Eu pisco com a luz do Sol batendo em meu rosto.Rolo na cama e me deparo com um corpo quente ao meu lado.Me levanto sobre os cotovelos e encaro a face de um Bruce adormecido.
-Bom dia,primo - digo empurrando seu ombro.
-Uhmm...bom dia - resmunga enquanto se espreguiça - Teve mais algum pesadelo?
Ele se senta e esfrega os olhos,algo que eu já me acostumei,apesar de ainda achar fofo.
-Não,dormi como um bebê - me levanto e vou até o banheiro do corredor.Essa noite foi definitivamente a pior.Sonhei que eu beijava o Coringa;logo depois ele mordia meu lábios com força e se afastava de meus braços atacando o Batman,que eu não tinha percebido que estava lá.Eles lutaram,trocando chutes,socos,rasteiras e palavrões.Batman chutou o palhaço longe e este escorregou pelo chão.O Coringa tirou uma faca do colete e quando Bruce se aproximou para aplicar outro golpe,foi atingido pela faca no pescoço.O sangue jorrou,manchando o chão.Tanto,tanto sangue!O cheiro de ferro impregnava o ar enquanto o Batman agonizava e chamava meu nome.
Acordei chorando e tremendo,com Bruce me abraçando e dizendo para eu me acalmar.Então ele me pegou no colo e caminhou até seu quarto.Fez carinho na minha cabeça até eu adormecer
Acordar ao lado do meu primo sempre foi algo comum,quando eu era pequena e tinha alguma tempestade eu corria com os pés descalços até seu quarto e quando os pais de Bruce morreram ele dormiu na minha cama por meses,chorando enquanto eu murmurava canções que eu mesma inventava.
Fico pensando nisso enquanto me arrumo. Visto uma calça-pijama preta com uma blusa listrada B&W e completo tudo com um blazer roxo.Disse "tchau" para Bruce que estava tomando café-da-manhã na cozinha e lhe dei um beijo na bochecha,roubano uma torrada.
Apesar de ter carteira de motorista,Wayne achava mais seguro eu andar por aí de limusine.Fui deixada na faculdade e tive mais um dia lotado de tarefas,trabalhos,prazos e nenhum amigo.Depois de mais um dia comum,me dirigi até o Arkham.
_. . ._
O som das minhas sapatilhas ressoava pelo corredor quase completamente vazio.Porém,antes de chegar a porta da sala de consulta,fui interceptada pelo guarda Johnson.Não queria ver o homem nem pintado de ouro mas parei para escutá-lo.
-Hoje a consulta será em uma sala diferente.
-Por quê?
-Infelizmente,ocorreu um erro e outro paciente teve a consulta marcada para a sala 425 - explicou começando a andar.
-Oh,tudo bem - resmunguei seguindo-o.
Andamos por um tempo,passando por diversas salas.Depois de um 10 minuto e três lances de escada,finalmente chegamos.A sala ficava no final de um corredor completamente vazio,mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa,sinto uma mão cobrindo minha boca e sou empurrada para dentro da salinha.
Era tipo uma sala de zelador,cheia de produtos químicos,panos e vassouras.Fui prensada contra uma prateleira,a madeira criando um hematoma em minhas costas.Tento gritar mas a mão continua firme em minha boca.Ma debato,chuto e tento socar o miserável mas ele prende minha mão com uma algema.Penso em dar um chute em suas bola,mas o cano frio de uma arma encostado em minha têmpora me impede.
-Fique quietinha - seu bafo quente atinge meu rosto - Eu sei que você quer isso.
"Claro,só estou me debatendo porque quero detergente derramado em meu cabelo!" Meu Deus,isso não é hora de ser irônica.Johnson começa a dar chupões em meu pescoço e tira a mão de minha boca,passando a apertar minha cintura.Não dou um pio com medo de levar um tiro.
Suas mãos percorrendo minha pele é a pior coisa que já senti.Sinto meu estômago revirando,mas só começo a chorar quando ouço um zíper sendo aberto.Apesar de ter medo,volto a me debater e no momento que ele tenta me beijar mordo sua boca com força.Johnson se afasta e me dá um soco.
-Fique parada,vadia!Você dá pro louco do Coringa,mas não quer dar pra mim?Puta,já deve ter fodido com metade de manicômio.
-Isso é meio impossível,já que ainda sou virgem - falo com sangue escorrendo dos lábios.
-Além de puta,é mentirosa - diz ele rindo e voltando a passar as mãos pelo meu corpo.Suas patas grosseiras machucam meus seios e ele me dá um beliscão na virilha.Choramingo quando ele rasga minha blusa e arrebenta meu sutiã,deixando minhas costelas em carne viva.
Choro ainda mais quando minha calça é abaixada. Minha mente clama por Bruce,mas ele não vem."Mate-me" é o que quero dizer,mas estou tão aterrorizada que minha garganta fecha.
Até que de repente o se afasta.A sala está muito escura mas vejo duas figuras se movendo,então um corpo cai no chão.Luz explode na pequena saleta e na minha frente está o Coringa.Seu olhos estão loucos e frios enquanto encaram o corpo do guarda.Sangue escorre pelo piso e seu cheiro empesteia o ar,a cena tendo uma semelhança incrível com meu sonho,mas não é o Batman que está jogado no chão e sim o maldito estuprador.
O palhaço se vira para mim enquanto eu escorrego pela prateleira.A algema não me deixa cair e provoca uma dor excruciante em meus pulso.Então braços fortes me seguram.Sinto o cheiro de café,sabão de coco e algo mais,algo que não consigo identificar.
-Pronto,docinho,está tudo bem.
-Você o matou? - minha voz é apenas um sussurro.
-Sim,afinal ele tocou na minha docinho.
-Obrigada,Coringa - digo o abraçando e enchendo sua camiseta com minhas lágrimas.
-De nada,Raleigh. Agora já pode descansar.
A única coisa que percebo enquanto a escuridão preenche tudo é que esta é a primeira vez que ele diz meu nome.
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