História My Love Will Be Yours ♥ - Conselhos?

POV CAROL

Aquela trama toda do Gabriel já estava me enchendo saco. Por que eu tinha que ir na delegacia por quebrar o nariz de um cretino?

Por mais que eu tivesse com tédio daquilo tudo, tentar escapar, mentindo que eu não havia feito aquilo, seria tolice, ia piorar a minha situação, então eu resolvi não discutir, para o tempo poder passar mais rápido. Quanto menos reclamações, mais rápido eu me livro dessa e volto para a Bella e a Aline.

A Bella principalmente...

Vi que ela estava preocupada com tudo aquilo, o que faz sentido, já que eu quebrei o nariz do ex-namorado dela. Mas eu não sabia se ela estava preocupada com ele ou comigo. Eu realmente gostaria de saber com quem que ela de preocupava, se ainda pensava nele, se o perdoaria em algum momento.

Policial: Caroline Souza? - o policial me chamou, tirando-me do transe.

Carol: Eu - digo me levantando - Alguma coisa? 

Policial: Ligamos para seus pais, já que você ainda não possui 18 anos - ele diz e eu reviro os olhos com uma expressão de que sabia do óbvio - eles resolveram tudo conosco, e disseram que você deveria buscar carona com seus amigos, mas deveria ir para casa.

Carol: Ok então - digo pegando o celular para ligar para a Aline.

Policial: Sabe - ele diz sorrindo - vi você e aquela menina lá,  loira.

Carol: E...?

Policial: Sei que deve estar brava comigo, mas eu só estava fazendo meu trabalho a tirando de lá. 

Carol: Claro que eu sei - digo confusa - afinal, porquê está falando comigo?

Policial: Você e aquela loira, são algo a mais? - ele pergunta me fazendo engolir o seco - Não se preocupe, não sou homofóbico nem nada do tipo. 

Carol: Por que isso te interessa? - questiono, fria.

Policial: Tenho uma filha - ele diz olhando para o nada - ela tem 14 anos, disse ser lésbica faz algumas semanas e minha mulher está pirando, disse que vai expulsar a menina de casa, mas eu estou me negando a concordar com a minha mulher.

Carol: Uma atitude honrosa, se me permite dizer.

Policial: Bom, apesar disso, gostaria que me dissesse algo sobre o amor que você sente pela loira, para que eu entenda melhor minha filha - ele diz e eu me surpreendo - eu sei que ela não está fazendo nada de errado, mas eu quero entender o que fazer para ajudá-la a passar por isso.

Fiquei surpresa com seu pedido. Deixei escapar um leve sorriso, por conta de me sensibilizar com suas palavras. Um pai, que apenas queria ajudar sua filha, do jeito que ela era.

Carol: Bom - digo largando o celular e me encostando na mesa atrás de mim - nada mais do que sua filha precisa, é de apoio, e pelo visto, ela já tem o do pai, o que é muito importante para ela, já que quando ela se assumiu para você e para sua mulher, ela pensava reações piores que essas, pelo medo, o medo faz isso com a gente, faz com que nos desesperemos por nada - ele assente com a cabeça, parecendo estar atento - apenas porque você a apoia, não quer dizer que todos vão,  infelizmente. Sua mulher eé um exemplo disso, creio que se ainda não expulsou ela de casa, ainda resta esperanças de que ela aceite a filha, mas algumas pessoas irão ser cruéis com ela, e você precisa mostrar para essas pessoas, que ela não está sozinha,  ou fazendo algo errado, defenda-a com garras, unhas e dentes, sinceramente, duvido muito que ela irá se irritar com você por defendê-la, afinal, isso só mostrará seu amor por ela e tenho certeza que sua filha irá amar isso. Caso alguém diga algo como: "Sei que isso não o agradará muito, mas vi sua filha beijando outra garota hoje, acho que deveria tomar providências", não tenha medo de contrariar, se a pessoa disser que o sia filha faz é errado, apenas peça respeito, e caso a pessoa se negue a respeitá-la, bom, procure resolver do modo que achar melhor. Ainda assim, você me perguntou sobre o amor que sinto pela loirinha - digo e ele sorri.

Policial: Loirinha? - ele pergunta me fazendo perceber que eu havia chamado a Bella de loirinha, o que me fez corar - pode continuar, ignorarei seu vermelhidão. 

Carol: Obrigada - digo rindo fraco e ele me acompanha - bom, o amor que sua filha tem por meninas é igual todo o amor, não posso explicar o amor, mas aposto que quando se casou com a sua mulher, a amava, e esse amor seu por ela, é o amor que sua filha sentirá por meninas, então, não a nada de diferente nisso tudo, a única diferença, é que ela ficará com meninas, não com meninos.

Policial: Suas palavras - ele disse olhando para o nada novamente - serão as que levarei para minha vida, e as que ensinarei ao meu filho mais novo, farei tudo o que disse.

Carol: Fico feliz por isso - digo sorrindo de lado.

Ele retribui o sorriso e olha para a janela da sala em que estávamos. 

Policial: Aqueles são seus amigos? - pergunta apontando para a janela e eu me viro para olhar,  reconhecendo o Luiz, a Bella e a Aline.

Carol: São sim - respondo - obrigada senhor policial. 

Policial: Pode me chamar de Fernando - ele disse sorrindo - tenho certeza que nós encontraremos de novo, principalmente se quebrar os narizes de alguns garotos por aí. 

Carol: Espero não te ver de novo com essas circunstâncias - digo sorrindo - tchau... Fernando.

Fernando: Tchau Caroline - ele responde aacenando e sumindo nos corredores da delegacia.

Saí da delegacia com um sorriso. Eu dando conselhos a um pai, sobre a sexualidade de sua filha, nem sabia que era capaz disso! Imagino se o verei de novo e se conhecerei sua filha, tendo o prazer de vê-los juntos, como pai e filha, ignorando suas diferenças e apoiando um ao outro.

Assim que fecho a porta da delegacia,  meus olhos se encontram com os da Bella. Ela me enxerga e um sorriso enorme ilumina seu rosto. Abro um sorriso e vejo ela andando rápido até mim. Assim que ela me encontra, a mesma me abraça rapidamente, um abraço de saudade, de carinho,  de... amor? Isso, só ela poderia me dizer. Bella afundou sua cabeça em meu pescoço e senti seus lábios deixarem um beijo suave no meu pescoço. 

Bella: Fiquei preocupada com você - ela diz limpando algumas lágrimas isoladas. 

Carol: Ficou? - perguntei sorrindo.

Bella: Óbvio que fiquei!!

Sorri para a mesma, mas logo vi alguém pulando em cima de mim. 

Carol: ALINE! EU VOU CAIR!

Aline: OIEEEEEE!!

Ela e eu caímos no chão e pude ver a Bella e o Luiz rindo. Aline também ria e eu acompanhei eles. Nós duas nos levantamos e eu abracei o Luiz. Aline me deu um tapa no braço e eu olhei para ela.

Carol: O que eu fiz?!

Aline: Eu falei pra você não ir lá tirar satisfação e você foi! - ela diz e eu reviro os olhos - se bem que foi legal ver você batendo no Gabriel, mas ainda assim!

Carol: Se soubessem o  que ele disse, ficariam do mesmo jeito!

Bella: O que ele disse? - ela pergunta preocupada.

Carol: Minhas suspeitas foram confirmadas - Disse e todos me olharam confusos - a Raquel sabotou o Gabriel, e ele aceitou porque a Bella não queria transar com ele.

A Bella ficou quieta por um tempo,  o Luiz a abraçou de lado. Aline me olhou apreensiva e eu desviei meu olhar do da Bella.

Carol: Desculpa Bel - digo - não devia ter falado tão diretamente.

Bella: Tá tudo bem Carol - ela disse sorrindo - você não precisa se desculpar por isso.

Aline: Bom, temos que ir levar a Bella e a Carol, a mãe da Bella deve estar preocupada e eu prometi deixar a Carol em casa para a mãe dela.

Carol: Ok, vamos - digo e todos saímos pela rua.