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História My love - Único


Escrita por: gguknona

Capítulo 1 - Único


Depois de muito olhar para aquela caixa, estava olhando o movimento da rua como todos os dias, o rotineiro entediante fim de tarde, esperando o expediente terminar para fechar a loja e encerrar o dia de trabalho. Mas, como sempre, ele saiu na rua e olhou em minha direção através de todos os vidros entre nós e sorriu. Todos os dias ele arrumava um jeito de me desconcertar. Não, não há como escapar da magnitude que ele é! Pode estar em uma multidão de iguais e ele pode estar vestido como todos, mas ainda sim nossos olhos vão se cruzar. Foi assim desde o primeiro dia, no trabalho dele, do outro lado da rua, na nova boate da cidade. 

Mas, sabe, não somos escandalosos, apenas existimos um para o outro e isso basta. E eu amo como isso torna tudo muito mais completo, como se nada pudesse quebrar o que somos ou mudar o que seremos. Porque toda situação que deveria nos dar problemas simplesmente nos aproxima. 

Tudo cai bem nele. O coloque bagunçado com as roupas mais surradas e ele ainda assim estará perfeito, lindo como um modelo que deve ser fotografado. É por isso que eu sei que ele chama atenção, que todos se interessam no que ele emana. Até o pior defeito dele é admirável, porque você pode sentar em sua cama e observar ele trocar de roupa por horas por não saber o que usar e irá rir, se apaixonar uns poucos porcentos a mais e irá constatar mais uma vez que nada, nada desfavorece o homem que ele é.

Não sei se cabe em mim a satisfação que ele me proporciona. Naquela noite na boate, o meu intuito era apenas conhecer o lugar, mas depois de algumas bebidas e danças eu estava cansado demais, porém não queria encerrar a noite. Vi como mulheres debruçaram-se em seu balcão, cantando o barman mais sorridente da noite, e eu teria o feito o mesmo se existisse coragem em mim. Mas em alguma altura da noite eu notei que o olhava demais, me esquecendo até dos meus amigos, apenas para ver se uma hora ele cederia. A curiosidade foi minha aliada naquela noite. Mais uma mulher tentou seduzi-lo, mas por algum motivo ele apontou na minha direção e me desculpem se eu estava mordendo meu copo de plástico, de braços cruzados e escorado na parede. Era apenas curiosidade, não ciúmes. Quando os olhos dela me encontraram e seu ser murchou, eu sorri e ele também. Ok, o que ele falou? Eu não sabia, descobri mais tarde que ele falou estar acompanhado e rimos como dois idiotas disso.

Outro fato é seu perfume. Já roubei um de seus frascos para ter uma reserva secreta daquele cheiro maravilhoso, e sei que ele sabe. Aquele aroma que cerca seus instintos e o faz relaxar e agitar-se ao mesmo tempo. Desejo que cada humano possa sentir o que ele é, mas não nele e isso nem vem por mim. Em mais um dia engraçado acabamos em um elevador juntos – acabei por descobrir que nossos empregadores usavam a mesma empresa de RH em um prédio próximo – e foi mais um dos momentos em que eu me senti completo.

Entrei naquele cubículo para levar uns papéis até o oitavo andar, havia três colegiais provavelmente indo ao andar da cafeteria e ele chegou às pressas com a porta quase fechando. Ficou parado em minha frente e assistimos as meninas cochicharem. Seu perfume dominava o local. Eu sorria como um tolo e ele também, estava de cabeça baixa e olhou as meninas de relance, dando pequenos passos para trás, recostando-se em mim e lançando-me um “Sinto sua falta”. Nos olhamos por pouco segundos e dei-lhe um beijo no pescoço. As meninas ficaram vermelhas e saímos rindo em nosso andar.

Hoje ele me fazia sentir tudo aquilo em poucos segundos. Perto ou longe, eu sabia que ele era meu e eu tinha a maior sorte do mundo por ter um homem desses. Não consigo passar sequer o mais superficial dele, então não conseguirei dizer como ele é no íntimo. Só afirmo que ele transborda, me transborda e não terá homem melhor e que faça mais sentido em minha vida que Park Jimin. E ele não poderia ser melhor e mais perfeito. Toda vez que penso nisso ele apenas me surpreende, como naquele momento, entrando com dois cafés pela porta de vidro, nos seus trajes perfeitos, pronto para o trabalho. 

— Café, juntos. Podemos? — Mostrou-me os copos. — Oh! — levantou a outra mão, evidenciando uma sacola. — Seu doce daquela padaria da esquina. — Semicerrou os olhos. — Espero ter acertado.

Não importa! Ele acertou em existir, em ser meu. E apesar de ter acertado no doce e no café com creme e sem açúcar, o que mais fazia-me aceitar até os doces errados (ato que ele nunca cometia) era por ser com ele, com quem eu iria estar e transbordar. 

Nesses dias a coragem fez parte de mim, e eu iria cometer um dos atos mais insanos e loucos que poderia fazer por conta própria e que talvez não desse certo, mas me fazia tremer por dentro e era tão bom. 

— Podemos, mas quero mostrar algo. — Sentia que o sorriso ia congelar em meu rosto, as mãos suando frio e tremendo. Empurrei a caixa que encarava mais cedo. — É pra você. 

Ele torceu os lábios em deboche, como se ostentasse e fosse um alguém muito presenteado. A verdade é que ele não me deixava fazer isso, então foi uma operação secreta. Deixou as coisas de nosso café seguras sobre o balcão e pegou a caixa, a abrindo com toda a calma do mundo. Eu estava nervoso como nunca estive com ele, e esperar sua reação parecia torturante. Mordi os lábios e o seu sorriso veio junto com um balançar de cabeça descrente.

Ele tinha uma paixão: anéis. E como não gostava que eu lhe desse coisas, roubei seus anéis e os encaixei em uma caixa propícia para guardá-los junto com um post-it contendo um brega, clichê e bobo “Marry me?”. Criei todo um significado para caso ele perguntasse algo, porque os anéis já eram dele assim como eu.

— Como? — Eu sabia que era uma pergunta referente aos anéis. 

— Hoje de manhã, esperei você sair. — Ainda mordia meus lábios.

— Esqueci que te dei uma chave. — Ele riu, pegando o post-it. — Olhe o seu doce. 

Não entendi, mas o nervosismo não me fez insistir em uma resposta. Tirei a caixa de papelão apressado, dispensando a sacola no chão, e assim que abri, entendi. Dois idiotas sorrindo sem verbalizar uma palavra. Mas quando se faz a mesma pergunta, é necessário  responder? 

Tudo entre nós faz um perfeito sentido e nós apenas somos.



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