História My Hope is You. - Pain...

Algumas semanas depois.

Não...

Não pode ser verdade...

NÃO! 

Gritava ao telefone com a recepcionista do hospital enquanto lagrimas grossas rolavam por minha pele pálida, apertava minha blusa com força e chorava alto, aquilo só podia ser mentira... não conseguia falar, minha mente se tornava nublada me deixando tão desesperado que só pude correr, e correr, e correr...

Alguns minutos mais cedo... 

Cheguei em casa e fui direto para o quarto de meu pai para me deitar em sua cama, eu estava me sentindo mal e ja sentia saudades do mais velho, me deitei e me enrolei nas cobertas mas me lembrei que não havia trancado a porta e como estaria sozinho era perigoso ficar com a porta aberta ainda mais naquele horário. 

Ja havia trancado a porta e aproveitei pra fazer algo quente para beber, ja que não havia chá acabei por fazer chocolate quente e após o líquido ja estar quente o suficiente o coloquei em uma xícara. Ia para o quarto quando o telefone tocou, me causando um sentimento ruim que apertou meu peito, coloquei a xícara encima da mesinha do telefone atendi o mesmo. 

— Alô? -atendi com a voz falha. 

— Senhor Min Yoongi? -ouvi a voz de uma moça do outro lado da linha. 

— Sim, o próprio,quem é? -perguntei baixo. 

— Sou Heeyeon, ligo por meio do hospital central, estou ligando para avisar que precisa voltar ao hospital, o quadro de seu pai mudou drasticamente essa tarde e o doutor seokjin precisa que venha até aqui... -a mulher disse receosa e baixo, e no momento em que ela disse isso eu entrei em desespero.

—M-mais eu acabei de voltar do hospital, me prometeram que ele ia ficar bem! -falei alto e entrando em pânico.

—S-senhor Yoongi... - a mulher disse baixo- E-Eu sinto muito,mais acabo de receber a notícia que seu pai entrou em estado de risco, o senhor precisa comparecer o mais rápido possível, pois não se sabe o que pode ocorrer...- a mulher disse e eu não consegui ficar em pé,eu cai de joelhos no chão, ela desligou e eu que estava tão desesperado só pude correr em direção ao hospital.

Agora...

Eu nem sei como, mas sei que corri para o hospital o mais rápido que podia, as lagrimas pesadas rolavam por minha pele, os soluços sendo abafados pelo vento forte que batia contra meu rosto, e quando atravessei a porta do hospital tive a pior visão que eu poderia ter em toda minha vida, meu pai sendo levado na maca sem cor, sem vida e seu rosto sendo coberto com um lençol. 

— PAI! - gritei em meio as outras pessoas e corri até ele, me joguei sobre seu corpo e tudo o que se podia ouvir e ver ali era meu choro alto e desesperado.

Um dos médicos me afastou da maca e logo após, levar meu pai para longe e entrar em uma sala, eu não conseguia mais ficar em pé e acabei por cair de joelhos no chão e chorar mais ainda, de repente senti uma mão tocar minhas costas.

—Vem...-seja la quem fosse disse e me abraçou fortemente e eu não fiz nada, somente me agarrei a pessoa assim que a mesma me abraçou e continuei a chorar - Sinto muito pela sua perda... - ele disse e após alguns minutos ele me ajudou a levantar e caminhar até os bancos da recepção e me sentei em um deles. 

—Obrigado...-disse baixo olhando para o chão.

—A recepcionista esta te chamando...-ele disse com a voz calma- Quer que eu faça isso? -eu não queria abusar dele, mas eu não estava em condições de fazer aquilo, então assenti e vi ele pegar os documentos de meu pai e ir até o balcão. 

Eu estava me segurando, mas ao ver o medico que cuidava de meu pai sair da sala dele com um semblante triste, a unica coisa que pude fazer foi abraçar meus joelhos e me encolher na cadeira voltando a derrubar mais lagrimas, a dor em meu peito era insuportável e minha cabeça estava igual, respirei pesado e levantei a cabeça ao ouvir meu nome ser chamado. 

— Disseram que você vai precisar voltar amanhã, que por enquanto deve ir para casa...-ele disse e eu assenti- Acho que posso te acompanhar, eu te vi entrar em casa e vi que somos vizinhos...

—Tudo bem... -falei baixo e o olhei, só então notando que era o mesmo rapaz que eu quase acertei com uma panela, abaixei a cabeça envergonhado e assenti passando a caminhar com ele. 

Durante o caminho ficamos em silêncio, a cada passo que eu dava eu me sentia mal, me lembrava de todo o tempo que gastei enfiado no quarto ao invés de ficar com o meu pai, me arrependia de todas as vezes que eu não queria sair com ele, de todas as vezes que fomos convidados para festas e eu o fiz ficar em casa comigo, de todas as namoradas que ele teve e o deixaram por não gostarem de mim, toda aquela culpa caía sobre as minhas costas e me fazia voltar a derrubar lagrimas. Nem ao menos notei quando ja havia chegado em casa, hoseok estava ao meu lado me olhando preocupado.

—Obrigado... Hoseok certo?-perguntei baixo e o mesmo assentiu- Boa noite... 

—Boa noite Yoongi, qualquer coisa eu moro naquela casa ali... -ele disse e apontou para a mesma logo saindo e indo para a casa.

Entrei e olhei ao redor e ao ver as coisas de meu pai ali em minha frente meu peito doeu, as lagrimas voltaram a descer dessa vez mais doloridas, os sons de dor que saiam por meus lábios aumentavam, olhei cada coisinha, até coisas que construimos juntos quando eu era pequeno ainda estavam la, tudo isso pesava em meu coração e ao abrir a porta e ver todo aquele vazio eu senti meu corpo fraquejar e cair ao chão, e pela raiva passei a soca-lo.

—POR QUE?! POR QUE ELE? -gritei e voltei a socar o chão, até que eu ja não tinha mais força para isso, e simplesmente larguei os braços ao lado de meu corpo- Appa... Appaaa... -repetia entre soluços,e me deitei ao chão me encolhendo ali, era uma dor insuportável, em toda a minha vida eu jamais pensei que isso aconteceria,e agora que aconteceu eu só consigo chorar.

Fiquei ali no chão chorando, em um pequeno momento me levantei e fechei a porta sem a trancar, me arrastei pela casa e passei pela sala vendo fotos minhas junto de meu pai quando eu era pequeno e outras comigo ja mais velho, peguei uma em especial, uma em que estávamos abraçados e ambos sorriamos alegres, aquela era uma foto do dia em que viajamos pela primeira vez juntos em suas férias, foi o dia mais feliz de nossas vidas, e lembrar daquele dia era mais pesaroso ainda, por saber que nunca mais eu iria ter um momento daqueles com ele. Entrei em seu quarto e senti seu cheiro assim que abri a porta, me arrastei até sua cama e me deitei ali abraçado a foto que peguei, me enrolei nas cobertas e não demorei para voltar a chorar e lembrar de nossos dias juntos, sinceramente eu não queria mais viver, pra que continuar vivo se ele não estava la?

Com esse pensamento eu me levantei e peguei um vidrinho de um dos meus remédios mais fortes, peguei uma garrafa de água e bebi todos de uma vez, me deitei na cama e esperei até que algo acontecesse.

Prometa que vai viver sua vida,me prometa que vai mudar...

As ultimas palavras que me pai disse antes de morrer bateram em minha cabeça com força, e chorando eu me levantei e enfiei o dedo na garganta pra forçar os remedios a saírem, não demorou pra mim vomitar todos os comprimidos na lixeira, limpei a boca e me deitei de volta na cama soluçando e logo me encolhendo e abraçando meus joelhos e nessa posição acabando por apagar.

2 semanas depois 

Após aquele dia, hoseok passou a me visitar durante duas semanas, eu disse que queria ficar sozinho e ele insistiu em ficar e me ajudar, o que eu descobri ser mais novo havia me contado que ja havia passado por isso e que sabia exatamente como eu me sentia, e durante esse tempo em que ele ficou em minha casa eu não entrei no quarto do meu pai hoseok me "proibiu" de entrar la, pois durante a semana em que entrei la eu chorava e cheguei até a me cortar, então para evitar isso me afastou do quarto que um dia pertenceu ao meu pai.

Infelizmente hoje, domingo, eu tive um ataque de pânico do qual eu não tinha a muito tempo e quando ocorria eu perdia o ar e entrava em desespero, o pior era que não havia nenhum remédio que ajudasse, e somente meu pai sabia como me acalmar, então em um momento de desespero hoseok ligou para um tal Jimin enquanto tentava me acalmar. Alguns minutos se passaram e logo um rapaz baixinho do cabelo rosado entrou no quarto e me viu jogado sobre a cama tentando respirar direito enquanto deixava lagrimas desesperadas escorrer por minhas bochechas.

—Meu deus ele esta pior do que eu imaginava... -o rosado disse e se aproximou de nós- Hoseok me ajuda a levar ele até o banheiro.

Dito isso os dois me apoiaram sobre eles e me levaram até o banheiro, jimin ligou a torneira na agua quente e encheu a banheira, retirou minha camiseta e me sentou lá me fazendo respirar e inspirar varias vezes, após um tempo eu estava mais calmo e podia respirar melhor do que antes.

— Como ele esta? -ouvi hoseok perguntar.

—Ele esta melhor, acho que foi síndrome do pânico, taehyung as vezes tem então foi facil ajudar ele... -o baixinho disse e eu abri os olhos que me deram uma visão meio turva de jimin e hoseok.

—Obrigado... Jimin certo? -falei com a voz rouca e vi o outro assentir sorrindo e fazendo seus olhos se tornarem dois riscos. 

—Não precisa agradecer hyung, bem se seque e se troque, pelo visto esta com fome então se me permite vou mecher na sua cozinha -disse o aparentemente mais novo e eu assenti.

[...]

Após me secar e me trocar fui para a sala que é ligada com a cozinha por ser no estilo americana e ao adentrar o local vi duas figuras desconhecidas, me aproximei deles obtendo suas atenções.

—Como esta se sentindo? -um rapaz de voz grave disse ao se aproximar- Hoseok hyung estava bem assustado quando nos ligou!

—E-eu estou bem obrigado... -falei baixo e vi o outro rapaz se aproximar com uma cadeira de rodas- Vocês são..?

—Ah sim, me desculpe a falta de educação, eu sou Kim Taehyung e esse é Jeon Jungkook, somos namorados do jiminnie! -explicou e eu assenti entendendo o motivo deles estarem ali, olhei para a cozinha e vi hoseok ajudar jimin a fazer algo que não consegui ver o que era- Hoseok hyung! Vem aqui rapidinho?

—Que foi tae? -o mais novo disse ao adentrar a sala e vir em nossa direção parando ao meu lado.

— Viu jungkook, eu falei pra você! -o taehyung disse e eu o olhei confuso- Eles formam um casal super fofo!

—Tae! -hoseok disse alto e eu abaixei a cabeça envergonhado- D-desculpa yoongi hyung, ele é meio sem noção as vezes...

—T-tudo bem... -respondi ainda de cabeça baixa e vi o mais alto se afastar e ir para perto de jimin que começou a tirar uma com a cara dele por estar vermelho.

Ao ver todos distraidos eu sai por um momento dali e caminhei até o quarto que era do meu pai, não entrava la a mais de uma semana, e ao entrar eu não chorei, dessa vez eu entrei la e olhei ao redor vendo todas as coisas dele ali, nossa foto esquiando na estante ao lado da cama e tudo limpo e organizado -provavelmente obra de hoseok- sentei na cama e fiquei olhando tudo, peguei aquela foto da estante e fiquei olhando para ela.

—E no final das contas quem me deixou foi você né? -falei olhando para a foto e sorri triste- Pai... tudo parece tão sem sentido...

Falei em um sussurro e vi minha lagrima cair sobre o quadro, respirei fundo e sequei as pequenas lagrimas que ficaram em minha bochecha, passei o polegar sobre o rosto dele e sorri pequeno.

—Acho que esta mais que na hora não é? Acho que ja chegou a hora do seu filho cumprir seu último pedido hm? -falei baixo e sorri sentindo aquela dor por saber que nada poderia ser mudado.

—Tenho certeza que é o que ele mais quer Yoongi... -ouvi a voz de hoseok falar na porta e levantei meu olhar para ele e o mesmo tinhas os olhos marejados- É uma batalha diária, mas você vai vencer ela...

—Eu só queria ter orgulhado ele, ele me disse tantas vezes para seguir o meu sonho e eu ignorei, me mantive um depressivo enfiado dentro da caixinha Hope... -falei e o outro me olhou assustado, durante toda as duas semanas que ele ficou comigo eu continuei a conversar com "J-Hope" e um certo dia ele deixou o celular em casa, eu mandei mensagem para o "J-Hop" e vi o celular do mais novo brilhar e mostrar uma nova mensagem minha com o meu nome salvo, foi ai que liguei tudo- Obrigado por estar por perto para cuidar de mim hoseok, você se tornou a minha unica esperança.

—Eu não podia deixar você sozinho Suga eu não conseguiria fazer isso, mesmo que eu quisesse... -ele disse e eu sorri tremido e me levantei indo até ele, o mais novo me puxou e me abraçou com força, era uma dor que ele entendia e da qual ele estava me ajudando a superar.

—Obrigado, obrigado por se tornar a minha esperança...