História My Love is a Lie - Aconteceu algo?

— Eu não sei se eu vou conseguir. O seu irmão é um chato.

— Eu tenho certeza que naquela festa ele vai ser legal com você. Se ele for chato, os nossos pais vão perceber e o nosso plano vai estar arruinado.

— É daqui dois meses, certo?

— Sim. Em dois meses você vai malhar duro e perder esses seus quilinhos que você tanto quer perder, e também vai ter que se aproximar mais dos nossos pais, ou não. Você que decide sobre esse último tópico.

— Se eu fizer tudo isso, eles vão querer que eu case com ele de verdade!

— Aish! — Ela me deu um tapa no braço. — Você tem que pensar em uma coisa: Se o você se noivar com o Channy, você vai poder fazer o que quiser.

— O que eu quiser?

— Sim! Exemplo, você pode repreender o Channy caso ele seja rude com você. Assim fará com que ele mude. Olha que maravilha!

Fiquei pensando por alguns minutos até que me veio a resposta Eu sou muito bonita e inteligente, então se nós nos aproximarmos mais um do outro, talvez ele se apaixone por mim, ou sei lá. Talvez ele mude e seja uma pessoa mais agradável.

— Ok. Ele é bonito, mas é arrogante. Se eu fingir ser a noiva dele, eu acho que posso fazê-lo gostar de mim, ou mudá-lo. Mas não é certeza.

— E pense na minha felicidade também. Eu adoraria ter você como a minha cunhada!

— Está bem, desafio aceito! — No mesmo momento Min Jee abri um sorriso largo e dá um grito.

Ela logo tapou a sua boca e nós começamos a rir. Eu não sei se esse “plano” vai dar certo, mas é sempre bom ter um desafio na nossa vida, e agora, esse será o meu mais novo desafio. Conseguir fingir um casamento com Park Chanyeol, sem perder os meus cabelos de tanta raiva.

Nós ficamos conversando sobre outras coisas, até que a senha Min Hee bate na porta e pede para nós duas descermos. Saímos do quarto e descemos as escadas, para quando chegar na sala, encontrar um homem de terno, no qual parecia ser o pai da Min Jee. Fiquei o olhando, e vendo o quão viril ele parecia ser. Típico de alguém que é o pai do Chanyeol.

— Pode parar de me encarar, senhorita. — Só aí eu percebi que ele me olhava.

— Me desculpe. —  Me reverenciei.

— Sente-se. — Ele me mostrou o sofá em sua frente.

Me aproximei devagar, junto com Min Jee, e nós nos sentamos no sofá.

— Papai, essa é a minha amiga. — Disse, quebrando o silêncio que estava se formando.

— Prazer senhorita. Eu me chamo Park Hyun Woo, e eu sou o pai da Min Jee e do Chanyeol.

— O prazer é todo meu senhor Park. Eu me chamo Kim Hye Jin.

— Kim Hye Jin? — Ele tombou a cabeça para o lado. — Esse nome…  

— Já ouviu esse nome em algum lugar, papai? — Perguntou Min Jee.

— Sim. Esse não é o nome que o Chanyeol estava xingando?

Nesse momento, se eu estivesse bebendo ou comendo alguma coisa, eu teria engasgado.

— Claro que não! Deve ter sido outro nome papai. — Disse Min Jee, preocupada.

Quando o senhor Park ia dizer mais alguma coisa, passos são ouvidos da escada e logo Chanyeol aparece. Ele usava uma camiseta simples e uma calça de moletom, seus cabelos estavam bagunçados e o seu rosto revelava que tinha acabado de acordar.

— Olá papai. — Ele se reverencia atrapalhado.

Ele me ignorou?!

No momento em que pensei nisso, ele olhou para mim e arregalou os olhos. Eu me assustei com sua reação e acabei arregalando os olhos também, sem entender o porquê daquela reação. Não é como se nós nunca tivéssemos nos encontrado antes. Ah, verdade. Ele me deixou plantada em frente a academia.

— Vocês já se conheciam, certo? — Perguntou o senhor Park.

— Sim. — Ele se sentou ao lado de Min Jee.

— Vocês até que ficariam bem juntos… — Arregalei os meus olhos e o encarei. — mas não.

— Papai! — Disse Min Jee, cerrando os dentes.

— Que conversa é essa? — Perguntou Chanyeol, franzindo o cenho para Min Jee.

Fechei os meus olhos e mordi o lábio, abaixando a minha cabeça.

Eu teria mesmo que fingir ser noiva dele? A família dele não vai me aceitar!

< Flashback on >

— Você é bonita, fofa, dedicada e inteligente. Quase que o tipo ideal do Channy e do meu pai, e provavelmente será daquele ahjusshi.

— Acho que o mais importante para o seu pai e esse ahjusshi é o dinheiro, não a beleza ou inteligência.

— Claro que não! O meu pai não liga para isso. Ele apenas se preocupa com a inteligência.

< Flashback off >

— Não se preocupe, senhor Park, pois eu não tenho a intenção de namorar o seu filho. Eu quero continuar focando em meus estudos, como sempre fiz. — Disse sorrindo pequeno.

Min Jee me olhou, e ela parecia ter entendido o que eu queria dizer. Tentar mostrar que eu me preocupo com as minhas notas e que sou uma pessoa esforçada. Eu não sei ao certo se isso significa ser inteligente, mas não custa nada tentar a sorte.

— Hum… Me diga, qual é a sua média no ranking da escola? — Perguntou senhor Park, e eu engoli em seco.

— Eu sempre fiquei em primeiro lugar, e apesar desse ser o meu primeiro ano no colégio Jeguk, a minha posição não mudou. — Sorri vitoriosa, apesar de estar com medo.

— Você ultrapassou o Chanyeol? — Ele franziu o cenho.

Isso é uma coisa ruim? Ai meu deus!

— Bem… — Engoli seco. — Sim.

— Não achei que você era tão inteligente. Realmente, as aparências enganam. — Ele me olhou dos pés a cabeça. — Fico feliz com isso.

Quando eu disse que o preconceito é algo que reina na sociedade, eu não estava brincando. Revirei os meus olhos, sem o senhor Park perceber, e voltei a sorrir pequeno, como se aquilo não tivesse me afetado.

— Me dê um prazo de dois meses, senhor Park. — Disse com um olhar desafiador. — Daqui dois meses eu irei mostrar uma imagem diferente de mim, uma imagem mais satisfatória.

Min Jee e Chanyeol me olharam assustados pelo jeito que tinha falado com o senhor Park. Nós dois sorrimos um para o outro e continuamos conversando normalmente. Devo admitir que estar alí, em frente daquele homem intimidador, não estava nem um pouco agradável. Se não fosse pela Min Jee, eu já teria saído correndo dalí.

A tarde chegou e eu fui para casa. O caminho todo com a cabeça a mil, e esperando ansiosamente para ver a Sohee e contar tudo o que tinha acontecido, e o que pode acontecer. Quando cheguei, ela veio correndo até mim e me perguntou onde eu estava. Contei tudo o que tinha acontecido, como tinha planejado.

Kim Hye Jin, a garota que não possui pais, e Park Hyun Woo, o empresário podre de rico, lançando olhares desafiadores um ao outro.

— Você realmente vai noivar, de verdade, com o Park Chanyeol?!

— Claro que não! Irei apenas fingir. — Em seguida soletrei a palavra “fingir”.

— Ok, ok! Os pais dele não irão desconfiar?

— Sobre isso, eu já não sei. As únicas coisas que tenho que me preocupar é cuidar da minha saúde e ser uma pessoa mais educada.

— Resumindo: ser uma pessoa falsa!

— Não. — Fiz um bico.

— Se você for educada, como vai fazer o Chanyeol virar uma pessoa diferente?

— Isso eu ainda não pensei. Aquele garoto é muito mimado, e ainda por cima, o pai dele disse que ele ficou me xingando.

— E você não ficou? — Fiquei boquiaberta. — Pare de mesquices! Quando ele te chamou de estúpida você ficou xingando ele, e ainda ficou estudando sem parar, até desmaiar!

— Você está do meu lado, ou não?

— Estou do seu lado, sim! Mas se você quer impressioná-lo, tem que ser você mesma. Nada de falsidade.

— O que eu devo fazer? — Perguntei segurando a sua mão.

— Chame ele para um encontro. Assim vocês podem ter a chance de se conhecerem melhor, e pode até ser que ele mostre o verdadeiro Park Chanyeol, que pode ser uma pessoa legal.

✽

Acordei e me levantei sem vontade. Tomei um banho rápido, coloquei o uniforme e desci as escadas, para tomar o café da manhã.

Depois daquela conversa com a Sohee, a minha cabeça estava cheia de coisas, nas quais eu não faço a mínima ideia se eu vou conseguir organizá-las.

— Que cara é essa? —  Perguntou Sohee, assim que eu me sentei à mesa.

— Essa história de fingir estar em um relacionamento com alguém… — Mordi o meu lábio inferior.

— Olhe pelo lado bom, é o Park Chanyeol!

— Lado bom? Aquele chato? — Sohee estalou a língua.

— Vocês definitivamente precisam de um encontro.

Dei de ombros e comecei a tomar o café da manhã. Assim que terminamos, fomos para o colégio, e eu ainda estava com uma cara de “morta”. Quando entrei na sala, várias garotas ficaram me olhando. Não liguei muito para elas e fui direto para a minha mesa. Depois de um tempo, o professor entrou na sala, e Chanyeol e Min Jee não tinham chegado. Devo admitir que eu estava aliviada. A Min Jee, provavelmente, ficaria me empurrando para cima do Chanyeol, e digamos que isso não é uma boa ideia.

As aulas e o intervalo passaram, e finalmente chegou a hora de ir embora. Quando eu passei pelo portão da escola, vi um carro um tanto familiar. Parei em frente do carro preto e franzi o cenho, enquanto tombava a minha cabeça para o lado, tentando me lembrar onde eu tinha visto aquele automóvel. Quando eu já estava desistindo de tentar lembrar, um homem vestindo um terno, vem em minha direção e abre a porta para mim.

— Hum? —  O olhei.

— Eu acho que é com você, Hye Jin. —  Disse Sohee, confusa.

Me aproximei do motorista, que estava parado feito uma estátua, e falei baixo.

— Ahjussi, por quê está aqui?

— Recebi ordens da senhorita Min Jee para vir buscá-la. — Franzi o cenho.

— Aconteceu alguma coisa com ela, ou com o Chanyeol?