História My Lovely Doctor Bae - Session Four: Good News

                   Pov Seulgi

Os dias passaram como um raio, nem me lembro de como foram, o que fiz, a ansiedade de ver o cirurgião me consumiu durante todo o fim de semana e na segunda-feira, e, quando a terça-feira chegou, acordei com um aperto no estômago, mil e um pensamentos negativos tomando a minha mente e me deixando insegura. Será que a cirurgia é realmente possível? Será que eu realmente tenho chances de voltar a andar?

Eu não quero deixar a ansiedade me dominar e atrapalhar tudo, deve ser cansativos para as pessoas ao meu redor me ver sentindo pena de mim mesma o tempo todo e não quero mais que me vejam assim, como uma pessoa fraca e sem vontade, então preciso mudar, começando por aprender a ser mais independente e a me virar com a cadeira de rodas para que a Wendy não tenha que se ocupar com isso.

Com esse pensamento, resolvi sair da cama e começar a agir, então me posicionei para passar para a cadeira de rodas e tentei copiar o que vi algumas pessoas fazendo em alguns programas que assisti, mas calculei mal o movimento e, ao invés de acabar sentada na cadeira de rodas, acabei caindo no chão e senti uma pontada aguda nas costas, mas tentei me levantar e voltar para a cama. Depois de algumas tentativas, acabei desistindo, a raiva e a frustração me fazendo explodir em um choro convulsivo e isso atraiu a atenção da Wendy.

- O que aconteceu?! Por que você está no chão?! – ela perguntou, desesperada, ao me levantar e me colocar sentada na cama.
- Eu tentei ir para a cadeira sozinha, eu quase consegui, mas, no último movimento, acabei fazendo algo errado e cai... – respondi, após me acalmar um pouco.
- Bear, por que não me esperou?  
- Eu quero ser o mais independente que eu puder, Wendy! Quero poder fazer as coisas sozinha, sentir que não sou uma completa inútil que só atrapalha sua vida!
- Eu já falei que você não me atrapalha! Quantas vezes eu vou ter que repetir isso até você entender?! – ela disse, irritada.
- Você poderia estar vivendo sua vida tranquilamente, estudando, vivendo seu sonho, mas ao invés disso, está aqui presa á mim! É claro que te atrapalho!
- Seulgi, eu já falei que estou aqui por vontade própria! Ninguém me pediu para vir, eu que me ofereci, pois não queria ficar longe da minha melhor amiga! E, além do mais, eu posso fazer tudo isso aqui, não é como se eu tivesse desistido de tudo. – ela disse, dando de ombros. – E pare de dizer que é inútil! Você tentou pela primeira vez, não conseguiu? Okay, tente novamente, é questão de prática, continue tentando e logo logo não precisará mais de mim.
- Talvez...
- Talvez nada, deixa de ser cabeça dura. – disse, revirando os olhos. – Você está bem? A queda te machucou? Quer ir ao hospital? – perguntou, preocupada.
- Não, estou bem, senti uma pontada na hora, mas acho que não há motivos para ir ao hospital e hoje é a consulta com o cirurgião.
- Verdade, quase me esqueci disso. Então, vamos tomar café e nos prepararmos para irmos a consulta! – disse, então me deu a medicação e saiu para preparar o café da manhã.

O nervosismo e a ansiedade que senti durante a manhã triplicou assim que entrei no consultório do dr. Kim Heechul, o qual me surpreendeu, assim como dra. Bae , por ser completamente diferente do que eu imaginei. Para começar, ele parece é muito mais jovem do que eu esperava.
- Olá, senhorita Kang, é um prazer finalmente conhecê-la, ouvi muito sobre seu caso, analisei seus exames e pude ver que, apesar de ser uma lesão séria, é uma das mais simples e a cirurgia pode ser feita o quanto antes. – ele disse, sério e seguro. – A senhorita tem alguma dúvida? – perguntou.
- Não... acho que não... – respondi, meio intimidada pelo jeito sério dele.
- Olha, se tiver alguma dúvida, não tenha medo de tirar, é melhor que pergunte tudo e fique segura de tudo.
- Doutor, eu não tenho nenhuma dúvida, mas tem algo que acho que precisa ser dito. – Wendy disse.
- Há algo que não tenha na ficha dela, senhorita Son?
- É algo que aconteceu esta manhã, ela caiu da cama enquanto tentada passar para a cadeira de rodas. Existe a possibilidade de agravar o problema ou atrapalhar a cirurgia de alguma forma?
- Esta informação é muito importante, qualquer queda, pancada, por menor que seja, é perigoso em qualquer circunstância, nesse caso, ainda mais, então certifiquem-se de informar sempre que algo assim ocorrer. Eu vou pedir que faça alguns exames para poder avaliar se houve algum agravante na lesão. – disse, já pegando o interfone. – Aqui é o dr. Kim, preciso que uma paciente faça um raio-x e uma ressonância magnética, caso de urgência. – disse, ficando em silêncio enquanto ouvia a resposta. – Certo, eu preciso do resultado o mais rápido possível, então não enrolem. – e desligou sem dizer mais nada. – Uma enfermeira já está a caminho para levá-la para fazer o exame e, quando o resultado sair, te trarão de volta.
- Okay, doutor... – falei, desanimada por ter que passar mais tempo que o esperado no hospital.

Não se passou nem 5 minutos até que uma enfermeira entrou na sala para me levar ao local de exames e ela não para de falar, chega a ser irritante! Já estava prestes a pedir que ela se calasse quando a visão daquela mulher intrigante que domina minha mente desde que a conheci desviou minha mente do falatório incessante. A médica loira sorria, feliz, enquanto conversava com uma jovem e parecem ser bem próximas.

Aquela mesma sensação incômoda que senti quando vi a notícia sobre uma possível relação entre ela e Kim Taeyeon se fez presente a vê-la tão descontraída, um estranho desejo de ser eu a pessoa para quem ela direciona o lindo sorriso. Eu não consigo parar de olhar para ela e ela pareceu perceber que está sendo observada, pois olhou em minha direção, fazendo meu coração dar um giro de 360º! O sorriso dela aumentou e ela caminhou até nós, que aguardávamos o elevador.

- Olá, senhorita Kang, senhorita Son, como vão?
- B- bem... – respondi, nervosa.
- Bem, e a senhora, doutora? – Wendy disse.
- Eu estou bem. Hoje é a consulta com o cirurgião?
- Sim, acabamos de sair do consultório dele, ele pediu um raio-x e uma ressonância magnética.
- Ele quer exames novos para avaliar?
- Não, é que ela teve um pequeno acidente essa manhã e ele quer ver se não piorou a lesão.
- Como assim acidente?! O que aconteceu?! – a doutora perguntou, o sorriso dando lugar a uma expressão preocupada.
- É que ela...
- Eu posso falar por mim mesma, Wendy, obrigada. – interrompi. – Eu caí da cama ao tentar passar para a cadeira de rodas, apenas isso. – falei, irritada pela conversa das duas.
- Calma, bear, não precisa ser grossa.
- Detesto interromper, mas o dr. Kim pediu urgência no exame e se ficarmos conversando aqui ele vai ficar bravo. – a enfermeira disse, quando o elevador abriu as portas.
- Realmente, então vou deixar vocês irem. Se cuidem e até logo, garotas. – a loira disse, sorrindo e piscando para mim m fazendo ficar sem graça e a Wendy rir de meu óbvio desconforto.

Os exames foram rápidos e os resultados não demoraram  a sair e logo voltamos para o consultório e, no caminho, mais uma vez aquela sensação estranha me tomou, ao ver a doutora no corredor, conversando e sorrindo com ninguém menos que Kim Taeyeon!  Eu deveria estar me sentindo alegre por estar vendo minha cantora favorita, mas, ao invés disso, me sinto irritada por ela estar ali, pois isso indicada que os rumores são verdadeiros e, por algum motivo, isso me machuca.

Já no consultório, entreguei o exame para o doutor, que o observou cuidadosamente, sem dizer nada, me deixando inquieta, então suspirou e começou a falar:
 
- Bem, felizmente a queda não causou nenhum agravante na lesão em si, mas há uma pequena inflamação que precisa ser tratada para podermos operar.
- E esse tratamento vai ser demorado, doutor? – perguntei, agitada.
- Não, a inflamação não é grave, mas não podemos operar enquanto ela existir.
- Então a cirurgia vai demorar para acontecer?
- Não, só não vai acontecer no tempo que eu previa. Eu vou dar entrada na sua internação, para tratar a inflamação aqui mesmo e, assim que estiver curada, começaremos o pré-operatório.
- Omo, sério doutor?! Vai me internar hoje?! – perguntei animada, esquecendo a cena que vi antes.
- Calma, bear, não fique tão agitada – Wendy riu. – É uma excelente notícia, doutor, obrigada.
- Me agradeçam quando nossa garota aqui estiver andando por ai. – o doutor disse, sorrindo e mostrando pela primeira vez, a sua simpatia.

Saímos do consultório e esperamos na recepção pelas enfermeiras que cuidariam da minha internação, animadas com a notícia, eu não consigo acreditar que a cirurgia realmente vai acontecer! Claro, a inflamação que a queda causou atrapalha um pouco, mas isso não impede que eu me sinta animada e ansiosa.

- E então, bear, como se sente ao saber que logo será operada?
- Eu não sei... É meio surreal, sabe? Antes eu nem queria fazê-la e agora não vejo a hora de acontecer.
- É bom saber que está animada, - ela disse, abaixando-se em minha frente. – Você vai ver, bear, você voltará a ser a mesma de antes e ainda melhor. – lágrimas enchiam os olhos dela.
- Aish, babo... Não precisa chorar... – falei, envergonhada.
- Me deixa, eu só estou feliz por você, chata. – respondeu fazendo bico e eu acabei rindo.
- Você é muito sensível, esquilinha. – falei, apertando suas bochechas.
- Senhorita Kang? O seu quarto já está pronto, já podemos ir. – uma enfermeira disse, surgindo ao nosso lado.

O caminho até o quarto foi silencioso, a enfermeira empurrando a cadeira enquanto Wendy segura minha mão, me passando confiança e conforto. Hoje é o primeiro dia de um novo começo!

             Pov Irene

O fim de semana foi cansativo, de algum modo, descobriram meu endereço e o número do meu celular e não parei de receber mensagens de vários tipos, desde desejos de felicidades até ameaças de morte, jornalistas acamparam na entrada do prédio, o que causou muitos problemas com os outros moradores, mas, no domingo, a SM liberou uma declaração dizendo que a razão da Taeyeon estar no hospital não é um relacionamento, mas sim, a amizade de muitos anos com um cirurgião do hospital.

No começo, ainda houve dúvidas, mas algumas fãs descobriram que ela realmente tem amizade com o doutor Kim Heechul e então as coisas se acalmaram e as coisas estão, aos poucos, voltando a rotina normal. Então eu posso voltar a me concentrar no que realmente me importa: meu trabalho e meu plano para conquistar a jovem de olhos exóticos que roubou meu coração no primeiro olhar.

Mal contive minha felicidade ao vê-la no hospital, nem me importei em deixar a Joy falando sozinha (desculpe, amiga) e logo me apressei em ir falar com ela. A amiga dela foi simpática como sempre, sorridente, gentil, já ela, se mostrou até um tanto tímida no começo, mas logo seu mau humor se fez presente. Tive que me conter para não tocá-la e me certificar que ela estava bem, após ela me contar sobre a queda, mas a preocupação não tive como conter.

Acabei voltando para a sala de fisioterapia, sorrindo ao lembrar que hoje é dia de ver minha paciente favorita e a vi logo que entrei.

- Como vai a minha paciente favorita?
- Drª. Bae! Você não vai acreditar no que aconteceu! – ela disse, sorrindo.
- Me diz, vamos ver se acredito.
- Eu andei! – o sorriso se tornando orgulhoso ao pronunciar essas palavras.
- O que?! Como assim?!
- Lá em Jeonju, na nossa casa, eu consegui sair da cadeira e andar pela sala sem as muletas! – a animação e orgulho dela são evidentes.
- Omo, isso é impressionante, Yeri! Parabéns! Então, acho que podemos passar para os exercícios mais avançados, certo?
- Sim, doutora! – ela respondeu. – É... hum... cada a Joy unnie? – perguntou tímida e eu ri. Tão fofa.
- Ela já está vindo, ela foi resolver algo relacionado ao estágio com o diretor, mas daqui a pouco estará aqui.

De fato, menos de dez minutos depois, a Joy entrou na sala e a mais nova contou a novidade para ela, que não conteve a felicidade e abraçou a garota, deixando ambas envergonhadas pela ação. Ri comigo mesma. É tão óbvio que elas se gostam, espero sinceramente que consigam viver esse sentimento.

- Então, chega de papo e vamos voltar ao exercícios. Yeri, já que você se sente confiante, hoje vamos usar as barras e você vai caminhar naquela pista de três metros.
- Mas eu não preciso das muletas
- Eu sei, mas, por enquanto, não vamos exagerar e também é bom para fortalecer seus braços, então será um exercício dois em um. Preparada?
- Sim, doutora.
- Joy, leve-a até lá e ajude-a se posicionar e vamos começar.

A sessão passou rápido, em um clima descontraído, após os primeiros passos da minha paciente e eu constatar o quanto seu corpo se fortaleceu, o quanto ela progrediu e me sinto orgulhosa de sua força de vontade, ela é um exemplo para muitos dos meus pacientes. Assim que sessão acabou, a irmã dela chegou para buscá-la e o clima acabou ficando um pouco tenso.

- Doutora, posso falar com você? – disse, séria, e eu já sei sobre o que ela quer falar.
- Se o assunto for sobre sua irmã, sou toda ouvidos. – respondi, soando até um pouco rude, enquanto saia da sala com ela.
- Drª Bae, eu sei que aquele rumor lhe causou problemas e quero pedir desculpas por isso. – ela disse, humilde.
- Srtª Kim, o assunto em questão já foi resolvido, não há necessidade de falarmos sobre isso.
- Eu sei que a SM já deu uma declaração oficial sobre isso, mas você foi a mais prejudicada, eu soube que alguém te agrediu aqui no hospital e que recebeu diversas ameaças. Eu realmente sinto muito, não imaginei que alguém pensaria algo assim sobre as minhas vindas ao hospital.
- O que importa é que já passou, grande parte das pessoas aceitou como verdade a declaração da SM e pararam de me atormentar, então não há motivos para preocupação. Eu só quero esquecer essa história.
- Okay,  então vamos deixar para lá. Conte-me sobre minha irmã, como foi a sessão? – ela perguntou e a mudança de assunto me fez sorrir.
- A sessão foi ótima, ela me contou sobre os passos que deu em Jeonju, então resolvi tentar alguns exercícios mais intensos e fico feliz em dizer que ela fez um progresso magnífico! Não vai demorar muito mais para ela ter alta.
- Omo, isso é sério, doutora?! – a mais velha sorriu, feliz, e lágrimas encheram seus olhos.
- Sim, a força de vontade dela em melhorar é algo admirável e com certeza é o motivo principal da rápida recuperação.
- Eu nem sei como te agradecer, doutora, teve momentos que eu duvidei que voltaria a ver minha irmã fazendo tudo que ela costumava fazer antes de... – ela se interrompeu, obviamente se sentindo tensa com o assunto.
- Taeyeon, você já pensou em conversar com alguém sobre isso?
- Alguém? Tipo, um psicólogo?
- Sim, obviamente é um assunto muito delicado e você parece se sentir culpada, seria bom para você.
- Doutora, eu não quero ser rude com você, mas preocupe-se apenas com a Yeri, ela é sua paciente, eu não quero nem preciso de psicólogo. – ela disse e percebi que toquei em um ponto proibido.
- Tudo bem, não falo mais disso, mas, se um dia sentir que quer falar, posso te indicar a drª Hwang.
- Agradeço a preocupação, mas é desnecessário. Agora, se não se importa, vou pegar minha irmã para irmos embora. – disse, me deixando sozinha no corredor.

Observei as irmãs Kim irem embora e suspirei, cansada. Eu realmente preciso dar um jeito da Taeyeon encontrar a Tiffany, de maneira casual, sem que a outra desconfie das minhas intenções. Eu sei que não devo me meter na vida dela, mas acredito que seria muito benéfico para ela ter uma conversa com a psicóloga. A próxima sessão é daqui a meia hora, então vou descansar um pouco no consultório.

No caminho, encontrei o doutor Kim e ele me chamou para conversar, então fomos até o restaurante tomar um café, já que ele tem um tempo antes da cirurgia que fará.

- Então, oppa, o que quer me dizer? – perguntei curiosa.
- Imagino que você saiba que hoje a senhorita Kang teve a sua consulta comigo, certo?
- Sim, eu a vi quando ela estava indo fazer os exames, e aí?
- Bem, há uma pequena inflamação, mas a queda não causou nenhum outro dano, então eu a internei para tratar a inflamação e, assim que estiver curada, começarão os procedimentos pré-operatórios. – ele contou e eu sorri.
- É muito bom saber disso! E como ela reagiu a isso?
- Confesso que fiquei surpreso com a resposta dela, foi muito positivas, não parece em nada com a pessoa difícil que você me descreveu. Talvez o problema seja você. – ele disse, sorrindo.
- Omo, você acha, oppa?! Será que ela não gosta de mim? – perguntei, aflita.
- E se não gosta? Tem algum problema? – ele perguntou, estreitando os olhos. Ops, preciso aprender a me controlar.
- Nã-não, é que... Sei lá, acho um pouco mais difícil lidar com os pacientes quando eles não gostam de mim. – disfarcei.
- Você fazendo seu trabalho direito e ajudando-os a se recuperarem, não importa se gostam de você ou não, são seus pacientes, não seus amigos, lembre-se disso. Bem, tenho que ir me preparar para uma cirurgia, nos falamos depois. Cuide-se, Bae.
- Certo, oppa, boa sorte na cirurgia.

Ele se levantou, me deixando sozinha e suspirei aliviada. A ideia da Seulgi não gostar de mim me incomoda bastante, mas, obviamente, não pelo motivo que falei para o oppa. Talvez ele esteja certo e o problema seja comigo, mas eu vou mudar isso, vou fazê-la gostar de mim e será apenas o primeiro passo para o meu plano de conquista. Com ela no hospital, eu tenho mais chances de vê-la e colocar o plano em prática. Me aguarde Kang Seulgi.