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História O santuário esquecido (Interativa) - Um dilema de Peso - Parte 2


Escrita por: SirenSong

Notas do Autor


Bom pessoal... sei que ta tarde
Esse capítulo era pra ter saido mais cedo. Mas muita coisa aconteceu e eu só consegui terminar agora

Desculpem qualquer coisa
Espero que gostem.

Capítulo 4 - Um dilema de Peso - Parte 2


Fanfic / Fanfiction O santuário esquecido (Interativa) - Um dilema de Peso - Parte 2

"Por Favor, qualquer deus que estive ai. Me dêem uma ajudinha, eu preciso emagrecer!"

***

Ryurei estava começando a subir as escadas quando a garota foi embora. Sobrevoando, o grito de um corvo piou alto chamando sua atenção. O animal pousou no corrimão da ponte, exibindo suas penas negras. Calmamente, para não assustar o animal, Ryurei pegou em sua sacola um pedaço e pão e jogou para perto do animal.

—  Uma oferenda a Yatagarasu-Jinja*, meu bom corvo. — Fazendo uma reverência — Traga para este templo sua benção.

O animal pulou para o chão, pegou o pedaço de pão e levantou vôo. O velho não teve certeza, mas por um momento, achou que o corvo estava cego de um olho.

Saiu pelo santuário procurando o Deus Guardião dos Lanterneiros e o encontrou dormindo encostado a um dos pilares.

— Hey, acorde! — Empurrando o jovem com o pé. — Você tem trabalho a fazer. Trabalho! Trabalho!

— Me deixa dormir... demônio. — Resmungou

— Você tem casa e comida aqui. Tem que trabalhar!

— Mas que velho chato do cacete...  Eu passei o dia consertando o telhado. Me deixa descansar.

— Lave essa boca suja. Você é um deus. Tem que se dar ao respeito. — Ainda o chutando.

— Quer um balde d'água para lavar a boca dele? —  Perguntou uma terceira pessoa se aproximando. Era um homem alto, com cabelos de um negro belíssimo. Ele usava um terno, um tampão no olho e de fato trazia um balde com água.

— Pode jogar — Respondeu Ryurei se afastando. Haru bolou para o lado imediatamente esquivando da água e imediatamente começou a reclamar. Nem o velho ou o homem pareciam dar atenção enquanto faziam suas apresentações.

— É um prazer conhecê-lo formalmente senhor Ryurei. Pode me chamar de Kaito. — Numa reverência formal — E agradeço pelo pão.

— Ow ow ow. Ele te deu pão? — Protesou Haru para o seu guardião,  e imediatamente virou-se para o velho— Você deu pão pra ele?

— Uma oferenda — Completou Kaito com uma piscadela. 

 ***

Depois de alguma confusão e certas explicações trocadas. Ryurei entendeu que Kaito era uma espécie de mensageiro e guia do deus Karui Mochinushi, o guardião dos acendedores de lanterna, embora Haru tivesse uma necessidade de ressaltar a parte do "servo". Kaito era um corvo, mas não um Tengu. Diferente dos seus parentes youkais, Kaito era o espírito de um animal que ganhou uma forma humana pelo desejo de uma divindade.

— Não faz sentido — Protestou Ryurei — Uma pessoa infantil como ele não pode ter criado alguém inteligente como você.

— Caralho, velhote, tu não cansa de me insultar não? Eu posso fazer sua casa pegar fogo sabia? Basta uma lanterna cair para o lado errado! 

— Difícil — Respondeu o velho despreocupado enchendo o kobati** com o seu chá verde — Eu uso lâmpadas elétricas  em casa.

Haru o encarou pasmo ”Traidor!”.

— Mas vamos ao que interessa. Uma jovem precisa emagrecer.

— E eu com isso?

— Você é um deus.

— Sim, eu não dou um deus da beleza.

— Você não é um deus “revitalizador de templos” mas recebeu o meu pedido.

— É diferente.

— Não se preocupe senhor Ryurei — Interrompeu Kaito — Nós iremos essa tarde vê-la.

— Quê? Eu não… — Haru começou a protesta. O corvo apenas virou-se para o velho ignorando o deus.

— Ele já lhe mostrou o mundo espiritual. Mas acaso o senhor já viu um desejo? — Perguntou com seu ar simpático.

— Um desejo?

— Sim…. Venha comigo. Já que meu amo está lhe mostrando as coisas, eu vou ajudá-lo.

— Hey, parem de me ignorar!!!

Kaito andou com o velho até poderem ver o altar. O altar do templo ficava no meio de um lago de carpas. Logo na entrada havia uma caixa de madeira, para depositar moedas, e um sino, ligado a uma corda, que serve para advertir o kami da presença do fiel.

— Não se assuste, tudo bem? — Kaito colocou uma mão sobre o seu olho e com a outra tocou a testa do velho.

“Ó deuses da purificação, criados por ordem do pai e da mãe que habitam o Céu,
permitam-me o poder para quebrar a corrupção da alma enfraquecida.
Pela luz dada a mim por Karui Mochinushi.
Que o óleo queime, que a vela acenda, que a escuridão por fim seja rompida…
e que os cegos possam ver”

Ryurei estranhou toda a cerimônia, Haru havia apenas tocado em sua testa e pronto, o velho estava vendo o impossível, e sem nenhum efeito colateral, por sinal. Agora ele sentia uma tensão na sua testa, sua cabeça parecia querer explodir, seus olhos ardiam, como quando passamos muito tempo no escuro e finalmente saímos para a luz.

— Olhe para a caixa. — Orientou Kaito. Sobre ela, uma moeda parecia flutuar envolta numa chama branca. — Isso é um tributo aos deuses. Quanto mais fé uma pessoa possui, quanto mais emoção ela imbui o seu pedido. Maior e mais forte é essa chama. É disso que os deuses se sustentam.

Ryurei sentiu um enjôo e perdeu as forças nas pernas. Foi segurado pelo corvo que não foi pegue de surpresa. Como se já esperasse que o velho fosse desabar e tivesse se colocado a postos para isso. A visão de Ryurei voltou ao normal,  mas seu enjoo não passou. Kaito então levou o homem até um banco para de sentar.

— Por que? Por que vocês estão me mostrando isso?— Perguntou Ryurei pegando sua garrafa de chá na bolsa. 

— Eu não faço a mínima ideia — Respondeu o corvo com um sorriso.

— Qual… era o tamanho… o tamanho da chama do meu pedido?

— Ah — Suspirou o corvo colocando o dedo a frente dos labios num sinal de silêncio —  Isso é um segredo.

***

— Deixem-me ver se eu entendi — Ryurei começou a recapitular — Vocês vão chegar na casa da garota e ela não vai denunciar vocês pra policia.

— Isso! — Concordou Haru.

— E, supostamente… ela vai esquecer que dois homens invadiram a casa dela com uma desculpa não muito convincente de que são “seres espirituais” — fazendo o gesto de aspas com os dedos.

— Não é desculpa. É a verdade.

— Não seria mais fácil vocês irem invisíveis?

— Hey!  Eu sou um deus, não um fantasma.

—  É só que… — O velho balançou a cabeça dando a entender algo que Haru não entendeu.

— Olha...  eu nem queria ir, pra começo de conversa. Agora que eu tô indo você fica pondo dificuldade… — E resmungou alguns palavrões.— Eu não vou mais não pra essa merda.

— Não se preocupe senhor Ryurei. Quando uma pessoa faz um pedido ela envia um convite, e um convite é uma permissão. A garota já aceitou nossa intromissão na vida dela, mesmo que não se dê conta disso. Mas… de toda forma, teremos cuidado.

***

Muitas reclamações depois.

***

 

Akemi Matsuda morava em um prédio de muitos apartamentos. Não era um lugar luxuoso, parecia ser aqueles locais onde estudantes que moram sozinhos vão morar. Ela estava sentada assistindo seu dorama favorito, agarrada a um pote de sorvete light quando começou a escutar uma discussão na porta.

Espiando pela janela, ela viu dois homens muito bonitos conversando. Um tinha a pele morena com os cabelos castanhos e falava enérgico, o outro era mais alto, tenha a pele alva, os cabelos negros e um ar superior. A conversa do moreno não fazia muito sentido, mas Akemi tentou escutar, mesmo assim. “Eles acendem sozinhos. Isso não é assustador pra você? Que tipo de proteção eles trazem? Nenhuma! São como fantasmas ou… Sei lá...  Pedras que iluminam.”

O homem mais alto foi quem bateu na porta enquanto o outro continuava a falar. Akemi tentou rever em sua mente todos os motivos pelos quais dois homens estariam a sua porta. Pensou em não abrir e deixá-los lá. Rapidamente, pensou também em como cairia mal para a sua imagem ter dois homens a porta. Então Abriu.

— Posso ajudar? — Perguntou sorridente.

— Oi, nós viemos a mando do velho. — Respondeu Haru entrando no apartamento sem nem pedir licença — Algo sobre emagrecer, não é? 

— O quê? — Indagou a garota completamente perdida.

— É um prazer atendê-la senhorita. — Kaito curvou-se respeitosamente — Nós viemos atender o seu pedido. Agradecemos a confiança.

— O quê? Esperem. Esperem.

***

Akemi estava escondida em seu quarto. Como foi chegar naquela situação? Era tarde da noite e estava com fome. Tentou chegar a cozinha sem fazer barulho, mas como se lhe esperasse, Haru estava de vigília com uma lamparina acesa.

— Lanchinho noturno? — Ele perguntou irônico.

— Eu não jantei direito. - Ela respondeu meio sem jeito. 

— Pode voltar pra cama, você aguenta até amanhã.

— Mas eu estou com fome. 

— O problema não é meu. — sem qualquer comoção.

— Eu vou comer alguma coisa!

— Vai sim... — Ele fez uma pequena pausa dramática — amanhã.

Akemi o encarou com a sua melhor expressão de irritação. Cruzou os braços e fechou a cara. Teimosa como era, agora, jantar era questão de honra. A discussão acabou quando Haru colocou a garota no ombro e a levou pro quarto. Ela esperneou bastante, mas não o suficiente para fazer os vizinhos ligarem para a polícia.

Os dias seguintes não foram muito diferentes. Exercícios e uma rotina alimentar bastante controlada. Akemi, inclusive, fazia mais exercício brigando e tentando desviar de Haru pra comer, que na própria ginástica. Quando o dia da pesagem veio, a loira tinha perdido algo próximo de seis quilos.

Ela não lembrou das brigas, nem das comidas que haviam sido comidas por outras pessoas. Ela não lembrava do tumultos para acordar cedo ou para comer coisas de gostos horríveis. Ela só lembrou de agradecer aos deuses e de que receitas para emagrecer da internet não funcionavam.


Notas Finais


Haru tomando os chá do Ryurei:
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Gente, desculpa os erros de digitação.
Eu to meio acabada hoje...


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