Eu ainda me lembro daquele dia como se fosse hoje...
Mesmo sendo um dia aparentemente “feliz” e de comemoração, eu não me sentia assim. Era meu aniversário de quinze anos. Não tinha muitas pessoas, apenas aqueles que eram mais próximos.
Naquele dia – assim como todos os outros – eu estava presente, mas era apenas meu corpo. Minha mente vagava em mundo completamente distante daquele que julgava ser a realidade.
Eu queria apenas poder está sentado na grama, em frente a um pequeno lago com algumas frutas para comer, enquanto fazia coroa com as flores caídas no chão.
Eu queria apenas isso, apenas está na companhia dele...
☆
As luzes estavam apagadas e Mariah já se preparava para acender as velas do bolo. A sala não estava cheia, apenas alguns colegas, vizinho, o namorado do Liam e noivo de Mariah se faziam presente naquela celebração.
Mesmo no escuro eu podia ver o sorriso no rosto de todos que estavam presente, de certa formo, isso preenchia um pouco o vazio do meu coração e me permiti sorrir também...
Após acender as velas – uma para mim e outra para Liam – e cantar os parabéns, as luzes foram novamente acesas.
- Apaguem as velas – lembrou Mariah – e não se esqueçam de fazer o pedido.
Pensei no quão bobo aquilo era, mas não recusei. E assim fiz, fechei meus olhos, me aproximei do pequeno bolo e assoprei a vela. Fazendo assim o meu pedido.
Permiti-me ficar de olhos fechados por alguns segundos ou até mesmo minutos, enquanto minha mente vagava e me levava até Reiji. Em um mundo completamente paralelo e distante de qualquer realidade.
Nesse mundo eu podia vê-lo, toca-lo, sentir seus toques e carinhos que ele sempre me fazia quando eu era menor. E pensar nele me enchia de tristeza, não porque era algo ruim, mas por ser algo bom, algo que eu não tinha e não sabia se um dia poderia chegar a ter de volta.
Eu tinha o amor de Mariah, o amor de Liam e até mesmo das outras pessoas que agora faziam parte do meu ciclo social. Mas nenhum deles conseguia preencher o espaço que pertencia somente a Reiji.
Ele foi a primeira pessoa que me deu carinho e cuidou de mim, ele foi a primeira pessoa que levou para passear – mesmo que ainda estivéssemos presos naquele laboratório – ele foi a primeira pessoa que me deu amor e a primeira a conseguir o meu também.
- Yuki, Yuki? Yuki. – ouvi Mariah me chamar e só assim me lembrei que ainda estava de olhos fechados, preso no meu mundo.
Por um momento – antes de finalmente abrir os olhos – pensei que surpresa seria eu abrir os olhos e encontrar Reiji a minha frente, me encarando com aquele sorriso lindo que só ele tinha.
Pensar nisso me fez sorrir.
E então eu abri meus olhos.
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