História My Love is a Lie - Boa noite

— Deixe a sua mochila no quarto do Chanyeol. — Disse senhora Lee, me impedindo de colocá-la em cima do sofá.

Fui até o quarto do Chanyeol e voltei a colocar a minha bolsa no mesmo lugar que ela estava. Respirei fundo e fui até a sala de jantar. Em uma ponta da mesa, se encontrava o senhor Park e na outra estava a senhora Lee. Do lado esquerdo do senhor Park, estava a Rachel e o Chanyeol e do lado direito, estava o Taemin. Me sentei ao lado do Taemin, que não me olhou uma vez sequer.

— Está tudo bem? — Sussurrei.

Ele apenas assentiu com a cabeça.

O jantar seguiu “bem”. O senhor Park ficou fazendo várias perguntas para a Rachel, de como os pais deles estão e blá-blá-blá. Taemin comia a sua comida calmamente, Chanyeol ficava me olhando toda hora e a senhora Lee, de alguma forma, sentiu o clima ruim entre nós dois, mas me limitei a olhá-lo, ficando focada apenas na minha comida e em alguma coisa que o Taemin falava raramente.

Depois de jantarmos, duas empregadas vieram tirar os nossos pratos e a senhora Lee pediu para que fossemos para a sala. A conversa rolava solta, mas eu não interagi em nenhum dos assuntos. Percebendo que todos estavam concentrados em suas conversas, me levantei do sofá e subi para o quarto do Chanyeol. Eu não queria mais ficar naquele lugar, então o que me restava era pegar a minha bolsa e ir embora.

Peguei a minha mochila e desci as escadas.

— Obrigada pelo jantar, então… eu já estou indo. — Disse para todos na sala.

— Já? Fique mais… — Disse senhora Lee. — ou melhor, passe a noite aqui!

— O que?! — Olhei para o Chanyeol, que estava com os olhos arregalados. — Bem… me desculpe, mas…

— Não venha com histórias de que não pode. — Interrompeu senhor Park, e eu desejei matá-lo. — Você é noiva do nosso filho, então, não há problema algum.

— Bem… — Disse coçando a nuca. O que eu digo?

— Venha. — Chanyeol se levantou e pegou no meu pulso, me puxando, novamente, até o seu quarto. Quando chegamos, ele tirou a minha mochila das minhas costas e colocou ela em cima da poltrona, em seguida, me olhando.

— O que foi? — Me pronunciei, percebendo que ele não iria parar de me encarar.

— Nem pense em desistir.

— Poupe-me. — Ri soprado. — Eu só estou aqui, de novo, porque o seu pai me obrigou.

— Sério? Então… onde está a pessoa que disse: “Que se dane esse casamento falso” ?

— Você quer que eu diga para todos, agora mesmo? Se quiser… — Disse me virando até a porta, pronta para sair daquele quarto.

— Nem pense nisso. — Ele segurou o meu braço e me olhou nos olhos.

— Por que não devo fazer isso? — Disse já perdendo a paciência, principalmente porque os nossos rostos estavam perto demais.

— Se você disser a verdade, o meu pai não deixará você em paz. — Ele olhou para o chão. — Ele odeia pessoas que mentem.

— Então vamos acabar com essa mentira, agora. Antes que ela fique pior.

— Você não entende…

— Querida… — Disse senhora Lee entrando no quarto, me fazendo virar bruscamente, me separando de Chanyeol. — Omo! Me desculpem entrar sem bater.

— O que quer? — Perguntou Chanyeol, de uma forma rude.

— Aish… — Ela me olhou. — Só vim dizer para você não se preocupar. A Rachel não entrará aqui, então podem ficar... confortáveis. — Ela disse um pouco desconfortável, para quem estava garantindo conforto.

— O que? — Senti o meu rosto ficar quente, assim que percebi o que ela queria dizer. — Oh… tudo bem, obrigada senhora Lee.

Ela se curvou e saiu do quarto. Chanyeol respirou fundo e foi para o banheiro. Baguncei o meu cabelo e peguei o meu celular, ligando para a Min Jee.

— Olá!

— Min Jee, socorro!

— O que houve?!

— Eu terei que dormir aqui.

— Sério?! Omo! Como o Channy reagiu a isso?

— Odiou, como eu.

— Aish… — Ela suspirou. — Espera! Então isso significa que vocês dormirão juntos!

— Você está amando isso…

— Claro que estou. Olha, eu não sei se o Chanyeol gostará disso, mas tente ir dormir após ele cair no sono.

— Relaxe. Eu tenho que fazer algumas tarefas, então eu irei dormir tarde. Mas, como vocês duas estão?

— Sohee dormiu faz uns minutos e eu estava indo dormir agora.

— Entendo. Então, boa noite!

— Boa noite, e boa sorte.

— Eu precisarei. Obrigada.

Desliguei a chamada e ameacei a começar a chorar. Eu quero ir para casa!

Em frente a poltrona havia uma pequena mesa, então eu me sentei no chão, colocando os meus materiais sobre a mesma. Inseri o meu fone de ouvido no celular e coloquei o mesmo em minha orelha. A música que tocava era calma e relaxante. Nada melhor para se ouvir depois de uma grande carga de adrenalina.

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Hye Jin off~

Chanyeol on~

Depois de escovar os dentes e colocar o meu pijama escuro, saí do banheiro e cerrei os olhos. Hye Jin estava com fones de ouvido, mas a sua cabeça e braços estavam sobre alguns livros e cadernos. Assim que me aproximei e agachei ao seu lado, ela virou o seu rosto para o meu lado, me deixando ver melhor o seu rosto. Até dormindo ela possui uma um rosto angelical, uma pena que eu nunca faço as coisas direito e acabo fazendo ela ficar brava ou desapontada.

Mesmo com medo de acordá-la, retirei os seus fones de ouvido e a peguei cuidadosamente no colo, para colocá-la na minha cama. Ela se mexeu um pouco, mas não acordou completamente. Respirei aliviado e me deitei no outro lado da cama, novamente a observando enquanto dormia.

Ela era realmente muito bonita, mesmo com o cabelo loiro desbotado. Não sei se é apenas a sua beleza, mas o meu coração está batendo muito rápido e estou ficando cada vez mais confuso.

Não se apaixone Park Chanyeol.

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Chanyeol off~

Hye Jin on~

Abri os meus olhos com uma certa dificuldade, mas assim que os abri, vi a minha frente uma silhueta familiar. Cerrei os olhos e vi que era o Chanyeol. Ele dormia como um anjo, totalmente diferente de como ele é acordado.

— Eu sei que sou bonito, mas não precisa ficar me olhando tanto. — Ele colocou a sua mão sobre o meu rosto.

— Você estava acordado?

— Acordei agora… — Ele se espreguiçou. — Vá logo escovar esses dentes. — Ele se virou para o lado oposto ao meu.

— Aish… — Torci o lábio.

Me levantei e arrumei os meus materiais dentro da bolsa. Fui ao banheiro, lavei o meu rosto, arrumei a atadura na minha perna, coloquei o uniforme, escovei os meus dentes e prendi os meus cabelos em um rabo de cavalo baixo. Quando saí do banheiro, Chanyeol estava sentado na cama, com a tão normal expressão diária dele.

— Você demora muito.

— Pelo amor, você já começar com implicâncias logo de manhã?

Ele ignorou o que eu tinha dito e se levantou, indo para o banheiro. Peguei a minha mochila e fui até a porta, girando a chave e depois a maçaneta, dando de cara com a Rachel parada em frente ao cômodo, com os braços cruzados.

— Por que fechou a porta?! — Disse brava e eu revirei os olhos.

— Porque temos que ter privacidade. Conhece a palavra?

— Vocês não precisam de tanta privacidade assim! — Respirei fundo, me segurando para não puxá-la pelos cabelos logo de manhã.

— Taemin! — Disse após olhar para trás de Rachel, vendo Taemin indo em direção as escadas. — Bom dia! — Fui até ele.

— Bom dia… — Ele disse baixo.

— Você já está indo para o colégio?

— Sim.

— Vamos juntos!

Ele assentiu e puxei o seu braço, saindo rapidamente da visão daquela garota. Quando saímos de casa, respirei aliviada, já que o Taemin apareceu bem na hora em que eu estava pronta para brigar com a Rachel. Todo o caminho até o colégio foi em um silêncio desconfortável, fazendo eu pensar que fiz algo de errado, sem saber.

— Você não está com fome? — Perguntou Taemin, quebrando o silêncio.

— Não, eu estou bem. Se eu sentir fome, irei comer algo no intervalo. — Olhei para ele, que estava de cabeça baixa. — Você também não comeu, certo?

— Eu comi.

— Você deve ter acordado cedo.

— Sim. Eu sempre acordo cedo.

Seguimos novamente no silêncio e quando conseguimos chegar no colégio, todos os olhares, das poucas pessoas presentes, correram para nós por meio de cochichos. Revirei os olhos, só em pensar no que aqueles fofoqueiros estavam falando de nós.

Chegamos na sala e fomos para os nossos acentos. Retirei o meu celular da bolsa, junto com o meu fone de ouvido e o coloquei, ligando uma música calma. Fechei os meus olhos e comecei a pensar sobre como a minha vida mudou.

Estou fazendo a coisa certa? Devo realmente fingir que amo alguém? Ah, papai, onde você se meteu? As coisas eram tão boas, no passado.

Joguei a minha cabeça para trás, ainda com os olhos fechados, e senti o ar gelado do ar condicionado batendo contra a minha pele. Respirei fundo e pude sentir que dormiria ali a qualquer momento, mas algo, não, alguém me impediu.