1. Spirit Fanfics >
  2. My love...you have. >
  3. Volúpia

História My love...you have. - Volúpia


Escrita por: Aquarius-

Notas do Autor


Boa madrugada pessoal.
Me desculpem pela demora !
Não me joguem pedras, por favor !
Acabei ficando o final de semana inteiro ocupada e não tive tempo para revisar o capitulo, mas aqui esta ele, tchrãam
Ficou meio grande, porque me empolguei, haha
Enfim, ótima leitura a todas, até o final :*
Obs. Qualquer dúvida ou erro, me avisem !

Capítulo 6 - Volúpia


Fanfic / Fanfiction My love...you have. - Volúpia

VISÃO DO LEVI.

Porque morangos? Ainda não acredito que comprei morangos. Só pode ser brincadeira que comprei essas merdas só porque o pirralho comentou que gostava. Por quê? Eu não estou me reconhecendo mais, esse tipo de coisa não combina com o minha personalidade. Porque eu gastei meu dinheiro com isso? Encarei o saco que continha as caixas de morangos novamente. São tão caros. Tsc. Essas merdas de fruta, porque eu as comprei? Para agradar Eren? É porque eu quero agrada-lo? Não, não é isso, não foi por isso. Aquela maldita conversa sobre morangos, porque me interessam tanto os gostos dele, suas ações, suas reações... Porque me interessam? Não faz sentido para mim, mas eu não consigo deixar de observa-lo, seus olhos, suas lágrimas, seus gestos, seu sorriso. Não, não, não, calma, o que eu estou pensando? Não é isso, tenho que observado! É o meu trabalho. Encarei o saco de morangos novamente.

“Esse não é o seu trabalho, Rivaille”.
...
...
...

Sim, observa-lo dessa maneira não é o meu trabalho aqui. Não posso dizer que esse seja o motivo de eu reparar tanto nele. Então por quê? Porque a forma como ele me encara e a forma como suas lágrimas caem me interessam? Porque seus olhos me causam preocupação? Porque eu comprei os malditos morangos?
...
...
...

O destino, é isso, aconteceu de eu comprar porque o vendedor me ofereceu. É isso, não é nada demais. É só uma coincidência.
...
...
...
Não, não, não é isso, eu comprei os morangos para ele. É isso, lembrei-me dele falando que amava morangos. Mas por quê? Porque quis agrada-lo dessa forma? Porque gastei dinheiro com algo que não fosse para mim? Porque seus gostos me interessam? Porque morangos?
Tsc. Tá admita Rivaille, são para ele. Encarei novamente o saco de morangos.
...
...

...

Por quê? Porque quis dar a ele algo que disse que gostava? Nem sei ao menos de qual comida eu gosto mais, então porque me interessou tanto essa informação? Porque os morangos me interessaram tanto? Tsc. Irritante. Porque ando pensando tanto nele, em todas as suas ações, seus gestos, a maneira como acorda todo desalinhado, a maneira como come, como conversa, como sorri. Porque não consigo parar de pensar em seus olhos, seu sorriso, sua boca, seu corpo.

Tsc. Levi, esse não é ponto em questão aqui, e sim os morangos, eles são. Os morangos. Porque comprei os morangos? Eu quero agradar Eren, mas por quê? Seu olhar hoje de manhã no refeitório, me encarando envergonhado, olhou-me dos pés a cabeça e depois desviou os olhos, corado. Por quê? Porque eu reparei justo nos seus olhos quando adentrei no salão?  Porque ele? Tenho que observar os recrutas, sim tenho, mas porque ele me interessa? Porque seus gostos me interessam? Tsc. Irritante.

Ouvi-o chorar por toda a noite, após a missão de tentativa de captura da Titã fêmea na floresta. Dava para ouvir o seu desespero do meu escritório. Passamos aquela noite, sozinhos, naquela base imensa. Eren se culpa pela morte do meu antigo esquadrão. Eu me culpo. Fizemos escolhas erradas.

“Ele te admira Levi”.

Tsc. O que ele admira? Em uma pessoa como eu, o que se tem a admirar? Sou um assassino. Mato pessoas e sou reconhecido por isso. O que ele admira? Os seus olhos, porque me encaram tanto? Eren, não sou alguém que merece sua admiração.

“Pare com essa pose e admita logo que ele o preocupa Rivaille.”

Tsc. Irritante. Hanje é irritante, mas sim, eu me preocupo com ele. Passei noites em claro encarando os seus olhos, noites em claro o ouvindo chorar e não fiz nada. Não o consolei. Não disse nada que se vale a pena ser dito. Só o repreendi, fiquei bravo e o chamei de criança.

“Ele tem 15 anos ainda”.

15? Tão novo. Não me lembro de mim com essa idade. Não me lembro de muitas coisas de minha infância e adolescência. Acho que apaguei certas memórias dolorosas, mas ainda me lembro do medo, do desespero, da fome.

“Você mais do que ninguém sabe que esse mundo é doloroso demais para uma criança."

Sim, eu sei o quanto esse mundo é cruel, sei como os seres humanos podem ser mais cruéis do que os gigantes ambulantes. Sei como a vida um dia vem e nos mostra que o nosso mundo na verdade não existe, e que há várias faces dele, e o horror e medo são constantes. Eu entendo o Eren. Eu encarei muitas coisas cedo também, nem me lembro de quantos anos eu tinha quando minha mãe morreu. Furlan e Isabel, meus amigos, o subterrâneo, abandonei tudo isso. Abandonei meu antigo eu para me tornar alguém admirado por uma criança? Eu não sou alguém que merece isso. Não sou alguém que Eren mereça. E agora tem os morangos. Eu comprei duas caixas dessa merda para ele. Tsc. Que idiotice. O que eu vou fazer com isso? Dar a ele? Não, não é uma possibilidade, porque eu faria isso? Não consegui nem ao menos me reparar por ter gritado com ele. Nem ao menos tive coragem de encará-lo. E agora, o que? Apareço com duas caixas de morangos? Tsc. Você está agindo feito um idiota Levi. O que eu posso fazer para entregar os morangos? Encarei novamente o saco de compras. Tsc. Acho que deixarei no meio dos mantimentos e pronto. Não precisa de explicações. E porque eu daria uma explicação a ele? São somente morangos. Nada demais. Ele é só um subordinado, meu subordinado. Só aconteceu que tinha morangos, e ele os encontrou no meio dos mantimentos, só isso. Tsc.

Connie estava quase caindo no sono, estamos cavalgando durante a noite toda em direção à base. Queria chegar antes de o sol nascer, acho que conseguiremos, se Connie não resolver pegar no sono de uma vez, e atrasar tudo. Tsc. Às vezes me esqueço de que esses pirralhos dormem muito. A paisagem era tranquila dentro das muralhas, era tranquilo viajar sem uma ameaça de Titãs. Estava uma noite enluarada e estrelada. Encarei o céu. Morangos? Eu não gosto de morangos.

QUEBRA DE TEMPO. AMANHECER, BASE DO RECONHECIMENTO.

Chegamos à base. Connie mal conseguia manter-se em pé. Tsc. Tão despreocupado. Armin, Jean e Mikasa estavam tratando dos animais e vieram a nosso encontro assim que descemos dos cavalos.

- Ajudem a descer os mantimentos e os coloquem em seus devidos lugares. Após fazer isso, tire o dia livre para descansar Connie. - Ordenei.

- Sim senhor - Assentiram e começaram a retirar os mantimentos da carroça.

Encarei as caixas de morangos.
...
...

Tsc. Acabei pegando-as e as levei comigo para o meu escritório. Como daria isso a Eren?

Cheguei ao escritório e guardei os morangos em um dos armários perto da mesa, sentei-me na cadeira e passei a encarar a bagunça da sala. Tsc. Quando foi que deixei isso nesse estado? Minha mesa estava uma bagunça, havia papel por todo o lado, livros espalhados no chão e as estantes estavam empoeiradas. Tsc. Que imundice. Sai em direção aos corredores, pensei em pedir para Christa me ajudar com a limpeza daquele local.

Caminhei encarando o lado de fora pelas janelas. Humanos? Tsc. Como é possível? Diferente do pirralho e dos traidores, eles não possuem consciência, somente devoraram outros humanos por diversão. Por quê? Como? O que está havendo nessa merda de mundo? Tsc. Parei de frente a uma janela e encarei o céu, estava azul e o dia estava quente, tirei meu paletó e o joguei sobre os braços, ao erguer meus olhos me deparei com a imagem do pirralho a levar dois cavalos para pastar. O meu e o de Connie. Ele amarrou as rédeas no tronco e os deixou pastar e beber água enquanto escovava o meu cavalo, se encontrava somente com a calça branca do uniforme, sem camisa e com as amarras de sustentação do DMT que normalmente ficariam em seu tronco, jogadas sobre sua coxa. Tão jovem. Sua pele amorenada se destacava com o sol, junto às gotas de suor que insistiam em escorrer pelas suas costas e molhavam o cós da calça. Cada traço, cada linha e cada detalhe do seu corpo, cada movimento, cada gota, a maneira como seus músculos se definiam a cada movimentação. Cruzei meus braços e cravei minhas unhas neles. Que merda é essa? Quero toca-lo, quero sentir cada linha de seu corpo, quero decorar cada gesto seu. Tsc. Dirigi-me ao meu aposento, precisava me acalmar. Que merda estou pensando? Que merda estou sentindo? Porque ele? Fechei a porta e encarei meu quarto. Tsc. Joguei-me na cama, precisava me acalmar. Meu coração estava acelerado, minha respiração estava descompassada, minha cabeça rodava. Que merda é essa? Um pirralho? Eu fiquei excitado observando um pirralho? Por quê? Porque paralisei quando o vi chegar? Interessou-me? O corpo dele, cada definição, cada contração, seus braços, sua pele, suas coxas. Que merda estou pensando? Um pirralho, eu fiquei excitado observando um merda daquele? Tsc. Levantei e fui direto para um banho frio, precisava me acalmar. Péssima ideia. Meu membro latejava, eu via Eren a cada vez que piscava, seus olhos, seu sorriso, seu corpo.

- TSC - Soquei a parede.

Deixei com que a água caísse sobre meu corpo, respirei fundo e me retirei. Troquei de roupa para algo mais leve e voltei aos corredores. Limpeza. Preciso limpar a merda do meu escritório. Ao entrar no refeitório em busca de Christa, me deparei com uma cena que me deixou mais relaxado. Ela estava limpando o chão enquanto Sasha limpava as mesas e cadeiras. Interessante. Armin e Mikasa se encontravam na cozinha organizando os novos mantimentos e Jean descarregava a carroça.

- Tsc. - Suspirei, coloquei minhas mãos no bolso da calça e desviei os olhos.

- Precisa de algo senhor? - Christa veio em minha direção quando me viu dentro do salão. Estava com uma touca na cabeça e segura uma vassoura.

- Eu vim ver se estava disponível para me ajudar - Encarei-a - Mas vejo que já estão todos ocupados - Desviei meus olhos para o salão novamente, todos pararam o que estavam fazendo para me ouvirem. Tsc. Irritante.

- Ah, posso ir te ajudar senhor. Já estou quase acabando de limpar o chão, e Mikasa pode ajudar Sasha com o preparo do almoço. - Respondeu com um sorriso.

- Não tem problema, pode realizar suas tarefas. - Voltei meus olhos à janela, depois passei a observar os pirralhos - Connie já foi dormir? – Encarei-a novamente.

- Sim senhor, mal chegou e já está no décimo sono - Respondeu-me Jean colocando uma das caixas que carregada no chão próximo à porta da cozinha.

- Posso ajudá-lo com isso senhor - Armin disse já caminhando em mim direção.

- Não precisa, estão fazendo um ótimo trabalho, continuem - Ordenei e me retirei do salão.

Voltei ao meu escritório. Tsc. Estou irritado.  Dirigi-me a janela e encarei o céu. Estava calor. Porque eu não consigo tira-lo da minha cabeça? Por quê? Com tantas coisas para se pensar, porque ele? Porque somente a imagem dele vem em minha mente? Porque eu não consigo parar de ver a merda do corpo moreno dele? Tsc. Retornei a minha mesa e comecei a arrumar os papéis que ali estavam. Preciso me acalmar.

* BATIDAS NA PORTA*

Era um dos pirralhos, talvez Christa ou Armin.

- Entre - Ordenei.

A porta foi aberta e fechada logo em seguida, não ergui meus olhos, continuei a organizar os papéis e colocá-los em pilhas separadas.

- Com licença Heicho, Armin disse que precisa de ajuda. Já terminei de tratar dos animais. - Ouvi-o dizer,

Paralisei, meus olhos se abriram surpresos. Essa voz. Ergui minha cabeça em direção à porta. Esses olhos. Eren estava parado lá fazendo o cumprimento da tropa. Estava todo desalinhado, suado e molhado. Tsc. Vestia uma camisa amarela um pouco mais comprida e estava com as mangas dobradas sobre seu braço. Tão descuidado. Seu cabelo estava úmido e pingava de suas pontas. Tsc. Porque ele está aqui? Justamente quem eu não queria ver. Justamente os olhos que eu não queria encarar. Longos segundos se passaram. Sua imagem sem camisa escovando o cavalo passou pela minha mente. Meu membro latejou. Tsc.

- Pode começar retirando os livros das prateleiras - Ordenei abaixando meus olhos para a minha mesa novamente, cravei minhas unhas na madeira. Tsc. Irritante.

- Sim Heicho - Obedeceu e começou a retirar os livros das prateleiras e colocá-los no chão.

Encarei seu corpo, a camisa grudava em suas costas, destacando ainda mais suas curvas. Tsc. Voltei aos papéis. Era torturante.  Minha parte consciente queria manda-lo sair, manda-lo fazer outra coisa, me mandava parar de observa-lo, parar de deseja-lo, me dizia que era errado, que eu deveria parar com toda essa merda. Encarei-o de novo. Estava abaixado retirando os livros das prateleiras de baixo. Tsc. Meu instinto, o quer aqui, o quer por perto, quer decorar cada traço, cada gesto, cada mania, cada olhar e cada sorriso. Manda-me olha-lo, o deseja, quer toca-lo, marca-lo, quer sentir o aveludado de sua pele morena. Meu instinto o quer, e se excita com a forma em que as amarras do uniforme apertam e marcam suas coxas quando ele se abaixa, meu instinto quer que ele fique aqui na minha sala para que possa observa-lo e satisfazer-se. Quer ouvir sua voz doce a dizer coisas pecaminosas, quer dominar cada fibra e sangue que pertence ao meu corpo, e me fazer se entregar nesse desejo que a consciência diz que não é certo. Meu instinto grita em minha mente e quase me obriga a abraça-lo e afaga-lo em meus braços, me obriga a aceitar que Eren me interessa, não somente como um amigo ou um subordinado. Meu instinto me excita e joga em meus músculos uma vontade de fazê-lo meu. Ele grita, vibra e vence. Minha consciência se encolhe, eu o quero, quero toca-lo, quero tê-lo, quero marca-lo. Fui tirado de meu devaneio pecaminoso pela sua doce voz.

- Heicho, irei pegar os produtos para começar a limpeza das prateleiras - Disse pegando o pano que se encontrava em uma caixa onde eu guardava os objetos que sempre usava na limpeza do escritório.

Tsc. Retornei a empilhar os papéis. Que merda foi essa? O que estou pensando? Ele é um pirralho. Tem 15 anos, não posso desejado! Não posso sentir algo por ele. Não posso transforma-lo em algo em minha vida. Tsc. O que está acontecendo comigo? Nunca desejei de maneira tão forte alguém, sempre tive noites de prazeres aleatórias com pessoas que nem me lembro do rosto. Somente para o puro e simples prazer. Mas ele é diferente, não o quero para simplesmente satisfazer-me, sinto que quero protege-lo, que o quero muito mais do que só o seu corpo. O quero por inteiro, quero que ele me deseje, que ele confie em mim, que não use essa máscara em minha presença. Olhei o novamente, ele limpava as prateleiras.

QUEBRA DE TEMPO. INÍCIO DA TARDE.

Passei a eternidade das três últimas horas me torturando mentalmente, entre o que era certo e errado, entre o que eu estou fazendo e o que não posso fazer. Entre os papéis da mesa e os movimentos de Eren. Ele limpou as prateleiras, os livros, os organizou novamente, limpou os armários, tirou a poeira das paredes, limpou a mesa de centro, arrumou o sofá, abanou o tapete e aguou a planta que se encontrava num canto da sala. Enquanto eu alternava meu olhar entre uma folha e seu corpo. Gravei cada gesto, cada mania, enquanto minha consciência e instinto brigavam em minha mente. A maneira como limpava o suor com a barra da camisa, como bagunçava seu cabelo quando parava parar pensar no que faria proximamente, como a curiosidade passou pelos seus olhos a cada título de livro que lia, como mexia sua perna quando ela adormecia por ter ficado muito tempo abaixado, como tacava sua cabeça para trás e virava seu pescoço toda vez que terminava uma parte da faxina. Eu estava há meia hora com a mesma folha em mãos.

- Heicho! Já terminei minha parte. - Disse me encarando.

Passei o olho pela sala, estava tudo organizado e limpo.

- Então pode descansar, fez um ótimo trabalho - Conclui por fim.

Eren sentou-se relaxado no sofá, jogou sua cabeça para trás e suspirou em sinal de alívio. Voltei a organizar os papéis, precisava terminar aquilo de uma vez, estou irritado. Ergui meu olhar a Eren. Ele encarava uma das prateleiras enquanto seus olhos se forçavam a ficar abertos. Voltei aos papéis... relatórios nessa, missões nessa, estratégias nessa outra. Levantei meus olhos a Eren. Que merda, pare de olha-lo Rivaille. Estava quase como os olhos cerrados, seu pescoço pendia a cada piscada, estava cansado. Acabei por deixar toda a limpeza da sala por conta dele, enquanto eu, observava seu corpo e sua bunda. Sou um merda. Voltei aos papéis e finalmente coloquei o último na pilha dos relatórios, os empilhei juntos nos braços de maneira alternada e me dirigi para guarda-los em uma das prateleiras já limpa pelo pirralho. Retornei meu olhar a ele, que já adormecera com o sua cabeça pendurada para o lado direito. Tsc, tão descuidado. Sua camisa estava mais grudada em seu corpo devido ao calor e a movimentação da limpeza, seus cabelos estavam desalinhados, suas mãos davam espasmos de cansaço, seus olhos permaneciam fechados e sua boca estava entreaberta. Cada traço do seu rosto era simples, mas ao mesmo tempo firmes, fortes e masculinos. Seus cílios eram grandes e negros e seus lábios marcantes. Sua expressão passava tranquilidade. Cerrei meus punhos, queria toca-lo, queria senti-lo, passar minhas mãos em suas linhas.

- An? Heicho? Algum problema? - Eren abriu os olhos e me encarou meio sonolento, depois os arregalou e corou levemente - Me desculpe, acabei por adormecer no seu sofá, não foi minha intenção relaxar dessa maneira. - Respondeu levantando-se meio sem jeito.

Encarei-o enquanto ele coçava a parte de trás de seus cabelos os bagunçando ainda mais.
...
...
...

- Me perdoe - Disse por fim.

- An ? - Eren paralisou surpreso.

- Pelo outro dia, por ter gritado com você, não precisava daquilo, eu deveria tê-lo compreendido, ter te dado uma oportunidade de se explicar – Continuei.

- O Heicho não fez nada, só o seu trabalho, eu estava sendo um peso para todos e... - Eren explicava-se envergonhado, estava com uma expressão confusa e perdida.

- Não Eren... - Falei abaixando o olhar.

Ele me encarou ainda mais surpreso.

- Você não estava sendo um peso ou um inútil, só estava triste, e tem todo o direito de se sentir assim. Não te respondi ontem de manhã, pois sabia que o seu pedido de desculpa não era necessário. Então me perdoe por ter ficado bravo, por ter gritado, ter te julgado e jogado parte da minha culpa e responsabilidade em cima de suas costas. Eu só acabei descontando toda a minha raiva de mim mesmo em você, nas suas inconstantes lágrimas, então me perdoe por isso e... por tudo. - Caminhei até a minha mesa - Eu deveria ter agido de outra maneira, deveria tê-lo acolhido e ter te ouvido, mas não o fiz. Deveria ter falado que iria ficar tudo bem e que é normal se sentir culpado e achar que o peso do mundo está sobre nós. Deveria ter dito que te entendia. Mas não, me isolei e deixei que você se isolasse. – Virei-me para encara-lo novamente, sua boca estava entreaberta e seus olhos brilhavam confusos. Parecia estar perdido em seus pensamentos.

- Heicho... Eu ... - Tentou dizer algo.

- Eu só não quero que pense que está sozinho nessa luta, todos aqui iremos usar toda a nossa força para ajuda-lo no que for preciso, só não se deixa ficar pressionado, sei bem que isso de tentar não desapontar a todos é bem ruim, mas acontece que um dia percebemos que os únicos que não podemos desapontar somos nós mesmos, então só confie mais em você e de o seu melhor, já que não podemos fazer muito além do que isso - Conclui e me dirigi ao armário onde havia guardado as caixas de morangos.

Eren me encarava sem palavras, estava assustado e pensativo. Peguei uma das caixas e estendi-a para ele.

- Tome, acabei por ouvi-lo dizer que gostava, fique com ela como sinal de arrependimento de minha parte. – Encarei-o.

Eren pegou a caixa e encarou surpreso, depois abriu um sorriso. Verdadeiro e feliz. Seus olhos brilharam junto a seu rosto. Estava feliz. Desviei meus olhos para baixo, sentia minhas maçãs do rosto aquecerem e tremerem. Eu queria sorrir. Queria compartilhar daquele momento breve com ele. Por quê? Porque ele? Porque depois de tanto tempo esse sentimento veio novamente em mim? Depois de perder Furlan e Isabel, me isolei, coloquei um muro entre mim e as outras pessoas, entre mim e esses sentimentos de querer fazer parte de algo, de ter pessoas ao meu redor, de querer protege-los.

- Acho melhor ir tomar um banho e descansar até o almoço, obrigada pela sua ajuda, fez um ótimo trabalho - Ordenei me dirigindo a janela.

- Sim Heicho, obrigada pelo presente, eu... eu  amo morangos, muito obrigada por isso e... - Eren fez uma pausa - E pelas suas palavras.

Senti a sua voz empolgar-se e depois envergonhar-se na última frase.

"Ele te admira Levi"

Tsc. Irritate.

- Com licença Heicho - Eren saiu animado da sala.

Tsc. Irritante. Porque ele? Como ele conseguiu, somente com sorrisos e olhares derrubar cada tijolo que me separava de tudo, desse medo de perder novamente. Tsc. Infelizmente meu muro caiu hoje pirralho. Infelizmente você já é alguém para mim, há tempos, só não queria admitir que me importava com você, mas me importo e muito mais do que pensava. Infelizmente não consigo me afastar de você. Infelizmente você já é alguém para mim. Infelizmente os malditos morangos te deixaram felizes. E eu? Tsc. Abri um breve sorriso, tímido e seco. Fiquei feliz em ver o seu sorriso verdadeiro novamente, em ouvir a sua voz animada, em ver novamente um brilho em seus olhos. Olhei para o céu, estava quente.

Eren... O que posso fazer para ver novamente esse sorriso?


Notas Finais


Arigato por ter lido até aqui.
Espero que tenha gostado, até o próximo capítulo.
Oyasumi.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...