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História My Love From a Suicide Flower - Capítulo Único: Suffering.


Escrita por: hanxhy

Notas do Autor


eu estava bem ansiosa com essa ideia e espero que todos apreciem, mesmo que não favoritem <3
gosto muito de escrever sobre temas relacionado à depressão, é algo que eu acho muito importante e até mesmo eu passo por isso ): é o que me faz permanecer em pé poder transcrever uma pequena parte desses sentimentos e dessa dor pras pessoas entenderem melhor
aviso: muito sofrimento e lágrimas, hohoho
boa leitura!!

Capítulo 1 - Capítulo Único: Suffering.


O grisalho escolhia sua chave atentamente pouco antes de chegar na entrada do apartamento. Ele ainda não sabia de cara qual era a sua, já que havia se mudado há pouco tempo juntamente de seu noivo, Katsuki Yuuri. Porém, para sua surpresa, a porta estava entreaberta, o que era incomum, já que o outro jamais a deixaria assim quando prezava muito sua segurança.

Ele empurrou, entrou e teve a certeza de trancar. Tudo estava quieto demais. Victor estava certo de que Yuuri já estava em casa desde manhã, quando seu treino acabou. E já que sua carga horária se tornou um tanto pesada com a vida de treinador e competidor ao mesmo tempo, ele costumava chegar perto do começo da noite quando acabava de ensaiar. E é claro que dava tudo de si para acabar o mais cedo que fosse e ficar mais tempo com seu amado.

Geralmente teria alguma pista de que Yuuri havia chego, como prato sujos na pia, alguma peça de roupa largada no chão, marcas no sofá, mas dessa vez não havia nada, o que era estranho. Victor tentou não se preocupar, pensou que fosse mais uma de suas saídas para comprar mais cigarros.

Foi à cozinha comer alguma coisa, um copo de água, uma fruta que fosse apenas para tapear a fome e descansar um pouco. Tudo no que ele conseguia pensar era a competição que estava por vir, dava o dobro de sua determinação. Havia esquecido o quão exigente Yakov era. Riu com a lembrança, todos os momentos em que passara ao lado daquele senhor!

Decidiu ir tomar um banho e tirar sua roupa de treino pesada. Estava pensando em levar Yuuri para jantar em algum lugar, fazia tempo que não saíam juntos com todos esses compromissos, e Victor estava começando a sentir saudades de passar um tempo com seu querido katsudon.

Andava em passos curtos e sem pressa alguma até seu quarto, puxando o zíper do casaco para baixo. A preocupação começou quando o quarto estava perfeitamente arrumado, sem sinal algum de Yuuri. Olhou e procurou ao redor, havia um maço novo em folha ao chão, ao redor dele alguns cigarros já usados e um pouco mais à frente, perto da porta do banheiro, uma caixa de remédios vazia. O coração do grisalho acelerou.

Rapidamente pegou o maço e a caixa de remédio, foi para o banheiro da suíte, abrindo a porta com tudo. E a cena que presenciou quebrou seu coração; Yuuri estava na banheira ainda de roupas, que agora começava a transbordar e a tomar um tom avermelhado por conta do sangue que escorria dos cortes nos braços. Ao lado dela, milhares de caixas de remédios vazias, comprimidos ao chão, flutuando na água, e na destra de sua mão.

O choque fora tão grande que lágrimas começaram a cair sem controle e o desespero tomou conta de todo seu corpo, o fazendo tremer. Se aproximou de fininho, não conseguindo parar de soluçar, murmurando seu nome, pensando na possibilidade de o amor de sua vida estar morto à essa altura.

Não sabia ao certo o que fazer dali em diante, mas prometeu a si mesmo que tentaria por ele e pela vida de seu noivo.

Primeiro, desligou a torneira, puxou cuidadosamente o corpo do moreno para fora de lá, deixando que o mesmo descansasse em seus braços. Sentiu o peito aliviar quando ainda haviam batimentos cardíacos, por mais fracos que fossem. Procurou por seu telefone e ligou chamando uma ambulância, com a voz atrapalhada e quase inaudível pelo choro.  Estendeu o braço para alcançar as bandagens no armarinho debaixo da pia, colocando-as nos cortes que insistiam em não parar de sangrar. Usou um pano para limpar a espuma e saliva perto da boca.

Continuou a chorar incessantemente, sentado no chão frio do banheiro, com suas mãos sujas de sangue do próprio namorado. E se Yuuri não conseguisse sobreviver? E se a ambulância não chegasse a tempo? Os remédios eram fortes demais, haviam de todos os tipos naquela casa. Não conseguia parar de pensar nessas coisas, seu maior desejo no momento era que seu noivo acordasse e ele tivesse a certeza de que tudo ficaria bem.

 

 

Depois que a ambulância chegou, ainda sendo levados para o hospital, ligou para Yurio e sua sogra, que o odiava, os avisando da situação. Segurava firmemente na mão do rapaz desacordado, e quando chegaram ao hospital, o mesmo foi levado para a sala onde iriam tentar salvá-lo. Yurio já se encontrava na sala de espera, juntamente de Otabek, seu namorado.

Não trocaram muitas palavras, os dois apenas se abraçaram e deixaram algumas lágrimas escorrerem. Se mantinham e davam suporte um ao outro, espero pelo momento em que algum funcionário aparecesse e dissesse que tudo estava bem.

Foi quando a mãe de Yuri apareceu, a mulher que não apoiava nem um pouco a relação dos dois. Primeiro procurou por seu filho na recepção, mas então seus olhos se encontraram com os do russo e exalaram raiva. Ele já imaginava o que estava por vir; ela começou a praticamente gritar com Victor, dizendo que toda aquela situação era sua culpa e não estariam ali se não fosse por ele.

Yurio se conteve para não bater nela naquele momento, apenas soltou um xingamento e puxou Victor para longe dali, onde pudessem tomar uma água e acalmar seus corações. Entretanto, o russo estava longe de ficar calmo. A vida do amor de sua vida estava em risco e não havia muito que ele poderia fazer. Os tipos de pensamentos que rondavam sua cabeça eram de como ele poderia ter evitado esse acidente de acontecer.

 

Algumas horas se passaram desde então e nessa altura, os médicos já haviam estabilizado o estado do japonês, que agora descansava na cama do quarto privado e respirava com ajuda de aparelhos. Era uma cena tão dolorosa. Victor ficou ao seu lado em todos os momentos, chegando ao ponto de ter que ser lembrado por Yurio que tinha que tomar banho e ter três refeições ao dia.

Já era de manhã quando ele voltou para casa. O apartamento sempre pareceu tão isolado? Graças a generosidade de Yurio, Makkachin mantinha-se alimentado e a casa bem cuidada, mas ele ainda conseguia perceber a tristeza na feição do dono, fazendo com que se sentisse da mesma forma. O recebeu com algumas lambidas e afagos.

O Nikiforov sabia que precisava ao menos comer algo e tomar algum banho quente, esquecer de todas as asneiras que aquela mulher falou durante sua estadia no hospital. Asneiras de acordo com Yurio, mas parte delas poderiam ser verdades. Talvez a tentativa de suicídio fora por que ele não estava sendo um bom marido?

Caminhava pelo quarto desabotoando sua camiseta e a jogando no chão. Não se conteve em questão de lágrimas, seu peito não parava de doer, era impossível controlar. Por que tinha quer ser assim?! Deus! Não conseguia sequer abrir os olhos e ver que estava no lugar onde costumavam acontecer momentos felizes e agora só traziam as piores lembranças. Ele não suportava a ideia de viver em um mundo em que Yuuri não estivesse ao seu lado.

Foi quando colocou sua destra em algum canto da cama e sentiu a mesma tocar em um papel. Ele estava dobrado e amassado. A curiosidade tomou conta de seu corpo, principalmente quando viu escrito em letras desajeitadas “Para Vitya, do seu katsudon preferido” e não deu demorou nem mais um segundo para descobrir o que havia do outro lado da folha.

Uma carta. Yuuri havia feito uma carta de adeus para ele.

 

“Victor? Você está lendo isso? Eu espero que sim. A essa altura eu já devo estar desacordado ou mesmo morto. Devo pedir desculpas por isso? Deus, eu não sei. Não sei o exato propósito de estar escrevendo isso. Não consigo, não quero imaginar sua reação lendo isso. Eu sei que está sofrendo, querido, me sinto péssimo mesmo antes de tentar.

Andei tomando mais medicamentos do que o recomendado esses dias, eles têm me deixado louco em todos os sentidos. Sinto as toxinas nas minhas veias, as palavras passando pela minha mente todas ao contrário, minha visão escurecendo. O gosto delas é horrível, sabia? Mas pior que isso, é o que eu preciso aguentar todo dia. Então eu acho que estão me fazendo um favor. São minhas amigas. Deve estar farto das minhas explicações, mas os cortes me ajudam a lidar com a dor. Eu até que sou grato.

Eu não consigo mais levantar da cama e fazer coisas, a não ser que essas coisas sejam me drogar até a morte, pra ver se a dor passa. Fingi estar doente nos últimos tempos para ficar em casa apenas deitado. Depressão não é algo curável, infelizmente.

Sinto que não sou nada mais que um fardo para você e para todos os outros. Eu os amo com todo meu coração e é exatamente por isso que estou fazendo isso. Não posso com o peso de viver para comprar remédios, chorar, me cortar e o pior de tudo, dividir isso com você, fazendo com que você sinta meu sofrimento. Eu não quero isso, Victor.

Você é puro demais para ser envenenado por alguém como eu, entende?

Não... Você deve estar sentindo raiva de mim, não é? É compreensível. Deve ser mesmo ridículo ir pelo caminho da derrota depois de tantos anos lutando contra meus demônios e arrastando você comigo... É doloroso lembrar disso.

Não consigo pensar em outra coisa para dizer a não ser pedir desculpas por ter feito você me aguentar durante todos os anos até agora, mas também quero agradecer porque graças à você eu pude descobrir o verdadeiro significado da palavra amor. Todos os nossos momentos juntos, eles são inesquecíveis, Victor. Você é inesquecível. É a luz que me guiou e que me fez encontrar o meu destino.

Eu o amo, Victor Nikiforov. Não esqueça dessas palavras.

Com muito carinho e mais um pouco, seu Yuuri.”

 

Ao terminar a leitura, não conseguia pronunciar palavras, apenas sons inaudíveis aos ouvidos de outros. Seus olhos se fecharam e mais lágrimas começaram a cair. Abraçou aquela carta, colocando-a contra seu coração que batia rápido. Acabou se ajoelhando no chão em prantos. Chorou até sentir os olhos secos e a dor de cabeça que logo viria em seguida.

O celular passou a vibrar no bolso da calça, era uma ligação de Yurio. Não hesitou em atender.

— Victor?! Onde você está?! — A voz dele estava agitada e havia muito barulho no fundo, o que deixou o russo mais velho preocupado — Precisamos de você no hospital!

— Y-Yurio! O que está acontecendo?! Eu estou no meu quarto.

— O estado do Yuuri piorou, vem logo!

 

Yuuri havia tido um ataque cardíaco e por pouco, sobrevivido. Os médicos ainda estavam tentando remover todas as drogas que ele havia consumido nos últimos meses, drogas de todos os tipos e remédios também. Sua vida estava lá, Victor tinha esperança de que ele conseguiria passar por todos aqueles problemas e ele com certeza faria de tudo para convencê-lo a se dar uma segunda chance. Era imperdoável deixar que sua vida fosse desperdiçada assim, tão facilmente.

Noites e mais noites no hospital, segurando firmemente sua mão e escutando as palavras deploráveis daquela mulher. Era grato à Yurio e Otabek por todo o suporte. Não sabia o que faria se não fossem os dois para o manter sano.

— Você precisa se cuidar, Victor. Não se force demais. — Dizia Otabek, sentando-se no sofá no canto da sala — Nós podemos dar conta dele por algumas horas.

— Otabek tem razão, eu detesto ver você assim. Talvez você tenha se esquecido que o katsudon não é qualquer pessoa.

— Hmn... É... — Olhou para o rosto do marido, sua expressão pacífica era tão linda, mas ao mesmo tempo tão dolorosa de se ver.

Estava pronto para se levantar e desfazer o contato físico entre ele, quando, por um segundo, sentiu os dedos puxando sua mão novamente, por mais fraco que a ação fosse. Ficou estático.

— Vic...tor...?


Notas Finais


yuuri sobreviveu?! omg
eu muito que planejava fazer ele morrer ou mesmo deixar um final vago pra vocês decidirem, mas resolvi ser boazinha!
gostaram? espero que sim! digam se sim e deixem críticas positivas!
chu~


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