Depois de cumprimentar a Min Jee, e a garantir que eu estava bem, e que não foi nada demais, apenas drama da minha parte, subi as escadas e fui para o meu quarto, tomando um tomei um banho rápido, vesti um vestido simples na cor salmão e um scarpin branco com a ponta metalizada, e para finalizar, passei uma maquiagem leve e peguei uma bolsa carteira branca.
Respirei fundo e desci as escadas, não encontrando ninguém na sala. Franzi o cenho e me aproximei da cozinha, vendo o Chanyeol sentado em uma das cadeiras que tinham à mesa, enquanto a Sohee levava uma xícara de café para ele. Me apressei e me escondi no pequeno espaço da parede que dividia a sala da cozinha. Sohee provavelmente tem algo a falar para ele, e eu, curiosa que sou, quero saber o que é.
— Não sei se está no nível do que você bebe na sua casa, mas mesmo assim… — Ouvi a xícara bater na mesa e uma cadeira ser arrastada.
— Obrigado.
— Eu tenho uma pergunta para você.
— Diga.
— Você gosta da Hye Jin, mesmo que seja um por cento ?
— Eu não diria que gosto um por cento dela… — Ele suspirou. — Eu acho que gosto uns cinco por cento.
— Eu gostaria de te pedir uma coisa, e eu sei que será difícil, mas por favor, se esforce.
— O que seria?
— Seja legal com a Hye Jin, mesmo que vocês não sejam noivos de verdade.
— Ela não faz por merecer.
— Não é essa a questão. Por favor…
— Por que está me pedindo isso?
— A Hye Jin é… um pouco carente.
— Mas ela não aparenta.
— Bem, eu não sei se isso é o certo, mas vamos para a história. Quando ela tinha seis anos, a mãe dela se suicidou, pois descobriu que o seu pai tinha a traído, e com a morte dela, o pai a abandonou, nessa casa.
— Essa casa é dela? — Me agachei no chão.
— Sim. Eu morava com a minha tia e a minha prima, e nós duas já éramos amigas, então a minha tia a acolheu e nós moramos juntas até nossos quatorze anos, e então nos mudamos para cá, sempre recebendo visitas da minha tia, já que ela não conseguiu impedir a Hye Jin de querer vir morar aqui.
— Como pagam as suas contas? São ricas?
— O pai da Hye Jin, por algum motivo, deposita uma certa quantia em dinheiro na conta bancária da Hye Jin, o suficiente para sobreviver por quase um mês, e não me pergunte o porquê dele fazer isso mesmo depois de ter abandonado ela.
Chanyeol apenas concordou e eles pararam de falar. Deixei as minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto, e mesmo sentindo dor, não fiz qualquer barulho. Depois de alguns minutos, novamente ouvi a voz da Sohee.
— Vá esperar na sala. Eu tenho que ir ver a roupa lá fora e a Hye Jin logo desce.
Eu não conseguia me mexer, mas rapidamente virei o meu rosto quando senti uma mão calorosa segurar o meu ombro, novamente.
— Hye Jin, você está bem? — Ele me olhava com os olhos arregalados.
Balancei a cabeça que sim e Chanyeol me ajudou a levantar, para em seguida ficar na minha frente, me olhando profundamente.
— Vamos, nós estamos perdendo tempo. — Disse enxugando as minhas lágrimas.
— Sim… Vamos logo. — Saí na frente, de cabeça baixa.
Ainda bem que passei pouca maquiagem.
Mesmo com a minha pressa, fazendo eu sair na frente, nós nos vimos andando lado a lado por um parque que haviam adultos, crianças e até cachorros, brincando, conversando ou fazendo outra atividade relaxante. Eu não sabia o que dizer sobre o Chanyeol, já que ele estava apenas do meu lado, com as mãos no bolso e olhando para o além, como se apenas o seu corpo estivesse alí, já a sua mente e alma, estavam em outro lugar.
— Você não precisa fazer isso, se você não quiser. — Disse, o tirando do seu transe.
— Fazer o que? Andar pelo parque com você?
— Noivar comigo.
— Ah… Isso? Bem, o erro já foi feito.
O olhei séria e logo me surpreendi. Ele estava sorrindo!
— Está sorrindo. — Ele parou na mesma hora.
— Não.
Ele apressou os passos e saiu na frente. Logo abri um sorriso e sai correndo em sua direção, ficando, novamente, lado a lado com ele.
— Onde devemos ir?
— Vamos para um café… conversar.
— Está bem.
Nós fomos a um café perto de onde estávamos, e quando entramos, fiquei boquiaberta com a decoração fofa e retrô que aquele lugar tinha. Olhei para o Chanyeol e o mesmo tinha um sorriso pequeno estampado no rosto.
Por que ele está tão feliz? Não sei.
— Me conte tudo sobre você. — Disse quando nós nos sentamos a uma mesa.
— Hum? Por que quer saber?
— Em breve eu serei o seu noivo e eu preciso saber sobre a minha noiva.
— Entendo...
— Temos o dia inteiro. — Disse cruzando as pernas.
— Bem, — Respirei fundo. — vamos lá! O meu nome é Kim Hye Jin, eu tenho dezessete anos e nasci aqui mesmo, em Seoul. Moro com a minha melhor amiga, Ahn Sohee, desde os meus seis anos. E quando eu terminar o ensino médio, eu pretendo fazer faculdade de fotografia e ter o meu próprio estúdio. Precisa saber de mais alguma coisa, senhor Park?
— Qual a sua fruta favorita? — Franzi o cenho.
— Cereja.
— Cereja?
— Sim! Algo contra?
— Não. — Ele ficou pensativo por alguns segundos. — Devo te chamar de… Cherry?
— Cherry? Hye Jin não está bom?
— Cherry!
— Ok, ok! Olá… Channy! Sou a Cherry. — Nós nos encaramos, já que os nossos nomes ficaram semelhantes, realmente, a um casal. — Foi você que inventou, não venha me culpar! — Disse rapidamente.
— Que seja! Apenas não seja igual a Min Jee, em ficar me chamando de “Channy”, no colégio.
— Ok! — Sorri.
Nós tomamos algumas bebidas e comemos alguns doces, quando Channy - ainda não me acostumei com isso - recebe uma ligação, se levantando e indo para um canto na cafeteria.
— Vamos comprar o seu anel. — Disse quando voltou à mesa.
— A-anel? Já?!
— Eu tenho que noivar com você o mais rápido possível. Que chatice. — Disse pegando algumas notas de dinheiro e deixando em cima da mesa.
— Sim.
Me levantei e nós fomos até a joalheria da mãe da Min Jee. Aquela loja não era no salão que antes eu tinha ido, mas era outro paraíso.. Colares e anéis brilhantes para todo lado, que com certeza valiam mais que a minha “mesada”.
— Olá senhora Jeon. — Disse Chanyeol, indo em direção a uma mulher de meia idade, que logo abriu um grande sorriso.
— Olá meu querido! Que surpresa você aqui… — Ela me olhou. — Quem é a senhorita?
— A minha futura noiva. — Disse, olhando pelos balcões de vidro com várias jóias.
— Ah, entendi. — Ela foi na direção do Chanyeol. — Eu sei o anel perfeito para ela!
A senhora Jeon pegou uma caixinha preta e fez sinal para eu me aproximar. Ela abriu toda maravilhada a pequena caixa preta e mostrou um lindo anel.
— Senhora Jeon, nem pensar! Não irei comprar esse anel caro para uma pessoa como ela.
O anel havia uma pedra rosa grande no meio junto com duas brancas, pequenas, uma de cada lado.
— Que lindo! — Disse pegando o pequeno acessório na mão e o colocando no meu anelar.
— Viu só! A menina gostou. Dê para ela.
— Não.
— Qual o problema? São apenas três pedrinhas… — Fiz uma expressão fofa.
— Pode parar com esse aegyo! — Ele suspirou. — “Três pedrinhas”… São três “pedrinhas”, de diamante!
— D-diamante? Aha-ha. Vamos ver outro… — Disse tirando o anel e o colocando de volta na caixa preta, para em seguida me distanciar.
— Quero esse. — Ele apontou para um simples, que no meio havia um pequeno “diamante”, talvez.
— É muito simples… — Disse a senhora Jeon, pegando o anel sem vontade.
— Do que é feito? — Perguntei.
— Esse é de ouro, e essa pedrinha aqui no meio, é um diamante imitado.
— Diamante imitado? Perfeito! — Disse Chanyeol, puxando a minha mão e colocando o anel em meu dedo.
Ele comprou o anel, e sério... Foi muito caro! Pelo menos para mim.
— Não achou caro? — Perguntei olhando para o anel em meu dedo.
— Aquele primeiro era muito mais caro.
— Mas… Ah que seja! Você é rico.
— Pare de resmungar. Vamos a uma loja de roupas agora… — Ele coçou a nuca. — Meu deus, eu odeio isso!
— A tradicional loja de roupas? Não seria uma loja de noivas?
— Hum? Claro que não! Com esse anel, nós já somos noivos, e hoje teremos que ir em um jantar com dois amigos meus.
— Entendo… — Fiz um bico e voltei a olhar para o anel no meu dedo.
Nós fomos ao enorme salão do grupo Vênus, e para a minha sorte, a Min Jee estava lá e veio correndo nos encontrar.
— Channy! Hye Jin! Deixa eu adivinhar… — Ela colocou a mão no queixo. — Hoje vocês irão a um encontro… — Ela falou baixo — de verdade?
— Pare de inventar coisas.
— Me desculpe senhor Certinho!
— Já que você está aqui, ache algo bonito para ela vestir. Nós vamos em um jantar.
— Vão jantar? — Sorriu.
— A Rachel e o irmão dela querem jantar comigo. Então, vou aproveitar e apresentar a minha noiva.
— Rachel?! — Falou alto, nos fazendo pular de susto.
— Você me assustou… — Chanyeol colocou a mão no peito e a fuzilou. — Sim!
— Você sabe que as chances dela querer separar vocês, é muito grande, certo?
— Quem é Rachel? — Perguntei, totalmente perdida no assunto.
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