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História My Little Sweet - Jovem demais.


Escrita por: RozaBlue

Notas do Autor


Oi,meus amores!
Aproveitem o cap!

Capítulo 53 - Jovem demais.


Estou no mesmo lugar do outro sonho.O sol está brilhante,mas o Coringa continua encoberto pelas sombras do carvalho.E,dessa vez,eu não corro.Sei que ele vai me esperar.

Em poucos segundos,estou atrás dele,encarando fixamente a sua nuca.Não tento tocá-lo,mas quase caio de joelhos quando ele se vira pra mim.Seu rosto é o mesmo,minha memória recriando seus traços com perfeição.Percebo que é a primeira vez que vejo sua face em quase duas semanas.Afinal,nunca tiramos fotos juntos para que eu tenha esse tipo de recordação comigo.

-Docinho.

Meu Deus.Até a sua voz é como eu me lembro.

-Coringa - sussurro falhadamente.

-Você parece bem.Não sei exatamente como encaro isso - resmunga arqueando uma sobrancelha.

-Eu apenas pareço,você sabe.É apenas um sonho,mas tenho certeza que minha dor está exalando pelos meus poros neste exato momento,seu desgraçado.Você destruiu a minha vida.Levou toda ela com você quando morreu.

-Tsc,tsc,você está mais agressiva...

-NÃO FAÇA "TSC,TSC" PARA MIM! - grito a plenos pulmões - Seu canalha!Desgraçado!Por que você morreu?Melhor,por que você me salvou?Você é um vilão!É um maldito sociopata!Devia ser egoísta e pensar apenas em si mesmo!E não me salvar,droga.Era você quem devia estar vivo,Coringa.Devia estar vivo e destruindo a vida de outras pessoas com um sorriso nessa sua cara branca,e não enterrado a sete palmos na terra.Diabos,nem ao menos enterrado você está.Não sobrou nada pra enterrar.Nada.

Começo a socar seu peito enquanto repito:Nada,nada,nada,não sobrou nada.

Ele envolve seus braços ao meu redor,me segurando firme,mesmo que eu continue atacando-o com toda minha fúria e tristeza.

-Shhhhh,shhhh,calma,docinho - murmura acariciando meu cabelo.Encosto minha testa em seu peito.

-Não sobrou nada.Nem de você,nem de mim - as palavras não saem simplesmente,elas são expulsas de dentro de mim,juntamente com minhas lágrimas.

O tempo para.Ou passa rápido demais.Ou quem sabe não exista mais o tempo,e tudo que tenha sobrado sejam meus soluços,a minha dor e os braços dele me amparando.

De repente,sinto meu corpo balançar e a imagem perde um pouco do foco.A luz do sonho está morrendo,e outra luz está penetrando por minhas pálpebras quando escuto próximo a minha orelha:

-Sobrou sim,docinho.Ainda existe algo que sobrou de nós dois,e está...

                                                                                                                  _ . . . _

Acordo quando Barry está me colocando na cama.Ele percebe e diz:

-Desculpa ter te acordado,Leigh,mas você estava dormindo toda torta lá no sofá.

-Que horas são?

-Já são 10 da noite.

-Meu Deus,eu dormi muito! - exclamo me lembrando de Alfred e levantando em um salto.Sinto uma tontura e quase caio,mas Flash me segura.

-Ei,calma aí! - gentilmente,faz com que eu me sente na cama,e afaga minhas costas.

-Aquele cara,Alfred,ele veio aqui e quando você não atendeu,foi lá pra delegacia e me entregou suas coisas.Elas tão lá na sala.Ele não pode entrar porque você pegou a chave da portaria.

-Oh... - é tudo que digo por alguns segundos,até que começo a chorar.O sonho volta à minha mente,trazendo o sofrimento consigo. Barry parece surpreso,e hesita,parecendo não saber o que fazer,então sou eu quem precisa abraçá-lo.Logo,suas mãos estão fazendo um carinho na minha cabeça e massageando minhas costas,seu consolo ao mesmo tempo tão diferente e tão parecido com o do Palhaço que faz com que eu chore ainda mais.

Nós nos deitamos na cama,eu aninhada em seu peito,ensopando sua camiseta e ele me segurando enquanto pareço quebrar em mil pedaços.

Não sei exatamente quanto tempo se passa até que Barry diz baixinho:

-Você teve um sonho com o Coringa?

-Sim - respondo no mesmo tom.

-Sabe,um dia tudo isso,todo esse furacão de sentimentos ruins vai passar.

Balança a cabeça com força e me sento de costas para ele.

-Não,não vai.Você não entende,Barry,e espero que nunca venha a entender.O Coringa não é só o amor da minha vida...Ele era meu Sol,e eu era um simples planeta que foi atraído para a sua órbita.Ele era a minha luz,meu calor,e agora que ela se apagou estou vagando sozinha num universo escuro e frio...

-Amar alguém desse jeito não parece algo muito bom

-Você está certo e ao mesmo tempo está errado.Esse tipo de amor é desesperador,como estar de olhos vendados no meio do oceano.Você é puxado pela correnteza,mas não consegue ver para onde está indo.E mesmo assim você nem ao menos tenta tirar a venda ou lutar contra a correnteza,porque alguém está segurando a sua mão no meio da água da gelada.E você sempre sabe que,não importando para onde as ondas te levem,essa pessoa estará lá.Mas não se preocupe,o seu amor pela Iris nunca será algo assustador desse jeito.É um amor bom esse o que você sente por ela.

-Tá tão na cara assim que eu gosto dela? - questiona e quando me viro pra ele,posso ver suas bochechas coradas.

-Muito.Fico surpresa que ela ainda não tenha notado - conto voltando a me deitar ao seu lado - Mas calma,pequeno gafanhoto.O seu dia chega.

-Acho que não.Ela está namorando um cara que,tenho que admitir,é bem melhor que eu.

Fico irritada com isso.Estapeio seu braço antes de dizer:

-Pelo amor de Lúcifer,você é o Flash!É um herói,é um gênio e é bem gato.Isso sem mencionar o quanto é gentil e engraçado.

-Acha mesmo que sou tudo isso?

-Claro - respondo prontamente. - Agora vá fazer algo para eu comer.

                                                                                                                   _ . . . _

Barry segura meu cabelo enquanto eu ponho tudo pra fora.Ele realmente foi fazer algo para eu comer,só que no momento em que senti o cheiro de omelete doce meu estomago deu uma guinada e tive que ir correndo pro banheiro vomitar a pizza de ontem.Flash deve ter escutado alguma coisa,pois veio até mim na velocidade da luz,literalmente.

-Melhor agora? - pergunta depois que dou descarga e me sento no vaso,tentando acalmar minha respiração.Agradeço pelo copo de água,e bebo aos pouquinhos.Faço um gargarejo também,na tentativa de tirar o gosto de bile da boca.

Apenas assinto em silêncio.

-Será que a pizza de ontem não estava boa?

-Se não estivesse,você também estaria passando mal,Barry.

-Lembre-se que sou um super-herói,uma pizza estragada dificilmente me causaria algum problema.

-Não foi a pizza - respondo teimosamente - Eu fiquei enjoada assim que senti o cheiro do omelete.

-Acha que pode ter sido isso?Quem sabe,você ficou tão nervosa que isso afetou seu estomago...

-Foi o omelete.Eu tenho certeza.

Ele levanta as mãos em sinal de redenção.

-Ok,ok,foi o omelete.Vamos apenas esquecê-lo e pedir comida chinesa,o que acha?

-Pode ser - deixo a discussão terminar aí.Mas algo ainda está me incomodando.

                                                                                                                    _ . . . _

1 mês e 11 dias depois.

Os enjoos não passaram.Toda vez que eu sinto o cheiro de omelete,tenho que ir correndo para o banheiro mais próximo vomitar.Além disso,também passei a acordar enjoada.Até agora,pude esconder isso de Alfred,mas Barry já percebeu.Também,é compreensível já que eu estou quase morando com ele.Passo os fins de semana no seu apartamento e alguns dias durante a semana também.Eu o considero meu melhor amigo,mesmo que ainda mantenha contato com Aimee.

É por causa dele que estou comprando esses testes de gravidez.Eu devo estar parecendo uma menininha assustada,porque o atendente que parece ter uns cinquenta anos sorri com um misto de pena e simpatia pra mim quando responde que os três testes vão dar 37 doláres e noventa e três centavos.

Pago,e o senhor me deseja boa sorte,além de me dar um folheto sobre gravidez na adolescência.Penso em dizer que já tenho mais de dezoito anos,porém desisto e pego minha sacolinha saindo como se estivesse fugindo Inferno.

Vou para a cafeteria do outro lado da rua,onde Allen me espera.Eu passo por ele e mostro a sacolinha antes de seguir para o banheiro.

                                                                                                           _ . . . _

Fico encarando meu reflexo por um longo,longo tempo.Meu cabelo está pouco abaixo dos ombros,e quase alcançando meus seios.O cabelo comprido e loiro emoldurando meu rosto faz com que eu pareça jovem demais.Olhos arregalados e escuros me fitam de volta.Respiro fundo ao encarar os testes mais uma vez.Recolho todos e jogo-os no lixo,aproveitando que não há ninguém aqui.Recolho minha bolsa e volto pra cafeteria.Caminho na direção de Barry e eu sei que ele sabe.Deve  estar escrito por todo meu rosto.Mesmo assim,quando me sento,uma compulsão por dizer o que ambos sabemos é grande demais e as palavras simplesmente escapam:

-Estou grávida.

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Alguém esperava por essa?
Beijos jovens e sonhem com grávidas,minhas amiguinhas!


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