História My Little Monster - Confused

"Eu não consigo dormir à noite
Bem acordada e tão confusa
Tudo está em ordem
Mas estou machucada

Eu preciso de uma voz a ecoar
Eu preciso de uma luz para me levar para casa
Eu meio que preciso de um herói
É você?

Eu nunca vi a floresta por entre as árvores
Eu realmente poderia usar sua melodia
Querido, estou um pouco cega
Eu acho que é hora de você me encontrar

Você pode ser o meu rouxinol?
Cante para mim, eu sei que você está aí
Você pode ser minha sanidade
Me trazer paz
Cante para eu dormir
Diga que você será meu rouxinol

Alguém fale comigo
Porque estou me sentindo como o inferno
Preciso de você para me responder
Estou sobrecarregada

Eu preciso de uma voz a ecoar
Eu preciso de uma luz para me levar para casa
Eu preciso de uma estrela para seguir, eu não sei
Eu nunca vi a floresta por entre as árvores
Eu realmente poderia usar sua melodia
Querido, estou um pouco cega
Eu acho que é hora de você me encontrar"

Kat On:

Eu saí correndo pela chuva pensando no que eu acabei de fazer, meu primeiro beijo não foi com quem eu esperava, mas não foi ruim, de jeito nenhum, foi ótimo.

Os lábios aveludados de Yoongi me fizeram sentir algo que nunca pensei sentir antes, só de lembrar do que aconteceu naquele balcão abandonado já sentia minhas bochechas esquentarem.

O que eu fiz foi errado, mas ao mesmo tempo foi muito bom, a chuva continuava me cegando, mal notei quando as luzes de um carro se aproximavam, quando olhei pro lado vi aqueles fortes faróis me cegando, a buzina do carro me deixando surda. Já estava me preparando pro impacto, mas ele não veio. Alguém chegou por trás de mim, envolveu minha cintura e me puxou pra calçada, nesse momento eu congelei.

-Sua louca, ta querendo morrer? Por que fugiu? - a voz rouca de Suga perto do meu ouvido me fez arrepiar e relaxar.

-E-eu... eu... Não sei, eu preciso ir pra casa. - gaguejei, era a primeira vez que não tinha firmeza nas minhas palavras, o que esse garoto fez comigo?!

-Você vai acabar ficando doente e eu também. - as mãos dele apertaram ainda mais em minha cintura e uma sensação estranha percorreu por toda minha espinha, fazendo eu soltar um leve suspiro. - Vem, vou te levar pra casa.

Ele soltou minha cintura e pegou minha mão, eu apenas deixei ele me guiar pela chuva cegante.

-Como você sabe onde eu moro? - perguntei desconfiada vendo ele pegar o exato caminho que eu fazia pra casa.

-Eu sou um stalker perseguidor pervertido, eu venho te seguido todos os dias depois do trabalho. - disse ele em tom sarcástico.

-Aham, e eu sou o Batman. - retribui. - Agora fala sério, como sabe onde eu moro?

-Eu sou seu vizinho. - disse ele dessa vez com sinceridade na voz.

-Você o que?!

-Você é estranha, eu falo que sou um stalker pervertido e você nem liga, mas é só eu falar que sou seu vizinho que você pira?! De que planeta você veio? - seu tom era de brincadeira e ao mesmo tempo indignado.

-Primeiramente, eu sei lidar com stalkers pervertidos, segundamente, desde quando você é meu vizinho?! Nunca te vi pelo bairro. - agora eu é que estava confusa.

-Você sai de casa muito cedo e volta de noite, claro que não ia me ver, mas eu já te vi, eu moro na casa em  frente à sua, atravessando a rua. - ele deu de ombros.

-Fala sério... agora todo mundo que vier fazer intercâmbio vai morar perto de mim?

-Você fica fofa fazendo esse bico. - ele disse e apertou minhas bochechas.

-Ei! - o afastei. - Ah, você por acaso é bipolar? Uma hora me ignora e é um babaca comigo, na outra tá cheio de gracinhas... quem é você Min Yoongi?

-Primeiramente. - ele tentou imitar minha voz. - Eu não sou bipolar, segundamente, eu fui um babaca porque você foi uma babaca primeiro e como eu tenho essa mania de provocar pessoas... bom, já sabe né, deu nisso ae.

-Hm... sei, mas e a Amber? - perguntei séria.

-Com ciúmes? - ele riu.

-Ciúmes vai ser você tomando no cu com dez cubos de gelo. - falei e comecei a andar mais rápido, pra tentar me afastar, mas ele também era rápido.

-Tá bom, calma. - ele me fez diminuir o passo. - Eu não tenho nada com a Amber, foi ela que se jogou em cima de mim, eu só me aproveitei.

-Cafajeste! - dei um soco de esquerda no seu ombro.

-Au! Doeu! Você é uma garota, não pode ser tão forte assim não. - falou massageando o ombro.

-Fala isso pro meu punho! - me aproximei dele com o punho levantado em sinal de ameaça, mas... eu já disse que ele é rápido?

Ele pegou no meu punho com velocidade e o abaixou, prendendo ele do meu lado com uma mão e com a outra ele puxou minha cintura, selando nossos lábios pela segunda vez no dia, dessa vez bem embaixo da chuva.

Eu não lutei nem revidei, apenas aceitei e retribuí o beijo, até que...

-Atchin! - eu espirrei.

-Melhor sairmos da chuva, nós vamos acabar ficando doentes. - disse ele. Ele pegou minha mão e saiu correndo comigo, correndo até a distância que faltava para minha casa.

Corremos muito rápido, a chuva tinha diminuído consideravelmente, deixando claro para onde estávamos indo, mas mesmo com a chuva fraca, nós ainda estávamos ensopados.

Não demorou muito e logo minha casa estava próxima, mas antes de chegar lá, Suga me puxou mais uma vez, selando nossos lábios novamente, mas dessa vez parecia haver urgência no beijo, um desejo incontrolável que levou um frio à minha barriga, parecia que eu estava andando de montanhas russa.

Porém o beijo não durou muito, logo tivemos que nos separar por falta de ar.

-Se ele  te bater de novo, promete me contar? - pediu ele.

-Aham. - disse e fiz que sim com a cabeça.

-Ótimo, agora vai, não vá ficar doente. - disse ele antes de sair correndo, eu o vi entrando na casa exatamente em frente à minha.

-Atchin! -outro espirro. - Merda.

Corri pra dentro de casa, quando entrei vi meu pai sentado no sofá vendo tv, meu coração gelou quando ele olhou pra mim dos pés à cabeça.

-Desculpa pai, me atrasei por causa da chuva. - disse já esperando a bronca.

-E eu tenho cara de que ligo? Vá tomar banho antes que você inunde a casa toda. - disse ele sem tirar os olhos da tv.

O que ele disse me surpreendeu, ele não me deu bronca pela primeira vez, melhor aproveitar antes que ele se arrependa.

Subi correndo pro meu quarto trancando a porta, logo fui tirando as roupas deixando uma trilha de roupas molhadas pelo quarto até o banheiro, onde eu liguei a água quente da banheira e terminei de tirar minhas peças íntimas.

Entrei na banheira sentindo a água quente dar um leve choque na minha pele fria.

-Atchin! Ai que merd... ATCHIN! - eu comecei a espirrar descontroladamente.

Depois de dez minutos de banho saí do banheiro enrolada em uma toalha, mas eu ainda espirrava.

Para me aquecer mais, coloquei uma calça de moletom cinza claro, uma camiseta branca e uma blusa de frio preta por cima. Logo depois que me troquei tratei de secar o cabelo.

-ATCHIN! -outro espirro. - Melhor eu tomar um remédio e um chá.

Desci as escadas e meu pai continuava vendo tv, eu o ignorei e fui pra cozinha, pegando um remédio pra resfriado. Coloquei também água pra ferver para fazer um chá, quando minha mãe ainda era viva ela dizia que chás são o melhor remédio pra quem está resfriado.

Depois de um tempo, a água ferveu, então coloquei em uma xícara com um pouco de açúcar e um saquinho de chá de camomila.
Enquanto esperava os cinco minutos para retirar o saquinho meu pai entrou na cozinha.

-O senhor quer alguma coisa? - perguntei gentilmente, ele me olhou novamente e depois pro meu chá.

-É camomila? - ele perguntou e eu acenti com a cabeça. - Faz um pra mim?

-Claro. - respondi e ele saiu da cozinha com uma maçã na mão.  Estranho, ele nunca come frutas... pensando bem, ele está meio estranho, sua barba agora estava feita e ele não cheirava a bebida nem cigarros e também está me tratando razoavelmente bem... o que será que aconteceu? Bom, tratei de ignorar isso e fiz um chá com a água que sobrou, já que fervi muita, fiz o mesmo que fiz com o meu chá e esperei cinco minutos até retirar o saquinho.

Peguei as duas xícaras fumegantes e saí da cozinha indo para a sala entregar uma das xícaras pro meu pai.

-Obrigado. - disse ele pegando a xícara.

-De nada. - disse e voltei pro meu quarto.

Entrando nele fechei a porta e fui para minha escrivaninha estudar, para minha sorte minha mochila é a prova de água, então meus materiais estavam perfeitamente secos, então os peguei e coloquei sobre a escrivaninha, mas quem disse que eu consegui estudar? O dia de hoje foi tão estranho...

Eu também não conseguia tirar Yoongi da minha cabeça e sem nem perceber eu levava minha mão aos lábios relembrando dos beijos de hoje. Meus primeiros beijos, eu com certeza nunca vou esquecer deles, mas... Será que eu estava sendo enganada? Eu tô tão confusa que não sei o que fazer.

-Por que você está fazendo isso Yoongi? - disse baixinho. Então eu ouvi leves batidas na porta do meu quarto. - Pode entrar.

-Kat, eu comprei pizza, quer?- era Matt segurando duas caixas grandes de pizza, eu abri um sorriso enorme e dei um pulo de alegria.

-Claro que eu quero! - disse ainda pulando e ele riu.

-Gorda! - disse ele ainda rindo de mim.

-Gorda? Onde?! Só se for no seu nariz. - disse dando um tapa no seu ombro.

-Ta ta, vem antes que esfria. - nós descemos as escadas e Alex já estava esperando na mesa com outra caixa de pizza.

-Depois eu que sou a gorda. - falei.

Nos sentamos e começamos a comer, nosso pai estava comendo na sala, ainda vendo tv.

Nós comemos as pizzas em silêncio e quando terminamos eu lavei os pratos e voltei pro meu quarto.

Dessa vez consegui estudar o que tinha que estudar, mas Yoongi ainda ficava bagunçando meus pensamentos. Que ele mexeu algo dentro de mim isso era certeza, mas o que? Eu o conheço a pouquíssimo tempo pra decidir se gosto ou não dele.

Minha frustração com o cabelo de alface era tanta que acabei me jogando na minha cama e dormi poucos segundos depois.

Yoongi On:

Estava deitado na minha cama pensando sobre as coisas que fiz hoje, eu sei que foi apenas uma aposta, mas aquela garota mexeu comigo, de um jeito que não era pra mexer, porque foi só a droga de uma aposta!

Flashback On:

-Yoongi, a gente pode falar com você? - perguntou um dos caras do time de futebol que eu não lembro o nome, acompanhado de Amber e suas seguidoras.

-Ah... ta bom. - falei e os segui.

-É o seguinte, nós queremos dar uma lição naquela Katherine Jones. - disse Amber visivelmente com raiva.

-E por que? - perguntei confuso.

-Ela me bateu! Eu só disse umas verdades na cara dela e ela ficou toda descontrolada! Só porque eu disse  que o pai batia nela. - falou a loira com mais raiva ainda.

-E por que eu tenho que me envolver nisso? - perguntei frio como sempre, na verdade queria mascarar minha indignação, aquele hematoma então foi causado pelo próprio pai da garota.

-Porque você é novato, o único que pode se aproximar dela, porque ela já conhece todos os meninos da escola e sabe da personalidade de cada um. - disse o cara do time de futebol. - E se for um de nós ela vai quebrar os nossos narizes.

-E o que vocês pretendem fazer? - perguntei desinteressado.

-Uma aposta. - disse Amber.

-Aposta?- Perguntei.

-Isso. - disse o cara do time. - Você vai se aproximar dela, vai fazer ela confiar em você e você só precisa levar ela pra cama e gravar tudo que nós fazemos o resto.

-E o que eu ganho com isso?

-1000 dólares. - disse Amber e eu arregalei os olhos, era MUITO dinheiro.

-Se você conseguir leva a grana, mas se der pra trás... Você vai ser expulso do time de basquete. - falou o cara.

-O que?! Mas eu mal entrei! - gritei a raiva crescendo em mim.

-Pouco me importa, meu tio é o diretor do colégio, se eu quiser eu posso fazer ele te expulsar não só do time, mas da escola também. - ameaçou Amber... vadia, sabia que não devia ter me aproximado desses caras.

-Feito. - respondi ainda hesitante, eu não queria fazer aquilo, mas também não queria ser expulso do time.

-Ótimo. - comemorou Amber. - Você tem dois meses, precisamos dessa gravação até lá.

Então ela se virou e saiu, sendo acompanhada pelas seguidoras e pelo cara do time de futebol.

Flashback Off

-Que merda! - exclamei irritado.

Se eu não queria fazer aquilo antes, agora quero menos ainda, mas eu não posso sair do time, eu vim pra ca por causa dessa bolsa do time de basquete, esse time é meu passe pra faculdade, mas... eu estou tão confuso, não acredito que fui me meter nessa, mas trato é trato, vou ter que seguir em frente com isso, doa a quem doer.