História My Love is a Lie - Trama

Quando nós nos separamos, abaixei a minha cabeça e pedi desculpas para Chanyeol. Eu não sabia se devia sair correndo ou esperar ele me dar um sermão, ou algo do tipo.

— Quer fazer dupla comigo para a apresentação do clube de música?

O olhei como se não tivesse entendido o que ele tinha dito. Mas, obviamente, eu entendi. Só que eu preferia olhar assustada para ele do que começar a pular de felicidade.

— Você está falando sério?!

— Acha que eu estou mentindo? — Ele colocou as mãos no bolso. — Ah! Agora eu entendi. Você já tinha uma possível pessoa para formar par com você.

— Não! — Respondi imediatamente enquanto balançava as minhas mãos. — Eu aceito!

Ele sorriu vitorioso para mim e em seguida deu sinal para eu entrar dentro de casa. Me virei e segurei um grande sorriso no meu rosto. Esse sorriso, juntamente com alguns pulos, só foram ser soltos quando eu entrei dentro de casa.

— Por que está assim? Você entrou para o clube? — Sohee perguntou me olhando surpresa.

Soltei um grito e acabei a assustando mais ainda.

— Chanyeol vai tocar ou cantar, sei lá, junto comigo!

— Quer me matar do coração?! — Ela se sentou no sofá e me olhou, percebendo o que eu tinha falado. — É sério?! Park Chanyeol?!

— Sim! — Me sentei ao seu lado no sofá. — Ele ainda gosta de mim!

— Espera aí! Ele só quis fazer dupla com você. Isso não significa que ele quer voltar a te namorar ou ser o seu noivo de novo.

— Estraga prazeres. — Torci a minha boca.

— Não sou estraga prazeres. Apenas estou impedindo que você entre em uma ilusão que só irá te machucar.

— Ok, mas… — Fiz um bico.

— Então, pelo jeito, você passou no teste.

— Sim. — Voltei a sorrir. — Não sei como que eu consegui passar. Eu estava tão nervosa…

— Eu também não sei como que eu consegui passar.

— Você também passou?!

Sohee me contou que enquanto ela estava apresentando, ela acabou torcendo o seu pé e foi visível. Só que, mesmo assim, os jurados passaram ela. Isso é um grande alívio. Ela também disse que a Ha Ni e o Taemin, passaram. Foi nesse momento que eu pensei: “O Taemin dança?” e a Sohee me disse que ele dança muito bem. Dança até melhor que as garotas que fizeram o teste.

 

4 meses depois~

 

Me esperneei enquanto estava deitada em minha cama e virei para o lado, caindo da mesma.

— Aish… O que eu fiz para merecer tudo isso?!

O motivo dessa minha frustração tem nome e sobrenome: Park Chanyeol. Está faltando quatro dias para a apresentação do clube de música e eu e, especialmente, o Chanyeol, brigamos. Foi uma briga idiota e sem sentido. Uma garota apareceu do nada enquanto nós dois estávamos ensaiando para a apresentação e chamou ele, me ignorando por completo. Obviamente, eu fiquei estressada, já que a gente precisava ensaiar mais, porque nós dois não estávamos mais sincronizados como antes. Fiquei brava para nada. Chanyeol falou para eu parar de ser chata e saiu junto com a menina, e está até hoje sem falar comigo. Eu estou quase tendo um treco com tudo isso. Não basta ter que estudar um monte para recuperar as minhas notas, agora eu tenho que ficar atrás de um garoto mimado que não se importa com nada.

Me levantei da cama e vesti um conjunto de moletom preto, junto com um tênis rosa claro. Desci as escadas e só assim percebi o grande silêncio que a casa estava. Sohee tinha ido ensaiar, já que ela é uma aluna muito exemplar, e quem está fazendo dupla com ela é o Taemin. Que inveja.

Abri a porta e saí pela mesma, a trancando com a chave logo em seguida. Assim que eu estava saindo pelo portão, ouço alguns barulhos nos arbustos que tinham no quintal de casa, mas não queria perder o meu precioso tempo com um barulho que, provavelmente, foi causado por um gato. Coloquei o capuz do moletom e continuei seguindo o meu caminho até a ponte do Rio Han. Ótimo lugar para respirar, ou não, já que não parava de passar carros na rua ao meu lado. Enquanto caminhava, percebi uma pessoa um tanto… familiar. Ele estava inclinado para a direção do Rio Han, parecia até que iria se jogar.

Olhei mais para a pessoa e percebi que era a frustração em pessoa. Park Chanyeol. Mas… por que ele está inclinado desse jeito? Eu quero muito desacreditar nisso.

— Ya! Park Chanyeol! — Gritei e saí correndo em direção ao mesmo para em seguida abraçá-lo por trás, de forma que fez nós dois cairmos no chão duro e frio.

— Aish… — Ele resmungou.

— O que pensa que estava fazendo?! - Sentamos de forma mais “confortável” no chão e o abracei.

— Eu estava apenas respirando. Eu não posso respirar mais?!

— O que? — Perguntei ainda o abraçando.

— Pelo jeito é verdade. Você está me abraçando tão forte que está um pouco difícil de respirar e, aliás, você não tem medo de pontes?

— Hum? Ah… — Me soltei dele e fui me levantando. — Eu menti. Eu não adquiri nenhum trauma, até onde eu sei. — Cocei a nuca. — Mas, então, por quê ficou sem falar comigo?

— Meu pai descobriu que nós estamos “juntos”. — Ele disse se levantando e eu engoli em seco.

— O que ele falou?

— Me deu um sermão. Era de se esperar. Mas ele agiu um tanto estranho… Ele disse que quer fazer um jantar e que você seja uma das convidadas. Então, eu vim aqui. Pensar se eu realmente devo deixar você ir lá em casa para esse jantar. Talvez o ar livre me faça pensar mais do que quando eu estou dentro de casa.

— Está preocupado com o que o seu pai pode fazer comigo? — Chanyeol suspirou.

— Sim, muito.

— Eu não sou uma pessoa que possui algum poder. Até porque, como eu já disse, o meu pai me abandonou assim que a minha mãe faleceu. Então, é apenas eu. O seu pai é uma pessoa muito poderosa e que facilmente poderia fazer algum mal a mim, mas eu prefiro acreditar que se ele quisesse me fazer algum mal, ele já teria feito. Então, não se preocupe tanto, porque não é sua culpa. A culpa é minha, já que sempre estou interferindo no seu caminho.

Chanyeol me olhou um tanto desconfortável a ponto de não saber o que falar. Aliás, o que ele teria para falar? Tudo o que eu disse é verdade. Principalmente quando eu disse que a culpa é minha. Embora eu esteja um pouco triste, por simplesmente não ter tido um bom relacionamento com o Chanyeol, eu me sinto feliz. Feliz por conseguir ver que é minha culpa e não dele. Essa briga que nós dois tivemos alguns dias atrás, eu também tinha um pouco de culpa. Eu deixei o meu ciúmes idiota invadir os meus sentidos e acabei ficando muito estressada com o mesmo.

 

Hye Jin off~

Chanyeol on~

 

Eu não sabia o que falar. Ela estava se culpando por se preocupar comigo ou querer tentar se reconciliar. Eu gosto tanto dela… mas eu tenho medo. Medo do que o meu pai pode fazer, já que uns meses atrás ele disse para nós dois nos separarmos e nunca mais nos vermos ou conversar. Eu descumpri essa “regra” do meu pai, agora a minha mente está confusa. Por que ele convidou a Hye Jin para jantar lá em casa? O que ele está planejando?

— Então… Nós vamos ensaiar amanhã? — Hye Jin interrompeu os meus pensamentos.

— Ah, sim.

— Eu realmente espero que nenhuma garota apareça lá e acabe com o nosso ensaio.

— Não haverá. Será apenas nós dois.

Hye Jin me olhou de um jeito estranho e só aí eu percebi o que eu tinha falado. Respirei fundo e coloquei o meu capuz.

— Senhor Bipolar, eu preciso ir para casa, já está tarde. Poderia me acompanhar, de novo?

— Oh… Sim. — Peguei o meu celular e liguei a tela, vendo que já se passava das dez horas.

Fomos seguindo o caminho em um puro silêncio. Não era um silêncio constrangedor, era um silêncio aconchegante. Ao chegar em frente a casa da Hye Jin, lembrei das vezes em que nos beijamos ali e aquilo me deixou um pouco constrangido.

— O que foi?

— Bem… Não é nada. — A olhei e vi que a mesma estava me encarando. — Nem pense em fazer coisas idiotas.

— Coisas idiotas? — Ela olhou para o lado e logo me olhou assustada. — Está achando que eu vou te beijar?! Wa… Você, além de bipolar, é iludido? Me desculpe, mas eu espero nunca mais ter que te beijar.

Aquilo de certa forma machucou o meu coração, mas como eu não dou o braço a torcer, apenas disse que eu também esperava o mesmo.

Hye Jin se despediu de mim, sem beijos, e entrou na sua casa. Assim que estava saindo pelo portão, ouço um barulho, como se fosse de um pulo, entre os arbustos do quintal. Apenas neguei com a cabeça e continuei andando. Não deu nem vinte segundos, o meu celular toca. Fui ver o número: Cherry.

Sim, o nome que gravei o seu número é o apelido que a mesma nem deve se lembrar.

 

— O que foi?

— Chanyeol… — A sua voz estava trêmula.

— Hye Jin?! — Arregalei os meus olhos. — O que aconteceu?

— Alguém invadiu a minha casa e eu não sei se ele ainda está aqui dentro, ou até se roubaram alguma coisa.

— Espere só um pouco, eu já estou chegando. — Falei rápido enquanto corria de volta para a casa da mesma.

 

Quando cheguei em frente a sua casa, lembrei do barulho que tinha ouvido na parte de fora do local. Se o barulho foi na parte de fora da casa, a pessoa, provavelmente, não está mais dentro da mesma.

Me aproximei da porta e toquei a campainha. A porta foi aberta bruscamente por uma Hye Jin que estava quase chorando, que logo segurou o meu braço e me puxou para dentro de casa.

— Por que acha que alguém invadiu? — Perguntei olhando pela sala que estava intacta.

— Eu ouvi um barulho vindo da cozinha. Eu fui ver e a janela estava aberta, então quando eu me aproximei da mesma e olhei para fora de casa, vi a silhueta de alguém.

— Quem seria esse alguém?

— Não faço a minima ideia. Ele ou ela estava usando roupas pretas. Não consegui ver nada além disso.

 

Chanyeol off~

Hye Jin on~

 

Não posso dizer que acabei de acordar, porque eu nem dormi. Sim, eu sou uma medrosa. Mas quem não ficaria, certo? Ontem, o Chanyeol foi até prestativo comigo. Ele ligou para a Sohee, que veio correndo de volta pra casa, e graças a ela eu me senti mais segura, mas infelizmente não fez o sono me atingir.

Antes de ir para o colégio, tranquei todas as janelas e portas, uma coisa que eu não fazia. Eu sempre deixava as janelas do meu quarto e o da Sohee, abertas, mas dessa vez eu as tranquei e fechei todas as cortinas. Muito obrigada senhor ladrão. Agora, eu virei uma maníaca por segurança.

— Como assim, alguém invadiu a sua casa? — Ha Ni perguntou chocada.

— Pois é. Eu achei super estranho, principalmente pelo fato de ter visto que, aparentemente, ele não roubou nada.

— Que estranho… — ela olhou para o lado. — Eu preciso ir falar com a garota que está fazendo dupla comigo. Eu já volto.

— Está bem.

 

Hye Jin off~

Ha Ni on~

 

— Ya! — Disse dando um tapa no braço de Ji Hoon.

— Aish… — Ele me olhou com os dentes cerrados. — Por que está me batendo?

— Você deixou a Hye Jin te ver!

— O que? — Ele arregalou os olhos. — Ela me viu?! Wa… Essa menina tem uma visão de raio-x! — Dei outro tapa no mesmo. — Ok, ok. Foi difícil encontrar essa coisa que você queria. Eu fiquei mais de meia hora procurando no meio daquele monte de coisas empoeiradas. Até quase quebrei a minha perna para sair de lá o mais rápido possível. Você devia me agradecer, não me bater.

— Chega de conversa e me dê logo.— Estendi a mão na direção do caderno que logo foi distanciado de mim por Ji Hoon.

— O que eu recebo em troca? — Ele sorriu de lado.

— O que? Aish… Me dê agora ou eu conto uma certa história sua para o senhor Park. Me pergunto se ele vai gostar de saber que você tinha uma “quedinha” pelo filho dele… — Fiz um bico.

— Você está louca? — Ele segurou o meu pulso e me puxou para mais perto de si.

— Não. — Olhei fixamente nos seus olhos.

— Não acho que você está em melhor posição para me ameaçar. Você está querendo armar alguma coisa contra a sua “amiga” e agora está dizendo que vai mentir para o diretor?

— Primeiro, eu não estou armando nada para a Hye Jin. Ela é a minha amiga e eu estou apenas ajudando ela. Segundo, não foi você que me disse que tinha nojo da Hye Jin, porque ela sempre estava andando com o Chanyeol? Poupe-me…

— Wa… Você é realmente uma manipuladora. — Ele aproximou mais o seu rosto do meu. — Dessa vez, eu irei deixar passar. Mas caso precise de mim, novamente, precisará me pagar caro.

Ji Hoon me entregou o caderno e piscou para mim, logo me dando as costas e sumindo da minha visão. Respirei fundo e olhei para o caderno que agora era a última peça do quebra cabeça. Fui para a o meu armário e abri o mesmo, logo guardando o caderno dentro do mesmo. Tranquei com a chave e fui para a sala, onde estava Hye Jin, Min Jee e Sohee. Assim que entrei na sala, o professor entrou. Nunca agradeci tanto por um professor de História ter entrado na sala na mesma hora que eu. Eu não sabia o porquê do meu coração estar batendo tão rápido. Não sabia se era pela ansiedade de ler o que tem escrito naquelas páginas ou se era pelo fato de Choi Ji Hoon ter aproximado muito o seu rosto do meu.

 

Ha Ni off~

Hye Jin on~

 

Pode até ser ignorância minha, mas eu só fui perceber agora que alguma coisa está acontecendo com a Rachel. Ela senta junto com o Chanyeol, atrás de mim e da Ha Ni, mas por que eu só vejo ela uma ou duas vezes na semana?

Na hora do intervalo, eu tinha esquecido o meu fone de ouvido na sala e quando eu voltei para a mesma, vi Rachel, com a cabeça sobre a carteira. Me aproximei devagar e me sentei do seu lado, no lugar do Chanyeol, também deitando a minha cabeça sobre a mesa.

— Está acontecendo alguma coisa? — Perguntei, fazendo a mesma abrir seus olhos e me olhar.

— Eu briguei com o Yeol.

— O que?! Desde quando vocês brigam? — Assim que perguntei, me lembrei de quando fomos para a praia e Chanyeol mandou ela para a casa secundária. Engoli em seco e suspirei. — Enfim, por que vocês brigaram?

— Houve um dia em que o Chanyeol tinha ido para a minha casa. Foi depois de vocês terem se separado, obviamente, e ele estava um pouco… deprimido.

— Ele estava deprimido? — Ergui uma sobrancelha.

— Pois é. E eu, idiota que sou, falei algo que não devia.

— O que você disse?

— Taemin tinha ido tomar banho, então eu aproveitei a “chance”. Eu pedi o Yeol em namoro e disse que se ele aceitasse, iria te esquecer mais rápido.

— Ok… E ele, que é um doce de pessoa, te deu uma “bronca”?

— Sim. Mas, pense bem, você também não faria isso? Você acabou de terminar com alguém que gosta e, do nada, outra pessoa te pede em namoro.

Comecei a imaginar a situação e era o provável de se fazer. Mas Chanyeol é um pouco mais grosso que o normal e a Rachel gosta dele. Imagino o quanto ela se machucou e ficou constrangida.

— Com licença, esse é o meu lugar. — A voz de Chanyeol ecoou pela sala e eu pulei de susto.

— Oh… Me desculpe. — Me levantei apressada e percebi que Rachel também estava se levantando. — Onde pensa que vai?

— Eu vou dar uma volta… — Disse abaixando a cabeça e dando uma olhada de canto para Chanyeol.

— Não está pensando em matar aula, está?

— Não é isso… Aish! Eu nem devia ter vindo hoje. Não sei o que deu na minha cabeça.

— Mas… — Antes de eu terminar de falar, Rachel já tinha saído da sala.

— Deixe ela. — Chanyeol se pronunciou.

Respirei fundo e me virei para o mesmo. Ele olhava sem interesse e preocupação pela janela que tinha ao seu lado.

— Não está sendo um pouco duro demais com ela?

— Quem é você para dizer que eu tenho que ser legal com ela?

— Rachel me contou o porquê de vocês terem brigado. Também me disse que você estava deprimido.

— Rachel e sua boca. — Ele estalou a língua.

— Agora, me diga. Se estava deprimido por ter se separado de mim, por quê você me ignorou no hall de entrada?