.
- A mamãe lê muito?
- Sim, mas já chega desse assunto sim? Você e sua mãe parece que competem para ver quem é mais tagarela.
- Eu estou com saudade do vovô Sam.
- Ele disse que vai te visitar em breve.
- Papai?
- Sim?
- Eu te amo. Nunca esquece disso, tá?
O homem apenas assentiu.
Liesel aconchegou-se perto do pai.
- Conta uma histolia, papai.
- Eu não sei história de menina.
- Como senhor conheceu a mamãe?
- Eu conheço a sua mãe desde que ela era do seu tamanho.
- O senhor já ela glande?
- Ninguém nasce grande, Liesel.
- Hmmm... continua.
- Sua mãe era a menininha mais linda de todas. Ela gostava de usar laços no cabelo, e os vestidos dela estavam sempre limpos.
- Ela palecia eu?
- Parecia sim. E ela amava flores também. Então o tempo ia passando e sua mãe ficava cada vez mais bonita, e quando ela já era uma moça e eu um rapaz. Eu pedi para ela ser a minha namorada e ela aceitou. E depois eu a pedi em casamento.
- E ela disse sim, não é?
- Isso.
- E agola vocês vão viver felizes pá semple. - disse Liesel sorrindo. - Igual plíncipe e pincesa.
Samuel assentiu.
- Deita, papai.
O homem apagou a luz e deitou-se, Liesel logo ajeitou-se ficando com a cabeça no ombro dele.
- Eu te amo paizinho. - sussurrou Liesel.
A pequena deitou em cima do pai, e recebeu um carinho nos cabelos em troca.

   ***

  Esther estava sentada no pequeno sofá branco, segurava sua pequena e mais valiosa jóia. A recém mãe admirava cada detalhe do rostinho delicado da filha que nascera há poucas semanas.
Sam entrou no quarto e sentou-se ao lado da esposa.
- Como você está?
- Ótima. Estamos ótimas.
- Ainda está sangrando? - perguntou Samuel.
- Sim, mas é normal.
- Hmm...
- Seu pai ainda está muito nervoso.
- Logo passa, você vai ver.
- Sua mãe também não ficou feliz.
- Não seja boba Esther.
- Eu sinto muito.
- Não tem que sentir. A menina é resistente e saudável. Eles irão aceita-la, vai ver. Logo a senhora Margaret estará caindo de amores, e irá querer leva-la aos salões de beleza.
- Mas...
- Ela parecer com você. E sei que vai cria-la para ser uma boa mulher honrada, recatada e cristã igual á você. E eu vou amar, honrar e proteger as duas.
  Esther sorriu, e Sam lhe deu um beijo na mão e depois deu um beijo no pézinho da filha. A bebê sorriu.
- Eu juro que vou dar o seu filho homem. - sussurrou Esther.
- Não.
- Eu quero, Sam. Eu não me importo em morrer por isso.
- Eu não iria cria-los sem mãe, Esther. A menina vai precisar de você. Você não pode ter outro filho. E não vai ter outro filho. Eu não quero um filho homem se não for pra cria-lo ao seu lado. 
- Me perdoe, querido. Me perdoe por ter me tornando inválida.
- Você não está inválida. Eu vou me adaptar com a menina.
- Mas eu sou uma inútil. - lamentou Esther.
- Para com isso, Esther. Não é o fim do mundo. E quem sabe achem a cura para o seu problema? O médico disse que você não pode passar nervoso, pode secar o leite.
- Se você você quiser que eu vá embora com a menina, eu irei entender.
- Eu fiz uma promessa. Na saúde e na doença.
Esther abriu a boca e iria dizer alguma  coisa. Mas Sam a interrompeu.
- Você quer que eu chame a babá?
- Agora não, querido.
Liesel mexeu-se um pouco antes de chorar.
- O-o que ela te-tem? Eu vou chamar o médico.
Esther riu baixinho.
- Ela só está com fome.
-Então eu vou chamar a cozinheira.
Esther riu novamente ajeitando a filha para mamar.
- Por enquanto eu serei a cozinheira dela. Ela vai mamar por muito tempo.
- Hmm... - fez Sam.
A mulher sorriu enquanto fazia carinho na cabeça da filha.
- Você fica linda assim amamentando.
- E nós amamos você, bonitão.
Sam deu um sorriso de lado antes de dar um beijo na esposa.

            ***Flashback off***

Samuel sentiu a garganta apertar, e uma dor no peito. Esther estava ao seu lado de costas para ele. O homem suspirou e puxou a esposa para os seus braços.
- Sam? - sussurrou Esther.
- Shii...
A mulher assentiu e aconchegou-se nos braços do marido.
- Esther? - chamou o general.
- Hmm? - respondeu a mulher meio sonolenta.
Samuel fez uma pausa antes de falar. Perguntaria sobre Liesel, mas anulou a idéia.
- Quer jantar fora amanhã?
- Não.
- Precisava responder assim? - perguntou o homem.
Mas Esther não respondeu.
- Esther? Está acordada? Tetéia?
Novamente não houve respostas. Sam puxou o cobertor e abraçou a esposa.
  Samuel foi o primeiro a acordar na manhã seguinte e ficou fazendo carinho no quadril e na coxa da esposa ainda despida.
- Bom dia, querido.
- Bom dia, nervosinha.
- O que eu fiz?
- Você não lembra?
Esther negou com a cabeça.
- O que eu fiz?
O homem não respondeu.
- Diga, Samuel. - pediu Esther colocando as mãos na cintura.
Samuel sorriu e abraçou a esposa.
- Você é linda pela manhã, sabia?
- Só de manhã?
- De manhã... De tarde... De noite... De madrugada, vinte e quatro horas por dia. - a cada pausa o homem dava um beijo na esposa.

Barth estava a quase uma hora aguardando o casal. Não entendia como uma mulher tão doce, gentil, calma, e perfeita como Esther, podia ser casada com alguém como Samuel.
  O garoto olhava para o prato a mais na mesa. Tinha visto fotos pela casa, desde a garotinha bebê até cerca de sete ou oito anos. Barth deduziu que provavelmente ela deveria ter morrido com aquela idade. Só não sabia quando ou como, nem ao menos o nome da menina. Só que ela era parecida com Esther, como os olhos e os cabelos. Deveria ser um pequeno anjo.
- Bom dia, querido. - fez Esther chegando.
- Bom dia, garoto.
- Bom dia. - respondeu Barth.
Samuel puxou a cadeira para a esposa sentar.
- A senhora caiu? - perguntou Barth á Esther.
- Por que a pergunta? - quis saber Samuel.
- Ahm... está com marcas nos ombros e pescoço.
  Esther sentiu o rosto corar.
- Ela esta bem. - disse Sam.
- Sim, eu estou. Obrigada por se preocupar. - agradeceu Esther sorrindo.
 

           ~~Bartholomew P.O.V On~~

   Ela disse que estava bem, eu apenas assenti. O vestido dela era amarelo, estava linda. Eu não podia olha-la por muito tempo, é uma tarefa quase impossível. Por que ela tinha que ser tão bonita? Como Sam havia conseguido casar com uma mulher igual á ela? Doce e linda como um anjo.
  Aquelas marcas na pele dela ainda me intrigavam. O que poderia ser aquilo? Lembro-me que tempos atrás vovó Meg permitia casais na pensão, e algumas moças apareciam com essas marcas no pescoço e ombros, sendo que nas noites anteriores eu ouvia barulhos vindo dos quartos deles. Eu vou tentar me esconder no guarda-roupa do quarto deles para saber o que acontece.
- E então, o que irão fazer hoje? - ela perguntou.
A voz dela era tão bonita e doce que eu gostaria de ouvi-la para sempre.
- O de sempre. - respondeu Sam.
Ela sorriu, um sorriso lindo e maravilhoso.
- Está ansioso para as aulas, Barth?
Eu simplesmente amava a forma que ela falava meu nome.
- Aham... - foi a única coisa que consegui dizer.
- Responda direito, moleque. - pediu Samuel.
- Sim senhora.
- Eu o colocarei em uma escola de etiqueta também. Você deve aprender a se portar em eventos sociais e jantares.
- Sim senhor. - disse de má vontade.
  Etiquetas? Etiquetas não são aquelas coisas pregadas nas roupas? Mas achei melhor não contestar. 
Ficamos em silêncio por uns minutos.
- Com licença, general. O pai do senhor está ao telefone.
  O pai dele ainda era vivo? Então deveria ter mais de cem mil anos.
- Você tem um sorriso muito bonito, Barth.
Quando percebi estávamos apenas o anjo e eu.
- O-obriga-gado.
- Eu vou falar com as meninas na cozinha. - disse ela.
Eu rapidamente levantei para puxar sua cadeira, como Samuel fazia.
- Você é muito gentil, meu rapazinho. - ela falou pondo a mão no meu rosto.
Se eu morresse nesse momento não iria me importar. Ela é perfeita, mas seus belos olhos carregam um rastro de tristeza. Provavelmente pela filha que perdera.  O andar dela também era lindo, eu queria segui-la até a cozinha, mas não tinha uma desculpa pra isso. Fiquei ali parado ainda sentia o perfume dela."

          ~~P.O.V Bartholomew Off~~

  Esther ficou alguns minutos na cozinha conversando com as empregadas. E ficou feliz ao saber que Hannah estaria ali em breve.
- Madame?
- Sim, Martha?
- O patrão aguarda a senhora no escritório.
- Obrigada, querida. Me dêem licença meninas.

- Me chamou, general?
- Sim, madame.
- Sim?
- Eu recebi uma outra ligação.
  Esther fez um aceno de cabeça para que ele continuasse.
- Sente-se aqui comigo.
  A mulher sorriu e sentando-se em seu colo.
- Agora fale, querido.
- Eu primeiro lugar terei que sair por uns dias á trabalho.
- E o garoto.
- Bom se ele lhe der trabalho o tranque na sala de tortura.
   Esther riu.
- Acredito que não ficarei fora muito tempo.
- Eu acho melhor mesmo.
- Eu sei que você não aguenta ficar longe de mim por muito tempo. E a segunda coisa é que quando eu voltar, meus pais passarão um tempo conosco.
  Esther apenas assentiu.
- Quando que você irá?
- Amanhã.
  A mulher fechou os olhos e abraçou o marido.
- Você mal chega e vai embora.
- Eu não estou indo embora, Esther.
- Você sabe que uma parte minha vai com você, não sabe?
- E parte minha fica aqui.
- Eu tenho tanto medo.
- Não tenha, minha Teteinha. Eu sempre volto pra você. É você, sempre foi e sempre será você que me dá forças.
- O que acha de subirmos para o quarto, só alguns minutos? - sugeriu Esther passando o dedo indicador pelo peito e tórax do marido.
- Minutos, horas... O que quiser. - disse Sam antes de puxa-la para um beijo.
- Horas? E o garoto?
- Ele espera. Vá na frente.
  Esther assentiu e levantou-se. Sam a imitou e abriu a porta para a mesma passar. O homem observava a esposa afastar-se, mesmo depois de mais de vinte anos ele ainda era fascinado por aquele balançar de quadris. Sentiu um calor e tremor pelo corpo como se fosse a primeira vez.
  O general desceu e encontrou Barth na escada.
- Bartholomew?
- Sim?
- Ahmm... eu preciso tratar de alguns assuntos com minha esposa. Você pode usar a academia ou a biblioteca por enquanto. Ou até mesmo a televisão.
- Sim senhor.
- O que vocês vão fazer?
- Hmm leitura.
- Então porque não lêem na biblioteca? - quis saber Barth
- Por que você está aqui.
- Eu não entendi.
- Apenas vá garoto, e se nos atrasarmos para o almoço, comece sem nós. 
- Sim senhor.
Samuel apenas assentiu e subiu as escadas praticamente correndo, deixando um Barth inocentemente confuso para trás.


Notas Finais


E então?
Sobre a inocência do Barth? Kkk

Eu tido sobre a infância da Clarissa e Esther.
Mas não consegui colar..
Mas coloquei esses flashs do Sam com a Liesel, o que acharam?

No próximo conhecerão os pais do Sam.
Como acham que eles são?

E em breve também conhecerão o pai da Esther e Clarissa.

Até quando acham que o Barth vai ficar com essa inocência? e.e

Enfim, espero que tenham gostado.
Criticas e sugestões são sempre bem vindas *-*


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