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História My Goodbye - Capítulo Único


Escrita por: buguei

Notas do Autor


Olá, mores! Bom, aqui estou eu com mais um one. Essa one eu já tinha há um tempo, mas esses dias decidi reescreve-la para postar. Não é nada muito emocionante, mas tem algo tentando transmitir reflexão.
↦ A história é minha e, mesmo que não seja algo único, eu pensei e criei tudo. Não admito nada com o mesmo padrão.
↦ A one não tem diálogos, foi narrada na versão do passado, apenas o final é o presente, o que ela estava fazendo. Kiera narrou algumas coisas que a fizeram fazer o que fez rsrs.
↦ Boa leitura, desculpa pela one, espero que gostem! sz

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction My Goodbye - Capítulo Único

Tudo se iniciou aos meus dez anos, ali, naquele tempo, o inferno havia aberto as portas para mim. Eu nunca havia pensado que passaria por coisas horríveis na minha vida, começando por ter meus pais longe de mim. Eu vivi todos os dias sem eles por perto, me dando carinho e me incentivando. Fui deixada por eles assim que completei dez anos, eles achavam que eu não precisaria mais de seus cuidados, de suas presenças. Para não ir para um abrigo, meus tios me “adotaram”, pegando a responsabilização que, era cuidar de mim. Eu só não imaginaria que meses, ou até dias depois, eles iriam fazer o que fazem. Abusar de mim. Eu era tão inocente para perceber, os toques e as palavras sujas, tudo passava despercebido por mim. Tudo era apenas carinho, apenas um contato de família. Era isso que eles diziam.

Meu tio havia começado com tudo, com todas as sujeiras, com todos os malditos toques, que tanto me causavam repulsa e nojo. Ele dizia que iria me dar carinho, do seu jeito. Minha tia não sabia, ele dizia que eu não poderia contar, se não as coisas ficariam feias para o meu lado.

As coisas iam conforme seus mandatos, até eu tomar coragem de contar tudo para a titia Gloria. Contudo, ela me surpreendeu ainda mais, se juntando à Jorge, nesse maldito abuso. Eles não tinham pena, suas mãos poderiam percorrer cada canto de meu corpo, eles não paravam. Eu nunca pude dizer nada para ninguém, mas eu nem tinha alguém para compartilhar meu sofrimento de cada dia. Eu era uma pessoa completamente sozinha, sem nenhuma alma viva para acompanhar-me da escola para casa, ou para sentar-se comigo no intervalo.

Então, eu mudei de escola e conheci alguém. Fiquei surpresa, claro, mas Antônio não tinha nenhuma maldade em sua alma, em sua mente. Ele gostava de mim, de uma maneira boa. Ele foi o único que se dispôs a ajudar-me, a perguntar como eu ia, a dar atenção todos os dias. Ele se tornou meu melhor amigo, meu único amigo, na verdade. Antônio gostava de mim de verdade, e não era apenas como amiga. Ele me amava, queria algo comigo. Ele era tudo, às vezes eu até me perguntava como ele pôde se aproximar.

Eu queria retribuir seus sentimentos, completamente. Mas eu era a típica burra que se apaixonava por caras que nem ao menos olhavam para você. E esse cara era Justin Bieber. O loiro que me pescou, que me fez cair de amores por si. Entretanto, ele sempre fora o garoto popular da escola. Desde novo, todas as garotas queriam sua companhia, e antes, um abraço era tudo para elas. Hoje em dia, todas podiam beija-lo, menos eu, e as maltratadas que ele ignorava.

Acho que a única vez que Justin se direcionou a mim – sem ser quando veio me pedir respostas dos deveres – foi quando completei quinze anos, quase por obrigação. A professora, que gostava de mim, havia feito cada aluno da turma ir me parabenizar.

Confesso que morri de vergonha pela aproximação, mas não pude deixar de notar o olhar piedoso de Justin sobre mim, ele parecia saber de tudo que faziam comigo. Talvez ele fosse influenciado por suas más amizades, para me tratar mal, ou era ele mesmo quem adorava fazer o que fazia comigo.

O colegial piorou tudo em minha vida, acho que sofri mais do que antes de ir para o primeiro ano. As pessoas me olhavam estranho, e lançavam olhares incrédulos para Antônio, talvez porque ele fosse bonito demais para estar em minha companhia.

Desde o primeiro passo que dei naquele colégio, piadas e apelidos foram dados a mim. Feia gorda, baleia assassina, gordinha faminta; entre outros. Antônio sempre me dizia que eu não era gorda, e estava na medida certa, e mesmo se não estivesse, eu seria perfeita para ele.

Ele sempre me elogiava, não importava o jeito em que eu estivesse. Ele sempre falava do quão lindos eram meus olhos azuis, ou o quão bonita eu ficava ao receber um elogio, pois eu ficava ruborizada, morta de vergonha. Me elogiava até mesmo quando eu estava chorando, ele sempre tentava me colocar para cima.

Queria muito, muito mesmo ama-lo da forma que ele me ama, da forma que eu amo Justin. Um amor que nunca será correspondido, um amor impossível. Ele sequer me direcionava palavras, mas seus olhares sobre mim, que eram sempre discretos, nunca passavam despercebidos.

Eu percebia-os, pois, sempre o admirava, seus olhos cor-de-mel me deixavam nas nuvens. Eu me imaginava acariciando seu rosto, que parecia ser tão macio. Me imaginava andando de mãos dadas com ele, dizendo a todos o quanto eu amava meu namorado.

Quando Justin me olhava, eu simplesmente ruborizava total. Mesmo que seus olhares fossem curtos, pois ele sempre tirava a atenção de mim quando alguém se aproximava, por vergonha de mim, mas eu continuava o amando. Ele foi meu primeiro amor, me arruinava e me salvava ao mesmo tempo. Ele me ajudava sem saber, só de ver seu sorriso todas as manhãs, só de ver ele. Mesmo que cada palavra que saísse de sua boca não fosse para mim, eu amava escutar sua voz na manhã, que saia tão rouquinha, como se ele estivesse numa gripe infinita.

As pessoas vinham falar comigo apenas quando estavam interessadas em algo. Eu não era completamente uma nerd, mas meus deveres eram todos feitos, e minhas provas nunca tinham algo em branco. Minhas notas eram boas, e eu nunca precisei colar, ou precisei fazer uma recuperação. Se alguém viesse em minha direção, sorrindo, ou se alguém estivesse mesmo vindo em minha direção, com certeza era para pedir algo. Eles sempre vinham com a mera cara de pau me pedir respostas, me pedir ajuda para os estudos, e depois que conseguiam, voltavam a fazer tudo de ruim comigo.

Não havia quase ninguém ali naquela escola que me respeitava, que me tratava como gente. Apenas as pessoas que também eram como eu, sabiam o que era estar passando por aquilo. E acho que sou a mais atingida, o principal alvo.

Eu nunca soube o porquê. Eu nunca fiz mal a ninguém, nunca respondi ninguém de maneira errada. Sempre procurei me esforçar ao fazer as coisas para os outros, sempre procurei ser educada, e sempre tratei todos da maneira certa. Antônio dizia que eles tinham inveja de mim. Mas... o que eles invejariam em mim? Meu alto peso? Meus lábios grandes e carnudos, que eram feios? Meu nome super-comum? Meu cabelo ondulado? Minha vida de merda? Por que eles invejariam uma pessoa que tem que ficar calada ao ser molestada pelos próprios tios pedófilos?

Já pensei em tantas coisas para minha vida, para meu futuro. Mas será que eu teria um futuro? Será que alguém seria louco ao bastante de se aproximar, de ficar? Será que eu esqueceria Justin, deixaria ele ir? Eu me imaginava feliz, mas nunca era por mais de minutos. Toda a minha felicidade por pensamentos acabava, no momento que fosse.

Talvez isso fosse um teste, confesso que não passaria. Deus poderia ter outros planos para mim, talvez. Ele não estava fazendo isso comigo apenas porque queria. Ele é o maioral, quer o bem de todos nós. Talvez isso tudo fosse um chamado.

Eu só queria pedir desculpas à Antônio. Queria dizer que ele foi o melhor amigo de todos, e mesmo que eu tivesse outros, ele sempre seria o melhor. Queria dizer que sempre tentei retribuir seus sentimentos, esquecer Justin e focar apenas nele, mas não aconteceu. Eu vacilei, não me permitir ama-lo, não me permitir abrir-me totalmente a ele.

Eu só queria dizer aos meus tios que eu não os odeio. Queria dizer que eles têm o meu perdão, que mesmo com todos os dias que me estupraram, abusaram de mim, eu ainda os amo. Talvez o nojo que eu tenha de mim tenha surgido desses acontecimentos precários, mas vocês têm o meu sangue, não posso levar o ódio de vocês.

Eu só queria dizer aos meus colegas de escola que eu os perdoo. Queria dizer que eles não têm o meu ódio, minha repulsa. Só queria que eles tivessem me conhecido direito, visto que eu não sou apenas aquela garota que eles julgavam. Queria dizer que não me arrependo de dar as respostas a eles, aquilo para mim era caridade. Eu gosto de vocês, apenas não façam isso com mais ninguém.

Eu só queria dizer à Justin que eu o amava. Eu só queria que ele me amasse da forma que eu o amo. Queria dizer a ele que em todos os dias, depois que eu o conheci, ele não saiu dos meus pensamentos. Que era apenas ele que eu queria, e que se fosse para me entregar, para dar meu primeiro beijo, seria com ele. Queria que Justin soubesse que eu notava seu olhar sobre mim, e que ele soubesse que eu sempre quis que ele viesse falar comigo, algo que não fosse pedir respostas, ou que não fosse obrigado a fazer tal ato. Justin, queria que você soubesse que eu não esquecerei de ti, que eu sempre estarei contigo, nem que seja em seus pensamentos. Talvez, de alguma forma, você possa se sentir culpado. Mas não se sinta, por favor. Pode ser loucura da minha cabeça imaginar você chorando por mim, mas eu não gostaria nada de ver você derramando suas lágrimas por alguém irrelevante.

E agora, nesse exato momento, com todos os pensamentos rondando em minha mente, eu encaro o penhasco. Sorrio, sentindo a brisa gelada bater em meu rosto. Uma lágrima de alegria cai de meus olhos, eu estaria livre. Estaria livre de tudo que passei, de todos que me apedrejaram. Estaria livre de um amor não correspondido, mas que talvez permanecesse para sempre. Eu podia estar livre de tudo, e eu estarei.

Caminho até a ponta, dando uma última olhada para trás. Deixei que as últimas lágrimas caíssem em meu rosto, secando-as depois. Com o pensamento voltado há tudo que me aconteceu e em Justin, dou um passo. O último passo.

E com o sorriso de libertação, eu caio. E ali estava eu, caindo, me libertando. E antes de chocar-me contra a dureza do chão, dou o meu adeus. Para todos que me humilharam, para todos que me amaram, e para você, Justin. Adeus.


Notas Finais


Enfim, é isso!
Não sei se era o que esperavam, mas eu já queria posta-la há um tempo, e também para que eu pudesse eliminar um enredo da pastada de futuras postagens sz.
Espero que tenham gostado, não esqueçam de deixar suas opiniões, elas são mais do que importantes para mim!! sz


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