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História My Little Brother - VI. I Love You


Escrita por: rainbowarriorz

Capítulo 7 - VI. I Love You


A luz do sol passava pela janela translúcida do quarto de Liam batendo diretamente na cama. Zayn estava pronto para tampar o rosto com os lençóis quando as lembranças da noite passada o invadiram. O ômega suspirou feliz, mesmo que envergonhado e virou a cabeça para trás, onde Liam estava deitado e também acordado.

- Que horas são? – Zayn se espreguiçou.

- A hora exata de você sair daqui. – O alfa disse com raiva.

- Mas Liam, eu...

- Já chega, Zayn. Apenas vista-se e saia logo daqui.

Zayn era uma mistura de confusão, humilhação e tristeza. Não podia acreditar que depois de tudo o que fizeram Liam o trataria daquela forma. Não, aquilo só podia ser um pesadelo e logo o ômega acordaria com um beijo do seu agora alfa. Liam fora tão carinhoso consigo, não podia acreditar que estava sendo rejeitado agora. Não depois do que fizeram ontem.

- Por que você está fazendo isso? – Perguntou baixo enquanto se enrolava em um lençol.

- Estou fazendo o que deve ser feito.

- Mas eu pensei que...

- Pensou o que? Que fazendo essa loucura de deitar nessa cama comigo me faria mudar de ideia? Pois se enganou completamente, mocinho.

Zayn encolheu os dedos do pé e apertou os olhos numa tentativa de segurar as lágrimas. Quando falou, Liam só o entendeu por ainda estarem próximos, mesmo que o ômega já estivesse de pé:

- Você se arrependeu, não foi?

- O que você acha? Não se faça de ingênuo, Zayn!

- Eu fiz isso porque te amo! – O ômega levantou a voz tirando forças de onde não sabia ter.

Acabou voltando a sentar-se na cama, sem conseguir segurar o choro dessa vez.

- Me ama? – Liam riu, mas seu riso não era dotado de humor algum e sim de amargura e sarcasmo. – Não existe amor, meu bem. O que existe é desejo, interesse e sexo. E essa conversa acaba por aqui, estou voltando para NY o quanto antes.

Zayn ficou sem palavras por um momento, incrédulo com a frieza do alfa. Não podia acreditar que tudo acabaria assim. Queria se xingar por estar arrependido de ter feito o que fez na noite passada e queria xingar Liam por tamanha insensibilidade. Talvez Liam realmente não fosse o alfa certo, talvez o visse como alguém bom por estar apaixonado. Vai ver tudo não passava de uma ilusão de uma cabecinha jovem e oca.

- E quanto a Thomas?

- Eu me virei lá sem você, posso fazê-lo de novo. Fique tranquilo, você pode ficar com o apartamento e eu vou te deixar um cheque.

- Pelos serviços? Eu não sou um prostituto, Liam!

- Não seja ridículo, Zayn.

- Não quero o seu dinheiro.

- Eu estou quebrando o seu contrato de trabalho, só vou pagar o que lhe devo.

- Não quero a droga do seu dinheiro! – Zayn gritou e bateu com as mãos em punho na cama.

- Não seja tão teimoso. Agora vá para o seu quarto e durma.

Zayn riu com escárnio e ele voltou a gritar:

- Dormir? Você quer que eu durma?

- Zayn, se acalme, está bem? Não vai te faltar nada.

- E eu já disse que não quero o seu dinheiro! Vou embora daqui, não quero nada seu. – O ômega gritou antes de sair correndo do quarto.

 

٭٭٭٭٭٭

 

Zayn saiu do apartamento naquela manhã mesmo, com apenas uma mala, pouco dinheiro – visto que não aceitara o cheque de Liam –, e uma tristeza imensa dentro do peito. O ômega fora embora sem sequer despedir-se de Thomas e agora não sabia mais o que fazer.

Enquanto isso Liam se via desesperado e confuso com as últimas palavras que ouvira de Zayn. Não era cego, muito menos burro e tinha ciência da paixonite que o ômega demonstrava para consigo, desde a adolescência, mas amor? Liam não acreditava.

Aprendera há anos atrás que não existia amor além do que sua mãe o dispensava, e vivera muito bem assim desde então.

Mas aí aquele ômega petulante se joga em sua cama, se entrega de forma completamente inconsequente, quando Liam lhe dera a oportunidade de desistir, e na manhã seguinte ainda diz amá-lo.

Liam até tentou mantê-lo no apartamento, nem que fosse por mais algumas horas até que entrassem em algum acordo, mas Zayn se mostrara irredutível. Também pudera, depois de todas as palavras trocadas no quarto. O ômega poderia amá-lo, mas tinha seu orgulho e honra.

“Se é pela sua mãe pode ficar tranquilo. Não vou contar a ela e você nem precisa me pagar por isso!” Foi o que Zayn disse antes de sair pela porta no momento em que Liam fazia seu último apelo. “Adeus.”

Agora, sentado em seu sofá de couro com a cabeça apoiada nas mãos entre os joelhos, Liam pensava no que fazer. E quando Tommy desse falta do ômega? Ele já era tão apegado à Zayn... E o próprio alfa também.

E havia Karen, o que diria para a mãe? O aniversário de Zayn seria daqui alguns dias e sua mãe provavelmente o procuraria. Deus, Liam tinha consciência de que se a mãe sonhasse com aquilo seus dias na terra estariam contados. E com toda razão! Arrependimento lhe batia em cheio, mas também não era como se pudesse simplesmente aceitar o amor que Zayn dizia ter por si.

- O amor não existe. – Murmurou.

“Fiz isso porque te amo!” A voz fraca e desesperada do ômega soava em sua mente para castigá-lo um pouco mais.

O que fizera, afinal? Precisava de tempo para pensar e talvez de alguém para conversar, Liam pensava.

 

٭٭٭٭٭٭

 

A cena já foi vista antes. Liam experimentava a sensação de dejavu enquanto sentado numa mesa do mesmo restaurante em que trouxera Zayn. Sua companhia, porém, ao invés do belo ômega, agora era constituída por uma também bela alfa.

- Você fez o que? – Sophia disse em tom de repreensão.

- Eu não podia lidar com o que ele queria me dar, Sophia. Eu te disse desde o começo que não poderia fazer isso.

- E o expulsou de casa? Você tem noção do que fez? Do que podem fazer a um ômega sozinho nessa cidade suja?

- Eu não o expulsei, pelo contrário.

A moça riu com escárnio, atraindo a atenção de outros clientes para si.

- Claro que não, apenas o tratou como se ele fosse um prostituto, Liam.

- Foi assim que ele se comportou ao deitar nu em minha cama! E pare de dar escândalo, por favor. Não te chamei aqui pra isso. – O alfa disse envergonhado olhando para os lados.

- Oh, agora você sente vergonha? Porque na hora de deflorar um rapaz e depois abandoná-lo a própria sorte você não teve, Payne!

- Não foi bem assim, Sophia, você sabe muito bem que eu...

- Que você o que? – A morena interrompeu. – Que já sofreu muito e não está pronto? Oh, coitadinho de você! Por favor, você é um alfa ou o que?

Sophia pausou se inclinando na mesa e olhando bem nos olhos do outro alfa em desafio.

- Fazem três anos, Liam! Três anos! Quando vai parar de sentir pena de si mesmo? Quer saber, você não merece esse garoto. E sabe por que? Porque você é um merda!

- Não te dei o direito de me insultar.

- Só estou dizendo a verdade. Pode me demitir se quiser, mas saiba que eu só quero o seu bem. – A mulher disse irritada pegando em sua taça de vinho para dar um gole grande.

Liam segurou em sua mão vazia.

- Me desculpe. Eu já entendi que estou errado, eu só não sei se posso...

- Assumi-lo? Agir como uma pessoa honrada? O que você acha que sua mãe vai pensar disso, Liam?

- Não tem a ver com assumir, mas com aceitar os sentimentos dele. Eu não sinto o mesmo.

- Oh, não sente? Então por que estava tão incomodado no Natal quando te liguei e você reclamou de Zayn com outro alfa? Por que tem feito o possível para demorar na empresa desde que Zayn saiu à noite pela primeira e única vez? Por que o olha como um idiota, Liam?

- Eu ainda não sei, okay? Pode ser só ciúme de irmão.

- E os olhares?

- Todos olham pra ele assim. Ele é um ômega jovem, belo e tem um cheiro maravilhoso.

- Não foi desejo que vi em você, Liam. E no fundo você sabe disso.

Liam deu de ombros num movimento brusco e nervoso.

- Que seja, um encantamento, desejo, tesão, chame do que quiser.

- Paixão.

O alfa riu amargo.

- Não seja estúpida.

- O único alfa estúpido aqui é você. Olha Liam, eu precisei perder para entender os meus sentimentos e você acompanhou, foram quase dois anos de decadência e bebedeira até que ela me aceitasse de volta, não quero que isso aconteça com você.

- Eu sei que se preocupa, agradeço por isso.

- Agradeça fazendo o que digo. E faça antes que seja tarde demais. – A mulher recomendou em tom de ordem.



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