História My Love is on Fire - Seulmin - Foi nosso encontro?

Amanheci com uma mensagem de Seulgi. Era sua foto, com o mesmo penteado de ontem e sua boca quase mandava um beijo. Tinha legendado com "vamos debutar" e depois não enviou mais nada. Decidi tirar uma foto também, umas 30 e das 30 ficaram boas 2. Que fracasso, mas consegui enviar, e legendei com "tenha um bom dia". Acho que ficou fofo.

Passei a manhã toda verificando o celular. Seulgi sempre respondia na hora, mas nesse dia não havia respondendo. A tarde chegou e também não havia respondido. A noite chegou, já estava indo para casa e nada de Seulgi. Mandei uma mensagem com "boa noite" e também acordei no dia seguinte sem resposta. Eu já estava ficando preocupado, porque Seulgi não é assim. Chegando a noite e nada de Seulgi. Amanheceu e tomei uma decisão, se até a tarde não respondesse, ia esperá-la na frente de sua empresa, como ela brota as vezes aqui. Eu só conseguia pensar "se ela quer fugir, ela não vai fugir. Se ela quis me manter por perto, ela terá de me aguentar".

Dito e feito, o plano da empresa deu certo e às 19h a vi saindo. Ela estava diferente, dessa vez usava um boné com seu cabelo solto e blusa larga, um estilo que nunca tinha visto nela e... Particularmente adorei. Nossa, nos últimos dias eu não conseguia falar outra coisa do que elogios quando pensava em Seulgi, e ela ainda me mata ignorando minhas mensagens.

Observei Seulgi saindo sozinha da empresa então fui ao seu encontro. Quis brincar com ela dando um pequeno susto, mas como não sabia o motivo de não estar respondendo minhas mensagens, não quis arriscar, preferi abortar formalmente.
- Seulgi-sshi! - Ela vira na hora e me vê. Seu sorriso projeta no rosto e percebo que estamos de bem.
- Jimin-sshi, o que faz aqui? - Ela vai ao meu encontro.
- Estava passando e a vi e a chamei. -“mentiraaa", penso.
- Nossa que coincidência! - "tirando o fato deu ter esperado você sair", penso.
- Sim... Como está?
- Triste. Meu celular molhou, estou indo pegar ele no concerto, mas não sei se recuperei 100% - Senti um alívio por ter sido problemas técnicos.
- O que fez com ele?
- Foi você quem fez!
- Eu? O que fiz? 
- Me mandou uma foto. Ele não ficou mais na minha mão - Seulgi fala de maneira charmosa. Ela não disfarçava mais.
- Oh me perdoe, Seulgi-sshi. Devo reparar o dano? - Seulgi se espanta.
- Ah... O que você acha?
- Acho que estou com fome. - Tiro o boné de sua cabeça e coloco na minha, com um pequeno sorriso no meu rosto. Era a primeira fez que via Seulgi sem reação num curto diálogo. 
- O que eu tenho a ver com isso? - ela retira o boné e volta a sua cabeça.
- Minha companhia.
- Jimin-sshi... Está me convidando para...
- Comer algo... Comigo... Agora - Seulgi não mantem sua expressão curiosa, mas logo muda para seu sorriso.
- Vou logo avisando que se for para limpar tudo eu não quero não! 
- Pode deixar, dessa vez é por minha conta! - Seulgi acena concordando e abre seu sorriso resplandecente.
- Então vamos, também estou com fome.

Eu estava realmente mais confortável com ela. Não era como alguns dias atrás que pensava no que falar ou estranhava sua aproximação. Ainda estranhava, quando se aproxima me sinto estranho, mas de uma maneira boa. Eu e Seulgi estávamos mais amigos, mais íntimos, brincando mais um com o outro e conversando sobre tudo. Parece que nosso passa-tempo dos meios de transporte era ouvir música e cantar, porque era o que fazíamos, e era muito divertido. Íamos berrando todo o caminho vários tipos de musica. Seulgi tinha um gosto musical parecido com o meu, gostávamos de cantar baladas, arriscar rap e cantar animadamente, mas sempre Seulgi era mais brilhante. Eu queria a fazer ver que eu também era divertido, então me esforçava a ser mais animado, mas não precisava muito, Seulgi agora estava divertida.

- YAH! CRIANÇAS BARULHENTAS, POR QUE ACHAM QUE EXISTE UM KARAOKE? – uma senhora interrompe nossa melodia, apontando um pacote aparentemente pesado, prestes a jogar na gente. Seulgi se desculpou curvando-se, fiz o mesmo.

- Nossa, achei que ela fosse voar isso na gente! – sussurro.

- Jimin-sshi, ela deu uma boa idéia. Vamos a um karaokê? Agora? Ou depois de comermos, tanto faz... Vamos? – ela me sacode animadamente. Eu não podia nem pensar, a Seulgi chata que se balançava estava voltando, então melhor aceitar seu convite.

Abrimos a cabine e nunca pensei que fosse tão pequeno aquele lugar. Seulgi já foi pegando o controle e escolhendo a musica, ela estava realmente animada aquela noite. Senti-me desconfortável. Estávamos realmente muito próximos, mas Seulgi me conduziu bem à medida que fomos cantando.

- Jimin, vamos competir? Canto uma musica para você e você escolhe uma para mim. Quem perder, paga nossa sobremesa – ela solta uma gargalhada, como se já estivesse certa da sua vitória – combinado?

- Combinado, se quer pagar minha sobremesa... Quem sou eu para retrucar.

- Pagar, eu? Tenho pena, Park Jimin. – ela solta uma gargalhada de bruxa má. – Eu começo, vou cantar uma musica para você.

Ela observa o livro de musicas durante um tempo. Percebo que fixa seus olhos em uma pagina e parece pensar a respeito.

- Vou cantar essa, SHINee... Pra você – ela vira para mim e dá uma piscadela. Estremeço.

Eu conhecia essa musica, inclusive já havíamos cantado Ring Ding Dong no ônibus com ela, mas nunca tinha reparado na letra. Era completamente estranho ver Seulgi, mesmo animada e entretida em fazer bem, cantando ela para mim. Parecia uma confissão. Será que era uma confissão? Ou apenas uma musica que queria cantar? E na minha vez, cantaria uma musica para ela?

Seulgi termina e recebe 99 pontos. Nem precisa dizer que dá o grito mais alto e cai no sofá, como um desmaio de satisfação. Ela me provoca, indicando o livro e mexendo seu polegar para baixo, como um “Já perdeu, amor”. Avalio o livro, nervoso, não sabendo o que cantar, porque ela poderia interpretar da maneira que interpretei, ou não? Mas acho Replay, também do SHINee, não esquecendo que Seulgi era minha noona e podia gostar que cantassem essa musica a ela. Tirei o boné de sua cabeça e coloquei na minha, provocando-a. Botei o numero da musica, respirei fundo, me virei a Seulgi e repeti o que me fez. Pisquei, e quando voltei a ver a tela da maquina, só faltou desmaiar de vergonha – como sempre só penso nas consequências depois.

A musica começou a tocar e não conseguia me virar e encarar Seulgi. O máximo que fiz foi o inicio do refrão, que olhei para ela, para que percebesse que eras a noona bonita. Ela não fez contato visual comigo, estava olhando para o lado, segurando seu cabelo longo a fim de tampas suas orelhas. A musica termina marcando a mesma pontuação, 99. Empatamos e não tínhamos gostado disso. Seulgi ficou sentada, com um olhar um pouco desolado.

- E agora, o que faremos? Empatamos – disse colocando o boné de volta na sua cabeça. Ela não se mexeu, ainda com o olhar desolado. – Tudo bem, você ganhou, Seulgi-sshi! – sorrio, para ver se sente melhor com o empate, mas ainda continuava com o olhar caído, sem dizer nenhuma palavra.

- Poxa...

- O que foi?

- Não queria que fosse assim... Era pra eu estar mais arrumada.

- Você está linda! – “Park Jimin, vamos controlar seus pensamentos altos, vamos?!”, penso. Seulgi me olha com surpresa e desvia em seguida o olhar, se levantando e saindo da cabine.

- Jimin, eu ainda tenho que pegar meu celular e precisamos comer. Sai daí!

- Sim, tinha esquecido do seu celular. Vamos, vamos!

E assim fomos a caminho do celular de Seulgi. Por sorte a loja estava quase fechando, mas conseguiu pegar seu celular. Estava em perfeito estado, ou seja, ainda íamos continuar nos falando. Estava tudo correndo bem até a fome aumentar. Eram quase 22h e não tínhamos comido nada, para quem as 19h tinha o objetivo de ir direto comer. Mas não foi problema, compramos espetinhos e resolvemos nosso problema mesmo numa loja de conveniência,  mais próximo, para não morrermos de fome. Percebi um lado atrapalhado de Seulgi: a cozinha. Ela não sabia fazer seu Ramen direito, só se queimava e isso era fofo.  Mandei se sentar e fiz os dois. De longe a fitava olhando suas roupas. Por alguma razão ela estava incomodada.

- Prontinho. – coloquei seu Ramen na sua frente.

- Obrigada, Jimin!

- Seulgi-sshi, deixou cair isso aqui! – Lhe entrego um pequeno chaveirinho vermelho de um ursinho segurando uma plaquinha escrito “Linda”.

- Ham? Não Jimin, não é meu não – ela olha curiosa para o objeto.

- Seulgi-sshi... Como esquece um presente meu no minuto que te entrego? – Ela me olha assustada. Já havia percebido a surpresa que tinha feito. Seulgi estava muito incomodada com suas vestes, por alguma razão. Quando vi o chaveiro na loja de conveniência, não pensei duas vezes e comprei, a fim dela de sentir melhor.

- Jimin-sshi... É... Pra mim? – ela me olha, aparentemente encantada. Aceno confirmando que era dela.

- Aiii eu devia me arrumar melhor para isso, não foi como eu planejava, aiii... – Seulgi fala com tom de choro e aegyo. – Obrigada Jimin-sshi. Você também é lindo, tanto que fez um pequeno estrago no meu celular.

- Eu? Você que não segurou ele direito!

- Eu...? – nem preciso dizer que seguimos botando a culpa um no outro pelo restante da noite.

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- Hoje foi muito divertido Jimin, não acha?

- Concordo, eu me diverti bastante.

- Podemos repetir isso mais vezes, o que acha?

- Acho bom! – sorrio.

- Jimin, já disse que tem o eye smile mais lindo que já vi? – ela sorri, me fitando, me deixando envergonhado.

- Seulgi-sshi, já disse que canta muito bem?

- Ah isso eu sei...

- E que faz meu coração vibrar? – ela fica quieta por um tempo.

- Não... Isso não sabia. – sem fazer contato visual, retiro o boné de sua cabeça novamente e boto na minha.

- Jimin, temos menos de 10 minutos até meu ônibus chegar... Não quer iniciar nada?

- Oi? – olho para Seulgi. Ela havia posto a maioria dos fios de cabelo em um dos lados do ombro. Parecia corada e estava me deixando quente com seu olhar fixo em mim, porém calmo.

- Jimin, meu ônibus vai chegar! – seu tom de voz é firme.

Paraliso no banco do ponto de ônibus e ali fico, sem me mover, sem pensar, somente me sentindo quente. Extremamente quente.

- Jimin...

- O q-que... – gaguejo.

- Meu ônibus chegou. – ela retira seu boné da minha cabeça e se afasta. Observo entrar no ônibus. Já dentro, sentada na janela, Seulgi acena. Faço e mesmo e me jogo alí na esquina, porque mereço um atropelamento, sim, realmente mereço.

- Dias Atuais -

- Sentiu o que? – Seulgi fala firme e recolhe seu sorriso. – Falta? Minha?

- Seulgi-sshi...

- Jimin-sshi, - me interrompe - me dê licença, preciso entrar na sala que esta bloqueando! – ela apontada a porta atrás de mim, fazendo sinal para que saísse da frente.

- Está se esquivando de mim, é isso? – Seulgi me olha ferozmente, sinto que iriamos brincar novamente, mas se for, que dessa vez seja para acertos, principalmente eu.