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História My Happy Ending! - Capitulo 68: Ruínas


Escrita por: StaHeartphilia

Notas do Autor


Sim, a autora mais perdida e atrasada que vocês conhecem chegooou!
E vim jogar uma bomba com este capítulo... O.o Não, pera!
O segredo vai ser revelado, mas, não na integra, isso vai ficar para outro capítulo. Primeiro quero desejar (do meu jeitinho atrasado) um FELIZ NATAL pra vocês! Quero muito agradecer aos favoritos também (Genteee, são quase 500!) e a todos os comentários lindos de vocês! <3

Bem, este capítulo tem um milhão e meio de diálogos, já perceberam que eu gosto bastante deles né? Pois é... Tentem não odiarem tanto o Jude...

- Algumas pessoas me perguntaram sobre o segundo capítulo de WYWH, porém, só ano que vem. Como todos sabem, trabalho com festas e isso tem me ocupado muito, chego em casa destruída, sem estimulo ou criatividade pra escrever... Se está complicado para escrever uma, imaginem duas?!kkkk...
Espero que gostem e me perdoem pelos erros não revisados! :)

Capítulo 68 - Capitulo 68: Ruínas


Fanfic / Fanfiction My Happy Ending! - Capitulo 68: Ruínas

- Alô! – A voz do outro lado demorou para respondê-la.

- Quero falar com a minha filha! – Aquarius revirou os olhos encarando o espelho a sua frente.

- Ela já está na cama. – Mentiu. Lucy estava tomando banho, mas, não queria dar a ela a inconveniência de ter de falar com o pai naquele momento.

- Acorde-a! – Esbravejou como se o fato de conversar com a filha fosse um caso de extrema urgência.

- Não farei isso. – Reprovou-o firme – Se quiser falar com ela, retorne amanhã mais cedo. – Escutou-o bufar do outro lado da linha.

- Está me escondendo alguma coisa? – Perguntou desconfiado.

- Não. – Foi direta em sua resposta, isso pareceu convencê-lo - E você, está?

- Só quero o melhor para Lucy! – Respondeu com um tom de voz diferente, como se realmente estivesse apegado a essa ideia.

- Guarde este seu textinho ensaiado para outra pessoa que não o conheça como eu o conheço! – Notou que o chuveiro fora desligado – A sua maneira de querer o melhor para as pessoas é realmente contrária a minha.

- Lucy será muito feliz ao lado de Rogue, terá um futuro brilhante. – Contestou do outro lado.

- Claro. – Riu com ironia – E você realmente acredita nisso? – Ele nada respondeu – Está entregando sua única filha de bandeja para um rapaz que só quer usá-la. – Deixou que suas emoções falassem por ela – Que tipo de pai faria isso? Que tipo de pai venderia a filha como você está fazendo? Que tipo de pai é você?

- Só não quero que Lucy fique sozinha. – Foi interrompido por ela.

- Ela vai estar sozinha com qualquer pessoa que ela não ame de verdade. – Escutou-o dar um longo suspiro.

- Então você sabe do outro rapaz? – Ela não podia dizer que o conhecia, mas, era claro seu conhecimento sobre o rosado.

- Ela me contou sobre o Natsu. – Ele se manteve em silencio – Eu penso que você...

- Já chega. – Não deixou que ela terminasse – Rogue também ama a Lucy, ele me disse que está loucamente apaixonado.

- E pra isso ele precisou de um contrato para mantê-la sobre seu domínio? – Jude não estava pensando apenas no beneficio financeiro que teria, ele realmente estava acreditando no amor do filho mais novo de John Redfox para com sua filha – Escute aqui... – O telefone ocupado deu a entender que ele havia interrompido a ligação. Aquarius bate com tudo o aparelho sem fio sobre o balcão da cozinha, vendo de relance o olhar tristonho de Lucy – Seu pai tem o dom de tirar qualquer um do sério.

 

[...] Há oito anos...

 

O silencio que vinha da cozinha era definitivamente estranho. Não havia barulho de panelas e talheres, era como se não houvesse alguém ali.

Aquela era a primeira Páscoa que passaria sozinho com Lucy, já que Layla estava participando de um cerimonial nos Estados Unidos. O fato dela ter ido sem seu consentimento, tinha o deixado infinitamente furioso e descontente.

Jude, que normalmente lia seu jornal todas as manhãs, estranhou a falta de Rukkia, que já estava atrasada para lhe trazer o seu café. Deixando os óculos sobre a página que lia, caminhou até a cozinha em passos largos e apressados, alterando seu volume de voz ao chamar pela funcionária. Ele não permitia atrasos, principalmente de seus subordinados, os levava sempre com pulso firme.

 

- Rukkia está surda? – Questionava-a enquanto se dirigia a cozinha - Eu estou te chamand... – Interrompeu-se ao ver um menino sentado no chão, que o encarava com um olhar assustado – O que você faz aqui?

- Estou esperando a mamãe terminar o serviço dela. – Soltou os lápis de cor que tinha nas mãos – Não vou incomodar o Senhor, prometi para a mamãe.

- Só de estar aqui, já está me incomodando! – Esbravejou com os olhos apertados – Pra onde ela foi?

- Me desculpe. – Baixou a cabeça.

- Eu lhe fiz uma pergunta garoto! – O menino se mantinha calado e cabisbaixo – Onde sua mãe está?

- Estou aqui, me perdoe pelo atraso, mas, eu fui ajudar com a... – Foi interrompida por Jude que a respondeu rudemente.

- O seu serviço não e ajudar os funcionários que estão porta a fora! – O olhar de Natsu mudou quando escutara o desconhecido gritar com sua mãe – Faça o café e me leve como deve ser!

- Você não precisa gritar pra que ela o entenda. – Disse fitando-o de maneira desafiadora.

- Natsu... – O repreendeu baixinho – Perdão, eu já vou levar o seu café Senhor. – Sorriu desconfortável.

- Não gosto desse seu olhar rapazinho! – Se aproximou do menino que não desviara seus olhos dele – Peça desculpas!

- Não vou pedir desculpas sabendo que não estou errado. – Natsu vira o rosto com a ameaça de Jude, que levantara a sua mão para lhe bofetear.

- Já chega! – Rukkia o segura pelo braço – No meu filho o Senhor não vai tocar. – Interferiu ficando entre os dois, rosnando as palavras – Ele é só uma criança!

- Termine o seu trabalho e leve-o embora, antes que Layla ou Lucy o veja por aqui! – Natsu abraçou a cintura de sua mãe por trás – Estamos entendidos?

- Sim Senhor. – Assentiu vendo-o sair – Por que fez isso Natsu? – Se abaixou para ficar da altura dele – Ele é o patrão da mamãe e você não pode responder assim para alguém que é mais velho que você!

- Ele estava gritando, eu não gostei dele, muito menos de como te tratou. – Seus olhos continham pureza e sinceridade – Tenho pena da família dele, conviver com alguém assim deve ser triste demais.

- Eu sei. – O abraçou com carinho – Não faça mais isso, ele não é alguém com quem você possa lidar.

- Não gosto de ver pessoas desprezando ou diminuindo outras. – Ela o encarou surpresa.

- Você tem um bom coração querido, vai ser um grande homem um dia. – Beijou-lhe o topo da cabeça – Vou sentir muito orgulho desse seu senso de justiça. – Olhou em direção a porta, vendo apenas um vulto – Lucy!? É você? – O viu olhar na mesma direção – Queria tanto que você a conhecesse, ela é muito tímida, mas, tem um coração bondoso também.

- Com um pai assim, não consigo imaginar de onde venha tanta bondade. – Desvia o olhar para os pés descalços.

- Falando dessa maneira percebo o quão rápido demais você amadureceu meu filho. – Ele olhou para os braços envoltos de si, que o mantinham acolhido – Eu amo muito você! – Apertou-o em seus braços tendo um mau pressentimento - Continue a desenhar tá?! – Virou-se e caminhou até o fogão – Mamãe vai fazer o café e terminar o almoço, depois podemos ir. – Natsu assentiu, sentando-se no chão novamente.

 

[...] Atualmente...

 

Natsu On:

Não me recordo da ultima vez em que tive que tomar um café tão rápido como hoje, minha pressa quase não me deixava sentir direito o sabor do que colocava na boca, não queria me atrasar para ir com a Lucy ao médico. Estava esperando por este momento desde o dia em que ela me contou sobre a gravidez. Saber que seria pai, o tempo que ainda deveria esperar e o desejo de ouvir o coraçãozinho do bebê deixava-me ainda mais ansioso. Eu me sentia “gravido” junto com ela!

Tia Grandeeney estava ditando tudo o que faltava na geladeira e nos armários enquanto eu anotava. Por vezes ela chamara minha atenção que era facilmente desviada quando eu me lembrava que em alguns minutos estaria com a Lucy.

Eu jamais imaginei que quando eu me apaixonasse por alguém me comportaria dessa maneira, literalmente como um bobo. Sim, é embaraçoso admitir, mas, eu fico bobo quando a vejo sorrir, quando ouço sua voz chamar pelo meu nome, quando sinto seu corpo estremecer em meus braços. Desde o momento em que a beijei, passei a ver a vida pelo brilho dos olhos dela. A cada dia que se passa, sinto-me mais convencido ainda, de que Lucy é a pessoa que estava destinada a me encontrar, a pessoa que por mais que eu fuja, sempre irei retornar e amar.

 

- Natsu, você está me ouvindo? – A olhei confuso – Esquece! – Revirou os olhos - Leia o que você escreveu?

- Batatas, cebolas brancas, bananas, maças, Cheiro Verde, melões, pimenta do Reino, pimenta vermelha, tomates, rúcula, alface, palmito, alecrim, extrato de tomate, queijo ralado, feijão, farinha de trigo, manteiga, macarrão e cenouras. – Ela me encarou surpresa por eu ter anotado tudo o que ela me dissera sem esquecer-me de nada – Que foi? – Ela sorriu negando com a cabeça – Eu estava prestando a atenção.

- Ok! – Sentou-se ao meu lado – Por que acordou tão cedo hoje?

- Eu sei o que quer saber. – Ela sorriu de orelha a orelha – Aliás, eu cheguei e nem conversamos direito. – Negou com um bico em seus lábios – A tia da Lucy descobriu toda a verdade sobre nós e por incrível que pareça, ela ficou do nosso lado.

- Jura? – Maravilhou-se com a notícia – Eu não acredito que temos uma aliada do lado de lá.

- Eu pensei o mesmo quando tudo aconteceu. – Senti suas mãos pegarem as minhas – Vou ao médico com elas hoje, devo estar mais nervoso que ela.

- Que bonitinho! – Me olhou dramática – Papai de primeira viagem é assim, eu estou tão feliz por te ver assim, radiante! – Apertou meus dedos com delicadeza – Mas, não está se esquecendo de uma coisa?

- Eu sei... – Sorri sem jeito – Eu vou falar com ele hoje mesmo, não sei como ele vai receber a notícia.

- Provavelmente ele vai esbravejar, vai falar pelos cotovelos, vai te lembrar mais uma vez que você é muito novo e devia ter se cuidado mais, mas, vai amar o título de vovô do ano! – Revirou os olhos de maneira engraçada – Mas tem que ser hoje, ele já está desconfiado de alguma coisa grande. – Alertou-me – Sabe como são os pais, pressentem as coisas no ar, é melhor que ele saiba por você!

- Espero que ele esteja de bom humor hoje à noite. – Rimos juntos.

- Bom diaaaa! – Wendy chega apressada, enche um copo de leite com achocolatado e o toma rapidamente – Eu vou entrar um período mais cedo hoje, sou a nova jogadora das finais do time de vôlei!

- Oh! Mais uma boa notícia! – Grandeeney deu-lhe um beijo e me abraçou tirando de minhas mãos a lista de compras – Eu vou à quitanda e volto já, quem sair por último deixe a chave no vaso.

- Ok! – Respondi vendo-a sair – Tenho uma novidade pra você. – Wendy me encarou curiosa – Papai deveria ser o primeiro a saber, mas, sei que posso contar com o seu sigilo.

- Desembucha que fiquei mega curiosa agora! – Agitou-se – O que você aprontou?

- Eu vou ser pai! – Ela arregalou os olhos, espantada – E consequentemente, você será titia!

- AH MEU DEUS! – Me abraçou forte – Nem posso acreditar, vou ser tiaaaa! Parabéns irmãozinho! – Se afastou com um olhar risonho – Mas, você sabe que o Senhor Igneel vai te comer vivo, né?

- Vou descobrir isso só à noite quando eu contar a ele. – Ela se levantou e pegou sua bolsa para sair.

- Te desejo sorte! – Deu-me uma piscadela – Você vai precisar. – Rimos juntos, confesso que aquilo deixou-me um pouco nervoso. Meu pai ficaria tão furioso assim?!

– Espero que a reação dele não seja tão ruim. – Cocei a nuca imaginando-a.

- Na verdade, eu acho que ele vai te dar um sermão e depois, vai amar a ideia de ter um neto. – Sorriu confiante – Papai não é de julgar as pessoas. – Olhou-me serena – Essa criança só vai aumentar o laço entre você e Lucy, o seu amor é tão bonito que sinto raiva daquele homem. – Tocou em meu rosto ao se aproximar.

- Jude não pode mudar o que eu e Lucy sentimos um pelo outro. – Seus olhos brilhavam ao me ouvir – Aquele homem não vai me impedir de ser feliz com a filha dele. – Coloquei minha mão sobre a sua – Temos tão poucos motivos para sermos felizes nesta vida, não podemos desperdiçá-los pensando no que poderia acontecer. – Pude notar uma certa emoção em seus olhos ao me ouvir – Eu arrisquei e ainda estou arriscando tudo o que tenho por amor, “aquele homem” desconhece a força que este sentimento tem.

- Eu sei... Quero tanto ver a sua felicidade maninho. – Eu a vi limpar os olhos marejados – Você é uma pessoa incrível, merece ser muito, muito feliz!

- Obrigado baixinha. – Abraçou-me forte - Falando nisso... – Olhei para o relógio da cozinha - Não está atrasada? – Ela arregalou os olhos e saltou da cadeira.

- É mesmo! – Beijou meu rosto e correu pela porta dos fundos.

 

O portão bate com força pela velocidade com a qual Wendy o atravessou. Olhei para o relógio, levantei-me da mesa e organizei tudo o que havia espalhado em cima dela. Fazia mais de duas semanas que eu e a escola não nos víamos. Erza havia deixado no meu quarto os xérox de toda a matéria que tenho perdido nesse período. Como sempre, ela não perdia esse seu jeito mãezona de ser, confesso que até gosto dele. Ela e Jellal finalmente se acertaram, segundo a mensagem que ela me deixou junto ao material: “Obrigada por ajudá-lo, você é o melhor amigo que alguém pode ter!”.

Paro em frente ao espelho, arrumo meus cabelos e os despenteio em seguida, gostava da naturalidade deles. Jogo as chaves do carro sobre o moletom no sofá e subo até meu quarto outra vez para procurar pela minha carteira. Ela tinha vida própria e seu hobbie preferido era se esconder de mim. Enquanto regressava à sala ouço o portão sendo aberto, tia Gran já estaria de volta?

Ao lembrar-me que a porta da frente encontrava-se trancada, corro para abri-la pra que eu pudesse ajudar Grandeeney a carregar as sacolas de compras. Minhas pernas travaram ao ver quem era e por alguns segundos senti meu coração pular feito um louco. Minha expressão assustada pareceu lhe agradar muito.

 

- O Senhor? – A reação de espanto nunca fora tão visível, sua presença era definitivamente inesperada – O que está fazendo aqui? – Vi seus olhos percorrerem meu corpo dos pés à cabeça.

- Estava de saída? – Perguntou-me com certa arrogância – Não vou ocupar muito do seu tempo.

- Achei que tivesse ficado satisfeito com tudo o que já fez. – Abri a porta dando a entender que eu permitia a sua entrada – Seja breve. – Olhei para o relógio de pulso.

- Eu serei... – Passou por mim e aguardou que eu fechasse a porta para começar a falar – Não se preocupe, não farei nada contra você, eu sei que está sozinho em casa, mas, só quero conversar. – Parou ao lado de uma mesa com porta-retratos, encarando rudemente as duas primeiras fotos – Ainda guarda lembranças? – As duas fotos naquele quadro eram minhas, uma acompanhado de Lucy, tirada no dia do acampamento em que comemoramos seu aniversário, e a outra com minha mãe quando eu ainda era uma criança. Meus olhos escureceram no mesmo instante – Não gosto desses seus olhos rapazinho. – Aquela frase mexeu comigo de uma forma desconhecida, como se eu já tivesse a escutado, mas, onde?

- O que quer com essa visita? – Olhou-me desconfiado, era notável a minha pressa.

- Está atrasado para alguma coisa? – Fingi não escutar sua pergunta enquanto o via caminhar pela sala – Bem, eu sei que gosta muito da minha filha, mas, eu quero que o futuro dela seja brilhante. – Sentou-se no braço do sofá de dois lugares – Você não seria a melhor pessoa a dar isso a ela. – Meu coração estava acelerado, mas, minhas pernas me mantinham parado, petrificado. Não havia nenhuma novidade naquele falso texto de “pai protetor” – Então, eu estou aqui para garantir que você nunca mais voltará a procurar minha filha.

- Pensei que tivesse superado isso. – Usei de seu próprio jeito de falar – Não vejo a Lucy há algum tempo. – Aquela mentira pareceu lhe convencer.

- Eu sei. – Sorriu ao notar as minhas mãos inquietas, talvez eu as tivesse mexendo desde o momento em que começamos essa conversa – Você já tentou entender o porquê de eu não gostar de você rapaz?

- Pra ser sincero... – Sorri sem humor – Um milhão de vezes.

- E chegou a alguma conclusão? – Me perguntou como se eu soubesse de algo, como se eu tivesse a resposta.

- Nenhuma. – Ele desviou seu olhar para o quadro novamente, que ainda segurava em suas mãos.

- Como você bem deve saber, sua mãe trabalhou para mim durante um período, antes de desaparecer. – Aquilo me fez recuar um passo, aquela conversa não seria de forma alguma, entre dois amigos – Ela era uma jovem muito bonita por sinal.

- Eu era uma criança, tudo é muito vago. – Minha atenção fora voltada para ele, que com este assunto queria chegar a algum lugar – Aonde quer chegar com isso?

- Minha esposa conheceu sua mãe e resolveu ajudá-la dando um emprego em nossa casa. – Eu não estava gostando do rumo que aquela conversa estava tomando – Você sabe que o seu pai naquela época não era o mesmo homem que é hoje, não é? – Por mais que seu tom de voz fosse calmo, eu sentia uma certa maldade em suas palavras – Sua mãe sofria muito com ele, diga-se de passagem, nenhuma mulher aguentaria o que ela aguentou.

- Como sabe de tudo isso? – Perguntei criando inúmeros e ruins pensamentos.

- Eu sei de tudo, porque ela me contou! – “Ela contou a ele?!” - Sua mãe engravidou muito cedo e saiu da casa dos pais aos 16, se tornou independente e se casou com seu pai depois que ele assumiu a paternidade de Erik. – Ele sabia mais da minha família do que eu – Seu irmão mais velho era o “garoto problema” que não respeitava regras e nem pessoas, muito menos a própria família. – Olhou-me com certo rancor – Você... Minha mulher se apaixonou por você, dizia que você era como o filho que ela queria ter me dado e nunca pode, já que depois do parto de Lucy ela não pode mais engravidar. – Sorriu sem humor – Ela ficou obcecada em fazer parte da sua vida, tanto que... – Minhas mãos estavam frias, a intenção dele era dizer algo que me separasse de Lucy, mas, o que seria? Por que eu não conseguia dar um passo sequer? – Tanto que você só tem onde morar hoje, porque Layla com o seu bom coração lhe deu esta casa.

- O quê? – Por um segundo o ar chegou a me faltar – Essa casa...

- Não só isso! – Alterou seu tom de voz - Minha esposa sempre fora muito generosa, ela ajudou a custear várias internações e consultas suas, você vivia se quebrando e se metendo em briguinhas quando era moleque. – Levantou seu indicador, atraindo minha atenção para sua face – Eu nunca aceitei não ter tido um filho.

- Eu sei, Virgo me disse uma vez! – Respirei fundo – Como se menosprezar sua filha fosse resolver o problema.

- Eu nunca a menosprezei. – Interrompeu-me – Eu sempre dei o melhor para ela. – Abriu os braços com indignação – Os melhores colégios, as melhores roupas, os melhores materiais, as melhores viagens...

- Você desconcerta tudo aquilo que eu entendo por ser o melhor pra alguém. – Suspirei cansado - Por que está me dizendo tudo isso?

- Vim para esclarecer algumas coisas. – Notei que até o momento, apenas ele havia circulado pela sala, eu não tinha saído do mesmo lugar - Com um relacionamento decadente, Rukkia se encantou pelo que eu a ofereci. – Meus olhos novamente perderam o seu brilho – Ela não perderia o emprego e manteria a segurança dos filhos se dormisse comigo em meio às viagens de Layla.

- Já chega... – Murmurei, mas, ele fingiu não me ouvir.

- Eu comi a sua mãe dezenas de vezes, mas, um dia ela se arrependeu. – Eu não consegui esconder a vontade de chorar, meus olhos não podiam mais aguentar, eu queria calá-lo com minhas mãos – Ela se sentiu culpada por trair a mulher que deu tudo ao filho dela e resolveu contar a verdade. – Ele parecia zombar da situação, dizendo aquilo com um sorriso mesquinho nos lábios. Eu não queria mais escutá-lo, porém, eu não conseguia dizer nada, nada – Eu não podia permitir que isso acontecesse, então, aconteceu. – Nossos olhos se chocaram e eu senti meu coração quebrar em incontáveis pedaços – Eu fui o responsável pelo acidente que matou a sua mãe, Natsu!

- Você não tinha esse direito. – O brilho da raiva era eminente em meu olhar – Quantas noites eu deitava na cama e ficava esperando a minha mãe voltar, me sentindo abandonado. – Meu olhos ardiam e meu sangue pulsava enlouquecidamente – Eu vou acabar com você.

- Não vai não. – Negou com a cabeça e estranhamente o vi secar os olhos, por que aquilo estava sendo doloroso pra ele se o único ferido nisso sou eu? – Não vai porque a pessoa que você mais ama é a minha filha, ou seja, eu não valho o sacrifício já que sua mãe está morta há anos. – Meu peito doía avassaladoramente.

-Sai daqui... – Sussurrei deixando novas lágrimas escorrerem pelo meu rosto – Agora! – O grito ecoou pela casa.

- Espero que tenha entendido o porquê de eu sempre ter te odiado. – Rosnava as palavras com rispidez – Alguém que foi criado por uma mulher fraca e interesseira, nunca estará... – Não o deixei terminar a fala, aquele soco estava guardado desde o nosso primeiro encontro. Ele colocou a mão sobre o nariz sentindo o sangue escorrer pelo mesmo.

- Se não sair da minha casa agora, eu arranco os olhos da sua cara com as minhas mãos! – Uma dor me consumia lentamente, eu não conseguia olhá-lo nos olhos.

- Como quiser. – Se levantou com naturalidade, sem tirar a mão do rosto, que agora estava inchando – Tenha um bom dia rapaz. – Saiu deixando algo sobre a mesa de centro.

 

Senti minhas costas esbarrarem na parede e por esta deslizarem, até eu me sentar. Minhas pernas se mantiveram firmes até agora de maneira misteriosa. De onde eu havia tirado tantas forças? As lágrimas quentes que escorriam uma atrás da outra, uniam-se aos meus soluços que sufocavam uma vontade descontrolada de gritar. Meus olhos embaçados me cegavam dolorosamente. O meu peito ardia conforme eu respirava e minhas mãos tremiam involuntariamente. Eu não tinha forças para me levantar do chão frio e naquele momento eu não queria tê-las, eu estava entregue a aquela tristeza dominadora. Eu só conseguia me focar nas palavras daquele homem. Por que não fui capaz de ataca-lo? Por que minhas mãos parecem tão limpas?

Não pareciam verdades, mas, ao mesmo tempo, mostravam-se como razões. Eu sempre me perguntei o porquê daquele homem me odiar tanto, o porquê dele me desprezar e me insultar impassivelmente. Para alguém como ele, aquilo eram razões suficientes, razões que ele próprio havia criado. Agora, tudo parecia nada, pois o que me dissera parecia falso ou incompleto.

Tenho apenas fotos e lembranças de minha mãe e, por mais que ela tenha sido errada, seu erro não era maior que a sua falta. Agora, tendo a certeza de que ela realmente está morta, uma dor esquecida volta a me invadir. Eu não sou capaz de cessar o meu choro, uma ferida da qual eu via apenas como uma cicatriz, agora estava aberta e jorrando sangue.

 

- Natsu?! – Meu nome é gritado e ouço algo cair ao chão – Natsu?! – Sinto meus dedos serem tocados e pouco depois braços me abraçarem – Ei... – Suas mãos tocam meu rosto, secando-o – O que aconteceu? – Vejo as sacolas de compras no chão como um sinal de consciência – Olha pra mim! – Os olhos de minha tia se fixaram aos meus e minha reação foi abraçá-la, afundando meu rosto em seu peito – O que fizeram com você?

Natsu Off

 

Lucy estava impaciente na sala de espera. Olhava incessantemente para o relógio na parede e bufava quando poucos minutos haviam se passado. Aquarius lia uma revista na tentativa de manter a calma, já que a sobrinha estava irritando-a com sua inquietude. Com o celular na mão, Lucy conta quantas vezes já tinha ligado para Natsu e este não havia lhe atendido.

 

- Ele está atrasado. – Comentou nervosa.

- Ele deve ter tido algum imprevisto. – Fechou a revista bruscamente, jogando-a de lado – Se acalme!

- Natsu não é assim, ele teria me ligado. – Dizia segurando o celular com força – Deve ter acontecido alguma coisa.

- Lucy Heartfilia! – Anuncia uma jovem na recepção – A Doutora está a sua espera.

- Obrigada. – Levanta-se olhando para a porta de entrada/saída – Eu queria esperá-lo.

- Relaxa. – Puxou-a – Contamos tudo pra ele depois. – Ela sorriu tristonha – “Por que ele não veio?”


Notas Finais


Bem, a sessão "Jude Mau" acaba neste capítulo. A partir de agora, algumas coisas irão acontecer e será realmente surpreendente, aguardem... Ah, mesmo sendo um spoiler, quero deixar pra vocês que, a história não é exatamente como Jude contou, ou melhor, a maneira como ele disse, não era o que ele realmente estava sentindo, esperem para verem a versão da Aquarius.

Sobre o mangá, os últimos dois capítulos foi um tiro atrás do outro, quando eu penso que nada mais vai me surpreender, o Hiro faz algo que "Oi?!"... Gente, o que é esse turbilhão de informações?! Confesso que minha mente deu um nó, Erza ter ligação com os dragões era algo que nunca passou pela minha cabeça, sei que isso é bem vago, mas, MANO! Está brotando parente do nada nesse mangá haha... O passado de Eillen entre os dragões demonstrou que ela era uma boa pessoa, o que a fez mudar de lado? O poder de dragão foi capaz de tirar os sentimentos humanos que ela um dia teve!? Esse enredo tá lindo migos!
E a cena em que a Erza diz "Tenho que te agradecer por ter me abandonado, graças a isso, eu encontrei minha verdadeira família!" - Arrepiei <3
E aquela cena fofa entre Natsu, Lucy e Happy. Hiro deixou o fanservise excessivo para fazer uma cena realmente com emoção, menos peitos e mais sentimentos, deixando claro que Lucy coloca muita coisa de lado se for para salvar o Natsu. Essa foi a minha visão pelo menos, achei fofo mesmo, foda-se. E essa coisa de sementes? Natsu está morrendo pq seu corpo está resistindo a dois tipos de poder diferentes e ele terá de escolher qual irá controlar? E se ele controlar os dois? Teremos um DS demônio? Acno vai ser humilhado, sério... EEEEE, o que eu nunca poderia imaginar, Eileen possuindo a Wendy, caraaaaaa, isso foi louco demais! Enfim, acabou, pronto falei...

Vejo vocês nos comentários! Inté <3


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