História My Mistake - Love (paralisada) - O amor dói?

Eu estava perplexo por ele estar ali, quebrando todas as regras, pior ainda se colocando em risco. Tudo bem que ele não estava ali por mim, talvez ele nem tenha me visto, mas mesmo assim era muita coragem.

Como alguém podia ser tão corajosamente burra, ou devo dizer idiota? Não sei, mas eu estava me concentrando em, como ele, fingir que não tinha ninguém ali. Eu ainda não estava bem o suficiente para apanha mais, e se eu tivesse que ficar mais pouco sem andar isso iria atrasar meus plano.

Surpreendentemente ninguém falou nada. Acho que nós estavamos tão imparciais que ele nem sequer notaram que estavamos "juntos". Devo confessar que mesmo sem olha-lo era bom sentir a presença dele. Fiquei isolado das pessoas por tanto tempo que sentir alguém num mínimo de distância perto de mim me fazia sentir vivo.

Enquanto eu pensava nisso vi que ele se levantou, eu discretamente o acompanhei com os olhos. Terminei de comer e fiquei esperando as enfermeiras virem me buscar para tratarem dos ferimentos em minhas pernas.

Duas semanas depois

Minhas pernas já estavam bem melhores eu ja conseguia andar sem ajuda de ninguém isso já era ótimo. Não aguentava ser obrigado a ter que esperar pelas pessoas daquele lugar.

Durante a semana que fiquei na cadeira de rodas aquele menino se sentava no mesmo lugar perto de uma das janelas. Eu vinha o observando de longe, ele me parecia fascinante, o jeito como ele age nesse lugar.

Mas infelizmente hoje iria fazer uma semana que eu não o via. Eu temo que o pior tenha acontecido. Ele era tão magro e com uma aparência sensível que meu coração apertou ao pensar na possibilidade de algo ruim ter acontecido com ele.

Fui a fila pegar a gororoba como de costume. Eu observava discretamente o local em busca dele, mas ainda não o avistava. Sentei me no local de costume pouco mais a frente do dele. Era ruim ver aquele lugar vazio mais uma vez.

Após o almoço fui levado para o culto daquele dia. Depois de quase 3 horas daquele festival de ódio e maldade. Finalmente acabou então eu pude me dirigir a minha cela. Enquanto andava pelos corredores, com um funcionário me acompanhando claro sozinho jamais, eu pude ver pelos buracos das paredes, que eram para ser janelas, algo acontecendo no pátio.

Eu olhei, e avistei o menino magro, com os ossos saltados na pele, preso a um poste, sua cabeça estava caída e dava para ver pouco do seu rosto a final era uma distância grande, aparentava estar lá a dias e seu corpo estava muito machucado aparentemente. Mas apesar de sua condição eu pude reconhecer a pessoa a qual venho observando a dias.

No meu interior surgiu um mix de sentimentos e então eu parei por um momento no corredor. Olhei fixamente para o além, eu estava eu choque eu queria chorar, queria salvá-lo, queria salvar nos.

Meus pensamentos foram interrompidos por uma paulada bem nas costas me fazendo gritar e cair no chão, em seguida fui atingido por chutes cheios de ódio e raiva.

-EU SÓ NÃO TE MATO AQUI POR QUE NÃO POSSO. ANDA SEU MERDA LEVANTA.

Eu me levantei com dificuldade e continuei caminhando até a cela, mais uma vez fui empurrado para dentro do pequeno quadrado de paredes cinzas sujas e uma cama de concreto que possuía um colchonete fino, uma coberta não muito quente, e um travesseiro tbm fino. Tudo de uma altíssima péssima qualidade.

Ao ser empurrado meu rosto bateu com muito impacto na cama feita de concreto abrindo assim um corte no meu rosto fazendo sangue escorrer. E assim eu terminei o meu dia.

Com a imagem de um ser inocente posto para alimento de aves enquanto sangrava no chão frio do pequeno quadrado cinza sem janelas.