História My Glass Angel - Twelve Wings

|Jeon Jeongguk

|P A S S A D O |

Pedi-lhe para ignora-los, fingir que não existiam. E assim o fez. Mas, naquela manhã, eles precisavam ouvir uma resposta. Então, Jimin apanhou. Apanhou tanto mentalmente quando fisicamente. Ele fora castigado, e todos os gritos e urros em um “Não, não faça isso!” Eram um nulo pedido, quando ele estava sendo um – péssimo filho, desonra, aberração – quando de nada que acontecia ele estava entendendo. “Por favor, appa” não lhe era ouvido. “Não bata em mim” “Eu não...”

Era uma boa ideia ignora-los, Jimin que não tinha feito nada certo.

|P R E S E N T E |

Como em um caco, esconder a minha dor na água fria era algo que eu precisava fazer. Estava feliz, claro. Mas continuava com saudades. Eu não deveria estar aqui, ainda sim. Viverei a minha vida ansiando por esse futuro novamente, ou vou perceber que estou ficando mais maluco a cada dia que passa?

Secando o meu cabelo com a toalha com cheiro de hortelã, tornei a pegar o celular com a nova mensagem. De primeiro, pensei em Viv. Mas, ver o outro número familiar; fez o meu coração tão machucado voltar a vida novamente. O sms dele era o meu bote salva-vidas para dizer que ele estava bem.

~

Meus pais me perguntaram o que eu queria de café da manhã, depois me felicitaram pelas minhas notas. Estou sonhando?

Jiminnie.

 ~

Sorri. Tão inocente era o meu anjo...

~

Também estou sonhando.

Guk.

P.S: Não fiz nada, antes que me pergunte.

~

Fechei o celular, sabendo que agora ele não teria tanto tempo para me responder. Ele devia conversas aos pais dele, e isso me deixava certamente borbulhante de tão feliz. Então, tomei um papo matinal com meus pais de manhã – que saudade deles – e fiz o mesmo que Jimin. Se ele iria ser uma pessoa melhor, se ele já era; eu também tentaria ser. Eu amo a pessoa que ele é. Parar de pensar apenas em mim era difícil, mas, porra. Éramos apenas um, como eu poderia pensar em mim durante a droga de um casamento? E nem era uma droga. Droga era a situação em que estávamos, e eu só queria me proteger. Certo, chega de me lamuriar.

Vestindo o uniforme – mesmo um tanto amarrotado – deixei-me esvair os pensamentos desse dia enquanto caminhava tranquilo. Ao chegar lá, ver Namjoon socializar com os outros não era novidade. A festa. Ah, aquela festa... isso tornava as coisas mais próximas, e me ajudaria a matar as saudades que eu tinha do Park. Saudades da sua boca, saudades dos seus risos exclusivamente para mim. Saudades de quando ele fazia as coisas, e eu sabia que eram para mim. Sua vida era totalmente girada ao meu redor, e eu estava experimentando isso só agora. Me aproximando dos outros...

|P A S S A D O |

Namjoon passara por mim tão afobado que dava medo. Com um monte de papeis, circulou por mim rapidamente e me deu um “panfleto” da sua festa. Namjoon sempre dava uma ou duas festas por ano... mas, essa seria “A festa” e ninguém podia faltar.

- Lá vem. – Hoseok olhou o papel, revirando os olhos. – Já sei que vou mesmo.

- Todos sabemos. – O próprio Namjoon rolou os olhos. – Mas... e você...

 |P R E S E N T E |

- Jeongguk, você vai? – Pediu, igual como da última vez.

- Eu? Claro. – Respondi sem pretensões, repetindo novamente.

- Pode contar comigo. – Vivian respondeu igualitária, me encarando levemente pelo canto dos olhos. 

- Certo. Taehyung e Yoongi também vão. – Apontou para os dois que conversavam entre si. – Jin titubeou, mas também vai. Mas, e você... – Seu olhar dirigiu-se a quem eu já esperava. Prendi a respiração, sem saber a resposta.

|P A S S A D O |

- Jimin? Você vai? – Perguntou ao moreno mansamente, que olhou o panfleto com certo aflito em seus olhos. Que drama era esse que ele andava, hein?

- Eu não sei... – Respondeu a ele, mordendo o lábio. Em sua mente provavelmente maquinava as encrencas que se meteria se o fizesse. Mas enfim, que encrencas? Os pais dele não gostavam muito dele, mas e daí?

|P R E S E N T E |

- Vamos, você não tem nada a perder! – As palavras iguais de Nam me paralisavam por completo. Que dejavu.

- Vamos, Jimin! – Taehyung pediu, insistentemente mexendo nas orelhas do moreno.

- Sim, Jimin. Você não vai faltar nessa. – Hoseok levantou uma sobrancelha. Pra eles, essa festa era tudo... Jimin, então, deu dois passos para trás antes de convencerem ele mais um pouco. E depois disso, ele mordeu o lábio e;

|P A S S A D O |

 - Tá certo, pode ser legal. – Topou ele, mesmo sem parecer animado com aquilo. Tão forçado que chegava a doer, mas eu não iria demonstrar isso, é obvio. Ai então, tudo estava certo e todo mundo iria. Não sei o que iria acontecer demais, afinal, é só uma festa...

|P R E S E N T E |

- Não acho que seja uma ideia boa. Não vou, sinto muito. – Aquela resposta me chocou mais do que deveria. Onde estava o... “tá certo, pode ser legal.” O que... o que tinha acontecido...

De repente, nada mais parecia fazer sentido. Vivian me olhou em pânico, enquanto Namjoon parecia em choque por ouvir aquele não. Jimin não frequentava sempre as suas festas, mas era NOSSA tradição. Eu não... como...

AH. Foi nessa festa que tudo começou. Cara... começamos a namorar por causa dessa festa, o que seria de mim se ele não fosse?! Seria o problema com os pais? Droga. Droga. O que eu fiz? Isso mudaria TUDO. Não poderia ser que ele estivesse desistindo, não é? Por favor, que não fosse!

Mas... AH, COMO EU PUDE ESQUECER?

Jimin apanhou por culpa do destrato e ignorada que dera nos pais pela manhã e apanharia por causa da festa. Agora, que ligava mais para os pais... ele não iria para a festa. Como assim... não poderia ser eu ou eles, não é? Não deve ser assim, não pode ser...

Não posso fazê-lo escolher entre mim e eles. Não.

Então, eu tinha que me esforçar pelo menos um pouco para que ele fosse. Ou... eu não saberia o que aconteceria dali em diante. As coisas fluiriam, ou parariam? Aquilo eu tinha de fazer acontecer. Eu não poderia ficar sem ele, mas e se por causa disso; os pais o odiariam? No dia em que eu o trouxe da festa, seus pais o arrastaram para dentro e eu fiquei do lado de fora. Ele iria levar a pior bronca de todas, enquanto a única coisa que fiz foi dar de ombros e ir embora – para a minha cama macia, confortável. Enquanto Jimin iria ficar em maus lençóis. Sei que é uma troca estranha, mas é a pura verdade.

Passou-se a aula – tão monótona como sempre – e eu já estava atrás do mesmo no primeiro intervalo que se surgiu. Tinha de correr atrás dele o quanto podia, principalmente com tanta coisa em jogo.

- Jimin! – Chamei, já desesperado. Nisso, ele virou rapidamente. Os outros olharam estranho, mas, antes que falassem...

- Pessoal. – Vivian chamou a atenção para ela. – O Jeon precisa dar uma palavrinha com o Jims. Se importam? – Ela lera a minha mente novamente, então fiquei aliviado. Esse peso tirado por alguém era ótimo.

- Não, vamos. Temos que falar sobre a minha festa. – Namjoon fora o único que se pronunciou, e com isso... bem, levou os outros para longe. E dessa longitude, vi Viv murmurar um “Fighting” que respondi com um pequeno sorriso.

- Você parece cansado. – Observou Jimin. – Quer alguma ajuda? – Depois do que aconteceu com os pais, acho que ele deve pensar que deve algo a mim, mesmo eu não tendo dito nada...

- Não, só vim perguntar da festa e...

Ele me interrompeu – Ah, a festa? Não vou. – Aquelas palavras quebraram qualquer argumento.

- Por que? Vai ser legal. Não vai acontecer nada, você sabe! – Tentei ser positivo sem parecer insistente. Mas, já sendo insistente mesmo...

- Sim, eu sei. – Ele riu de leve. – Mas, meus pais não gostam muito que eu vá para as festas, lembra? E além disso, tudo está bem agora e...

Não está. Não está não, Jimin. Droga.

- Se o problema são seus pais, Jims, a gente poderia-.

Me cortou novamente. – Não, acho melhor não. – Prendeu a boca, sem saber como me dizer algo melhor. Engoli em seco, sentindo o meu próprio gosto ruim. As coisas estavam desandando, voltando. Como eu poderia explicar isso para ele? Não, eu não poderia explicar.

- Você não quer ir? – Pedi, no impulso. Talvez ele realmente não quisesse ir... ao nosso encontro. Ele também parecia mudado, o que me fazia tremer por dentro. Não queria que fosse assim, mas estava tentando fazê-lo menos amargo. Mas, e a minha amargura, como ficaria? E a culpa?

- Claro, claro que quero, Guk. – Respondeu terno. – Mas, eu posso decepciona-los... e agora eles querem saber sobre mim. – Parecia sem rumo, olhando para os lados sem me encarar. – Eu gostaria, porém, isso poderia piorar as coisas. Na próxima, ok? – Sorriu levemente. Não teria uma próxima, e talvez nós soubéssemos disso.

Então meu casamento estava arruinado?