História My Little Princess - Don't Leave Me

Assim que pisei o solo escocês, o meu coração disparou com a ansiedade de ver Barbara e com o medo de ela me expulsar do palácio. Esperava que ela me recebesse bem, mas possuía constantemente a expectativa negativa presente no meu pensamento. Algo que aprendi con oa meus próprios erros foi que se deve esperar sempre o positivo e o negativo da situação, pois o futuro é incerto e não existe modo algum que nos ajude a prevê-lo.

Sem me fornecer um mísero segundo para apreciar o exterior do palácio nem para me preparar psicologicamente para rever Barbara, Luke logo me puxou para o interior da construção. Dizia ele que não nos podíamks atrasar para a apresentação de Joseph. Assim sendo, ofegantes aproximamo-nos dos pais da minha princesa - não tão minha atualmente - e cumprimentei-os educadamente. Era gratificante estat perante os pais da mulher com quem pretendo casar e sentir que sou bem vindo. Então, após os cumprimentos formais, deslocamo-nos até ao coche que nos transportaria. Cada vez mais nervoso.

Durante o percurso, o meu olhar permanecera fixo em Barbara. Qualquer insignificante movimento que esta executasse, meu olhar acompanha-lo-ia atentamentr. Desejava que a minha memória guardasse a imagem capturada de cada movimento dela para mais tarde, nos tristes e solitários dias, eu recorda-la e recordar a graciosidade dos seus movimentos. No entanto, tenho a certeza que o meu coração recordá-la-á e fazer-me-á recorda-la quando a minha memória não o fizer mais.

Por momentos, imaginei-me ao lado de Barbara, a apresentar o nosso filho. Seria maravilhoso! Ficaríamos perfeitos um ao lado do outro. Até o universo sabe que nascemos um para o outro, que nossos orações iniciaram suas batidas para se amarem. Os nossos destinos sempre estiveram unidos por uma linha invisível e, por mais atalhos que tentemos percorrer, sempre iremos ter um com o outro. Não existe forma de mudar o destino por mais que desejemos.

No momento em que os coches cessaram o movimento, foquei a minha atenção na apresentação de Joseph. O povo em alvoroço, ansioso para finalmente poderem ver o infante escocês. Os familiares de Barbara felizes por estarem presentes num dos momentos mais importantes da vida da princesa. Já eu invejava Harry por possuir o amor de Barbara, o amor que eu não soube hospedar no meu coração e perdi enquanto brincava com ele. Apenas restou o amor que não quis oferecer. Styles é realmente sortudo por ser amado por Barbara. Oh, como amava possuir o amor dela novamente!

Comprovando toda a ironia da vida, o momento não poderia ser menos catastrófico. O som ensurdecedor de um disparo agitara todos os humanoa presentes e atingira o monarca. Harry caíra após o som ser ouvido, mostrando que fora o alvo. O som do choro de Joseph propragava-se desesperadamente pelo ar e o meu coração palpitava de preocupação. Teria que tirar Barbara e a criança dali o mais rápido possívelm e coloca-los num lugar seguro. Então, quando o vi mover o seu corpo na direção de Harrt, corri para fora do coche. Fora difícil mover-me entre as pessias agitadas, mas não fora impossível. Logo estava a tentar fazer a Hemmings abandonar o coche. Ver Harry morto e as lágrimas dolorosas da Barbie rasgaram o meu coração. Assim que a princesa me permitiu leva-la daquele local, senti mais vontade de a proteger. Envolvi o seu corpo com os meus braços fortemente, como se estes fossem o seu refúgio. Os meus braços seriam o seu refúgio sempre que Barbara precisasse.

Durante a viagem de volta para o palácio, Barbara permanecia encolhida nos meus braços com as lágrimas a molharem-lhe as bochechas. Entendia perfeitamente a sua dor e doía também em mim. A um momento, sinto as lágrimas formarem-se e abraço a minha princesa, chorando juntamente com ela. Dói vê-la a sofrer tanto e saber que tudo o que posso fazer é abraça-la e proferir palavras de conforto. Se fosse possível, transferiria toda a dor que ela está a sentir para mim. Prefiro mil vezes sofrer eu do que ela sofrer.

Joseph encarava o meu rosto aconchegado nos meus braços enquanto eu admirava o nascer do sol e conversava com o menino. Acabara de o alimentar e, agora, deixo-o conhecer o mundo à sua volta para, em seguida, se entregar ao sono angelical.

Uma vez que Barbara adormecera bem perto da hora do nascer do sol após chorar horas seguidas contra o meu peito, tomei a liberdade de cuidar de Joseph para que tanto Luke quanto os pais de Barbara pudessem descansar. Também estou cansado e não possuo qualquer conhecimento sobre como cuidar de um bebé, mas pela Barbara executo até as tarefas impossíveis.

- Vês o lindo nascer do sol, Joseph? - inquiro, sorrindo para a criança - Eu e a tua mãe observávamos este lindo fenómeno juntos quando eramos crianças. Sinto saudades desses momentos, acreditas? Fui um idiota com a Barbara este tempo todo e agora que estou consertado, sinto falta de tudo. Achas que a tua mãe me quererá de volta depois de tudo o que lhe fiz?

Vejo-o bocejar e logo me apresso a pegar numa cadeira e sento-me nela. Aconchego-o melhor nos meus braços e embalo-o para o adormecer. A criança pisca os olhos inúmeras vezes, dando a entender que o sono toma conta do seu corpo cada vez mais. Sustento o peso de Joseph num braço e acaricio a sua bochecha.

- Tens sorte em ter a Barbara como mãe. - afirmo num tom de voz baixo - Ela é a melhor pessoa que o mundo poderia ter conhecido. Sempre bastante atenciosa com todos, dedicada aos mais próximos. Sei que a Barbara te ama e estarás seguro sempre que estiveres com ela. Irei proteger a tua mãe para que ela te possa proteger.

Joseph suspira profundamente e percebo que já se encontra adormecido. Aperto gentilmente o seu corpo frágil e pequeno nos meus braços e arrumo o meu corpo na cadeira, colocando-me numa posição mais confortável. Encosto a cabeça às costas da cadeira e fecho os olhos. Seria a oportunidade perfeita para descansar e foi o que fiz por mais que não desejasse. O cansaço já era imenso, insuportável. Ficar a noite inteira ao lado de Barbara e a cuidar de Joseph foi desgastante, mas fiquei feliz por ter conseguido executar bem a minha tarefa. Vê-los bem é o que mais quero.

O meu descanso fora curto, uma vez que uma das aias o interrompeu, aconselhando-me a deslocar-me até aos aposentos que foram devidamente preparados para mim. Agradecendo o conselho, desloquei-me até aos aposentos com Joseph ainda adormecido, e assim que adentrei o compartimento, deitei cuidadosamente o infante e, seguidamente, deitei-me ao seu lado, cobrindo os nossos corpos. Aconcheguei-o junto a mim e entreguei-me ao descanso merecido.

Mais tarde, quando acordo e não sinto Joseph junto a mim, sento-me sobressaltado, temendo que algo de mal tenha acontecido ao bebé. No entanto, acalmo-me ao ver Barbara sentada na poltrona com Joseph no colo. Levo a minha mão ao peito, onde sinto o meu coração saltar euforicamente, e suspiro aliviado. Nunca me perdoaria se algo péssimo acontecesse a Joseph.

- Obrigada.

Barbara indaga e eu encaro-a perdido, talvez pelo susto ou pelo sono que ainda sinto. Vejo-a abrir um sorriso e então volta a agradecer:

- Obrigada por cuidares do Joseph enquanto eu dormia e por cuidares de mim.

- Não é necessário agradeceres, Barbara, eu só vos quero bem - sorrio-lhe - Dormiste bem?

- Assombrada pela morte do Harry, mas sim, dormi consideravelmente bem. - um suspiro é libertado por entre os seus lábios - Ele não merecia ter morrido.

Rapidamente, levanto-me e ajoelho-me à frente de Barbara. Acaricio o seu rosto já molhado pelas lágrimas recém formadas. Magoa tanto vê-la nesta dor profunda.

- Barbie, o Harry continuo a cuidar de ti lá do céu. Deus está a cuidar dele. - digo calmamente ainda acariciando a sua pele com os meus dedos - Ele ama-te muito e nunca te abandonará, tudo bem? Só precisas de seguir em frente e lembrares-te de que ele estará sempre a cuidar de ti. Vai ficar tudo bem, Barbie.

Vejo-a desviar o olhar e corar minimamente com o rios formados pelas lágrimas percetível no seu rosto e então percebo que não estou devidamente apresentável e que isso a incomoda. Peço desculpa e logo me apresso a cobrir o meu corpo, enquanto ela informa que iria deitar Joseph. Espero que ela saia e finalmente visto as minhas roupas.

Confesso que fiquei agradado por saber que meu corpo descoberto incomoda Barbara, mas do que me vale iludir-me se ela ama outro homem, um homem morto? No entanto, desejo ressuscitar o amor que ela sentia por mim. Quero um futuro com ela ao meu lado e com Joseph connosco. Seria egoísta excluir aquela criança indefesa que conquistou o meu coração em poucas horas.

Quando olho para Joseph sinto sempre a necessidade de o proteger, de cuidar dele como se ele fosse meu. Desconheço o porquê de sentir isso, mas é incontrolável. Para além de eu o querer proteger, ele faz-me querer mostrar o melhor de mim para a Barbara, fazê-la esquecer que algum dia amou o Harry e lembra-la que me amou com uma intensidade mortal. Faz-me querer mostrar que a amo do mesmo modo que ela me amou.

- Niall? Ainda está aí?

- Sim, podes entrar, Barbara.

Com um sorriso nos lábios vejo-a adentrar os meus aposentos. Cautelosa e graciosa como sempre. Em seguida, abre um sorriso tímido e cruza os braços. Sempre existe um misero motivo para me fazer amá-la cada vez mais.

 Percebo um pouco de desconforto, mas esta logo disfarça pigarreando e questionando:

- Gostarias de me acompanhar a um lugar? Gostaria de conversar contigo.

- Com certeza, princesa. - abro um sorriso brincalhão e, em seguida, faço-a descruzar os braços. Pego delicadamente a sua mão como se a fosse puxar para uma valsa e deixo-a guiar-me para o lugar.

O silêncio reina entre nós e somente me centro em guardar na memória a sensação de ter a mão dela em contato com a minha. A sua pele macia e sempre quente como a de um anjo. Oh, como amava que estas mãos me tocassem para sempre.

Durante o percurso, Luke sorri para mim e acena com a cabeça como me incentivasse a continuar. Tanto como eu, ele quer que eu conquiste a Barbara de volta. Somente ele sabe o quanto eu mudei, o quanto Barbara me mudou e o quanto sofro por saber que o amor que sinto não é recíproco. No entanto, também sabe o quanto magoei a Hemmings e o quanto eu mereço ser castigado pelos meus erros.

- Então, - Barbara começa quando chegamos a um salão desconhecido por mim -, porque voltaste?

- Vamos dançar. - afirmo, juntando os nossos corpos e segurando a sua cintura.

Inicio movimentos lentos, levando o seu corpo junto com o meu. Sinto-a encostar a cabeça ao meu peito e descansar a mão no meu ombro. Abrindo um sorriso, encosto a minha cabeça à dela. Não ouso pronunciar nenhuma palavra, somente deixo que nossos corpos unidos balancem numa valsa silenciosa.

Sei que ainda não é a hora certa para Barbara conhecer o motivo pelo qual eu voltei. Ela nunca acreditaria que eu mudei e também não se encontra emocionalmente preparada para tal. Só quero que ela supere a morte do Harry e volte a ter uma vida normal. E quando tudo estiver normal, irei contar-lhe com a esperança de que ela me ame de volta.

- Não respondeste à minha pergunta. - a sua voz soa calma como se já não importasse a pergunta anteriormente feita.

- Não é importante agora responder.

Em seguida, o silêncio reinou entre nós. Eramos somente dois corpos solitários unidos numa valsa silenciosa, a sentir os corações de ambos baterem calmamente e as respirações misturarem-se. Eramos somente dois amigos a aproveitar o momento.

- Não me deixes.