História My Love is on Fire - Seulmin - Aqueles conflitos que o tempo marca

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- O que fez você vir falar comigo, garoto?

- Você quem veio falar comigo, Seulgi-sshi.

- Porque está bloqueando minha passagem. E vai me atrasar, saia da frente, por favor. – ela se mantem firme em não fazer contato visual comigo.

- Está falando sério, Seulgi-sshi? Me mandou felicitações por mensagem e agora não quer dirigir a palavra a mim pessoalmente?

- O que? – Seulgi volta a me olhar ferozmente. Ela realmente havia mudado depois de tudo. – Está louco Jimin?

Pego meu celular e mostro sua mensagem. Seulgi pega o celular e abaixa sua cabeça, como se algo não tivesse saído como planejado. E sim, não saiu. Eu não estava entendendo onde ela queria chegar com tudo aquilo. Por que me mandara àquela mensagem se não queria falar comigo? Por que me procurar se estávamos estabilizados?

- Estou mentindo, Seulgi-sshi? – ela se mantém em silencio, com o olhar fixo no celular.

- Não! –  me entrega, com tom de voz seco. - Essa mensagem não era pra você, nunca foi pra você... Era pra mandar para o Taehyung...

- Taehyung-ah, Seulgi-sshi?

-É Jimin-sshi, qual o problema? O que você tem a ver com isso? – nossos tom de voz começou a ser exaltado.

 - Então é dele que você cuidará agora? V não existe pra você, é Taehyung-ah?! Nossa... – começo a andar em círculos e rindo, de nervoso, inconformado.

- Jimin, me faz um favor? Toma conta da sua vida. Me esquece. Eu te esqueci, falta você fazer isso agora. – eu me viro para ela, seu olhar era exatamente como da ultima vez que discutimos. – Eu não quero mais você na minha vida Jimin, eu não aceito mais isso, eu não quero mais isso.

- Bem maduro dizer que a mensagem era pra outra pessoa... Bem maduro Seulgi-sshi.

- Eu não te mandaria nada, garoto.  Quando disse aquela vez para fingir que não existo foi real. Eu não quero uma pessoa como você na minha vida, Jimin! – seus olhos começam a brilhar, parecendo se encher de lagrimas. Por um momento vejo nossa briga novamente, o momento que deixamos nosso passado para trás, tudo para trás.

- Então tchau! – era a única coisa a dizer. Seulgi vira e entra na porta onde eu estava bloqueando. Sentia que estava muito mais perto de destruir todo nosso passado.

Volto para o camarim e encontro Jungkook e os outros já colocando os equipamentos de áudio e microfone. A assistente termina de me arrumar e coloca os equipamentos em mim também. Eu não conseguia brincar com os outros membros, estava muito perturbado com o ocorrido recentemente. Taehyung ficou responsável pela selfcan e ele que não venha até mim. Desviei-me ao máximo para que não se aproximasse de mim, eu realmente não queria assunto com ele. Seguimos para o palco e teríamos a entrevista com a MC especial, Irene. Ela já estava posicionada com as câmeras, linda como sempre. No momento que V a viu já abriu seu sorriso. Ela acenou educadamente para mim e eu me curvei, cumprimentando-a formalmente.

- Olá! – ela nos cumprimenta e nos posicionamos ao seu redor. V nitidamente queria ficar ao seu lado, mas também era nitidamente que Irene se esquivava.

- Jimin-sshi... – ela faz sinal com a mão para que eu ficasse ao seu lado, como o câmera pedia.

- Bangtan! – O diretor começa a falar - Vamos fazer uma interação com a MC para a introdução da próxima apresentação. Quem se candidata...

- Eu! – V levanta sua mão animadamente.

- É... Acho que não será possível. Jimin-sshi já havia pedido – “EU?”, penso, enquanto Irene implorava com os olhos para que concordasse.

- Ah eu não escutei! Acho que ninguém escutou Noona.

- Eu escutei V-sshi, isso é o suficiente não acha? Ao menos uma testemunha.

- Você realmente quer fazer isso, Jimin-sshi? – V me pergunta, começando a ficar nervoso. Irene me olha tão profundamente que se um 'não' saísse da minha boca com certeza seria o ultimo da minha vida.

- É... Sim, eu me candidato. – Irene continua a me olhar. – Eu falei com  ela mais cedo que gostaria de participar... Disso.

- Bem, temos dois interessados. Podemos dividir as funções e...

- Não acho necessário. É rápido diretor. – Irene o interrompe.

- V-sshi já participou de outras transmissões, eu não.

- Sim, concordo. – todos olham para Irene, nitidamente escolhendo sua preferencia.

- Bem... V-sshi se importaria de deixar para a próxima vez? Precisamos seguir logo com isso. – V acena para que deixem esse assunto de lado. Eu vi projetar um sorriso em Irene e minha curiosidade só aumentava. Mas por qual razão queria tanto que fosse eu a fazer essa interação especial?

Entramos ao vivo e fizemos nossa interação. Era nada mais que um pouco de aegyo e que eu acarinhasse sua cabeça. Estava morrendo de vergonha e adorando também, porque Irene era uma deusa desde que a vi pela primeira vez. Mas por outro lado eu sentia a carga negativa de Taehyung vindo, totalmente sombria. Não liguei, ele não tinha a “Seulgi-noona” com ele, então eu tinha minha noona também.

- Obrigada Bangtan! – o diretor e sua equipe se curvam, cumprimentando-nos após o termino da transmissão. Irene faz sinal para meu celular, gesticulando que olhasse ele mais tarde. Aceno concordando e não entendendo nada que ela estava querendo e tinha feito.

- Jimin-sshi... Eu peço sua ajuda e você faz o contrario? – Taehyung se aproxima. Péssima hora para se aproximar.

- Taehyung-ah – agora fazia questão de chamá-lo como Seulgi o chamava. – Preferencia é a escolha mais certa.

- Tem razão, é a escolha mais certa. – diz sério, olhando atrás de mim e indo ao encontro. Quando me viro, era Seulgi, conversando com o diretor com o microfone na mão. Ela também iria ser a MC especial, mas entrevistando outros. Taehyung foi ao seu encontro. Quando o viu, Seulgi abriu o mesmo sorriso gentil, o sorriso dela. Aquilo doeu. Taehyung era perigoso, ele era muito perigoso nessa situação.

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- Noona... Eu não sei o que posso fazer por você.

- Se vira Jimin, eu tive que me virar para você receber um “Parabéns pelo seu Debut” da Seulgi e é assim que me agradece? – Irene estava irritada. Seu tom de voz não era mais nada meigo.

- Ela mandou porque se lembrou de se importar comigo.

- Ela sempre se importou com você, toma juízo, Park Jimin.

- Noona me chamou aqui pra brigar comigo, é isso mesmo?

- Não... – ele se acalma – Eu realmente preciso da sua ajuda Jimin, não aguento mais o Taehyung achando que pode alguma coisa. Eu já fui clara com ele, já falei abertamente que entre a gente não ia acontecer nada, mas ele não entende isso.

- Hoje mesmo ele veio pedir minha ajuda para conquistá-la. Eu disse que não podia e ele fez sabe o que?

- O que?

- Foi falar com Seulgi! – disse ainda abismado.

- Ah, normal, os dois vivem se falando. – “O QUE?”, penso.

- O...QUE?

- Eu disse que eles vivem se... – Irene aumenta seu tom de voz, como eu não estivesse entendido o que ela acabara de dizer.

- Tá isso eu entendi, mas como assim vivem se falando. Eu soube hoje que eles se falam. – começo a me exaltar.

- Tenho pena! – ela diz sem emoção, me fazendo ficar mais irritado ainda. Como assim mesmo, Taehyung estava muito mais perigoso do que imaginava.

- Noona... Eles são próximos quanto?

- Desde quando o assunto aqui virou Seulgi, Jimin? Temos pouco tempo pra conversar, daqui a pouco entra alguém aqui no meu camarim, te vê e não vai ser nada legal.

- Eu não vou te ajudar nem sair daqui até nos acertarmos. Reciprocidade Irene-sshi. Conte-me, o que realmente eles têm? Estão... – as palavras fogem da minha boca. Na verdade, fica difícil pronunciar essa palavra de tanta raiva. Irene revira os olhos, dando um longo suspiro, sendo obrigada a contar.

- Então... Eu não sei quando eles começaram a se falar, eu sei que eles se falam sempre, ela me fala dele, que ele fala coisas engraçadas e tal...

- Eles se falam todo dia? Mais ou menos quanto tempo que você soube isso?

- Você vai me deixar falar? – Irene estava realmente irritada, me deixando irritado também. Os dois exaltados em busca de resposta para nossas perguntas. Aceno, tentando me manter estável.

- Eles devem se falar a menos de um ano Jimin, nada tanto assim. Eu realmente não sei a proximidade deles, mas ele não está interessado nela, está em mim e isso que me incomoda. Eu adoro o Taehyung, é bem divertido, apesar de dizer coisas estranhas... Mas eu gosto dele não como ele quer que eu goste dele. Por isso queria sua ajuda, já fui clara, já disse e ele simplesmente não quer associar isso tudo.

- Hum... – me torno pensativo. Para mim essa história de Taehyung e Irene não era nada construtiva. Ele tinha intimidade com a Seulgi, eu não sabia, não queria nada daquilo.

- Jimin, você precisa entender que seu tempo com a Seulgi acabou, a deixa viver a vida dela.

- Então é isso? Está pedindo para que a ajude para que ela possa ficar com o Taehyung?! – a hipótese veio como um estalo na minha mente. Que sujeira da Irene!

- Caraca, sei lá se ela o quer, eu sei que ele me quer e eu não o quero. Já falei para parar de por a Seulgi no meio, deixa ela.

- Não noona... Não vou te ajudar com isso. Ela o quer sim, eu conheço cada sorriso da Seulgi e eu a vi sorrindo para ele hoje. Ela o quer.

- Qual seu problema Jimin? Faz anos que vê Seulgi em eventos, premiações, fala que gosta do Red Velvet, me encontra e não tinha essa palhaçada toda que está fazendo agora. Só porque ela está continuando a vida dela resolve se opor a isso? Que egoísmo Park Jimin...

- Eu não estou me opondo – sim, estávamos iniciando uma discussão – Seulgi pode fazer o que quiser...

- Não parece... – Irene me interrompe e revira os olhos.

- Ela me enviou uma mensagem nessa madrugada, desejando felicitações pro meu comeback. Por alguma razão eu senti uma imensa saudade dela. Achei que estava tudo acabado entre nós, mas quando vi sua mensagem... Vi que seu coração bom ainda existia então agora eu quero tentar...

- Não acho que seja tarde Jimin – Irene se acalma -, mas acho que está muito próximo de estar. Seja cuidadoso e respeite o que ela quiser. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém.

- Sim... – abaixo minha cabeça, pensativo. Irene se aproxima de mim e põe suas mãos em meu ombro.

- Essa frase eu também disse a ela no passado. – Seu olhar era sincero.

O passado, escolhas que tomamos que muda o futuro. Palavras que dizemos achando que não magoaria alguém e acaba magoando, mesmo se pra nós não seja importante, se magoou o próximo, era importante. O poder das palavras é inacreditável: uma vez ditas, só poderão ser concertadas com outras palavras, mas nunca voltarão e nunca se apagarão como algo escrito a lápis. Palavras ditas são como caneta permanente.

- Me ajuda Irene, por favor... – meu tom de voz é baixo, me mantendo um pouco pensativo.

- Vá refletir o que você realmente quer e me procure depois. Assim te ajudarei. – Irene sorriu, voltado a ser delicada, ainda com as mãos nos meus ombros. Eu sorri de volta, enquanto sacudia meus ombros e voltamos a rir. Irene desceu suas mãos até as minhas e a seguramos no alto. Estavámos nos entendendo.

- Eu irei te ajudar também, fique tranquila.

- Reciprocidade, Jimin-sshi – sorrimos, balançando nossas mãos ainda juntas.

- Ah...  – a porta do camarim se abre e era a ultima das ultimas pessoas que gostaria que entrasse naquela hora, Seulgi – Desculpa Unnie, não sabia que estava ocupada.

- Espera, já estou de saída. - disse imediatamente que a vi.

- Oh.. Você pode ficar aqui, eu volto outra hora.

- Seulgi-ah – Irene grita ao fundo, com Seulgi indo embora. Fui até a porta para tentar impedi-la mas já estava feito. Olhei para Irene, desolado, o que ela poderia pensar com a cena de encontrar eu e Irene sozinhos no camarim de mãos dadas... Que bonito.

- Noona... - disse a Irene, pedindo um milagre.

- Ih fudeu! – Irene me olha ironicamente e começa a rir.

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- Hyung, está alterado... Esperando uma ligação? – Jungkook deita o meu lado na minha cama.

- Sim, eu preciso saber como anda a situação... Hoje aconteceu de tudo um pouco.

- Não quer me contar, não é? – Jungkook me olha, deitado ao meu lado. Ele sempre foi próximo de mim, até quando estava com Seulgi. Ele não merecia se preocupar com meus problemas, mas eu não conseguia esconder dele. Contei-o tudo. Nosso passado e o que tinha acontecido naquele dia. Ficamos um bom tempo conversando. Jungkook mais escutava do que comentava.

- Eu sabia que o hyung falava com a Seulgi.

- Até você? E não me disse nada? – disse espantado com a novidade.

- Não achei que tinha sido necessário... Desculpe.

- Tudo bem... – sorrio para ele.

- Hyung, você gosta dela? – Jungkook me pergunta e por um momento, não sei o que responder.

- 4 anos atrás -

- Jimin você vai, não é?

- Para de ser chata cara – eu rio, cruzando os braços na sua frente, num tom de brincadeira - Eu já lhe disse que estarei na primeira fileira.

- Hum... – Seulgi olha para baixo, com um sorriso tímido.

- Não se preocupe – sorrio, acarinhando o topo da sua cabeça. - Você será a melhor de todas, tenho certeza!

- Estou nervosa... Amanha será um dia muito importante pra mim. Tenho medo de perder a votação.

- Calma não fique assim, irá se sair bem! – Seulgi concorda com a cabeça, um pouco assustada com a movimentação na frente de sua empresa por conta da audição livre que ocorreria no dia seguinte. Seulgi volta a segurar meu braço e assim vamos a nossa lanchonete de cada dia.