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História My love, my mistake - Ecos de uma Promessa


Escrita por: CorvoPiruleta

Notas do Autor


Kept you waiting, huh?

Capítulo 4 - Ecos de uma Promessa


Fanfic / Fanfiction My love, my mistake - Ecos de uma Promessa

- Estamos chegando – disse o motorista da van onde se encontrava toda a equipe de filmagem do Domingo Legal.

Sentado na primeira fileira de assentos, ao lado da janela do lado direito, Celso tremeu ao ouvir aquelas palavras. Iria finalmente realizar sua tão esperada entrevista com o presidente Temer com direito a um tour pelo Palácio da Alvorada. Era comum visitar casas de celebridades ou sub-celebridades, mas dessa vez era diferente. Não apenas por estar visitando alguém de suma importância para a política brasileira, mas também estaria visitando alguém que ele considerava como um amigo desde a última vez que se viram, ainda nos estúdios de Senor Abravanel.

Ao seu lado, o câmera Jorge deu um tapinha nas costas do apresentador.

- A audiência vai explodir hoje. Graças à você.

Celso se lembrou do último domingo. Pessoas vaiando o presidente e criando coros de ódio. Enfureceu-se por um breve segundo, mas acalmou-se ao lembrar dos momentos que passaram a sós no camarim. Abriu um sorriso tímido e discreto.

Olhou pela janela e pôde ver à distância o Palácio. Arrepiou-se ao ver o presidente e a primeira dama esperando do lado de fora. Seu sorriso se alargou e se resplandeceu. A equipe começou a se ajeitar para as gravações.

- Vamos começar a gravar em dois minutos, Celso. – disse Jorge enquanto sacava a câmera.

Celso sacou o microfone de sua mochila enquanto olhava para o lago que cercava a residência presidencial.

 

À distância, Temer pôde ver a van com a logo do SBT se aproximando. Ao seu lado estavam uma dupla de seguranças e sua esposa, Marcela. Ajeitou a gravata e limpou os ombros, em seguida arregalou os olhos e encarou a van. Marcela estranhou o desconforto do marido.

- Você está bem? – perguntou a primeira dama.

- Claro. Por que não estaria? – disse Temer, ainda olhando para a van.

- Está agindo meio estranho.

- Estranho? – riu constrangido – Só estou nervoso. No último domingo as coisas não foram muito boas.

- Eu assisti – Marcela respondeu em um tom frio – O povo não sabe o que faz.

- Sabe sim, Marcela. Só… não me compreendem. – olhou para o rosto nervoso da esposa.

- O que aconteceu semana passada é conspiração de militante. Sei que é.

Marcela fechou a expressão e desviou o olhar do marido. Um silêncio constrangedor pairou sobre o casal. Temer olhou para o gramado do palácio, impotente e deprimido. Marcela voltou a falar em um tom de voz colérico.

- Se não fosse por ela isso jamais teria acontecido.

- Marcela, por favor…

- A Dilma é a culpada de todo esse ódio que eles têm por você.

- Não vamos falar sobre ela! Vamos receber visita daqui alguns minutos e eu não quero parecer estressado. – gritou enfurecido o presidente.

Os seguranças olharam assustados para Temer. Os olhos de Marcela lacrimejaram. Temer fechou os olhos em arrependimento. Apertou o próprio punho. Voltou a fitar a van se aproximando.

 

- Olha, pessoal – disse Celso em um tom bem baixo de voz, olhando para câmera – esse vai ser… possivelmente… o Celso Visita mais… mais especial… de todos os tempos. Estamos chegando aqui… no Palácio da Alvorada. Vamos visitar… o presidente… em pessoa.

O apresentador percebeu que sua fala estava pausada e ansiosa. Tremia de nervosismo como jamais tremera antes. Olhou para janela atrás de si para tentar se acalmar fora da visão da câmera. Feito isso, voltou a falar com a câmera diretamente.

- O presidente e a dama já estão esperando a gente ali em frente. Já já eles vão nos receber.

 

A van finalmente parou em frente ao Palácio. Celso foi o primeiro a sair quando a porta se abriu. Temer abriu um enorme sorriso ao ver aquele homem maravilhoso se aproximando.

- Opaaaa. E aí? Tudo bem? – Celso abraçou Temer enquanto o cumprimentava.

- T-tudo – gaguejou o presidente, tremendo de nervoso.

- Tudo bem mesmo? O senhor tá tremendo.

Temer apavorou ao ver que Celso notou seu nervosismo

- É-é o frio.

- Haha, tudo bem. – riu o apresentado, com um tom carismático.

Celso impressionou-se como afastou todo aquele nervosismo que sentira na van enquanto cumprimentava Marcela.

- Tudo bem? – cumprimentou o apresentador, com um largo sorriso.

- Tudo… - respondeu a dama, com um sorriso falso.

 Abraçaram-se.

Portiolli virou-se e olhou para a câmera. Suas mãos apertaram o microfone mais forte como consequência do nervosismo.

- Então, pessoal, semana passada não foi muito legal o que aconteceu no palco do Domingo Legal.

Temer riu discretamente da ironia do que acabara de ser dito. Celso não notou. Continuou a gravação.

- Então hoje a gente que veio visitar pessoalmente o presidente. Ele convidou a gente pra visitar o Palácio da Alvorada, e daqui a pouquinho a gente também vai conhecer o Planalto.

- Vamo lá conhecer?

- Vamos. Seja bem-vindo. – respondeu Temer.

Temer notou que, diferente de sua conversa no camarim, Portiolli usava um vocabulário “do povão” na reportagem. Isso aumentava seu carisma frente aos telespectadores. “Que homem genial!”, pensou, disfarçando um sorriso.

 

Adentraram-se na residência presidencial. Celso admirou-se com a grandiosidade do lugar. As esculturas, os objetos, os quadros e até mesmo as janelas. Tudo naquele lugar gritava imponência.

Temer se empolgou ao observar os olhos admirados como de uma criança do apresentador.

- Uau, esse lugar é incrível! – comentou Portiolli.

- É mesmo. Terei eu de explicar parte da mobília daqui? – respondeu o presidente.

- Ora, por favor! Hahahaha. – gargalhou.

A risada de Portiolli ainda era a mais bela das melodias que Temer ouvira em toda sua vida. Um minuto de apreciação àquela doce risada, e passou a explicar todos os cômodos do lugar. Detalhe por detalhe. Celso se atentava à sua explicação como se fosse a mais interessante das aulas que já tivera.

Enquanto passeavam pelos salões, a imaginação de Temer rolava alta. Imaginava como seria sua vida se Celso estivesse sempre presente. Imaginava os finais de sábado, repousando a cabeça no ombro do apresentador enquanto assistiam à TV. O sensual aperto na cintura presidencial na cozinha, enquanto preparava uma deliciosa omelete de cogumelos, seguido de um longo beijo. Imaginava partidas de sinuca que duravam horas, não importando quem ganhasse, mas sim o tempo que passaram juntos. Imaginava os deliciosos jantares que teriam juntos. As brincadeiras na piscina. As noites de sono. Os eventos oficiais.

A vida perfeita.

Era tudo que queria, e a vontade só aumentava conforme se aventuravam na residência.

 

Chegaram no quarto. Colossal e majestoso como o resto do lugar. A enorme cama king-size roubava toda a atenção no ambiente. O chão de madeira do reluzia, pois acabara de ser encerado. Nas suas laterais haviam dois tapetes turcos, duas mesinhas com um enorme abajur em cada.

Os olhos de Celso brilharam. Temer correu até à cama para apresentar-lhe a maciez do colchão, e então sentou-se alegremente sobre a cama. Celso sorriu. Temer parecia uma criança que acabara de ganhar um doce quando dava pulinhos sobre o colchão. Aproximou-se para fazer o mesmo. Marcela observava tudo de um canto sombrio atrás das câmeras

Celso se aproximava da cama em passos rápidos e contentes. Ao pisar no tapete, o mesmo deslizou sobre chão escorregadio. Caiu sobre o presidente. As mãos de Celso agarraram os ombros de Temer, feito isso, se jogou para frente como num reflexo para não cair de joelhos. O tórax dos dois homens se encostaram.

Por um breve minuto se fitaram. Ambos desconcertados perante ao que acabara de acontecer. Seus rostos estavam tão próximos que pareciam respirar o mesmo ar. Temer suspirou de nervosismo e de empolgação, não sabia distinguir. Celso, por sua vez, abriu um sorriso coruscante e largo. Não sabia se pedia desculpas ou se retomava a sua performance carismática frente às câmeras.

- Hahahaha, Noooossa Senhora! – riu o apresentador enquanto se levantava – Se machucou, presidente?

- Hahaha, não. – disse Temer, envergonhado.

- Que desastrado, Portiolli! Hahaha – disse Celso olhando para a câmera. A produção ao fundo morria de rir. Marcela olhava assustada e constrangida.

Temer olhava para Celso com ternura após aquele doce momento. Hesitou por um segundo ao lembrar-se que as câmeras estavam ligadas, mas apenas mudou a expressão de ternura por alegria, considerando todo aquele momento como uma grande piada que é o que Celso estava fazendo.

O apresentador se levantou, continuando sua conversa com o público que no próximo domingo veria tudo aquilo. Temer tremeu ao pensar que logo viraria piada nacional por aquele momento. Já conseguia ver todas as páginas de esquerda pegando aquelas imagens e tornando tudo aquilo numa enorme piada. Via todos os memes, reportagens, paródias musicais e fanfics de frequência duvidosa bombando na internet.

– Depois desse acidente, aqui se encerra nossa visita ao Palácio da Alvorada – disse Celso rindo. – Agora vamos direto ao Palácio do Planalto onde vamos conhecer o local de trabalho do presidente? É isso mesmo, seu presidente?

Celso aproximou seu microfone perto do rosto corado de Temer.

- É isso aí – respondeu, envergonhado.

- Então vamo lá!

- Eeeee corta! – disse o diretor por trás das câmeras.

Celso ainda rindo, debruçou-se sobre seus joelhos, quase sem ar. Virou a cabeça e olhou para o presidente, que ainda estava sentado com um olhar tímido e hesitante. Suas mãos se escondiam entre suas pernas e seus ombros levantados. Na mente do presidente, ainda havia uma tempestade de visões ruins da repercussão daquele momento.

Portiolli estendeu a mão.

- Ei – disse, suavemente – Vamos lá. Ainda há muito para você me contar.

Aos olhos de Temer, aquilo parecia a visão do coral de um anjo só, estendendo a mão para longe do destino humilhante que o aguardava; todos eles se esvaíram e voaram junto ao vento, pois.

Se era para virar piada, que pelo menos fosse junto com Celso. Para sempre.

- Vamos! – respondeu

Suas mãos se beijaram.

O destino sorriu novamente.


Notas Finais


Oe. Faz 7 meses que não upo um capítulo novo. Peço perdão pelo vacilo. Mas ei, antes tarde do que nunca, não é? Nesse ritmo quando a fanfic acabar já vai ter alguém novo no poder.
Mas ó. Pra compensar o vacilo, um capítulo gigantesco. Beijos nas nádegas, e até daqui 6 meses (mentira, vou tentar postar o quão antes possível).


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