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História My Little Sweet - Capítulo quinze.


Escrita por: potatoevil

Notas do Autor


Oieeeee
Como vocês estão?
Enfim, me contem o que acharam do cap.
Beijinhos e boa leitura.

Capítulo 16 - Capítulo quinze.


Fanfic / Fanfiction My Little Sweet - Capítulo quinze.

Eu conseguia ouvir vozes mas não conseguia entender o que elas falavam. Meus olhos ainda permaneciam fechados mesmo eu já acordada. 

-Ela ainda está dormindo. Mas eu peço que espere, vocês precisam mesmo conversar. -Era a voz de Cris. Ela estava falando com alguém. -Realmente não sei porque ela pediu demissão, mas sei que algo está acontecendo e isso a deixou muito abalada.

Minha mente bloqueou meus pensamentos outra vez e eu apaguei novamente. Como das outras duas últimas vezes.

[...]

Acordei novamente sentindo um enjoo forte. Isso por causa do terrível sonho que tivera. Havia sangue e corpos estraçalhados por todo lado e meu nome escrito em cada lugar. Levantei-me rápido e me sentindo tonta por isso e corri pro banheiro cambaleando. Vomitei tudo o que eu não havia comido e por consequência, minha tontura piorou ainda mais. Decidi ficar sentada até a sensação ruim passar.

As últimas noticias haviam sido dadas rápido demais e aquilo tudo era muita coisa para eu digerir. Minha ficha ainda não tinha caído e eu ainda estava num estado meio que de negação. Levantei e me olhei no espelho e Deus do céu, eu estava acabada. Olheiras profundas, meu cabelo estava um lixo, meu rosto inchado e os olhos vermelhos. Lavei meu rosto e escovei meus dentes, logo após tomei um banho demorado e quente. As gotas de água escorriam pela minha pele e junto com elas, também escorriam minhas lágrimas. Eu nem sabia que tinha tanta água assim em meu corpo. Me permiti lembrar de tudo o que o médico me disse. Me permiti lembrar da gravidez, das milhares de vitaminas que ele me passou, de meus enjoos durante a viagem de volta pra casa, de Cris me dando colo no hospital quando eu não parava de chorar, de quando ela me colocou na cama e cuidou de mim...

Eu estava grávida. Eu estava esperando um filho de um homem que eu nem amava. Um homem que mentiu pra mim e me usou da pior forma. Eu carregava um filho dentro de mim. Um filho. E eu sabia que jamais conseguiria interromper uma gravidez, por mais indesejada que ela fosse, então eu iria sim ter esse filho. Eu iria sim assumir a responsabilidade, eu iria sim, conviver com todas as lembranças para o resto da minha vida, mas eu iria amar e proteger essa criança com todas as minhas forças e com todo o meu coração. Dizem que o tempo cura tudo, então o temo curaria o meu coração estilhaçado. O tempo iria fazer toda a dor passar, e tudo não passará mais de lembranças. 

Fechei i registro do chuveiro e saí do box. Me sequei, me vesti, arrumei o cabelo, passei perfumes e cremes e procurei o pendrive maldito com toda a verdade sobre minha vida. Como não achei em lugar nenhum, resolvi perguntar se Cris sabia onde estava. Sai do quarto a procura da minha amiga e um cheiro bom invadiu meu nariz. Cris estava fazendo macarronada.

-Cris, você sabe onde eu deixei um... -Minha voz sumiu no momento em que fitei Harry de pé ao lado do meu sofá. Abri a boca pra mandá-lo embora mas eu não conseguia falar. 

-Oi. -Ele falou com a voz extremamente baixa. -Olha, eu sei que você já sabe... Vimos os videos da câmera de segurança. E eu...

-Você o que? -Meu corpo decidiu seguir os comandos do meu cérebro novamente. -Você veio pedir desculpas? Você veio dar uma explicação? Você o que, Harry? Veio pra contar mais mentiras pensando que a otária aqui vai cair novamente? -As lágrimas ameaçaram cair mas eu engoli o choro e me mantive forte. -Saiba que não vai mais funcionar, Harry. O joguinho sujo e sem escrúpulos de vocês não vai mais funcionar porque eu nunca mais ousarei acreditar nem por um segundo em qualquer palavra que qualquer um de vocês falar. -Cris chegou na sala com uma cara meio aflita. -Então não desperdice nem o meu, nem o seu tempo falando comigo sobre qualquer coisa.

Dei as costas para ir embora mas ele começou a falar.

-Nós falhamos. Eu sei. Eu tenho plena consciência disso. Nós agimos como uns filhos da puta, nós usamos você só pra conseguir informações do seu pai. E eu mais ainda porque fui eu que dei a ideia. Eu fui o cabeça de tudo, era eu que iria pegar informações com você, meu Deus, eu estava tão disposto a conseguir aquela cadeira de Emma que faria qualquer coisa. 

-Você acha que isso está melhorando as coisas? Acha que me contar isso melhora? -As lágrimas já escorriam pelo meu rosto. As palavras de Harry estavam doendo mais que qualquer coisa. Foi ele, ele que idealizou tudo. Era tudo culpa dele.

-Eu sei que não. Mas você merece a verdade. Você merece saber que ele te amou de verdade. -Me virei para ele disposta a ouvir tudo.- Como eu disse,  era pra ser eu pra fazer o trabalho, mas quando eu ia falar com você naquela boate, Matt chegou primeiro. E eu estava com tanta raiva dele ter roubado isso de mim, eu estava me sentindo traído. Quando você foi embora, eu fui falar com ele e saber porque ele tinha feito aquilo, ele disse que eu poderia acabar com você. Ele disse que poderia fazer um trabalho melhor e naquele momento eu o odiei tanto. E quando vocês começaram a namorar, eu não conseguia olhar na sua cara sem me lembrar daquele dia. Eu me senti tão impotente, tão traído, que todo a raiva que eu despejava em você era na verdade, por ele. -Olhei pra Cris que estava chorando com a mão na boca, provavelmente perplexa com tudo que ouvia. - Então ele me contou que estava apaixonado. Ele me contou que não queria mais fazer aquilo, que era errado, que se sentia culpado. Ele me contou de como você era, das suas paixões, das suas manias, ele me contou sobra como você adora cantar e que faz isso maravilhosamente bem, me contou que quando você tinha pesadelo, abraçava ele e tudo ficava bem. Ele me contou tudo sobre você. Mas eu já sabia de tudo. Eu ouvia tudo. Eu repetia gravação a gravação, eu aprendia cada coisa sobre você antes mesmo dele. E Deus, eu sentia inveja dele. 

Minha visão estava embaçada pelas lágrimas e Cris já soluçava. Eu não podia nem acreditar no que estava ouvindo. 

-Eu sentia que devia ser eu a estar ali. Eu queria estar ali. Eu entendia completamente porque ele queria parar com a operação porque eu também queria parar. Nós dois chegamos ao consenso de que iríamos parar mas Emma não deixou e nos deu tempo para pensar. 

-Quem estava na operação? -Minha voz saiu trêmula por causa do choro.

-Apenas Emma, Matt e eu. -Os olhos de Harry estavam indecifráveis. Ele parecia estar tão abalado como eu, mas isso não iria mudar nada. -Eu falei que não precisava pensar em mais nada e que não iria mais continuar com aquilo e Matt também então nós simplesmente não aceitamos mais qualquer coisa que ela nos mandava fazer. Matt destruiu a escuta do cordão e paramos de dar qualquer informação sobre você ou buscar informação por você. 

-O que vocês descobriram sobre mim? Eu... -meu choro me impossibilitava de completar a frase. -Eu vi um documento. Era um documento de... 

-Sophie... -Harry tentou se aproximar mas eu me afastei. 

-Era um documento de adoção. -Cris olhou pra mim como se eu fosse uma alienígena. 

-Nós descobrimos investigando seu pai. Sophie, o que eu vou te dizer é muito sério. Por favor, se sente. 

-Eu não quero sentar. -Harry veio até mim e me guiou até o sofá. Ele me fez sentar e depois fez o mesmo com Cris.

-Seu pai era suspeito de desvio de dinheiro, corrupção e tráfico de drogas, mas nós nunca conseguimos descobrir nenhuma prova. Só quando você nos deu as listas. Não que aquilo fosse prova, mas era uma boa pista. John não esteve em apenas um daqueles jantares. John frequentou vários. Eu achei várias listas com o nome dele e o de Crowley lá antes mesmo de você achar aquela que me deu. Mas eu não podia te contar porque você suspeitaria que estávamos investigando o seu pai.

-Então basicamente, vocês me usaram de novo. Da mesma forma, só que com um cara diferente.  -Eu não podia acreditar no que ouvia. Não mesmo. Eles me usaram duas, DUAS MALDITAS VEZES.

-Eu sinto muito. Eu nunca pensei dessa forma. 

-Continue. -Respondi sem animo nenhum.

-Nós continuamos a o investigar e achamos sua ficha na polícia. Na época, nada era feito em computadores e o BO ainda não tinha sido passado pra o registro criminal no sistema da polícia então nós não sabíamos do ocorrido. Mas o fato é que seu pai havia agredido sua mãe quando ela estava grávida. Era uma gestação arriscada e com todo o estresse por ela vivido, a agressão... ela teve um parto prematuro e o bebê acabou nascendo morto. Seu pai disse a todos que ela estava em uma clínica de reabilitação e cuidando da gestação arriscada quando na verdade ela estava em um manicômio. Quando chegou o tempo da gravidez finalizar ele foi até um orfanato e adotou você, que tinha sido abandonada num terreno baldio.  Então ele disse a todos que você havia nascido e sua mãe estava internada pois estava com câncer no útero. Quando soubemos disso tratamos de procurar em cada lugar possível que ela poderia estar, mas não a encontramos. 

-Eu fui abandonada num terreno baldio? -Minha voz saíra por um fio. Eu não sabia que meu coração podia ficar mais dilacerado do que já estava. -Como esse homem pôde fazer isso? Como esse monstro consegue dormir à noite? -Minha voz, agora carregada de ódio, se misturava com os soluços causados pelo choro. Eu estava num misto de sensações intensas demais para qualquer ser humano aguentar. Eu acabara de ouvir sobre a gestação da mulher que eu acreditava ser minha mãe, eu acabei de saber que seu bebê nasceu morto por causa de um homem a qual eu chamei a vida toda de papai. Eu acabei de saber que tinha sido achada num terreno baldio quando era bebê  e adotada por um monstro e eu estava grávida do homem que estava me contando tudo isso.

-Eu sinto muito, Sophie. Eu sinto tanto por você... -Me levantei com a raiva me consumindo. Eu sabia que não era bom pro filho que eu estava carregando, mas era uma coisa que eu não conseguia controlar. Eu estava morrendo de raiva. 

-Você ja sabia disso quando fui trabalhar com vocês? -Ele assentiu. -E como você foi capaz de me dizer todas aquelas coisas maldosas sobre mim? Que eu havia causado a morte de minha mãe? Que eu corria sempre pra carteira do papai? Como você conseguiu dizer todas aquelas coisas pra mim? Como você dormiu a noite sabendo que me escondia a minha vida? Que eu podia estar convivendo com um homem criminoso? Como você me beijava e falava todas aquelas coisas quando pelas minhas costas, você fazia coisas inimagináveis? -Ele se levantou. Seus olhos estavam úmidos como se ele quisesse chorar. Olhei para Cris que parecia em estado de choque. 

-Eu te tratava mal, admito. Eu odiava estar perto de você porque eu queria você. Eu admito, mas não era por isso. Eu queria que você fosse embora, eu sabia o porque de você estar ali. Sim, você é muito boa no que faz, mas Emma queria mesmo era voltar com o esquema antigo de obter informação através de você. Eu havia prometido cuidar de você, por Matt. Eu queria te tirar daquilo tudo. Era errado, era insano. Mas você dificultava tudo. Você brigava comigo, era cabeça dura... Você me tirava do sério. Eu estava disposto a te contar tudo e começamos o que quer que seja que nós temos e tudo o que eu menos queria era te manter longe, te machucar com as verdades horríveis. 

-VOCÊ NÃO TINHA A PORRA DO DIREITO!!! -Minha barriga ameaçou doer e eu tentei me acalmar. Limpei as lágrimas e passei a mão pelo cabelo. Busquei o ar, respirando fundo e contando até dez. Tudo o que havia na sala era o barulho de respirações pesadas, soluços e choro. -Por favor, vai embora. -Pedi em um tom calmo e sério.

-Sophie... -Ele tentou se aproximar mas eu estendi a mão sinalizando pra ele parar.

-Vai... -Olhei em seus olhos. O brilho que eu tanto amava não estava mais lá. Parecia que nós dois estávamos terminando uma coisa que nunca havia existido. Uma lágrima escorreu de seus olhos. Aquela era a primeira vez que eu o via chorar e aquilo partiu mais um pedaço de meu coração em cacos. 

Harry saiu a passos lentos e tudo o que ficou na sala foi o silêncio e o peso enorme da verdade. Olhei pra Cris que continuava na mesma posição desde que estava sentada e saí de volta pro quarto. Naquele momento, tudo o que eu queria era dormir e não pensar em mais nada.

[...]

Meus pesadelos ficavam cada vez piores. Eu acordei suada e tremendo. Cris estava dormindo do meu lado e eu fiz silêncio para não acordar ela. Provavelmente ela estava num estado como o meu depois das descobertas do dia. 

Fui até a cozinha e preparei algo para comer. Estava sem nenhum pingo de fome, mas precisava me alimentar. Peguei também uma das vitaminas que o médico passou e tomei. 

Sentada na mesa, analisei a situação. Eu era órfã, estava grávida, meu namorado era uma farsa, o cara que eu gostava era uma farsa, minha chefe era uma farsa. Uow, espera aí... o cara que eu gosto? Como assim? Desde quando eu gostava de Harry? 

Minha vida estava uma bagunça. Era como se alguém tivesse pego uma caixinha escrito "vida do Sophie" e balançado muito. Era assim como eu me sentia. Não aguentava mais chorar, não aguentava mais me sentir como estava me sentindo. Peguei o notebook e comecei a escrever uma matéria sobre as revelações feitas, mas se eu queria que a matéria ficasse completa, eu teria que descobrir a verdade por trás de papai, ou melhor, a verdade por trás de Joseph. 

Olhei algumas passagens até o Canadá decidi comprar duas. Uma pra mim e outra pra Cris. Era errado comprar sem consultar ela, mas eu precisava desse tempo. Viajaria até o Canadá para ver vovó e ter um pouco do colo dela. Vovó sempre cuidou de mim quando eu era pequena e quando eu morei com ela por um tempo, nos aproximamos ainda mais.  Aproveitaria pra buscar um pouco sobre o passado de mamãe e do seu casamento. Ela podia não ser a minha mãe de verdade, mas eu sinto a dor dela e iria fazer justiça.

[...]

-Suas malas estão prontas? -Assenti com a cabeça. Cris terminava de checar os documentos e colocou tudo na bolsa.

-Me desculpe te arrastar assim pra uma viagem e também por te afastar de Ryan, da faculdade e da redação. Sei que não tenho o direto de bagunçar sua vida só porque a minha ta virada de ponta a cabeça. -Peguei em suas mãos. -Mas eu preciso da minha irmãzinha de outra barriga.

-Ta brincando né? Vai ser como tirar férias antecipadas. E também vamos a trabalho lembra? Desmascarar um criminoso a qual você chamou de pai a vida toda. Agora vamos logo ou vamos nos atrasar.

Pegamos o resto das coisas e colocamos no táxi que já nos esperava. Olhei pra trás sentindo uma sensação estranha mas ignorei e entrei no táxi. 

[...]

Eu estava indo mas já não queria voltar. Ninguém me disse que gravidez poderia ser tão ruim, sempre me contam que é a coisa mais maravilhosa que ode acontecer na vida de uma mulher, mas naquele momento, vomitar tudo o que eu tinha comido no minúsculo banheiro do avião não era a coisa mais maravilhosa que estava me acontecendo.

-Já chega, bebê! Eu não aguento mais. -Escovei meus dentes pela quinta vez e pedi um calmante para a aeromoça. Eu iria dormir e meu filho não iria mais tentar me deixar anoréxica. 

Meu filho. Era estranho pensar assim orque eu nunca tive muito contato com crianças mas agora eu teria um filho. A ideia não mais me incomodava tanto quanto antes e eu pensei estar começando a me familiarizar com a ideia e não ter aquele pânico que sempre tinha quando olhava pra minha barriga.

-Aqui está querida. -A aeromoça chegou e me entregou uma pílula. 

-Obrigada. 

-Por nada, se precisar de qualquer coisa pode nos chamar. -A simpática moça saiu e eu tomei o calmante. Cris já dormia ao meu lado e eu ajeitei sua cabeça que pendia para o lado. Fiquei olhando as nuvens pela janela e logo adormeci.

[...]

-Como não lembra de como é sua mala, Cris? Você está louca? -Eu tentava  pegar minha mala na esteira mas parecia que ela tinha ficado presa. Logo, eu andava junto com ela até que ela sumiu pelos plásticos. -Merda.

-Eu não sei. Olha ali ela. -Cris pegou a mala mas depois viu que não era a dela. -Agora é essa. -Ela chegou seu nome e aquela era a mala verdadeira de Cris. -Graças  Deus. Mas olha só, você fala da mim e ainda nem pegou a sua.

-É diferente, eu sei qual a minha mala, mas ela tá presa. -A esteira deu uma nova volta e logo a minha mala estava visível novamente. -Me ajuda. -Eu e Cris puxamos ela e finalmente conseguimos pegá-la. Porém, eu puxei muito forte e quando ela desprendeu, eu acabei me desequilibrando e teria me estabanado no chão não fosse uma alma caridosa que estava passando ali e me segurou.

-Nossa, me descul...-O mundo era realmente um lugar bem pequenininho. -Albert!!! -Gritei surpresa e o abracei.

-Sophieeeeee. -Ele me abraçou de volta. Albert era meu primo mais legal. Quando eu morei com minha avó, ele passava os fins de semana lá e nós aprontávamos todas. Adolescente é uma droga mesmo.

-Hey, você cresceu. -O larguei pra observar como Albert tinha mudado. Aquele menino que mais parecia um graveto que um menino tinha músculos. Músculos. Dá pra acreditar?

-E você não cresceu. -Ele me analisou. -Só em algumas partes. -Ele tinha merda na cabeça ou o que? Comecei a rir e senti meu rosto esquentar.

-Cala a boca seu idiota. Mas afinal, o que está fazendo aqui? Ah propósito, essa é minha melhor amiga Cris. Cris esse é meu primo mais idiota, Albert.

-Foi ele que tentou botar fogo no seu cabelo? -Albert começou a rir.

-Ele quase conseguiu. -Olhei pra ele sorrindo. 

-Não acredito que contou essa história pra ela. -Ele cumprimentou Cris com um beijo na bochecha. -Estou aqui porque vovó mandou eu te buscar. E a propósito, ela está muito ansiosa pra te ver.

-Então vamos logo, porque eu já quero conhecer ela e tenho certeza que a Sophie tá louca de saudade. -Cris falou e nós saímos do aeroporto.

[..]

Durante aquele dia, eu consegui não pensar em tudo que tinha acontecido em New York e nas pessoas lá. Mas foi só o enjoo voltar que eu voltei meus pensamentos  a Harry novamente. O que me fazia lembrar de todas as mentiras, toda a raiva e toda a tristeza.

-Não vale a pena. Pare de pensar nele e volte ao trabalho. -Eu estava pesquisando todos os hospitais psiquiátricos de Whitehorse, a cidade em que minha "mãe" morou antes de se mudar para NY. Eu ainda tinha esperanças de que ela estivesse viva e se ela esteve presa em sanatórios em NY, poderia estar aqui também. 

-Quero ela pra mim. Não vou embora daqui nunca mais. -Cris se jogou na cama e se cobriu com o edredom. -Acho que aqui faz mais frio do que lá. -Olhei pra ela e sorri. Os termômetros registraram 14º no começo da noite e parecia esfriar cada vez mais.

-Eu to congelando. -Fechei o notebook e deitei ao seu lado. -Acha que vamos conseguir descobrir alguma coisa? 

-Acho. Mas se não descobrirmos nada, podemos ficar aqui pra sempre? -Ri de seu sorriso esperançoso.

-Acho que você só está atraída pelo lugar. É uma cidade pequena, provavelmente vai nevar amanhã, minha avó é a melhor avó do mundo e o colchão é melhor que o nosso.

-Ahhh, isso é verdade.

-Mas aqui não tem nada de interessante. A criminalidade é super baixa, só tem uma boate, o shopping é minúsculo e não tem starbucks. 

-Como não tem starbucks?

-Bom, pelo menos da última vez que eu vim aqui, não havia uma.

-Hey, girls. Vocês querem pizza? -Albert abriu a porta e enfiou a cabeça pra dentro do quarto, deixando o resto do corpo escondido.

-Sabe bater não? E se a gente tivesse pelada? -Ele entrou de uma vez e deitou na cama ao lado de Cris, a deixando no meio. 

-Cris eu não sei mas você não ia ficar sem roupa nunca nesse frio. Sabe Cris, a Sophie ficava dias sem tomar banho porque não queria tirar a roupa por causa do frio. 

-Que cretino, eu nunca fiz isso. Sempre tomei banho ok! -joguei uma almofada nele. -Porque não vai logo pedir pizza e não sai daqui!?

-Que crianças! -Cris falou e começou a rir. -Me sinto uma mãe perto de vocês dois. -Ela se levantou e ficou de frente pra nós. -Albert, desça e ligue pra pizzaria já. Sophie, vai tomar banho que desde que chegou não tomou.

Depois de alguns protestos, nós fizemos o que Cris mandou e logo eu estava saindo do banheiro. Cris estava sentada com o celular na mão e olhando estática para o chão.

-Cris? Está tudo bem? -Ela tinha uma expressão preocupada.

-Me desculpe, Sophie. Eu deixei escapar. -Os seus olhos começaram a merejar. 

-Escapar o que, Cris? Me conta pelo amor de Deus. 

-Eu contei pro Ryan onde a gente tava e o Harry ouviu tudo.

-O Harry sabe onde eu to? Isso não é motivo pra ficar Cris. -Coloquei as mãos nos ombros dela.

-Eu sei, mas.. -Ela pausou e respirou fundo me olhando com uma expressão quase que culpada. -O Harry está vindo pra cá.


Notas Finais


Então amores, gostaram? Ficou meio chatinho, eu sei.


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