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História My Imperfect Puppet: Born To Die - Flor de Cerejeira


Escrita por: lisbeth_wg

Notas do Autor


Oeee povos szszsz
Depois de um século minhas linda internet permitiu que eu viesse aqui, postar mais um capítulo. Fique bastante animada com os comentários do capítulo anterior, eu estava preparada para xingamentos, mas vocês só me deram amor szsz Aos que eu não tive oportunidade de responder os comentários, responderei em breve sz
Quero dizer também que esse capítulo é dedicado a uma leitora, que com um comentário surpreendente me fez ter a idéia de criar esse capítulo. Cherry Blossom é dedicado a você Del-Rey sz
Teremos um capítulo amanhã, se tudo der certo e mais um no domingo, talvez no sábado, ainda estou me decidindo aqui husahua
Enfim, boa leitura szsz Saudades desde já.

Capítulo 56 - Flor de Cerejeira


 

 

Apesar da morte mais desejada ter acontecido diante de seus olhos, ninguém clamou, ninguém gritou. Continuou em silêncio, entre a dor dos feridos e a confusão de homens da Akatsuki que não sabiam o que estavam fazendo ali. Ino que estava ao lado de Naruto, correu até Sakura quando viu o Líder desaparecer, jogou os joelhos no chão e sem pensar, pegou nos dois lados de sua cabeça, tendo certeza de que era realmente Sakura. O sangue que escorreu entre seus dedos era tão real quanto ela. Recolheu as mãos e chorou.

Se soubesse o quão perto Sakura estava do perigo, Ino teria feito alguma coisa, qualquer coisa. Mas aquele era seu destino, ninguém além dela poderia matar o Líder, até mesmo Shikamaru admitia isso, mas ninguém imaginava que ela teria que ir junto. Ainda assim, faria algo para confortá-la, talvez simplesmente dizendo que Rin estava bem graças ao soro que Nagato havia entregado para reverter a magia do Líder, que Obito, um antigo agente duplo da Anbu, havia retornado depois de muito tempo, com Deidara. Ferido, mas vivo e consciente. Agora, era tarde demais.

Sasori continuou com Sakura nos braços em todo o momento, seus dedos trilhavam entre seus fios de cabelos como se não houvesse sangue algum, tão calmo que parecia estar em outro lugar, ou ver algo que ninguém mais conseguia ver. Isso irritou Ino, que sempre esteve observando-os de longe, principalmente notando a frieza imutável que aquele ser possuía. Em que parte dele Sakura havia encontrado algo bom o suficiente para amá-lo?

— Ela sofreu tanto — disse para Sasori, sem ter certeza de que ele ouviria. Como ele continuava tão calmo? Ele não a amava? — porque você não pode demonstrar nada mesmo agora?!

— Cala a boca.

Quando Sasori levantou a cabeça, não havia qualquer lágrima, mas não foi isso que a espantou e sim seu olhar. As sobrancelhas vermelhas tremendo e os olhos perdidos, como se ele não conseguisse enxergar qualquer coisa. Uma breve nostalgia atingiu e permitiu que a raiva passasse. Sabia que Sakura sempre tinha dúvidas de Sasori a amava realmente, sempre achou que a resposta era não e ainda assim deu todo seu amor e devoção para ele. E apenas quando não estava presente que era claro ver que esteve enganada, assim como sete anos atrás quando ele voltou por ela e ficou dias seguidos ao seu lado da cama, sem se mover até que fosse obrigado a sair. Sasori a amava mesmo não sendo bom em reconhecer ou demonstrar, um amor tão puro que remetia um pouco de inveja. Havia um limite para a quantidade de amor que uma pessoa poderia nutrir por outra? Ino socaria qualquer um que respondesse “sim”.

Encolheu os ombros e ouviu os agentes começarem a comemorar ao redor, com vozes arrastadas, quase não ditas por causa do frio intenso. Não sabia como explicaria tudo para Hinata, tampouco o que fazer depois de tudo. Sentiu como se todo o peso que Sakura havia carregado estava agora sobre seus ombros, mesmo não sendo por completo. Uma presença extra a fez olhar para cima e encontrar o rosto borrado de maquiagem daquela mulher, que nem mesmo humana era.

— O que faz aqui? — quis saber, soltando toda a fúria na voz. — Vocês já não acabaram com ela?!

— Eu posso ajudar — anunciou Konan, a voz continha uma arrogância tão grande que Ino sentiu mais raiva.

— Ajuda com o que? Que besteira está dizendo?!

— Silêncio — ordenou Sasori, com sua voz baixa. Ino ficou tão perplexa que o encarou por mais de minutos. Ele estava do lado de quem?

Konan se abaixou ao lado de Ino, erguendo as mãos para tocar na cabeça de Sakura, ainda nos braços de Sasori, assim como ela havia feito antes. Quis pará-la e realmente gritou para parar.

— O que eu posso fazer de mal? — respondeu Konan, sem tirar os olhos da figura de Sasori, que não lançou qualquer atenção para ela. — Ela já esta morta.

Não se contentou e agiu, mas não conseguiu. Na verdade, fios com uma tonalidade verde, quase transparente, prenderam suas mãos no chão, impedindo que as mexesse. Ela viu que os fios emanavam da ponta dos dedos de Sasori. Abriu a boca para gritar, mas Konan já estava com a palma das mãos pressionadas em ambos os lados da cabeça ensanguentada, enquanto uma luz prateada começava a surgir e o chão tremia. Tudo ao redor deles, desde a neve até pedras, galhos e a arma usada por Sakura para atirar em Naruto e na própria cabeça, flutuaram. Ino precisou abaixar a cabeça para não ser acertava por uma longa pedra. Os agentes ficaram alertas a espera de um novo perigo, mas nada aconteceu.

— O que está fazendo?! — gritou Ino.

— Konan está oferecendo a própria vida para Sakura — respondeu Sasori, sem parar de olhar para o rosto fúnebre em seus braços. — Precisa haver aceitação, por ambas as partes. Se ela não quiser voltar, não voltará.

 

•••

 

Sinos flutuaram até seus tímpanos, uma vaga lembrança do que um dia pode ser chamado de som, sussurrando com um longo e estridente apito: você está morta. Talvez, seja lá quem fosse os sinos, o qual fosse suas intenções, estivesse certo sobre isso. Diziam que a morte era o fim da existência de um ser, um passo para uma nova vida ou apenas o grande fim. Sempre imaginou como uma grande e densa névoa de escuridão profunda, a sugando para aquele lugar onde não há luz, nada além do eco de um choramingar horrendo. No entanto, a verdade é mais crua. Quando as pessoas ouvem o som da morte, sabe exatamente qual é a sensação, uma tímida manifestação de luz no breu, que tanto desaponta: a própria voz.

— Sakura.

A voz veio de muito longe, como um chamado para acordar, dispersando a escuridão e abrindo espaço para a imensidão recheada de prédios antigos que só eram vistos em Konoha. Era dia de neve, caindo e grudando na superfície do asfalto bem polido, das casas de madeira tradicional e das pessoas, até que não existia mais qualquer coisa perfeita e lentamente sua brancura fundiu as cinzas dos prédios e a negritude dos entulhos do que um dia foi um templo. Konoha estava destruída. Uma página queimada no meio de um livro de terror. Só quando sentiu com a ponta dos dedos dos pés o asfalto rachado da rua que percebeu não sentir cheiro ou som algum, como em seu interior. Mesmo depois da morte, ainda continuava dentro da bolha, mas agora havia se expandido e Konoha também estava dentro dela. Isso é o que diziam ser o inferno? Pois se fosse, estavam todos certos. E se aquele era o inferno, consequentemente estava mesmo morta. Concluir isso era estranho, até porque, o que faria agora?

Caminhou pelas ruas da cidade, entre a ruína dos prédios, até encontrar uma avenida reta que se expandia até uma parte muito distante que Sakura percebeu não ser de Konoha, quem sabe esse era o caminho até o inferno? Não acreditava muito no paraíso, tampouco em qualquer lugar bom depois de tudo que havia feito. A bolha aumentava e o nada se expandia. Estava completamente sozinha, embora conhecesse bem a sensação. Somente naquele ínfimo momento de sua existência, permitiu chorar mais um pouco.

— Sakura — a voz retornou, dessa vez mais fina e doce.

Olhou para trás e viu grandes olhos azuis moldurados por lisos cabelos róseos, que desciam suavemente até atingir o chão, misturando a pureza da cor com toda a tristeza refletida na terra. Era uma criança, mas ainda era Taya. As duas mãozinhas se esticaram no ar e Sakura precisou abaixar-se para os dedos pequenos atingirem a linha abaixo de seus olhos, limpando as lágrimas.

— Eu estou morta?

Hesitando, a pequena Taya balançou a cabeça afirmativamente.

— Nós nos encontramos finalmente, mesmo estando nesse lugar.

— Onde estamos?

— É a parte mais escura de sua consciência, digo, a mais sombria — Ela flexionou as pernas e cutucou o chão cinzento, Sakura teve a impressão de seus dedos estarem maiores. — Eu estive vivendo por aqui por longos tempos, até você aparecer. Isso é um sinal ruim?

— Não sei — admitiu, olhando de soslaio para a avenida que continuava até a parte estranha. Não havia se alterado.

— Eu sou a parte ruim — murmurou Taya.

— O que?

Taya se levantou do chão e Sakura percebeu que não era apenas impressão, mas ela estava crescendo, agora, parecia uma criança de mais ou menos nove anos.

— Eu sou a parte ruim que Uchiha Itachi mencionou, a parte que ele queria retirar, mas é claro, ele nunca conseguiria.

— Você pode sair.

— Não, não posso. Estou presa aqui. O que tudo indica é que eu sou um pouco de você, ou você é um pouco de mim — deu de ombros. — Somos e não somos a mesma pessoa.

— Reencarnação — concluiu Sakura, acompanhando Taya, que começava a caminhar pela rua. Pensou ter escutado um choro ao longe.

— Um pouco disso também. Por que está chorando?

— Eu quebrei — a palavra saiu quase em um resmungo pelo tanto que não queria sair de sua boca. Assim como estar morta, afirmar que não estava mais no controle era estranho.

— Está desistindo, depois de tudo que passamos?

— Não. Apenas cheguei ao meu limite.

— Porque acha que matou Naruto? — os grandes olhos azuis haviam se adequado ao rosto, que havia alongado até parecer uma adolescente com seus tenros treze anos. Faltava pouco para chegar até sua altura.

Parou de acompanhar Taya.

— Não acho, eu o matei.

De cenho franzido por indignação, Taya se voltou a ela, agora envelhecendo mais claramente.

— Não foi você, foi Uchiha Itachi, ele que fez isso, não implante essa idéia estúpida na cabeça!

— Só está dizendo isso porque não teve que atirar nele. As coisas são diferentes do outro lado. É por isso que não existe mais felicidade para mim.

O mundo ao redor continuava oco, sem som, mas aos poucos as sensações voltavam. Sakura se sentiu imensamente amargurada com as próprias palavras, apenas em poucos momento havia presenciado a felicidade e agora, vendo claramente seu mundo devastado, não sabia mais como voltar a sentir. E mesmo que soubesse, ela merecia ser feliz?

Um suspiro e Taya observou os próprios pés, pela primeira vez, percebendo que estava crescendo.

— É uma pena você estar aqui agora, ele entenderia.

— Quem?

— Sasori-kun — encarou os olhos azuis. — Ele me matou uma vez, certo? Ninguém melhor que ele para entender como é matar alguém que ama.

— Não sou como Sasori. Ele é forte.

— E o que faz você pensar que não é? — a forma como Taya perguntou fez sua resposta soar mais falsa, do que pareceu soar em sua mente.  Ela pegou em suas mãos, agora estavam quase da mesma forma, uma vez que a aparência de Taya alcançara seus dezenove anos. — Quem foi que suportou tudo por sete anos até aqui? Fez tanta coisa que eu nunca conseguiria fazer, perseguiu toda a Akatsuki até a morte por ele, quase morreu diversas vezes e ainda assim fez tudo que fez por ele. Estava tão concentrada pensando no quanto ele era forte que não notou que a única mais forte de todos era você. Somente você.

Balançou a cabeça, mas não conseguiu retirar suas mãos das de Taya. Elas proporcionavam um conforto, peculiar, mas um conforto suave demais para ser negado. Lentamente, conseguiu sentir o frio do inverno.

— Como pode tentar dar conselhos depois de morrer por ele?

— Eu morri, mas não aceitei isso. Meu único desejo sempre foi ficar com Sasori — Sakura pensou novamente em seu destino já traçado. — Não, não pense que esse sentimento é uma obrigação da reencarnação. Quem não se apaixonaria por Sasori e tudo que ele é? Nós duas sabemos quem ele é. Nós duas sabemos que ele precisa de nós.

Sentiu mais uma lágrima descer, jurou que essa seria a ultima, mesmo não sendo muito boa com juramentos voltados a si e suas lágrimas. Deveria desistir de uma vez e assumir sua personalidade chorona.

— Não posso fazer mais nada agora, de qualquer forma.

Taya deu leves tapinhas nas mãos de Sakura e certificou de demonstrar que estava errada.

— Você pode fazer o que eu não fiz, guiar a próxima reencarnação e ensinar que podemos ser felizes, se Sasori for feliz — afastou as mãos e algo em seu rosto pálido iluminou. — Assim como eu vi, você também verá. Chegar até ele é um caminho difícil.

— E você? — conseguiu perguntar.

— Eu? — riu e mostrou as próprias mãos, de onde irradiavam uma pequena luminosidade prateada que impossibilitava de ver a pele com nitidez. — Estou desaparecendo. É a lei da natureza, acho. Você me superou de todas as formas, porque esteve constantemente mudando. A alma precisa evoluir para alcançar a perfeição do amor, em uma evolução, o novo deve abandonar o antigo. Os mais fortes sobrevivem.

— Nova e velha.  — Taya riu mais uma vez, olhando para as mãos a tempo de vê-la criar vincos, como as mãos de uma idosa. Suspirou e disse: Sakura, você voltará para ele?

— Sabe minha resposta, você é eu — o rosto de Taya se ergueu em surpresa, mas nada ela disse. — Isso está sendo feito pela minha mente. Eu estou falando sozinha, não estou?

Os cabelos desapareciam conforme os sons e as sensações voltavam. Um largo sorriso se abriu em seu rosto.

— Você cresceu.

 

 

 

 

CONTINUA...

 



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