1. Spirit Fanfics >
  2. My New Hope >
  3. Quantas Pessoas Já Matou?

História My New Hope - Quantas Pessoas Já Matou?


Escrita por: walkerzei

Capítulo 2 - Quantas Pessoas Já Matou?


Encaro a pequena fogueira e o grande grupo em volta de mim, essas pessoas me davam arrepios. A mão de Glenn surge na minha frente me estendendo um enlatado já aberto, o pego e enfio goela abaixo um pouco dos legumes. Ele me olha surpreso.

        ⁃       Quanto tempo você não come?

        ⁃       Uma semana. Eu acho. - respondo.

Ele parecia preocupado. Ou talvez em dúvida do que fazer.

        ⁃       Tinha outro grupo?

        ⁃       Não, estava sozinha. - respondo enquanto mastigava os vegetais, aquela era com certeza minha melhor refeição em semanas.

        ⁃       Ficou todo esse tempo sozinha? - perguntou Rick se metendo no assunto.

        ⁃       Não, encontrei pessoas no caminho. Logan, Claire e Mike. Todos mais velhos, Logan e Claire morreram.

        ⁃       E Mike? - pergunta Glenn.

        ⁃       Ele me deixou. - respondo seca, aquele filho da puta.

Meu irmão assente e todos ficamos em silêncio, até Maggie fazer uma pergunta.

        ⁃       Como saiu de Atlanta?

Meu coração se aperta e me lembro do que senti quando vi minha mãe como um deles. No total desespero que me encontrei quando não consegui achar ele e Kenna. Do quão horrível foi passar dias chorando quando meu pai saiu e não voltou. De todos os dias que passei sozinha, sem forças pra lutar e forte demais para desistir. Ele não precisava saber disso.

        ⁃       Não me faça falar disso, por favor. - peço.

Ele assente e sorri fraco, sorrio de volta tentando lhe passar segurança. Vê-lo novamente estava sendo bem mais estranho do que imaginei.

        ⁃       Por que não desistiu? - pergunta Carol.

        ⁃       Os Rhee não desistem. - respondo e Glenn sorri.

        ⁃       Nunca. - concorda ele.

[...]

Glenn estava sentado ao lado de Maggie, que segundo ele era sua esposa. Isso era estranho pra mim, meu irmão nunca foi o tipo de pessoa que tinha namoradas, pra falar a verdade acho que ele nunca teve uma. E eu infelizmente ainda não conseguia enxergar ele como um homem, pra mim ele ainda é o garoto que entregava pizzas e me levava pra escola. O bunda mole oito anos mais velho que tinha medo de altura.

Um garoto de chapéu de xerife se senta ao meu lado. O que foi estranho pra mim, não sou o tipo de pessoa com uma cara amigável, pelo menos eu acho.

        ⁃       Oi. - diz ele se virando pra mim.

        ⁃       Oi. - cumprimento e ele abre um sorriso.

        ⁃       Ainda não tem amigos? - pergunta ele.

        ⁃       Quer ser meu amigo?

Ele olha para os lados um pouco em dúvida.

        ⁃       É, eu acho que sim.

        ⁃       Então eu tenho amigos, não se preocupe. - respondo sorrindo.

Ficamos os dois em silêncio, encarando a palma de nossas mãos. Meus olhos se voltam pra ele. Ele era muito bonito, tinha que admitir. E seus olhos azuis cintilavam esperança, o que era sempre bom de ver.

        ⁃       O que sentiu quando matou pela primeira vez?

Ele se vira para mim, estranhando a pergunta. Mas ele simplesmente suspira e responde:

        ⁃       Nada. Eu senti depois.

A resposta me surpreende um pouco, eu senti algo tão forte quando a bala saiu em disparada que não posso nem descrever.

        ⁃       E você?

        ⁃       Me senti um lixo, como se tudo o que acreditava caísse pelo ralo. - respondo e me surpreendo por ter sido tão sincera.

        ⁃       Eu odeio essas coisas. - diz ele.

        ⁃       Não odeie, elas não tem culpa. Eram somente pessoas, que sorriam pelo que passou, e planejavam o futuro.

        ⁃       É difícil não odiá-los, ele impregnam nosso mundo. O mundo deles.

Eu discordava disso, o mundo não era deles.

        ⁃       O mundo é nosso, somos as únicas criaturas com vida e com inteligência. E enquanto ainda existir um humano vivo nesse mundo, ele não deixará de ser nosso. - explico encarando a fogueira.

        ⁃       Temos vida, inteligência mas somos ruins. - diz Carl e eu suspiro.

        ⁃       Existe um velho provérbio que diz: "a árvore quando está sendo cortada observa com tristeza que o cabo de machado é feito de madeira". O mundo é a árvore, nós somos o machado. O mundo nos fez assim.

        ⁃       Me convenceu. - fala ele sorrindo, abro um sorriso também.

        ⁃       Eu tenho esse dom.

[...]

Era estranho o modo como me sinto estando acordada há tanto tempo, eu particularmente dormi muito mal mesmo cercada de gente que meu irmão confiava. Mas não me senti a vontade pra ser quem eu era - mesmo tendo feito um amigo- e agora com meu irmão sumido eu parecia um ganso no meio dos patinhos.

 Bufo. Já se passaram 20 minutos. Faziam 20 minutos que Glenn sumiu com aqueles estranhos na floresta, não que sejam estranhos pra ele mas pra mim ainda são. Pelo menos não parecem ser o da pior espécie de humano. Me levanto e um cabeludo que se chamava Derek ou algo do tipo me chamou.

        ⁃       Vai aonde?

        ⁃       Preciso fazer xixi, espertalhão. - minto.

Ele pragueja algo e continuo andando. Aonde eles devem estar?

        ⁃       Podemos confiar nela? - ouço alguém dizer.

        ⁃       Ela é minha irmã.

Coloco meu rosto entre as árvores vendo Rick, Michonne, Carol e Glenn.

        ⁃       Isso não faz dela uma pessoa boa. - diz Carol.

        ⁃       Eu conheço ela. - interrompe Glenn.

Percebo que falavam de mim, e isso me incomoda de um jeito estranho. Talvez eu fosse malvada demais.

        ⁃       Você conhecia ela, conhecia o que ela era a anos atrás. - diz Michonne e Glenn pragueja.

        ⁃       Não podemos arriscar, já arriscamos muito.

        ⁃       Ela é minha irmã mais nova. Não vou simplesmente deixa-la sozinha nesse mundo, se mandarem ela embora estão me mandando também. - insiste Glenn.

        ⁃       Vamos dar uma chance.

        ⁃       É, eu não iria simplesmente a mandar embora. Ela ainda é uma criança. - fala Rick.

        ⁃       Uma criança que pode ter amigos.

        ⁃       Ela não iria machucar o próprio irmão, eu não acredito nisso

        ⁃       As pessoas desse mundo já fizeram coisas piores

        ⁃       Ela não é assim, ela passou por coisas como todos nós mas ela não é assim! - fala Glenn, um pouco alto demais.

Rick lança um olhar pra ele o repreendendo.

        ⁃       Vamos ficar de olho nela, ver como ela age. Ela fica. Essa é a decisão e é final. - decreta Rick.

Me viro e volto de volta para o resto do grupo. Me sento ao lado do grandalhão ruivo e engraçado e de Tara, uma das poucas que consegui gravar o nome. Rick e o resto chegam em passos rápidos e firmes, dignos de sobreviventes.

        ⁃       Eu, Daryl e Nina vamos buscar água. - me surpreendo quando ouço meu nome. - quando voltarmos, vamos continuar.

Todos assentem e voltam a fazer o que faziam. Rick olha para mim com se me mandasse ir até ele. Viro meu rosto para Glenn que assente, mandando eu ir. Me levanto e vou até Rick, em passos cambaleantes. Começamos a andar.

Andávamos lado a lado, e o único barulho que ouvia era o de nossas botas amassando as folhas secas e o tilintar das garrafas que eles carregavam. Os dois me davam calafrios, não de medo mais de tamanha frieza que vazava dos olhos deles. Rick só a perdia quando estava com os filhos, já Daryl não a perdia nunca. Pelo menos eu nunca vi. Eles eram durões. Esse silêncio todo me incomodava, não havia motivos pra ele me matar, havia?

        ⁃       Eu não fiz as perguntas ontem. - diz Rick.

        ⁃       Que perguntas?

        ⁃       Quantos zumbis já matou? - pergunta ele, sem me responder.

Reflito por alguns segundos decidindo se iria responder, decido que sim. Eu não tinha nada a perder.

        ⁃       Muitos para contar. - respondo, sincera.

        ⁃       Quantas pessoas já matou?

Sinto um nó se formar em minha garganta, e ouvi novamente os gritos de quando os matava.

        ⁃       Sete.

        ⁃       Por quê?

        ⁃       Três pediram, e os outros tentaram... coisas. 

Ele me olhou, parecia impressionado. Mas não falou nada, só continuou a andar. Ouço folhas secas se partirem mas não vinham de nós, me viro para a direita. Zumbis vinham em nossa direção com aqueles horríveis passos cambaleantes, pareciam ser uns seis.

        ⁃       Zumbis! - exclamo.

Tiro minha faca da cintura e cravo na cabeça pútrida do primeiro que se aproxima. Vejo de relance repetirem meus movimentos. Cravo minha faca na cabeça de mais um,  que cai sem movimento aos meus pés. Rick e Daryl já tinham se livrado dos outros, respiramos profundamente. Vejo dois zumbis indo na direção de Rick e tiro minha arma do coldre.

        ⁃       Droga. - diz ele se encostando em uma das árvores.

Ele mantinha os dois zumbis afastados o bastante para que não o mordesse. Mas ambos continuavam a manter a mandíbula em movimentos de mordidas. A faca de Rick cai de sua mão. Miro nos zumbis e atiro nos dois.

        ⁃       POR QUE FEZ ISSO? - gritou Daryl.

        ⁃       IAM MATAR ELE. - respondo no mesmo tom.

        ⁃       Eu podia acabar com eles, em silêncio.

        ⁃       Até você fazer isso Rick iria estar morto, e você seria um péssimo líder. - provoco.

Daryl me lança um olhar de ódio, e parecia se controlar pra não me acertar aquela flecha.

        ⁃       Parem com isso! - interrompe Rick.

        ⁃       Ele que é um mal agradecido, eu salvei o amigo dele.

        ⁃       Okay, obrigado. - diz ele rapidamente. - agora vamos continuar, antes que mais zumbis venham.


Notas Finais


AAAAEEEEOOOO COMO É Q VAI GENTEEE?
Antes que me matem a Nina fez curso pra ser antipática desse jeito sim kjksjkksj
Queria muito que vocês comentassem pra eu ficar feliz sz
Vou tentar mandar mais um capitulo essa semana
Bjsssssss <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...