História My Love is on Fire - Seulmin - Acho que... Chegamos ao limite!

- Nossa, eu adoro Hello Counselor, estava ansioso que me chamassem – Taehyung ri – Iria ser bem legal ouvir a história e os problemas das pessoas.

- Esse também tem regra de quem irá? – digo ironicamente para o manager.

- Sim, sempre terá regras, mas dessa vez não precisa espernear, você foi convidado junto com Jin.

- Sério? – digo num tom de deboche – agora que não estou tão interessado? Duas semanas depois do que queria?

- Melhor que nada, não acha? – Manager ria – Sairemos amanha cedo, se apronte logo!

Ótimo, quando a gente não precisa mais as coisas aparecem. Ultimamente estive extremamente triste com a situação da Seulgi. Cheguei a pensar em como seria se eu não debutasse. Era maravilhoso, mas me privava muito, privava muito ela e privava mais ainda nossa relação não resolvida. Eu podia dizer logo tudo que estava querendo, tudo que estava sentindo, mas não podia. Eu não podia arriscar por mensagem, eu não podia fazer nada a não ser esperar por uma oportunidade. Isso estava me deixando saturado. A saudade ia aumentando e junto disso, a distancia. O tempo ia se passando e isso era mais tempo que não nos resolvíamos. 

Irene estava se saindo bem. Tinha conseguido conversar com V e o aconselhei a ir mais devagar, até porque, mesmo Irene não querendo, ele estava fazendo certo e tentando ir atrás da pessoa que ele gostava. Quanto a mim, ela tinha dito que iria me ajudar, mas não sei como andam as coisas. Ela não me dava noticias e eu não perguntava por vergonha. Resumindo, minha mente estava uma confusão.

- Hyung, fiquei sabendo que Red Velvet também irá. Ligue para Irene, veja o que ela tem para lhe dizer– Jungkook senta ao meu lado no sofá do dormitório e me entrega o celular. Surpresp, não pensei duas vezes em mandar a mensagem a ela. Se Red Vevet iria, Seulgi poderia ir e eu poderia vê-la. Isso já era um adiantamento. 5 minutos depois, obtive sua ligação.

- Noona, recebeu minha mensagem?! – falo ansioso.

- Sim, estou ligando para isso. Preste atenção, só uma Red Velvet poderá ir amanha na gravação e será eu – meu corpo amolece... “Mais uma vez termina assim?”, penso – Mas como você irá eu vou arrumar um jeito de Seulgi ir no meu lugar.

- Oh noona, você faria isso? – meu coração disparou, parece que agora a sorte foi a meu favor.

- Faria né – ela ri, do outro lado da linha – De nada e eu preciso desligar. Se tudo der certo, amanha você a verá.

- Noona, eu não sei como te agradecer. – ela termina a chamada. Olho para Jungkook e ele já percebe minha expressão de felicidade. Enfim... A sorte realmente poderia estar a meu favor?

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Eu não poderia estar mais ansioso a espera de Irene, então lhe enchi de mensagens para saber se havia conseguido, mas não obtinha resposta. Ela estava me deixando louco com aquilo. Eu não sabia mais se valia a pena insistir em Irene desse jeito, ela nunca respondia, sempre teria de ser no tempo dela... Ou talvez no meu? Mesmo sendo ignorado, vou ao programa com Jim. Ele estava muito contente em aparecer no programa, já eu ansioso para saber se Seulgi realmente iria.

Já estávamos a algum tempo na sala de espera, já com o restante dos convidados e nada de Red Velvet. Os minutos que passavam iam se contorcendo em horas e mais horas. Eu estava tão ansioso que me tornei a Seulgi de 4 anos atrás, me mexendo de um lado para o outro, chamando a atenção de todos a minha volta. Vendo isso, claro que um dos convidados mandou que ficasse calmo, achando que o nervosismo seria pelo programa. Inocente...

Chegando a hora de gravarmos e eu já estava perdendo as esperanças, quando encontro já sentada na almofada a pessoa atualmente de cabelo laranja, Seulgi. Irene havia conseguido, eu estava eternamente agradecido a ela e extremamente nervoso. Seulgi olha os convidados e os apresentadores entrando no estúdio, se levanta e os cumprimenta, curvando-se. O mesmo faz comigo e novamente não consegui olhar para ela, mas sabia que estava linda.

Sentamos um de frente pro outro. Em meio ao programa, pegava alguns olhares de Seulgi a mim e quando tentava retribuir, seus olhos já não estavam mais em mim. Os apresentadores foram conduzindo o programa da maneira mais perfeita, como sempre faziam. Os casos e histórias eram desde trágicos a engraçado. Seulgi estava alegre, interagindo e sorrindo. Meu coração estava muito apertado e meu estomago não funcionava direito. Era todos os sorrisos da Seulgi, desde os resplandecentes ao dela própria. Estava adorando e agradecendo Irene por me fazer vê-la, por matar uma porcentagem da minha saudade, por me deixar um pouco mais próximo ao passado que tivemos. Ela evitada a todo custo cruzar olhares comigo, mas nesse instante eu não me importava... Estava curtindo Seulgi.

Mais uma história começou a ser contada. Dessa vez de uma menina jovem, aparentava ser da minha idade. Ela dizia que o pai dela havia a decepcionado demais com uma passagem de avião te teria dado a irmã.

- Conte-nos mais sobre isso... – disse DongYup, um dos apresentadores a menina.

- Eu estava estudando para o vestibular, entrar em uma faculdade e minha irmã já tinha prestado o vestibular e passado. Eu pedi ao meu pai de presente quando passasse uma passagem para conhecer o Brasil, que também era o sonho da minha irmã. Pois bem, eu passei e meu pai deu a passagem a minha irmã e não a mim. Deu duas, a ela e ao namorado dela, esquecendo completamente de mim.

- Nossa, ele preferiu a primeira filha... – comentou YeongJa, com um semblante inconformado.

- Ele havia dito que acreditava no meu potencial para passar a faculdade, enquanto na verdade já havia comprado as passagens para minha irmã antes, porque na pratica ele não acreditava que fosse conseguir de verdade. Ele me incentivava, mas não confiava que eu poderia conseguir, pois tenho um histórico escolar ruim...

- Isso é um problema, ele prometeu, mas não lhe pagou... – disse DongYup

- Sim... Ele devia acreditar na filha dele até o fim e não se desfazer do presente da menina antes... Não, errado isso – retrucava YeongJa. Esse papo de acreditar já estava me fazendo lembrar de coisas não muito favoráveis.

- Seulgi-ah... O que acha dessa situação? – YeongJa pergunta diretamente a Seulgi, a fazendo levar um pequeno susto não esperando a pergunta. Eu sabia o porquê de seu susto...

- Bem... Eu também acho que ele devia acreditar na filha dele até o fim ou não prometer a ela da boca para fora... – Seulgi dizia abertamente. Assenti como todos estavam fazendo, e percebi uma leve olhada de Seulgi.

- Concordo com você... Jimin-sshi, já houve casos parecidos com você? – por um momento a pergunta de YeongJa me fez estremecer. Nunca esperava ser direcionado aquele tipo de pergunta, principalmente tendo o passado que tive, semelhando ao papo de acreditar. Esse foi o único momento que Seulgi não negou a visão a mim, me olhava realmente esperando uma resposta. Eu a fitei, depois de anos nos olhamos, e vi nos olhos dela ainda a mágoa passada.

- Sim... Já passei por uma situação parecida... – digo, ainda olhando nos olhos de Seulgi, mas ela logo desvia quando comecei a falar, então me direcionei a YeongJa.

- Oh, conte-nos... Quem lhe prometeu algo antes e não cumpriu? “Seulgi! Disse que ficaria ao meu lado e não estamos!”, penso.

- Bem... No meu caso eu fui como seu pai... – me virei à menina, e novamente percebi os olhares de Seulgi. – Assim que cheguei a Seul para treinar, fiz amizades e consegui uma melhor amiga. Fazíamos muitas coisas juntos e dizíamos acreditar um no outro. Eu acreditava nela, mas no momento que mais precisou de mim eu a traí... – olhei para Seulgi, ela ainda estava com seus olhos fixos em mim.

- Oh... – YeonJa reage.

- Então nos distanciamos e a cada vez que nos víamos, até nos distanciar completamente, era uma briga. Então... De certo modo eu agi como seu pai, que disse acreditar em você e fazer o inverso na prática. Eu gostaria de mudar o passado se possível, concertar o que havia feito... Porque até hoje sinto saudades dela... – Eu queria encará-la e dizer essas ultimas palavras, mas não consegui. Não consegui observá-la diretamente e via de relance que Seulgi nem me olhava, se encontrava de cabeça baixa, olhando o chão.

- Jimin-sshi... Poderia se tornar um dos nossos participantes com sua história! – disse Kim Tae Gyun, fazendo todos rirem, exceto por Seulgi.

- A história dele foi chocante, não acha? Jimin-sshi deve se arrepender mesmo do que fez... – disse YeongJa – Mesmo o passado não mudando, podemos mudar o futuro daqui pra frente, não acha?

- Sim... Concordo – assenti.

- Mas vocês nunca mais se viram... Sabe notícias dela? – perguntou-me TaeGyun.

- É... Eu já a vi algum tempo atrás mas como disse, ainda não nos falamos. Sinto que ainda estamos magoados um com o outro.

- Ah, não seja por isso. Jimin-sshi mande uma mensagem a ela – YeongJa aponta para a direção da câmera. Eu me estremeço, pois iria mandar uma mensagem a própria Seulgi, presente. Eu a observo, verificando se realmente devia fazer isso e YeongJa confirma, me incentivando, então concordo. Sentia-me extremamente nervoso, mas a hora poderia ser agora.

- É... Oi... – eu rio, de vergonha, e todos riram também, tentado serem agradáveis. Tentei pegar os olhares de Seulgi, mas ela ainda continuava na mesma posição, olhando para baixo. Precisava abrir meu coração naquele momento então torcia para ela estar prestando atenção, até porque era ela a destinatária. Continuei:

- Ei... Como está? Tem passado bem? Tem ficado bem?... Eu não sei como posso dizer isso a você nesse momento, mas acho que o pedido de desculpas que nunca lhe deu verdadeiramente pode ser dito agora. Eu errei, com você, com a gente. Eu deixei você sair da minha vida muito facilmente enquanto sabia que você queria ficar, e eu também queria que ficasse. Também sei que é muito tarde para recomeçar alguma coisa... Talvez não tão tarde se me perdoar, mas eu precisava dizer que sinto sua falta, mais do que imagina, e me dói imaginar o que sofreu por minha causa. Eu sempre acreditei em você, o erro era não acreditar que eu podia sentir o que estava sentindo. Seul... Então, lhe peço perdão e espero que receba essa mensagem carinhosamente. Obrigado! – Ela não mudou de posição, ainda continuava de cabeça baixa. Eu queria correr e abraça-la, pedir mais desculpas e obrigar ela a voltar a ficar ao meu lado. Queria dizer seu nome em público, mas fiquei com medo de sua empresa e se a prejudicaria. O mais importante seria ela perceber que era exclusivamente a ela a importância do meu arrependimendimento.

- Oh... Jimin-sshi, quase chorei – YeongJa disse, enquanto Jin me olhava assustado e curioso, e a plateia me aplaudindo. Seulgi agora levava suas mãos aos olhos. Eu podia dizer que estava chorando, mas não tive certeza.

- Seulgi-sshi... Nos dê sua opinião...– DongYup disse a ela, a fazendo erguer a cabeça rapidamente, surpresa.

- É... Sobre o que?

- Sobre o Jimin, sobre o caso Seulgi-ssi – YeongJa a desperta, estalando os dedos. Seulgi me olha, e a conhecendo pelo dia do oceano Atlântico que havia chorado, suas lagrimas poderiam cair a qualquer momento. Ela ainda estava bastante magoada e isso fazia meu coração apertar.

- Bem... Eu acredito que... – Seulgi deu uma pausa, continuava fixa olhando ao chão, quando suas lágrimas não resistiram e caíram. Os apresentadores tentaram consolá-la na hora, mas  fez força para se manter forte, e continuou a falar:

- Na minha opinião, não só sobre o caso do Jimin-sshi mas da participante, seria que certos atos, por mais simples que seja, podem ferir muito alguém, pela importância que esse alguém dá a esse ato. Como você acreditou que seu pai ia lhe dar de presente, você passou a confiar nele e no momento que descobre isso... Deve ter sido horrível para você. Mas como Jimin-sshi falou... – Ela se vira e me olha. Pela primeira vez me olha com vontade, como se fosse direcionar algo a mim. – Talvez não seja tão tarde para concertar o passado se houver o perdão.

Eu mais que tudo queria levantar e abraça-la. As palavras de Seulgi direcionadas a mim eram muito fortes. Eu via uma esperança em obter seu perdão e poder consertar a magia entre nós. Eu vi seu bom coração de novo. No fundo eu sabia que não era rancorosa ao ponto de nunca mais nos falarmos, ela apenas estava me esperando. Pude ver que estava esperando me dar conta de como somos, de como podemos ser, da nossa relação ou dos nossos sentimentos. Ela queria despertar isso em mim, e não apenas se afastar. Por um momento tudo aquilo fazia sentido.

Depois da minha confissão ficávamos trocando olhares, rápido, mas eu a pegava me observando e ela fazia o mesmo. Meu coração só sabia acelerar e as borboletas no meu estomago estavam em festa. Eu já havia comentado que tinha o enorme desejo de levantar de onde estava e ir abraça-la?

- Nossa, mas qualquer pessoa consegue fazer contato visual, não acha? – DongYup se dirigiu a YeongJa. – Vamos tentar. Eles iniciam um contato visual, mas YeongJa começa a rir.

- Jin, tente você comigo – ordenou YeongJa. Eu só sabia rir, Jin não conseguia fazer essas coisas, mas até que ele conseguiu por mais de 10 segundos.

- Ah eu quero ver algo em especial, aproveitando que os dois estão muito calados. – TaGeyun chama atenção de todos – Seulgi-sshi e Jimin-sshi.

Estremeço ao ouvir meu nome. Ele queria que eu fizesse contato visual com Seulgi? Ela também havia ficado surpresa, olhando para mim com sua expressão de “E agora?”. Tanto a plateia quantos os apresentadores insistiram, sem ter como recursarmos. Fomos para frente, sem ninguém conseguir olhar para o outro. TaeGyun foi também, seguindo seu script e fazendo uma parede entre nossas visão. Eu não sabia se isso era nervosismo, não sabia o que sentia. Ele conta; 1...2..3... E tira o papel. Assim que pude a observar, ainda havia os mesmos olhos de magoa, mas não de raiva. Eu pude sentir uma leveza a mais e por algum motivo, senti uma suplência. Tentei por meus sentimentos de saudade em meu olhar, a fim que ela os captasse. De inicio, Seulgi não desviou seu olhar, mas a medida que os segundos se passavam, seus olhos voltavam a se encher de lagrimas, e dessa vez, era o olhar do oceano Atlântico, como um olhar calmo e de insegurança. Ela não resistiu, soltou uma lágrima e veio a desabar, de cabeça baixa. Eu não resisti e peguei-a em meus braços, acolhendo-a em meu peito e enfiando minha cabeça em seu cabelo. Eu não queria deixar escapar agora, eu não queria deixá-la fugir, e como naquele dia, Seulgi se sentiu confortável e chorou em meus braços.

Todos se assustaram ao ver ela naquele estado, Tentaram acolher, mas não deixei que escapasse dos meus braços até que ela mesma pedisse. Quando quis se esquivar, enxuguei um pouco de lágrima de seu rosto, e ela foi se sentar, acenando a todos que tudo estaria bem, a fim de continuarmos a gravar.

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Já havia terminado a gravação. Não tínhamos nos falado ainda. Manager já estava quase nos levamos e eu não a encontrei. Saí correndo do meu camarim em sua busca. Eu não podia deixar tudo como estava, eu não podia deixar que esse dia se perdesse ao vento e ficasse ansioso novamente por uma ocasião que a visse. Eu não queria isso pra mim e sabia que Seulgi não queria isso para ela. Havia prometido a mim mesmo que faria o certo e o certo é não a perder novamente. Eu tinha em mim que Seulgi agora me pertencia, eu a queria ao meu lado e depois do que dissemos depois do que disse... Era a hora.

Sem pensar segui. Eu não sabia onde encontra-la, mas segui em frente. Eu deixei meu coração guiar, nossos momentos me guiarem até ela. Eu pude sentir que o destino nos quis naquele lugar então ele ia de me ajudar.

A minha frente, uma porta escrita ‘Red Vevet’. Eu apenas a abri, e a vi mexendo ao celular, de costas a porta. Eu entrei, eu fechei a porta, Seulgi me olhou, eu a olhei, eu fui a sua direção, ela ainda me olhando surpresa, eu fui a sua direção, e a beijei, com minhas duas mãos no seu rosto, trazendo-a pra mim, tendo-a junto aos meus lábios e dessa vez de verdade, eu a beijava.