Uma luz branca me cega quando abro os olhos;logo que minha visão se acostuma,olho em em volta.Estou deitada em uma das salas do Arkham e Bruce,assim com dr.Baker, estão ao meu lado.
-Finalmente você acordou! - exclama Bruce.
-Como está se sentindo,srta.Moritz? - pergunta Baker.
-Estou...bem,eu acho. - Digo enquanto me levanto.A sala parece rodar por um momento,mas logo a sensação passa. - Onde está o Coringa?
O rosto de Bruce endurece e o doutor parece transtornado.
-Ele não devia ter tocado em você.Não importa o que eu tenha que fazer ou quem eu tenha que subornar,mas eu irei colocar esse filho da puta em uma prisão de segurança máxima.
-O quê?Não,ele não me machucou!
-ELE TENTOU TE ESTUPRAR! -meu primo está lívido de raiva.
-Não,não foi ele,foi o Johnson.
-Você deve ter batido a cabeça com força demais - ele suspira e tenta se acalmar - Quando os seguranças chegaram lá,você estava semi-nua nos braços do Coringa e Johnson estava morto.
-Eu não sei como ele chegou lá,mas o Coringa me salvou!Não consegue entender isso? - estou ficando com raiva.Por quê demônios Wayne não consegue acreditar em mim?Sei que o cara é um filho da puta,mas ele me salvou.
-Ele é uma maldito vilão,Raleigh!
-Vilão?Ele me salvou!Matou Johnson por minha causa! - viro-me para Baker,meus olhos implorando por ajuda.
-Se me permitem interromper a conversa,mas acho que sei o que está acontecendo.Ela se apaixonou por ele,sr.Wayne.Aconteceu a mesma coisa com Harleen Quinzel.Sabia que não devíamos ter permitido que outra mulher consultasse o paciente 0801.Infelizmente,elas possuem uma tendência a serem fracas contra o "charme" dele.
-Seu machista pretensioso!Pensei que me ajudaria a por um pouco de juízo nesse cabeça dura!
Estou frustada.O Coringa não pode ir para a cadeia! Ele é realmente perturbado,não tem culpa de ser assim.Alguns nascem com distúrbios e as pessoas pensam que ele são maus porque querem*! Além disso, eu tenho uma suspeita sobre quem o Coringa realmente é.
-Quero falar com ele.
-Não - dizem os dois ao mesmo tempo.
-Ele está na...terapia - diz Baker.
Puxo meu primo pra perto.
-Bruce,eu tenho que continuar com as consultas,não se lembra da missão? - sussurro.
Os olhos dele estão preocupados.Ele olha de mim para Baker,e de volta pra mim.
-Vou levar minha prima embora,doutor.Cancele o estágio dela.
Não consigo evitar me sentir traída.Assim como não consigo evitar as lágrimas que escorrem pelo meu rosto enquanto olho através da janela da limusine.
_ . . . _
Subo correndo as escada da Mansão Wayne;entro em meu quarto,tranco a porta e me jogo na cama.
-Leigh,abra a porta por favor - a voz de Bruce soa abafada através da madeira.Não digo nada.
-Vamos,querida,converse comigo.
Não dou um pio.Depois de mais alguns pedidos melindrosos,ameaças trêmulas e suborno com sorvete,finalmente ele desiste e vai embora.
Me levanto e vou até o banheiro.A garota que me olha no espelho tem o rosto vermelhos de tanto chorar,os olhos desolados e chupões cruéis no pescoço.Meu coração doí porque Bruce não acredita em mim.Sempre contei tudo pra ele e nunca menti.Estou preocupada com meu paciente.
Então algo brilha nos olhos de meu reflexo e uma ideia se forma em minha mente.Arranco minhas roupas rapidamente e entro no box do banheiro.Esfrego minha pele até arder,tento tirar a lembrança das mãos do monstro em meu corpo.Sinto-me tola em pensar que apenas água e sabonete vão me fazer esquecer do pesadelo.Nunca tive um namorado sério o suficiente para tranzar e não sou o tipo de pessoa que faz sexo no primeiro encontro.Lavo meu cabelo e depois me enxugo.
No meu quarto abro o guarda roupa e me olho no espelho que tem em uma das portas.Deixo a toalha cair no chão enquanto observo meu corpo.Não acho que sou muito bonita.Tenho 1,65 de altura e um corpo magro.Corpo que está cheio de hematomas.Coloco uma calça jeans escura,blusa de crochê de gola alta da cor verde oliva,um sobretudo branco e completo tudo com coturnos.Vou até o banheiro e uso maquiagem para cobrir meu olho roxo.Então caminho até a janela do quarto.
Fico feliz que eu tenha sido uma criança arteira e levemente rebelde e que meu quarto não fique muito no alto.Subo no parapeito e começo a descer,agarrando a parede nos lugares certos.Quando já estou quase na metade ouço um barulho,olho pra baixo,mordo meu lábios e pulo.
_ . . . _
Estou pagando o taxista quando meu celular toca,tiro-o do bolso e vejo que é o número de Wayne.Isso significa que ele sabe que fugi e logo,logo ele vai me achar.Perco de vista as luzes do táxi e entro no Arkham.
-Srta.Moritz!O que faz aqui à esta hora? - pergunta a recepcionista.
-Oh,esqueci alguns papéis. - Pelo isto ninguém sabe o que aconteceu,um ponto pra mim.Ando rapidamente pelos corredores e mantenho a cabeça abaixada;vou até o corredor dos residentes.
-Com licença,mas gostaria de falar com o paciente 306 - digo para um dos seguranças perto das portas.
-Me desculpe,mas a senhorita...
-Olha aqui - digo numa voz baixa e firme - quanto você quer?
-Senhorita...
-Eu perguntei quanto.
Ele olha para os lados.Há apenas ele e mais outro três guardas.
-Eu não... - Um som de explosão ecoa pelo prédio.Ninguém viu eu implantar a pequena bomba em um dos corredores.Os outros dois guarda sobem rapidamente para verem o que está acontecendo,deixando eu e outro a sós.
-Vou perguntar mais uma vez:Quanto?
-Quanto está disposta a pagar?
-Todo mundo tem seu preço,não?Diga-me o seu.
-Quero dois mil dólares.
Levanto minhas sobrancelhas enquanto abro a carteira.
-Aqui tem mil - retiro meus brincos de diamante e entrego-os - Essas belezinhas valem exatos $1,570 dólares.
Seus olhos estão arregalados enquanto abre a porta.
-Tem dez minutos.
O quarto é bege e tem apenas uma cama,uma cadeira,um criado-mudo e o um biombo (que eu suspeito esconder um vaso sanitário).O Palhaço está deitado na cama.
-Olá.
Ele levanta-se rapidamente e vejo que sua face está machucada,assim como percebo que há manchas de sangue em sua camisa.
-O que está fazendo aqui,docinho?
Respiro fundo.
-Vim te ajudar.
Ele se aproxima de mim,sorrindo insanamente.
-Por quê? - sinto seu hálito em meu rosto.
-Me salvou.E... eu entendo quem você é.Também sei que você nasceu com seus distúrbios,assim como sei que o Batman é,em parte,culpado pelo que aconteceu com você.
-Oh,você é parecida com Harley,pensa que pode me consertar,não?Acha que posso amar você?Ou sente pena de mim? - ele parece um predador quando se aproxima e me encosta na parede.
-Não estou apaixonada por você - minha voz sai rouca e baixa,mas não estou com medo.Não completamente.
-Ainda - ele abaixa a cabeça e abre um pouco meu sobretudo.Deposita um beijo em meu ombro coberto,depois dá uma risadinha - Não se esqueça: Você é minha,e somente minha,docinho - seus olhos encontram os meus.O ar está quente e pesado.
-Três minutos - a voz do guarda estoura a bolha que envolvia a nós dois.
-Faça o que eu mando - sussurra o Coringa - Diga que ele pode abrir a porta - ele retira uma barra de metal de dentro do travesseiro.
-Antes de tudo,onde você arranjou isso?E,principalmente,como consegue dormir com isso aí?
-Deixe as perguntas pra depois.Agora fale.
-Não mate ninguém,ok?
-Fala logo!
-Pode abrir.
Antes que o pobre guarda possa fazer qualquer coisa o Palhaço o acerta com a barra.Ele passa a corrente das algemas de seus braços pelo meu pescoço,fazendo com que minhas costas grudem em seu peito.Retiro uma tesoura de um dos bolsos do meu sobretudo e entrego-a.O metal frio provoca um arrepio em minha pele quando ele a pressiona suavemente em meu pescoço.
Andamos pelos corredores e logo os outros seguranças chagam.
-Cheguem perto e vou matá-la - a lâmina corta um pouco minha pele.
-Ai!Por favor,deixem ele passar,não quero morrer!Se eu morrer ou ficar machucada Bruce Wayne irá processá-los!- digo chorosamente.
Os guardas se entreolham e abrem caminho.Caminhamos pelo Arkham deixando todos chocados e temerosos.Às vezes,o Coringa dá uma gargalhada louca, ou rosna para aqueles que chegam perto demais.
Finalmente chegamos aos portões.Sinto armas apontada para nós dois,mas ninguém atira;rapidamente saímos do Asilo.
-Feche os portões - Obedeço.
Num minuto estou terminando de fechar o portão e no outro estou encostada no muro do sanatório.O corpo quente do Coringa está colado no meu e seus lábios se movem contra a minha boca.Sinto um gosto de metal e café,uma combinação impressionantemente boa.Sua língua se enrosca na minha e seu dentes roçam meu lábios uma vez ou outra.Entrelaço minhas mãos na sua cintura e ele toca meu rosto.Tão repentinamente quanto começou,o beijo acaba.
-Até mais,docinho - ele lambe minha bochecha e corre;o perco de vista em um minuto.Olho para baixo,com o coração palpitante.As algemas estão lá,caídas,meio abandonadas.Como ele se livrou delas? É meu último pensamento antes de desmaiar pela segunda vez no dia.
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