História My Lucky Boy - Amo waffles, mas prefiro o Chen

Anteriormente...

— Eu vou precisar da sua ajuda. Eu preciso de Kim Jongdae... agora.

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Minha boca implorava por algo doce como um waffle recheado com caramelo. Era o que eu mais queria depois do Chen. Nós estudamos juntos há mais de um ano e a cada dia que se passa, eu só consigo pensar nele. Meu Deus. Eu vou surtar. Minha tosca situação fez-me acordar para a vida e me alertar sobre o quão estranho sou, Kyungsoo poderia ter razão em me chamar a atenção ou brigar comigo. Na verdade, já estava achando que ele tinha razão em tudo e isso me deixou tão frustrado, ainda mais depois de perceber que eu estava fazendo sexo com o travesseiro. Isso fazia minha cabeça latejar de dor e a vergonha começou a tampar a minha cara lentamente, meus olhos pesavam e a vontade de sair para tomar o café da manhã só diminuía. Corri para o banheiro à procura da torneira e num impulso já havia lavado o meu rosto. Pronto, cara lavada e sem marca de baba da noite passada. Estava apresentável para descer e me deparar com todos os outros garotos do internato na cafeteria. Vesti uma blusa de linho branco e passei as mãos pelo cabelo a fim de ajeitá-lo, calcei os sapatos e parti para mais um dia de guerra naquele lugar. Felizmente, Soo havia descido antes por algum motivo que eu não me recordava. No mesmo instante lembrei-me da conversa que havíamos tido mais cedo, ele não estava acreditando quando eu lhe contei, que de fato, precisava de um empurrãozinho para tentar me aproximar cada vez mais de Jongdae e, finalmente, tê-lo para mim. Aquele sonho me provocou demais e comecei a desejar que fosse real, assim como todos os outros sonhos que já tive. Não queria parecer um maníaco, apenas queria estar perto dele e ajudá-lo no que precisasse, não era só o apetite sexual, mas também o meu amor que já estava a se tornar incondicional pelo moreno afiado.

— Bom dia, Suho! — Ouvi uma voz rouca e grossa, tanto que, de súbito, senti meus pelos do braço arrepiarem. O dono da voz me deu um leve tapinha no braço e passou seu braço pelo meu pescoço em seguida, abraçando-me de lado. Era Chanyeol, cada vez mais bonito e sua voz, como sempre, sedutora bem máscula. Como diria Kyungsoo, “locutor de rádio”. Não conseguia deixar de rir quando lembrava daquela comparação.

— Bom dia, Chanyeol! Pelo visto, acordou animado hoje. — O respondi notando o seu enorme sorriso, o que me fez sorrir também. Gostava disso nele, cativante como sempre.

— Ah sim, o final de semana está a bater na porta e mal posso esperar.

— Hm, vai fazer algo especial? Você sempre diz no grupo do kakao talk que está entediado e que está deprimido. — Retruquei fazendo-o dar uma risadinha. O que tinha de engraçado nisso? Eu estava falando a verdade, ora. Todo mundo está rindo como se eu estivesse vestido de palhaço.

— Sabe que o Baekhyun sempre dá as melhores festas nos finais de semana, né?

— Com certeza. É quase um desejo de consumo dos garotos irem à alguma festa dele.

—Então, ele me convidou e agora eu não vou ficar mais jogado em casa. Terei algo para fazer, e esse algo é ir à essa festa e dominar aquele fresquinho do Baek. — Agora foi a minha vez de dar uma risada. Estava feliz por Chanyeol e eu sempre tive a noção de que, ele com certeza tinha uma queda, uma queda não, um penhasco por Baekhyun. O anfitrião da festa era um dos meus grandes amigos no internato, sempre tão engraçado e metido a besta quanto Kyungsoo. Os dois se davam bem demais e eu, claro, era o “saco de pancadas” na amizade. Baek era desejado e amado por todos, dono de festas grandiosas e não tinha como copiá-lo, rico, exibido, porém amigável com quem quisesse e atrevido com quem odiasse. Até eu já quis ficar com ele, mas esqueci completamente do mundo quando o Chen apareceu neste bendito internato e confesso, as coisas ficaram mais interessantes. Chanyeol e eu seguimos caminho para a cafeteria e não demorou para encontrar Kyungsoo e Baekhyun numa mesa distante da entrada. Ali era o nosso cantinho e era para poucos. Acenei para os dois que me responderam com outro aceno, logo virei-me para o maior ao meu lado e fui direto.

— Quer se sentar na nossa mesa? Ainda não sei porque nunca se sentou conosco. Você é sempre tão legal. — Indaguei e percebi que o deixei sem jeito. O ruivo tentou responder algo umas trezentas vezes, mas sua voz falhava e por fim aceitou o convite. Consenti com um sorriso e fomos nos servir. Peguei os meus desejados waffles e mais algumas torradas, para saciar-me, enchi meu copo com suco de maçã. Perfeito! Enquanto esperava Chanyeol terminar de se servir, olhei ao redor da cafeteria e prendi o meu olhar ao ver Luhan e Chen se aproximando da mesa onde iríamos nos sentar. Notei que Baekhyun se aproximou dos dois e em seguida falou algo que não entendi de maneira alguma, mal começo o dia e já tenho uma mistura louca de sensações dentro de mim, até a curiosidade me invadir numa pancada só. Fiquei tão vidrado na situação, que não havia percebido o ruivo me cutucando.

— Aconteceu algo, Suho? Você se desligou por alguns minutos e não voltou mais. — Pisquei os olhos até voltar ao normal e dei uma risada forçada tentando contornar a situação constrangedora que acabava de passar, dei uma leve tossida e comecei a andar em direção à mesa onde estavam os outros. Chen e Luhan já haviam ido para suas respectivas mesas na cafeteria.

— Ora ora, se não é o garoto que acorda nu em cima de um travesseiro todas as noites. Pensei que continuaria lambendo aquilo o resto do dia, argh! Que nojo hein? — Bufei e impaciente, ergui uma de minhas mãos livres e estendi o dedo do meio em sinal de reprovação e tudo mais para Kyungsoo. — Calma, vamos terminar essa semana em paz, ok? — Falou em tom de ironia dando trégua para que a palhaçada acabasse. Chanyeol e Baekhyun deram risadas e ambos se cumprimentaram.

— Vamos direto ao assunto, pessoal. Bem, só falta saber se você vai à minha festa, Suho. Queria demais que fosse desta vez! — Implorou Baek em tom manhoso e irritante, mas não impliquei com isso, era só mais uma de suas manias. Fiz desdém do convite, aliás, não era a primeira vez que ele me chamara para ir à uma de suas festas, eu só não gostava de sair e ficar na farra com tanta gente em uma casa só. — Você não tem jeito! Quando irá sair daquele seu ninho? Sério Junmyeon, eu estou cansado de te convidar e você, como meu amigo, nunca foi. Quando vai surgir esse milagre de ir ao menos tomar uma bebida com a gente ao som de Artificial Love? Queria muito te ver rebolando até o chão com essa bundinha, que eu não vou mentir, sempre achei bonitinha.

— Eu estou totalmente de acordo com o Baek, Junma. Você já está crescidinho demais para ficar fazendo birra de criancinha! É só uma festa e não um puteiro!

— Na verdade, torna-se um depois da festa terminar. — Retrucou o próprio Baekhyun, com um sorriso malandro em seu rosto. De fato, a festa dava o que falar e chegavam a existir rankings como “quem havia pego mais garotos em uma única festa do Baek”. Admito que era engraçado à beça ver os garotos se esforçando, para ao menos beijar todo mundo ou transar com todo mundo. Eu troquei olhares com Chanyeol, assustado por ouvir uma conversa como aquela e murmurei “Fica tranquilo que ambos são retardados”, referindo-me a Kyungsoo e Baekhyun, que estavam discutindo sobre como seria a festa. Mas notei outra coisa no meio desta conversa toda. Baekhyun não estava tão elétrico assim, estava esfregando suas mãos uma na outra a cada instante, que fitava o olhar de Chanyeol, algo o estava incomodando de algum jeito. Imaginei muitas coisas ao ponto de cogitar que Baek gostava do ruivo, mas fiquei quieto. Os falantes não paravam e me senti incomodado com a curiosidade de saber o que Chen veio fazer na mesa, porém tentei esquecer para que Kyungsoo não brincasse com os meus “sentimentos” tão cedo assim. Enfim, decidi acabar com aquela enrolação toda.

— Ok, vocês me convenceram a pensar sobre isso. Juro, que se eu estiver a fim de ir, aparecerei amanhã lá. Sinto que estou muito preso aos problemas da vida e preciso me soltar um pouco.

— Suho?

— Eu? — Respondi com outra pergunta.

— Desde quando você está assim? Do nada você ficou mais... determinado. — Disse o baixinho. Soo como se estivesse sendo surpreendido, fez uma cara de quem estava para ter um infarto. Mais uma vez Chanyeol estava rindo e o outro, Baek, estava se encolhendo na cadeira, tímido em termos. A situação era boa para rir de qualquer coisa, estávamos numa união rara de se ver e pela primeira vez no dia, dei uma gargalhado alta de felicidade. No fim da refeição, nos despedimos e colocamos nossas bandejas em cima da mesinha de reserva da cafeteria. Cada um foi para um lado do internato resolver a vida: Kyungsoo e Chanyeol foram de vez arrumar suas bolsas para voltar às suas casas mais tarde, Baekhyun correu para procurar os outros garotos e convidá-los para a festa de amanhã e eu? Fui andar por aí, espairecer, mas bem longe do trampolim.

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Decidi correr para a biblioteca onde o movimento é quase inexistente e me escondi por lá, apenas para andar... fiquei lembrando do sonho da última noite e não consegui me manter de pé por muito tempo. Andei até o fundo da biblioteca e sentei-me em uma cadeira mais escondida. Os gemidos de Jongdae me perturbaram novamente e foi o suficiente para sentir o meu membro latejar.

“Esse garoto só está de brincadeira comigo. Não posso nem imaginar sua voz ao sussurrar que já fico duro. Merda! ”

Comecei a respirar cada vez mais profundo tentando me controlar. Aquele sonho foi o ápice da minha loucura por Kim Jongdae, nem queria imaginar o que aquele garoto seria capaz de fazer pessoalmente com o meu corpo, com a minha mente. No momento em que me levantei da cadeira e dei um último suspiro, ouvi a voz do próprio pelos corredores de livros.

— Pode deixar! Amanhã encontro vocês lá hein? — Ele deu uma risadinha após terminar de responder alguns garotos que o responderam com um “valeu” e seguiram caminho. E lá estava eu de frente para Jongdae, que virou e se espantou ao me ver.

— Ei! Você me acha tão feio assim para se assustar desse jeito? — Resmunguei com um biquinho. O moreno deu o sorriso mais lindo do mundo, que me fez esquecer de qualquer insulto que fosse.

— Seria o destino, ou o acaso fazendo com que nós nos encontremos toda hora? — Disse ele vindo em minha direção e me dando um abraço apertado e carinhoso. Pensei que iria derreter ali mesmo. Que homem! — Seja o que for, você já deve saber que gosto muito de cada encontro nosso. — Ao ouvir aquilo, eu jurava que queria beijá-lo ali mesmo. Estava quase criando forças para isso no momento em que ele se soltou do abraço e fez uma pergunta, pelo qual eu ainda não estava tão pronto para responder. — Então, senhor Junmyeon, irá à festa de amanhã?

— Ahn...

— Não me diga que não está com vontade ir! — Ele disse de um jeito tão manhoso, que pensei ter vertigens, mas era tudo real mesmo.

— Eu vou pensar ainda. Não sei se estarei muito disposto para ficar na festa, sabe? — Falei sem jeito.

— Ah tudo bem. Caso vá, não deixe de me procurar por lá, ok? É sempre tão bom conversar com você. Agora tenho que ir, senão eu nunca terminarei de arrumar a mala para ir embora. — Respondeu ele com um tom triste, mas me deu um pequeno beijo na bochecha e sussurrou de leve ao pé do meu ouvido. — Espero você lá, Suho. — Depois disso, ele me deu um sorriso frustrado por ter que ir embora e desapareceu, correndo em direção à saída da biblioteca. Eu nunca fiquei tão feliz por visitar uma biblioteca e pensei em fazer isso mais vezes a partir desse dia. Aquele sussurro final havia me deixado tão desconcertado, que cheguei a cogitar que nunca sairia dali sem dar algum ataque ou ficar vermelho. Minha aparência de garotão estava ficando mais madura, contudo, Jongdae me deixava parecendo uma garotinha que deixou o seu pirulito cair no chão – que comparação, não?

Saí dali e fui direto ao meu dormitório determinado a arrumar as minhas coisas com um sorriso definindo os meus lábios, por sorte, Kyungsoo não estava lá e finalmente tive um pouco de paz para fazer a mala com a felicidade do momento. Sem pressa, coloquei algumas peças de roupas que estavam na gaveta e corri para o banho. Estava decidido que iria para essa festa nem que a eu estivesse com sono ou seja o que fosse.

— Suho? Que roupas são essas na sua cama? — Era Kyungsoo gritando na porta do banheiro. Dei uma risadinha e sem ao menos importar se estava pelado ou não, abri o box do banheiro e respondi aos berros assim como o baixinho na minha frente.

— Não sabia, Soo? Nós vamos arrasar alguns corações naquela festa amanhã. Jongdae que me espere.