História My Little Sweet - Capítulo dez.

-Hmmm, oi. -Harry respondeu indiferente. Meu olhar passou de Harry para Ryan e pude cumprimenta-lo.

-Oi, Ryan! -dei um beijo em sua bochecha - Você tá otimo. 

Pude ser sua fantasia de pirata. Ele trajava uma calça preta com uma faixa vermelha enrolada na cintura onde ficava uma espada de brinquedo presa entre a calça e a faixa. Não usava blusa, apenas um colete que deixava sua barriga definida a mostra. Na cabeça tinha um lenço vermelho e o chapéu com uma caveira estampada. No rosto um tapa olho e nos pés usava botas de cano longo. Atentei pra fantasia de Harry e vi que ele estava absolutamente normal -e lindo-. 

-Onde está sua fantasia? -perguntei pra ele que apenas riu nasalado.

-Não vou a lugar algum, só vim deixar isso com você. -Ele estendeu a mão segurando o meu notebook. Peguei o objeto, sem jeito por Cris e Ryan estarem olhando.

-Hmmm, obrigada. Não precisava ter vindo.

-Precisava sim, Emma me ameaçou me tirar do caso se não viesse. -Ele colocou a mão nos bolsos.

-Chegou o mais lindo da festa! -A voz de Zayn soou alta e todos olharam pra ele.

-Zayn!!! -Disse completamente surpresa. - É esse amigo que você disse que ia sair?

-Uaaaaau, Sophie! Você ta um espetáculo, garota. O que acha de sairmos da zona de amizade? -Corei na hora, não só pelos dizerem de Zayn, mas porque ELE estava me olhando de cima a baixo. Seus olhos verdes fitando meu corpo fizeram minha mente aflorar e eu me envergonhei de meus próprios pensamentos.

-Ja vou indo. Boa festa pra vocês. Tchau Ryan, Cristina,Zayn. -Tchau, Shopia! Naaaaao, Harry era idiota demais pra dar um simples tchau. 

Concentrei minhas atenções nos presentes ali e atentei pra fantasia de Zayn. Deus do céu, aquele homem estava lindo. Zayn trajava um terno preto e calça preta. Na verdade, tudo era da cor da escuridão, a blusa, o terno, a gravata, a calça e os sapatos. Na cabeça ele usava um chapéu gangster e na mão, uma metralhadora de brinquedo.

-Mafioso? -perguntei abrindo um sorriso.

-Espero que hoje eu roube seu coração, Rainha de copas. -Todos rimos. Com Zayn era idiota. 

Fechamos o apartamento e fomos para o carro, um audi A7 cinza escuro. Aquele era de fato, um carro lindo. Zayn foi dirigindo e eu supus que o carro era dele, eu fui no banco da frente, Cris e Ryan foram atrás. A festa seria numa boate, perto da faculdade, então não teríamos que gastar muito tempo pra chegar ao local, ja que a faculdade ficava perto. Halloween era um dos melhores feriados pra mim, quando criança eu pedia doces com minha avó, depois de crescida eu comecei a ir em festas. Não que eu fosse festeira, mas o Halloween tem um climas especial. 

Cerca de 15 minutos depois nós já estávamos adentrando no recinto. A música alta explodia em meus ouvidos e a pista de dança ja estava cheia. Tinha muito sangue falso, maquiagens assustadoras, roupas bem provocantes e caveiras por todo o ambiente. Logo avistei Cristian vindo em minha direção e chamei Zayn pra tomar alguma coisa. Não queria falar com ele, ainda mais pelo que Cristina falou. Zayn me puxou até o bar e fez os pedidos. 

-Se eu ficar bêbada, não me deixe fazer nenhuma besteira ok? -me virei pra ele e sorri

-Eu prometo que cuidarei e você. -nossas bebidas chegaram

-E eu de você, então como você está dirigindo, nada de álcool. -Peguei o copo dele.

-Nada disso, combinei com Ryan e ele vai nos levar pra casa. -Ele pegou o copo de volta e tomou a bebida de uma vez só. Fiz o mesmo e o líquido desceu queimando pela minha garganta. A festa começou e eu iria me divertir muito. Puxei Zayn pelo braço.

-Vem vamos arrasar nessa pista de dança. -Com Zayn em meu encalço, alcançamos a pista de dança. Ele se colou a minha frente e começamos a nos mexer. Tocava alguma música da Rhianna e o ritmo era envolvente. Em poucos minutos entrei em um ritmo sincronizado ao de Zayn e dançamos ainda mais. A cada final de música pegávamos uma bebida, tomávamos de uma vez e voltávamos a dançar. O calor ja se apoderava do meu corpo e eu tirei a gola branca da fantasia, pedi pra a mulher do bar guardar pra mim e voltei a dançar. 

A bebida já tinha feito o seu efeito em mim pois quando eu vi, ja estava em cima de uma mesa dançando. Levantei o olhar e procurei Zayn naquele lugar cheio de pessoas, mas não consegui achar. Estava escuro demais para achar qualquer pessoa. Desci da mesa e resolvi dançar sozinha. Rebolei até o chão repetidas vezes, o cabelo teimava em grudar no pescoço mesmo que eu o afastasse continuamente. A música acabou e eu ia pegar mais uma bebida, se uma mão não tivesse segurando em meu braço e me puxado para si. Bati de costas em alguém.

-Ai! -gritei com o susto, estava pronta pra virar e perguntar o que estava acontecendo, se sua voz não tivesse me feito paralisar.

-Tem ideia de quantas boates existem nessa cidade? -sua mão não soltou meu braço e nem diminuiu a força com que o segurava. Sua boca colada em meu ouvido me fez arrepiar e sua voz rouca me fez arfar. -Não dance desse jeito quando estiver sozinha. -Harry depositou um beijo no pé da minha orelha. Eu estava atônita e muito bêbada pra achar que ele estava ali. Mas ele estava de fato ali não era? 

Harry depositou mais beijos em mim. Foi descendo do pescoço até o ombro, fazendo uma trilha onde no final dela, deu uma mordida de leve. Gemi baixinho, esperando que ele não ouvisse.  Sua mão deslisou pelo meu braço  e ele entrelaçou nossas mãos, ele me virou gentilmente e eu pude encarar seus olhos verdes. Sua mão soltou a minha e rumou para minha cintura, me puxando para si. Meu peito subia e descia descontroladamente, eu não conseguia respirar direito e estar tão perto de Harry não ajudava.

-O que está fazendo aqui? -consegui formular uma frase, isso é um bom começo.

-Entretendo você. -ironicamente, começou a tocar For Your Entertainment e Adam Lambert começou a cantar. Seguimos no embalo da música. 

 

Tão quente fora da caixa, você consegue entrar no ritmo?

Aumente o volume, aumente a temperatura, eu preciso ser entretido

Force até o limite, você me acompanha? Não tenha medo

Eu vou te machucar pra valer, amor

-Tire isso. -Harry levou minha mão até a cauda da fantasia. Eu fui até o ziper que a prendia ao vestido e a removi. Harry a pegou e falou algo ao vampiro que passava, entregando-a.

-Se eu não ver minha cauda novamente, você vai comprar outra pra mim. 

-Cale a boca, Sophia. -Suas mãos moveram minha cintura e meus pés começaram a se mexer. 

Vamos nessa, é o meu show, amor, faça o que eu digo

Não viaje para fora das partes que eu vou mostrar

Eu disse que eu vou te prender até que você esteja espantada

Dar para você até você gritar meu nome

A batida da música era contagiante e eu não iria deixar Harry estragar a noite. Tirei suas mãos de mim e me afastei um passo. Testaria meu poder de sedução e se funcionasse, eu ficaria muito feliz. 

 

Sem saída quando eu começar

Uma vez que estou dentro, eu domino seu coração

Não há maneira de tocar o alarme

Então, segure-se até acabar

Levei as mãos pro alto, passando elas pelo meu corpo e jogando os cabelos pra cima. Meu corpo tentava encontrar um ritmo certo e meus pés se moviam descontroladamente. A saia do vestido permitia mostrar a meia calça e a cinta-liga, baixei as mãos e as subi de novo, dessa vez partindo da saia, levantando ela um pouco.

 

Oh, você sabe no que você se meteu?

Pode aguentar o que estou prestes a fazer?

Porque a coisa vai ficar feia para o seu lado

Eu estou aqui para o seu entretenimento

Olhei em seus olhos, ele estava sério. 

"Vamos colocar um sorriso nesse rosto, vamos deixar um homem feliz."

Virei de costas e joguei os cabelos pra trás. Fui descendo até o chão sem perder o rebolado, ao levantar me empinei e senti que ele estava perto. Eu estava fora de mim, Harry despertava o meu eu safado e eu não conseguia mais me controlar.

 

Aposto que você pensou que eu seria delicado

Você pensou que um anjo tivesse a encantado

Mas eu estou prestes a aumentar a temperatura

Eu estou aqui para o seu entretenimento

Ao levantar, me virei novamente pra ele e como ele fez comigo, movi sua cintura para que dançasse. Harry me puxou e colou nossos corpos, ele afastou o cabelo de meu ouvido e colou sua boca ali.

-Não brinque comigo, Sophia. - Joguei minha cabeça pra trás e fingi um gemido. Em seguida olhei pra ele mordendo o lábio. -Você vai se arrepender garota.- Em um segundo, Harry tomou os meus lábios para si em um beijo selvagem. Sua mão apertava sem dó a minha cintura e a outra segurava meu cabelo com força. 

Tudo bem, você vai ficar bem, baby, eu estou no controle

Sinta a dor, sinta o prazer

Eu sou o mestre dos dois

Feche os olhos, não a mente

Deixe-me entrar na sua alma

Eu forçarei até você explodir

O gosto de álcool e menta era forte no beijo. Ele tinha bebido e eu também, mas eu não me importava. Tudo o que eu queria era continuar beijando aquele homem. A mão de Harry saiu da minha nuca de percorreu meu corpo até chegar em minha coxa, ele a apertou e subiu até a altura de sua cintura e ali a deixou. Eu não sabia mais de nada, não me importava de estar em um lugar público. Tudo o que eu queria era que Harry acabasse com todo aquele incomodo no meio das minhas pernas.

Sem saída quando eu começar

Uma vez que estou dentro, eu domino seu coração

Não há maneira de tocar o alarme

Então, segure-se até acabar

Sua boca apartou-se da minha e ele tirou uma mecha que caia em meu rosto. Percebi que ele tinha abandonado minha perna, e ela  ainda estava em sua cintura porque eu a mantinha ali. Minhas mãos ainda estavam uma embrenhada em seus cabelos e outra em seu pescoço, as nossas respirações eram descompassadas, o meu batom estava na boca dele e os seus olhos estavam cheios de desejo. 

-Vem. -Harry se afastou e me puxou pela mão. Ele me levava pra fora da boate e afastava as pessoas que estavam no caminho. Depois e andarmos um pouco, chegamos ao estacionamento do local. Estava completamente vazio a não ser pelos carros e nós dois. Um poste com a luz fraca iluminava o lugar. Fui virada brutalmente por Harry que me encurralou entre ele e um carro. 

-O que você pensa que está fazendo? -Seu rosto estava a centímetros do meu. Quis beija-lo mais uma vez.

-Eu estava dançando e ainda quero dançar, se você me permite. -Tentei sair, mas ele me puxou e colou seu corpo ao meu. 

-Eu já falei e vou repetir pela última vez, não brinque comigo. -Sua mão envolveu minha cintura e me puxou para si.

-Eu não sei do que você está falando. Não estou brincando com ninguém. -Suspirei quando sua boca tocou minha pele.

-Então o que é isso tudo? -Havia raiva em sua voz. Não me importei muito, Harry estava sempre com raiva.

-Isso tudo o que? -Olhei em seus olhos de maneira desafiadora.

-Permita-me mostrá-la. -Sua voz rouca em meu ouvido não me deixou tão louca quanto o que veio a seguir. 

Harry me impulsionou pra cima e instintivamente eu envolvi sua cintura com minhas pernas, suão mãos ajudavam a me sustentar. Sua boca tomou a minha desesperadamente e eu só pude corresponder ao beijo feroz. Sua lingua dançava num ritmo acerelado e descompassado com a minha. Tomei seus cabelos em minhas mãos e puxei, aquele desgraçado merecia dor pelo que estava fazendo. Eu ja estava completamente excitada e fora de mim, a bebida ajudava no meu comportamento e o cheiro inebriante do perfume dele também. Harry parou o beijo e desceu para o meu pescoço distribuindo beijos e chupões por toda a região. Sua mão entrou pela saia no vestido e apertou minhas nádegas, gemi baixo com o ato. O incomodo em mim só aumentava e eu sabia que Harry era o único que podia acabar com ele, talvez por ele ser o único que eu desejasse.  Senti meus pés tocaram o chão, sinceramente eu não sei como pude permanecer em pé depois de tudo aquilo, era preferível voltar a posição anterior. 

-Te vejo segunda, Smith. -Harry depositou um selinho em meus labios e foi embora. Espera aí, o que merda acabou de acontecer? Olhei confusa o chão e pisquei repetidas vezes.

-Mas que filho de uma mãe. -exclamei raivosa. -Ele vai me pagar, ah vai sim. -Voltei pra boate afim de procurar o pessoal pra ir embora. Logo avistei Zayn beijando uma enfermeira zumbi mas Cristina e Ryan eu não tinha visto a noite toda. Fui no bar procurar a gola da fantasia e descobri que minha cauda também estava lá. Pedi uma ultima bebida pra procurar os outros dois sumidos. 

-Oi, Sophie! -virei-me pra ver a figura de um marinheiro sentar ao meu lado.

-Oi Cristian. Festa boa ne? 

-Claro! -Minha bebida chegou e eu tomei ela de uma vez só, sentindo a queimação descer junto com o líquido transparente pela garganta.

-Por favor, mais duas dessas. -Olhei pra ele e sorri. -Você está tão linda, Sophie.-Senti enjoo com o elogio. Cristian me passava a sensação de sufoco, não que eu não gostasse dele, Cristian era um bom colega e amigo, e era bem bonito mas ele tinha algo que me dava um sentimento de tédio. Era isso, Cristian era tedioso.

-Obrigada. -forcei um sorriso pra ele. - Você veio com alguém? 

-Ahhh, não. Vim sozinho. E você? 

-Vim com dois amigos da delegacia e Cristina, falando nela, você a viu? -nossas bebidas chegaram.

-Olha ali ela. -Cristian apontou para um lugar no primeiro andar da boate e eu olhei a procura dela. Mas não vi ninguém. 

-Onde você a viu? -Peguei meu copo.

-Ali em cima. Acho que ja foi. -Ele levantou sua bebida. -Vamos brindar?

-A que? -levantei o copo junto com ele

-Ao halloween e que venham mais festas como esta. -ele sorriu e eu também, repetindo sua frase, nós brindamos. Mas ao fazê-lo, percebi algo descer lentamente pelo líquido transparente.

-O que é isso? -baixei o copo o vi bolinhas minusculas de diluírem na bebida. -Isso é droga, Cristian? Você ia me drogar? -olhei pra ele incrédula?

-O que? Claro que não, Sophie. Você acha que eu iria fazer uma coisa dessas?

-O que ta acontecendo aqui? -Ryan e Cristina chegaram junto com Zayn. -Sophie, o que aconteceu? 

-Cristian colocou droga na minha bebida. -Falei olhando pra ele.

-O que? Como pode ter feito uma coisa dessa, garoto? -Cristina tomou minhas dores

-Eu to falando que eu não fiz nada. -Ele tentou sair mas Ryan não deixou -Me solta cara.

-Só quando eu tirar essa história a limpo. -Ryan segurou Cristian e fez um sinal com a cabeça pra Zayn. aos poucos mais pessoas se juntavam para ver a cena. Zayn tirou um saquinho com algo branco do bolso de Cristian. 

-Achei!! -Meus olhos encheram de lágrimas. Eu não podia acreditar no que aconteceu ou no ia acontecer se eu não tivesse visto a droga. 

-Vem, amiga, vamos sair daqui. -Cristina me tirou da boate e me levou até o carro. As lagrimas ja haviam caído e eu chorava baixinho. 

-Não acredito nisso. Sera que jamais poderei me sentir segura de novo? -Abracei Cristina que tentava me acalmar.

-Calma, Sophie. Esta tudo bem agora, nada de mal vai te acontecer. Estou aqui com você. -Conforme ela ia falando, eu ia me acalmando e quando os meninos chegaram eu estava mais calma. 

-Hey, você ta bem? -Zayn veio me amparar. -Aquele cara vai pagar pelo que fez. 

-Obrigada, Zayn. -O abracei forte e também agradeci a Ryan.  Eu tenho os melhores amigos do mundo.

[...]

Acho que nem toda a bebida do mundo me faria esquecer o que houve. Não estava tudo muito claro em minha cabeça, eu só me lembrava de algumas partes. Os beijos com Harry, o estacionamento, Cristian... O que eu realmente não lembrava foi de como eu cheguei em casa. 

A dor de cabeça ia me consumir, olhei no relógio e quase tenho treco. 15:55 da tarde. Não era possível uma pessoa dormir tanto assim. Cristina tinha deixado remédio e suco na cômoda ao lado e eu bebi. Levantei pra me livrar das roupas pesadas e daquele cheiro de álcool que ja estava me enjoando. Passei pelo espelho me vendo num estado deplorável. Maquiagem toda borrada, cabelos bagunçados e cara inchada. Parecia que um caminhão tinha me atropelado. Entrei no banheiro e me despi, deixando a água quente molhar cada centímetro de meu corpo. 

Como eu fui tão fraca e descuidada? Primeiro por deixar que tudo aquilo com Harry rolasse. O que aconteceu com o "chega de pensar em Harry e nas coisas que eu gostaria de fazer com ele"? E segundo por não ter percebido antes quem Cristian realmente era. Na verdade, acho que jamais poderemos descobrir quem são as pessoas de verdade até que elas mostrem seu eu verdadeiro. Isso ficou mais do que claro ontem.

-Sophie? -Cristina me tirou de meus pensamentos. 

-Sim? 

-Você tem visita. -Quem poderia ser?

-Ja vou indo. -Ouvi ela bater a porta do quarto. Droga, porque eu não perguntei quem era? 

Tratei de terminar logo o banho e escovar os dentes. Me sequei no banheiro mesmo e sai do recinto. Peguei meu hidratante em cima da penteadeira e passei o mais rápido que consegui, odiava deixar alguém esperando.

-Vai com calma. Eu espero. -Puta merda, que susto. Meu coração só faltou sair pela boca. Levei a mão ao peito tentando regular minha respiração e acalmar o coração.

-HARRY! CARAMBA HARRY, QUE SUSTO SEU IDIOTA!!!! -O desgraçado ria de mim, eu juro que eu poderia matar Harry Styles.

-Calma. -Ele desencostou da parede e veio em minha direção.- Respira. -Suas mãos estavam em meus ombros. -Nem pensar que eu iria Harry me tocar depois do que aconteceu ontem. Me afastei dele. 

-Por que está aqui? -Eu me senti extremamente desconfortável quando ele fitou meu corpo envolto apenas com uma toalha. 

-Cristina foi ao mercado e na delegacia descobrimos uma coisa, precisamos trabalhar hoje. - Sera que ele poderia parar de me olhar? 

-Como assim? Que coisa? Para de suspense Harry. -Segurei o nó da minha toalha com firmeza. Pingos de água escorriam de meu cabelo e batiam em meus pés, deixando-me com frio.

-John estava no Brasil e ele foi preso lá por tráfico de crianças.  A jurisdição de lá o mandou pra cá e agora ele está em preso aqui. O interrogamos a madrugada toda e ele finalmente nos contou parte do esquema. É maior do que pensávamos. -Harry sentou na minha cama- Crowley não é o chefão, ele é apenas um subordinado. Para chegar no chefão vai ser preciso um infiltrado. Sem querer, John deixou escapar que vai haver um esquema num jantar em homenagem à seu pai. Um roubo de milhões de dólares. Portanto...

-O chefão só pode ser da alta sociedade. -completei sua frase.

-Exatamente. -Harry se levantou e veio até mim. -Precisamos que nos coloque nesse jantar sem levantar suspeitas. 

-Meu pai me convidou como sua acompanhante, posso pedir mais dois convites um pra Cristina e o "namorado" dela. 

-Não basta. Precisamos de uma equipe toda lá dentro. E você está fora! 

-O que? Harry eu não sei quem você pensa que é mas não pode mandar em mim. 

-MEU DEUS!!!! Como você é teimosa, Sophie!!! -ele colocou as duas mãos em meus rosto, o segurando como se eu fosse a coisa mais delicada do mundo. -Isso é perigoso, não é uma brincadeira! -Empurrei suas mãos.

-E por que você se importa com isso? 

-Não me importo. -Ele disse com desdém.

-Então me deixa trabalhar, droga. Qual o seu problema comigo, Harry? 

-Você me irrita. Me tira do sério. -Ele se aproximou mais

-Você também me irrita e eu não interfiro em seu trabalho. -Dei um passo para trás.

-É ai que você se engana, Sophie. Você não me deixa trabalhar, você consome meus pensamentos, os rouba para si. Me distrai quando está naquela maldita sala, tão perto e tão longe. -Seu corpo encontrou o meu. Deus do céu, como resistir à Harry Styles? - A vontade que eu tenho é de te mandar pra fora daquela delegacia e nunca mais te ver na vida e ao mesmo tempo estar toda hora com você, nem que seja apenas para te observar. Você não sabe o inferno que é ter de trabalhar com você. -Sua mão puxou minha cintura para si e a outra acariciou minha boca. - Não sabe como ter de se controlar ao ver seus lábios pintados de vermelho e não poder te beijar. Você tira a minha paz, Sophie. Seu corpo se insinua a todo momento para mim, sua voz é uma melodia a qual eu adoro escutar. Por Deus, o que você está fazendo comigo?

Eu não sabia responder aqueles dizeres, na verdade eu não sabia de mais nada. Minha cabeça doía e eu estava encurralada entre Harry e a parede. Aquilo não me ajudava a pensar direito, mas no que eu tinha de pensar? Seus lábios tão perto dos meus, eu só queria beija-lo. Ter Harry explorando meu corpo novamente e esquecer toda aquela merda que estava acontecendo. Era uma válvula de escape, uma saída. Harry era fuga. Mas eu não podia fugir, podia? -Podia sim.- O que eu não podia era negar que Harry me atraía. Seus olhos tão intensos tiravam meu raciocínio, só a sua respiração quente contra minha pele servia para me fazer perder a linha, como eu estava perdendo naquele momento.  Eu precisava afasta-lo, mas eu não queria. Eu queria quebrar a distância mínima que havia entre nós, queria os seus lábios colados aos meus novamente, queria suas mãos percorrendo meu corpo. A lembrança do dia em que Ryan nos pegou voltou à tona, as mãos fortes de Harry passeando em mim, seus músculos fortes sob minhas mãos, os beijos que ele distribuía em meu pescoço, o grande volume que eu senti enquanto Harry estava no meio de minhas pernas... OOOOOOOOOK, EU REALMENTE PRECISO PARAR DE PENSAR NESSAS COISAS, PRINCIPALMENTE QUANDO O DITO CUJO ESTÁ À MINHA FRENTE EM UMA DISTÂNCIA CONSIDERAVELMENTE PEQUENA. O único problema é que eu não conseguia para de pensar nele, ou desejar ele. Na verdade, eu queria. Queria pensar, queria desejar, queria ficar perto dele, até mesmo quando ele estava estressado, a maneira com que ele ficava sexy com uma veia pulsando visivelmente em seu pescoço ao não conseguir o que queria tirava qualquer garota do sério. Finalmente eu descobri, eu queria Harry Styles e negar o fato não iria fazer ele diminuir, na verdade, só faria aumentar. Eu queria Harry Styles, queria tanto que queimava, incendiava todo o meu corpo de puro desejo. Cada mínimo toque, cada palavra ou briga me fazia querer ele ainda mais. Quebrando o restante de distância que ainda ficou entre nós, eu fiz o que queria fazer à muito tempo. Eu o beijei.