História My Hope is You. - Alguem pode me salvar...?

Eu sempre me senti sozinho... 

Ou melhor dizendo, eu sempre estive sozinho... 

 Quando eu tinha cinco anos de idade minha mãe foi embora de casa e disse que não queria ver a mim e ao meu pai nunca mais,que a nossa existência era desnecessária na vida dela... 

Eu era tão pequeno que não entendia nada, só sabia que precisava abraçar meu pai bem forte enquanto ele chorava. Depois de mais velho eu ja entendia o que minha mãe havia feito, ela nos abandonou, mas não tenho raiva dela sabe, na verdade eu nem me lembro como ela era então decidi que não precisava guardar rancor de alguem que mal conheci direito. Mas o meu pequeno "Problema" não começou por conta disso, quando eu entrei no primeiro ano da ensino fundamental eu não tinha amigos, quando eu entrei no primeiro ano do ensino medio eu tambem não tinha amigos e sinceramente em toda minha vida eu nunca tive amigos, eu até cheguei a tentar ter amigos mas foi um plano sem sucesso, e foi ai que minha depressão começou, eu não saia de casa pra nada passei a me esconder no escuro do meu quarto em frente ao meu computador, minha unica companhia era meu pai, ele era um homem bom, aliás ele é um homem bom e sempre cuidou de mim, ele tem um bom emprego e graças a isso não precisa se preocupar com despesas até por que eramos somente nós dois, só tinhamos um ao outro. 

Minha pele era branca, ou melhor palida quase transparente como dizia meu pai e isso por nunca sair de casa e por genetica tambem ja que meu pai é bem branco, menos que eu mas é, meu cabelo sempre foi escuro e depois que descobri "A tinta preta para cabelos" eu só usava ela, minhas roupas tambem só continham a cor preta, raramente uma cinza ou azul escuro, mas boa parte preta. 

 Eu ja havia experimentado ir a um psicólogo, mas não deu muito certo ja que o psicólogo era um babaca que tentou abusar de mim na segunda semana de consulta, logo no começo eu ja não havia gostado e depois disso eu só tive um motivo a mais pra fugir daquele consultorio e nunca mais voltar la. Mas saiba, não sou um depressivo daqueles que vivem tentando se matar, claro ja tentei tirar minha vida uma vez, mas me arrependo até hoje ao lembrar de meu amado pai ao lado da cama do hospital chorando de medo e desespero, aquilo doeu mais do que a corda que usei pra tentar me enforcar em meu quarto.

Desde então eu esqueci essa história de me matar, mas no lugar disso eu passei a chorar todas as noites e todos os dias, chorei muitas vezes escondido de meu pai para não ver o mesmo sofrer, mas um tempo depois ele descobriu que eu chorava sozinho e me marcava com beliscões e machucados ou pequenos cortes, esses que eu escondia com a manga comprida da blusa, mas não adiantou tentar esconder pois assim como descobriu meu choro descobriu tambem os machucados. Na primeira vez ele se assustou ao ouvir meus soluços em meio a um choro e bateu na porta desesperado perguntando se eu estava bem, mas após um tempo ele ja não sabia mais o que fazer então somente passava em meu quarto e perguntava se eu queria alguma coisa ou se eu queria sua companhia, em certas vezes aceitava sua companhia mas em outras eu somente negava entre lagrimas e voltada a afundar o rosto no travesseiro. Eu passei o resto do ensino medio assim, e agora com meus vinte e três anos nada mudou, só piorou, nada se podia fazer,eu estava no fundo do poço sem salvação. 

[...] 

Eu estava procurando uma nova serie para assistir e acabei parando em um chat aberto online, na hora eu ia fechar mais um rapaz em questão me chamou atenção, não sei dizer o por que mas eu senti uma vontade de falar com ele -coisa que me assustou pois não gostava de conversas ao vivo, imagine online - e eu o fiz mas não fui prontamente respondido, dei de ombros e fui assistir minha serie favorita. Passei meu dia assistindo series e depois fui tentar dormir, o que foi meio dificil pois eu não conseguia fechar os olhos direito, pois sempre que o fazia me vinha a mente a cena que eu jurei esquecer mas não conseguia, ali estava ela, a imagem de um idiota cheio de olheiras e lagrimas nos olhos, com uma faca na mão com a intenção de perfurar o proprio peito mas seria uma morte suja e por isso como um belo genio que eu era resolvi tentar me enforcar, eu ainda tenho nojo de mim por fazer tal coisa, lembro claramente de amarrar perfeitamente a corda em um gancho no teto que antigamente servia para pendurar uma especie de tule que evitava os bichinhos de me picarem quando bebê e que naquele momento servia para que eu amarrasse um objeto que provavelmente tiraria minha vida, e assim que fiz uma especie de arco no qual eu enfiaria minha cabeça daria um fim em tudo aquilo, peguei um espelho grande que havia ali e o coloquei de frente a cadeira na qual eu ia subir e me olhei naquele reflexo e vi as malditas lagrimas cairem e irem ao chão, subi na cadeira e encaixei a corda em meu pescoço e enfim pulei da cadeira, não achava que iria doer tanto mas doeu e eu gritei... meu plano era morrer mas no fim eu descobri que mesmo com uma vida de merda era melhor viver, e depois disso eu só lembro de ir parar no hospital e ver a cena que eu mais temia, ver meu pai chorar e repetir varias vezes que precisava de mim e que eu não podia morrer, era sempre esse mesmo pesadelo.

Eu não queria ter esse pesadelo aquela noite novamente, por isso peguei meu remédio para dormir e o tomei logo caindo num sono profundo, essa vinha sendo minha vida... 

 "Eu preciso de um heroi,sera você quem ira me salvar? Por favor me ajude,eu não quero ficar só..."