História My light, my hope (J-Hope) - Entenda de uma vez!

Jungkook On

Eu não acredito!

Onde eu fui me meter?

 Um rapaz tão tímido como eu... Que mal consegue conversar com uma garota sem gaguejar.

 Ah... Eu não estou acreditando que aceitei isso... É claro, fico feliz de estar ajudando a (S/N); ajudando a tirar suas dúvidas... Mas poxa, tirar informações da Morte, conversar com ela... Não vai ser nada fácil... Mas eu vou fazer o que puder. Eu quero muito ajuda-la.

— Então está combinado! Só fazermos como ensaiamos que vai ser sucesso! — diz (S/N) com um sorriso enorme no rosto.

— Tem certeza que vai dar certo? Não acho que Morte vai revelar algo só por minha causa. — digo ajeitando meus cabelos.

— Vai sim, você despertou nela um lado mais calmo... Ela gostou de você! Afinal ninguém resiste ao charme e fofura de Jeon Jungkook! — exclama na tentativa de me convencer.

Respiro profundamente; estou literalmente juntando força e coragem para ir enfrentar SOZINHO a Dona Morte.

— Tá bom, você venceu. Mas o que devo perguntar? — pergunto nervoso.

— Nós não ensaiamos? Você já se esqueceu, Kookie? — questiona ela, preocupada.

— Eu estou nervoso, me dá um desconto! — exclamo suando frio.

— Pergunte... — ela ia falar, mas eu a interrompi. — Espera aí! Lembrei, lembrei! — exclamo a assustando.

— OK! Pergunte absolutamente tudo o que puder; mas indiretamente pra ela não desconfiar! — diz (S/N) animada. — Agora vai! Fighting! — diz erguendo as mãos e fechando os punhos. Só que no momento em que ela disse para eu ir ao encontro de Morte, meu corpo estremeceu. Travei completamente e olhei para o nada. Estava suando frio. (S/N) percebeu, e fez uma expressão preocupada.

— Jungkook! O que foi? — pergunta se aproximando.

— E-eu não consigo. Eu não vou conseguir sozinho! — grito desesperado.  — Você vai ter que ir comigo! Você vai ter que estar junto. — exclamo; aperto seus braços com força. (S/N) me olha com dúvida.

— Como Kookie? Se eu me aproximar, ela vai desconfiar na certa! Aí o esquema vai para o brejo! — diz (S/N) arqueando uma sobrancelha.

— Não sei. Mas eu vou ficar nervoso se eu for sozinho. E se eu ficar nervoso, eu vou estragar tudo. Aí sim a vaca vai para o brejo. Você precisa estar lá de algum jeito! — exclamo teimando e batendo os pés no chão.

— Mas como? — pergunta (S/N) cruzando os braços.

— Você quer que eu te ajude? — questiono virando meu rosto para olha-la. Ela acena positivamente.

— Então vai comigo! — digo juntando as mãos e fazendo a cara mais fofa que eu podia fazer.

— Você é difícil, rapaz! — diz suspirando e coçando a cabeça. Logo após me lançando um sorriso meigo.

— Pegar ou largar. Eu estou fazendo um sacrifício para te ajudar! — digo sorrindo também.

— Vem; eu vou dar um jeito de ir com você sem ser vista! — exclama (S/N) me chamando e fazendo sinais com as mãos para acompanha-la.

(...)

E lá estava a Dona Morte, sentada em um banquinho de madeira entre o jardim, na sombra de uma enorme árvore. Estava centrada, olhava atentamente para sua preciosa foice, afiando com cuidado a lâmina. Engoli em seco pelo tamanho nervosismo. Estávamos escondidos nos grandes arbustos. (S/N) a olhava com seriedade, possivelmente estava planejando como iria estar ali presente sem que Morte a visse.

De repente (S/N) dá um pequeno pulinho, provavelmente bolou um pequeno plano. Ela olhou pra mim e percebi a firmeza em seu olhar.

— É simples, você tenta distrai-la por um momento. Tá vendo aquela árvore ali? — aponta para a árvore atrás de Morte. Aceno positivamente.

— Eu vou subir naquela árvore para te acompanhar... No momento em que eu estiver lá em cima você a interroga. Beleza? — diz (S/N) olhando para mim enquanto aponta para a árvore.

— OK, mas como você vai chegar até a árvore? — pergunto.

— Eu simplesmente dou a volta. Para não correr o risco de ela me ver! — diz dando de ombros. Ia se afastar, mas me olha e percebe meu nervosismo.

— Jungkook, por que está assim tão assustado? Você sempre demonstrou ser corajoso. — sussurra arqueando a sobrancelha.

— Não é questão de covardia, é questão de timidez... Ela é uma mulher, e ainda por cima a Morte. — murmuro olhando para a “mulher” lá na frente que ainda afiava sua foice.

— Fica tranquilo Kookie, eu vou estar lá com você! Quando você erguer seu olhar eu vou estar lá. — diz (S/N) colocando as mãos em meus ombros, me dando forças. Aceno pra ela e sorrio. Vejo-a se afastando para contornar o jardim. Respiro fundo e aguardo uns instantes.

Finalmente resolvo sair dos arbustos e ir falar com Morte.

OK... Se acalme Jeon Jungkook. É para ajudar a (S/N).

Aproximo-me dela e vejo a mesma erguendo seu rosto para me olhar. Assim que me vê, lança um pequeno sorriso.

— Oh, olá... Jungkook, correto? — questiona retirando a foice de seu colo e se levantando, e andando até mim.

— S-sim... — murmuro com a cabeça abaixada.

— O que foi? Eu não mordo, fica tranquilo! — diz ela lançando um sorriso. — Mas então, o que o trás até mim? Precisa de alguma coisa? — pergunta tombando a cabeça um pouco para o lado.

— Bem é que eu... — murmuro sem saber o que fazer. Olho discretamente pelos ombros de Morte e vejo (S/N) atrás da árvore tentando subir na mesma. Ela percebe que eu estava olhando e acena sorridente. Ela pronuncia umas palavras:

“Você está ótimo! Fighting!”

—... É que eu... Eu sou muito seu fã! Você é tão... Tão... — tento encontrar palavras para terminar minha frase.

— Tão? — diz Morte curiosa, coloca as mãos na cintura e me olha com divertimento.

—... Tão forte e destemida! — exclamo nervoso, eu tentava de todas as maneiras manter a calma, mas minha timidez não me ajudava nenhum pouco. E com o olhar intenso dela sobre mim só piorava minha situação.

Ela solta uma gargalhada, tomba sua cabeça pra trás, mas logo volta a sua postura.

— Você é muito fofinho sabia?  Eu fico imaginando você como meu companheiro... Ia ser tão bonitinho! — diz juntando as mãos e os apoiando em sua bochecha esquerda.

Rapidamente penso em mim mesmo com uma roupa toda desbotada, com sapatos de couro, com um chicote na mão e rosto muito pálido. Subiu um arrepio em meu corpo só de pensar nessa coisa bizarra.

— Até imagino! — murmuro. Olho pra cima e vejo (S/N) perdurada em um galho. Está bem escondida. Ela faz sinal para eu começar a interrogar a mulher a minha frente... É agora Jungkook.

Joga essa timidez para o alto que está na hora de agir.

— Então... Na verdade eu vim aqui porque estou bem curioso. — falo baixo.

— Sobre o que? — pergunta curiosa.

— S-sobre tudo. Você é tão misteriosa, desperta muito minha curiosidade! — comento sorrindo, dando o meu máximo para parecer tranquilo.

— A curiosidade matou o gato, sabia? — diz ela dando um passo e tombando a cabeça em minha direção, enquanto me lança um sorriso travesso.

— Creio que a esse gato ela não vai matar! — digo me aproximando e sorrindo também, segundos depois dou uma piscadinha. — Vai me diz, por que deixou (S/N) vencer? Ela tinha tudo para perder. — digo cruzando os braços e fazendo uma carinha falsamente curiosa.

Eu estou surpreso comigo mesmo, eu não acredito que consegui manter contato visual com uma mulher e ainda pisquei.

— Eu tive pena dela... Hobi ficou tão preocupado com (S/N)... E ela estava tão decadente que me bateu uma peninha; então falei qualquer baboseira que veio em mente e deixei-a vencer! — diz Morte dando de ombros. Ela olhou por um momento para o chão e aproveitei e olhei pra cima, pude ver (S/N) com uma cara de bunda. Com certeza não gostou nada do que Morte disse agora. Não pude evitar rir da cara dela.

— O que foi? — pergunta Morte olhando novamente pra mim. Rapidamente disfarço.

— Nada, é que eu sou um pouquinho tímido! — digo coçando a cabeça. — Deixa eu te perguntar... E-eu ouvi o Hoseok te chamando por um nome... Eu pensei que seu nome verdadeiro era Morte mesmo! —ela estreita os olhos por um momento, e me lança um olhar misterioso. Estremeci apreensivo.

Será que ela vai descobrir que estou aqui por causa de (S/N)?

— Você está se aproveitando que eu fui com tua cara para tirar suas dúvidas? — questiona com seriedade, enquanto cruza os braços. Fico sem saber o que fazer.

(S/N) me salva, menina!

Mas de repente a vejo trocando de expressão novamente, ela dá uma gargalhada alta, e eu fico estático meio confuso e sem saber como reagir.

— Tinha que ver sua cara, foi hilária! — diz tentando controlar a risada. — Você se refere ao nome Maya? — rapidamente assenti.

— Eu quis ser chamada assim porque eu enjoei de Hoseok me chamar de Dona Morte o tempo todo. Todas as pessoas e seres sobrenaturais têm nomes legais... Também queria um. — diz ela suspirando.

— Entendo... — murmuro. — E-então... Á vezes eu fico meio em dúvida... E-eu pude perceber que... A senhora tem certa birra com (S/N)... Por que exatamente? Ela te fez alguma coisa? — pergunto meio aflito, essa pergunta é bem óbvia... Se ela desconfiar de alguma coisa eu não vou saber desconversar.

— Por que pergunta isso? — questiona me lançando um olhar desconfiado.

 Eita pleura!O que eu faço agora? Ela desconfiou!

(S/N)! AJUDA-ME MULHER!

— E-ela é minha amiga... Eu estou um pouco preocupado por ela estar... Bom... Na sua mira. — murmuro, passo a mão em minha testa e percebo que estou suando muito. Ai Jesus, isso está me denunciando.

 — Hm... Não tenho birra com ela... Apenas não tenho necessidade de ser gentil com uma garotinha tão encrenqueira! — diz ela fechando os olhos.  

— Entendo... — murmuro nervoso. Coloco minhas mãos no bolso do meu short tentando inutilmente parecer calmo.

Morte me encara por um momento, me observa sem falar uma palavra.

— O-o que foi? — sussurro claramente constrangido.

Ela dá um sorriso e logo dispara.

— Você é tão fofinho, tem uma carinha bem delicada! Como um típico guardião do céu, você é tão perfeitinho... — diz ela soltando um riso nasalado.

Não sei por que, mas essa frase fez meu corpo todo arrepiar.

— O teu único problema... — murmura virando e indo vagarosamente em direção ao banco. Aproveito e olho novamente pra (S/N), que olhava atentamente para Morte...

Mas... Essa não... Hoseok está bem atrás dela, como assim ela não percebeu?

Faço sinais pra (S/N) pra ela virar pra trás. Mas ela não está olhando pra mim.

Sujou... O plano foi para a cucuia.

Jungkook off

(S/N) on

Olho atentamente para Morte que vagarosamente se aproxima da árvore... Eu estou bem escondida, tem muitas folhas aqui... Somente Jungkook pode me ver no lugar onde estou pendurada. Olho para ele, e vejo que parece preocupado. Ele faz gestos e sinais com as mãos com grande aflição.

O que ele está tentando dizer?

Continuo observando Jungkook, ele ergue as mãos e aponta pra mim preocupado.

Viro meu rosto para olhar para trás e vejo Hoseok em pé no galho onde eu me perdurava. Ele me olha com um sorriso estranhamente misterioso.

— Oi. — digo cantarolando, e dando um sorrisinho nervoso.

 Ferrou muito!

Hoseok continua ereto, tomba a cabeça pra o lado, cruza os braços e suspira baixo.

— Você não aprende mesmo! — murmura.

Estou suando frio cara, essa voz rouca me deu arrepios.

Olho pra baixo e vejo Morte em frente ao banco. Ela vira em direção a Jungkook e logo diz.

—... O teu único problema...  É pensar que pode me enganar! — diz ela sorrindo convencida.

Sinto Hoseok me pegando por trás no mesmo instante. Ele agarra minha cintura e me ergue sem dificuldade. Sinto-o cheirar meu cabelo e alisar seu nariz em meu pescoço. Ouço um rápido murmuro antes de ele me soltar e me fazer cair no chão.

“Eu te avisei pra se afastar de encrenca”.

Aterrisso com facilidade, olho para Morte, logo em seguida para Hoseok. Ele se senta no galho e nos observa calado, com um estranho sorriso no rosto.

SUJOU! SUJOU! SUJOU!

Viro-me para Jungkook e me aproximo dele.

— O que eu farei com vocês? — pergunta Morte cruzando os braços e suspirando. — O que sugerem? — questiona.

— Uma consulta ao médico pra sua bipolaridade. — murmuro com a cabeça abaixada.

— Como é?

— Nada. — digo olhando pra ela.

— OK... 10 mil flexões. — Morte diz revirando os olhos.

— O QUE? — eu e Kookie gritamos em uníssono.

— 50 MIL! — exclama Morte nos olhando com um sorriso travesso.

— Qual é! — Kookie reclama.

— Hoseok, me salva! — grito pra ele lá em cima. O mesmo pensa e pensa, fazendo um biquinho.

— Hm... To afim não! — diz sorrindo convencido. — Você precisa aprender um pouco a se comportar! — diz piscando pra mim.

— Andem, vocês são guardiões... 50 mil não é nada comparado ao que vocês podem fazer! — diz Morte dando de ombros.

— Mas... — fui interrompida por ela.

— Eu ouvi 100? — brinca Morte colocando uma mão atrás da orelha.

— 50 mil flexões não é (S/N)? Claro é pra já! — brada Kookie aflito.

Depois de quase meia hora fazendo as benditas flexões, Morte teve que sair por causa do trabalho. Então Hoseok ficou de vigia.

Ficamos mais alguns minutos ali, até que Hoseok resolve nos livrar e manda nós pararmos. Continuava ali, sentado no galho da árvore nos observando calado.

— Finalmente! Sabe (S/N)... Apesar de tudo foi legal! — diz Jungkook me lançando um sorrisinho fofo.

 — Haha. Desculpa te fazer passar por isso Kookie... — digo me sentando na grama, super cansada.

— Que nada! Fico feliz de te ajudar, apesar de que ela nos descobriu! — diz rindo. — Até mais tarde, (S/N)! Vou entrar pra tomar um banho! —exclama dando leves tapinhas nas minhas costas, em seguida saindo do jardim.

Hoseok me observava sem dizer uma palavra sequer...  Será que ele ainda está bravo comigo? Bom, vou pelo menos tentar quebrar o silencio.

— Você novamente me salvou! Nós ainda estávamos nos 3.209! — digo lhe lançando um sorrisinho.

— Hm... Eu reclamo tanto, mas no fim sempre acabo te salvando de alguma maneira! — diz seco.

— Ainda está bravo comigo? — questiono um pouco triste.

— Eu não consigo ficar bravo com alguém por muito tempo. Com você não é diferente! Diga-me, por que você gosta tanto de aprontar? — pergunta, logo depois pula da árvore.

— Eu não faço por querer, simplesmente acontece. — digo passando a palma da minha mão na testa para tirar o suor.

— Então por que insiste em se aproximar de mim mesmo sabendo do meu passado? — pergunta se aproximando devagar. Seu olhar era triste, era distante.

— Eu sei que você não é perigoso... Isso que aconteceu com sua família foram somente coincidências tristes... Eu sei que não foi por sua culpa... Eu quero te ajudar, eu não quero vê-lo solitário. Eu quero ser sua amiga, eu quero tentar te deixar mais feliz! — digo o acompanhando com os olhos.

Ele se aproxima e se ajoelha bem perto de mim. Fica uns segundos me olhando intensamente, até que ergue suas duas mãos e segura as laterais do meu rosto com delicadeza.

— (S/N)... Entenda meu lado, eu quero te afastar de mim por que eu sou perigoso. Eu estou preocupado com você... Não quero que se machuque por minha causa... Entende por que eu perdi a cabeça com você aquela hora? Eu não quero ver você machucada, seja por minha causa ou por outra! — diz colando nossas testas. Coloco minhas mãos em cima das deles e as aperto.

— Então, você se preocupa comigo? De verdade? — pergunto surpresa. Isso realmente me deixou feliz. Muito feliz.

Ele não é aquele rapaz frio e arrogante que achei que era no momento em que o vi. Ele é gentil, é carinhoso... Eu acho... Eu acho que é uma boa pessoa.

— Sim, muito. Se eu não tivesse esse passado e essa maldição que rodeia a mim e a todos a minha volta, eu acho que eu seria mais gentil com você.  Desculpe-me por gritar contigo, não foi minha intenção! — diz apertando carinhosamente minhas bochechas.

— Hoseok... — murmuro. Eu estou tão feliz. Mas eu não sei exatamente o porquê de estar assim.

— Por favor, (S/N)... Prometa-me que não vai mais tentar se aproximar de mim! — diz me olhando com seriedade.

— Não, eu não vou te deixar sozinho! Entenda meu lado também. Eu também estou preocupada com você! Eu sei que se sente solitário... Eu consigo sentir. Por favor, deixe-me acabar com sua angustia. — digo segurando seu rosto para eu olha-lo melhor. Mas o mesmo retira e se levanta com certa raiva.

— Será que você não entende? Por que é tão difícil assim não se aproximar de mim? Por que me persegue desse jeito? — questiona andando círculos, nervoso. Ele meche em seus cabelos negros e em seguida me olha com reprovação.

E mais uma vez vamos brigar... E mais uma vez tenho uma sensação de angustia. Por que esse cara meche tanto assim comigo? Por que eu estou ficando tão triste só por discutir com ele?

Mas dessa vez eu não vou ficar calada, eu tenho que me defender!

— Eu quero te ajudar idiota! Eu só quero ser sua amiga, nada mais! — exclamo irritada, me levantando também. Ele me olha com raiva e tristeza. E de repente uma vontade de chorar me invade rapidamente.

Minha vontade é sair daqui, me afastar o máximo possível e chorar até meus olhos não aguentarem mais... Que droga...  Jung Hoseok, o que está fazendo comigo?

Será que eu... NÃO! Eu não vou me permitir gostar dele... De jeito nenhum! Eu não gosto de Jung Hoseok... Eu não vou permitir... Eu não posso deixar.

— Cabeça- dura! — murmura me olhando intensamente, sua expressão era de pura raiva. E a cada palavra que ele pronunciava, aumentava cada vez mais minha vontade de chorar. Mas eu não vou permitir chorar por causa desse ser.

Eu não vou ser fraca desse jeito!

— IDIOTA ARROGANTE! — grito apertando meus punhos.

— Entenda de uma vez... Eu não quero ser seu amigo! Nem hoje nem nunca! Eu não preciso de você! Eu não quero sua ajuda! Apenas quero ficar sozinho! — grita se afastando. Observo com raiva ele se afastando até desaparecer do meu ponto de visão.

Quando desapareceu, as lágrimas desceram... Desceram fortes, e não paravam... Por que está doendo tanto? Essas palavras me magoaram... De verdade.

É a mesma sensação daquela vez... Quando peguei Jack e Sook juntos...

— Hoseok... Idiota... — murmuro me ajoelhando e deixando as lágrimas caírem. Encostei minha cabeça no chão e bati várias vezes no mesmo na tentativa de me acalmar. Bati até minhas mãos doerem e o solo se partisse.

(...)

Resolvi tomar um banho para me acalmar...

Fui andando em direção ao quarto.

Entrei no chalé. Até que no meio do caminho, começa um terremoto outra vez... Tento me manter firme, olho para a janela e vejo árvores se transformando... Outra vez. Árvores cheias de vida se transformando e galhos secos e sombrios. Até que o tremor acaba.

— Precisamos achar o escolhido perdido logo, e salvar Akira e os outros... Ou esse mundo vai se transformar em um verdadeiro caos. — murmuro colocando as mãos na cintura.

Chego ao quarto e percebo que ninguém se encontrava ali... Assim é melhor, não quero que me vejam com essa cara de choro, se fossem o V ou o Jin, com certeza me encheria de perguntas. Se fosse o Suga me encheria de baboseiras insuportáveis.

Vou em direção ao banheiro, logo que abri a porta encontrei Namjoon sentado na pia, ele percebe minha presença e me olha com uma expressão indecifrável.

Ele estava estranho, com um olhar distante... Vazio.

—Oi Nam. — digo enquanto peço licença para usar a pia em que ele estava escorado. Ele sai de cima da pia, mas permaneceu calado o tempo todo, apenas me observando... Parecia analisar cada movimento meu.

Isso está bem desconfortável... Lavo meu rosto para tentar tirar o inchaço por causa das lágrimas. Enquanto eu estava meio curvada pude sentir Namjoon me abraçando por trás. Colou seu quadril no meu bumbum.

— Nam... Desculpa, mas não estou com cabeça para os seus avanços hoje! — digo me levantando.

Olho ele pelo espelho e percebo o olhar estranho de Nam sobre mim. Não sei por que, mas meu corpo arrepiou.

Namjoon nada fala, parece que não está me ouvindo. Parece estar com sua cabeça em outro lugar.

O que está acontecendo com ele?

Antes que eu pudesse perguntar o que estava havendo, ele me segura e me empurra na banheira, sem nenhuma delicadeza. Agora eu estou assustada, o que houve com Namjoon?

Antes que eu pudesse pensar, Namjoon se posiciona em cima de mim e deposita beijos e chupões no meu pescoço.

— Nam... Eu não quero! Sai de cima de mim, por favor! — sussurro manhosa, mas parecia que não me ouvia, eu tentava tirar ele a força, mas ele é tão forte quanto eu. Olho em seus olhos e vejo seu semblante neutro. Parecia não ligar para o meu desespero. Seu olhar era vazio, sombrio.

— Namjoon! — altero um pouco mais minha voz. Mas quanto mais eu me debatia, parecia que mais ele gostava de me tocar. Já estou começando a ficar com medo. Ele começou a descer seus beijos.

— KIM NAMJOON! — grito, já começando a chorar. Ele sai de cima e fica confuso por um momento, coloca a mão na cabeça e chacoalha... Logo depois ele me olha, e logo surge uma expressão de arrependimento em seu rosto.

— (S/N)... Perdoe-me, eu não... — sussurra desesperado, mas para ao ver meu estado.

— N-não se aproxime de mim... — minha voz sai falha.

Eu estou com medo... Não é o Namjoon que eu conheço.

Fico encolhida na banheira o olhando com desespero.

Ele parecia arrependido do que fez. Quando ele ia se aproximar novamente, alguém abre com força a porta entreaberta.

— Taehyung. — sussurro olhando com aflição para Taehyung que vem em minha direção rapidamente.

— O que você fez hyung? — questiona Tae o olhando com reprovação e raiva.

— Desculpe, e-eu não queria... — diz apreensivo.

— SAI DAQUI, HYUNG! — grita Taehyung me abraçando fortemente.

Namjoon me olha mais uma vez e logo sai correndo do banheiro.

Eu estava ofegante, nunca tive uma experiência como essa antes. É horrível.

— Tudo bem, tudo bem... Não se preocupe. Ninguém vai tocar em você! — diz Taehyung me consolando e depositando um beijo em minha testa.

O abraço forte tentando me acalmar.

— Namjoon... — sussurro prestes a chorar.

...