História My Love is a Lie - História

O motorista da Min Jee veio nos buscar e nos levou diretamente para a casa da mesma. Quando descemos, eu senti um pouco de receio. Não queria ter que entrar em um lugar no qual eu posso, por ironia do destino, encontrar Chanyeol ou o senhor Park, que, sinceramente, não sei quem é pior.

Min Jee segurou a minha mão e foi me puxando para dentro da casa. Quando vi, já estava dentro da mesma e podia-se ouvir a voz da senhora Lee.

— Que bom que vieram! — Senhora Lee me olhou e sorriu angelicalmente. — Está tudo bem?

Só agora percebi que eu estava praticamente atrás da Min Jee, como uma criança com medo.

— Ah… sim. Olá senhora Lee. — Disse com a voz trêmula.

— Não se preocupe. Chanyeol e o senhor Park não estão aqui.

— Papai não está? Onde ele foi?

— Ele teve que ir para a empresa. Não sei que horas ele irá voltar, mas tenho certeza que será tarde.

— Ah… Viu?! — Min Jee se virou para mim. — Não precisa ficar com medo. Só tem nós aqui.

Me senti mais à vontade, mas o mau pressentimento ainda estava sobre mim.

— Bem… — Senhora Lee começou a dizer enquanto olhava a sua volta. — Infelizmente, eu e nem as empregadas fizeram o jantar. Então…

— Não se preocupe. — Eu tornei a falar rapidamente.

— Apenas vamos fazer algo. — Disse Min Jee. — Nikuman? Eu quero aprender a fazer… Então, vamos aproveitar.

— Você realmente quer cozinhar? Dá última vez que você tentou fazer alguma coisa, as empregadas quase se ajoelharam para mim em seu lugar.

— Mas dessa vez eu não estarei sozinha. Temos a Sohee! Ela é ótima cozinhando.

Sohee a fuzilou de maneira que fez Min Jee fingir que não viu o seu olhar furioso.

Nós fomos até a cozinha e começamos a fazer o nikuman. Nikuman é um mini pão recheado com carne. Ouvi dizer que ele é bem saudável, já que ao invés de ser frito, ele é cozido a vapor. Senhora Lee explicava como fazia, passo a passo, tentando relevar os erros da Min Jee. Durante o tempo em que não estávamos fazendo os bolinhos, uma dúvida passou por minha cabeça, o porquê, não sei. Alguns dias para cá, há coisas sem sentido passando por minha cabeça.

— Senhora Lee… — Disse. — Como o Chanyeol conheceu a Rachel?

Todas me olharam, como se eu tivesse dito algo errado. Senhora Lee respirou fundo e sorriu.

— Faz um bom tempo. Rachel era uma criança solitária desde o jardim de infância. Ela sempre comia, brincava e sofria sozinha. Muitas crianças ficavam praticando bullying contra a mesma, já que ela estava sempre isolada dos outros. Uma vez, Chanyeol viu ela e perguntou para o Taemin o porquê que a irmã dele ficava sempre sozinha e ele não sabia responder. Acredite se quiser, mas, naquela época, Chanyeol era muito amigável. Ele viu que as crianças estavam caçoando a Rachel e então se aproximou da mesma, dizendo palavras bonitas na qual ele não teve coragem de repetir. Mas essas palavras bonitas foi o primeiro passo para capturar o coração dela. Enquanto Min Jee estava com suas amigas, Chanyeol, Taemin e Rachel andavam juntos. Eles se tornaram melhores amigos e a Rachel sempre o via mais do que isso. Ela o via como a sua… alma gêmea? — Senhora Lee franziu o cenho. — Toda vez que ameaçavam fazer algo de ruim para ela, Chanyeol intervia e isso foi fazendo ela ficar mais forte e ser a pessoa que ela é hoje. É como se o Chanyeol tivesse servido de exemplo para ela. Eles estudaram juntos até completarem o sétimo ano do fundamental. No oitavo ano, Rachel e Taemin tiveram que ir para os Estados Unidos, já que seus pais foram chamados a trabalho e até hoje ainda estão lá. Rachel ficou muito triste e, antes de ir embora, ela fez uma promessa com o Chanyeol. A promessa era: “eu prometo que voltarei logo e que sempre estarei ao seu lado”. E eles se encontraram. No primeiro ano do ensino médio. Porém, Rachel não estudou no mesmo colégio que ele. Ela só o viu algumas vezes e se dedicou a estudos particulares relacionados a Coreia, já que seus pais insistiram para os dois fazerem essas aulas para poderem continuar seus estudos na Coreia. O motivo? Bem, era apenas para eles se darem melhor nas provas que o colégio oferecia. Eles não são intercambistas, eles são coreanos natos, então ficaria um pouco constrangedor para eles não saberem quase nada sobre a história da Coreia, que era para ter sido aprendida nos dois anos que os dois ficaram fora. Meio inútil, mas enfim, nesse tempo, muitas garotas demonstraram interesse no Chanyeol e isso acabou irritando muito a Rachel, que ficou com ciúmes, um tanto obsessivo. Ela tinha conhecido uma menina, na qual ela dizia ser sua amiga, mas essa “amiga” revelou para ela que estava gostando do Chanyeol. Rachel se estressou tanto que acabou gritando e dando vários tapas na garota. Os pais dela não sabem disso, mas se souberem, tenho certeza que iriam pagar um psicólogo para a mesma. No final do ano retrasado, ela se confessou para o Chanyeol, mas o mesmo não via Rachel dessa forma. Ele apenas a tratava como uma grande amiga. Porém, Rachel não queria aceitar isso. Então, começou a se rebelar a todas as garotas que se aproximavam dele e, claro, ficou mais “grudenta” com o Chanyeol. E assim ela foi o ano passado inteiro. Quando ela vinha aqui em casa, o Chanyeol não tinha sequer um tempo de descanso. Ela vivia perto dele. Mas agora, parece que ela está menos grudenta. Isso é bom, embora eu não saiba o porquê dela ter ficado assim de repente.

— Ah sim… Isso realmente é estranho. — Respondi um pouco desnorteada com a pilha de informações que acabei de receber.

— Aish… Se for para eu me apaixonar e ficar igual a Rachel… — Min Jee disse. — Eu prefiro ficar encalhada.

— Não é pra tanto. E aliás, quando você se apaixonar, um milagre na Terra foi feito.

Nós rimos e Min Jee revirou os olhos, dando risada logo depois. Nós continuamos a fazer os bolinhos e assim que terminamos, senhora Lee colocou os mesmos em uma panela própria para cozimento a vapor. Enquanto saiamos da cozinha, nós ouvimos a voz da Min Jee.

— C-Channy. — O meu coração quase que parou quando Min Jee gaguejou aquele apelido tão conhecido. — O que está fazendo aqui?