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História My New Hope - Beth


Escrita por: walkerzei

Notas do Autor


VOLTEIII
NINA E CARL NO CAPÍTULO DE HOJE HEIN
BOA LEITURA SZ

Capítulo 7 - Beth


- Já estamos perto? - pergunto novamente. 

- A igreja é logo ali, beirando a esquina.

Concordo e volto ao meu lugar, em poucos segundos o caminhão para. Me levanto e a primeira coisa que vejo são zumbis beirando minha janela. Ajeito minha roupa e desço do caminhão e a pessoa que vejo é ele, com seu cabelo rebelde e seu chapéu de xerife. Ele sorri e vem até a mim.

- Parece que alguém voltou. - diz ele. 

- Eu sempre volto. 

O puxo para mim e o abraço, ele me aperta forte contra ele. Seu cheiro invade meu nariz e me surpreendo no quão bom era o cheiro dele. Devia estar ficando louca. Nos desvencilhamos 

- Estão de volta, o que houve? - pergunta Michonne.

- O Eugene mentiu. - responde Glenn. - Onde está o resto do grupo?

Michonne o ignora e se vira pra Maggie.

- Beth, ela está viva. Está em um hospital em Atlanta, foram pega-lá. 

Um sorriso imenso brota no rosto de Maggie, lágrimas caem de seus olhos e Glenn a abraça. 

- Vamos logo pegar a Beth! - diz Tara animada. 

Tudo bem, vamos pegar a Beth. Seja ela quem for.

[...]

Entrei novamente naquele caminhão de bombeiros que já estava praticamente uma casa pra mim, já que passei mais tempo ali do que em qualquer outro lugar. Me sentei novamente na parte de trás, logo ao lado de Carl. Todos rapidamente se sentaram e em poucos segundos o caminhão estava se movimentando. 

Eu estava tentando processar tudo o que passei nesses dois dias, tudo o que estava acontecendo e o tamanho nervosismo que estava sentindo. Me viro para o lado vendo o motivo de estar tão nervosa, Carl. Ele estava com a cabeça encostada no vidro e seu chapéu tampava um pouco a mais de sua testa, seus olhos azuis completamente fechados, e seus lábios pressionados formando uma linha reta, mas mantinha sua pose serena e incrivelmente linda.

- Estou muito sujo? - perguntou ainda de olhos fechados. - Quer dizer, mais que o normal.

Um frio invade minha barriga e me ajeito no banco, olhando para a frente. 

- Não. - sussurro. 
 
O sinto se mexer ao meu lado mais não me atrevo a o observar. Tento me focar nas pessoas que via - ou pelo menos as costas delas, já que estavam completamente viradas para frente - isso iria ajudar a me manter controlada, espero. 

- Você tá com medo de mim? - sussurra, me fazendo lembrar do nosso momento ridículo na igreja. Afasto esses pensamentos.

- Fala sério Carl! - respondo no mesmo tom. - Você não mete medo nem na sua irmã. 

Ele dá uma risada baixa. 

- Você tá com medo do que sente por mim. - afirma. 

Ele só podia estar ficando louco. 

- E você tá se achando demais. - digo um pouco alto. 

- Tudo bem, pode mentir pra você mesma.

Era extremamente estranho o quanto um garoto podia ser tímido e ao mesmo tempo tão convencido, e o modo como as duas características me irritavam imensamente. Já se tem muitos problemas pra lidar nesse novo mundo, e ele está se tornando um dos meus. Já não bastava o caipira do Dixon, ainda tinha que lidar com outro cabeludo metido. Suspiro, isso só aumentava minha intolerância. 

- Quem é Beth? - pergunto num tom baixo, querendo mudar o assunto. 

- A irmã da Maggie, pegaram ela logo após a prisão. Ela estava com o Daryl. 

- Tem certeza que ela não fugiu? Eu teria fugido estando acompanhada do Dixon. - brinquei. 

Ele sorriu. 

- Não, ela não fugiu. - responde. 

O observo voltar para a mesma posição que estava antes, mas agora com os lábios relaxados. Me encosto na minha janela e fico observando a floresta borrada que passava sobre ela. 

Vai ser ótimo Maggie reencontrar sua irmã, assim como foi pra mim. Eu gostava da solidão, a solidão me fez melhor, me fez mais forte. Mas nada se comparava a ter meu irmão comigo, mesmo que às vezes ele seja um chato. E ela vai se sentir imensamente bem quando abraçar sua irmã, seu coração vai esquentar e se preencher novamente, se preencher de esperança assim como o meu. 

[...]

- Não vão? - perguntou Glenn pela porta do caminhão. 

Negamos. Eu não via necessidade de ir, já os outros eu não sei. Talvez Gabriel e Eugene estivessem com medo, e Carl e Michonne de saco cheio de tanto andar. E Judith com certeza não saberia correr se o bicho pegasse. Ele esboça um sorriso e se vira, fechando a porta do caminhão em seguida. 
Lá vai o herói da pátria. - penso. 

Me viro para Carl, o vendo com a mesma pose serena de sempre. Me irritava o modo como ele era quieto e calmo, eu nunca conseguiria isso. 

- E depois o que vamos fazer? Vamos pra Washington? - pergunto. 

- Acho que sim. - responde Carl. 

- E vamos como? A gasolina do caminhão não é eterna...

- Rick vai dar um jeito, Nina. - diz Michonne tentando me acalmar. 

- Okay. - concordo suspirando. 

Michonne, Gabriel e Eugene se voltam para a frente, e vejo Carl se arrastar pro meu lado no banco. 

- O xerife paraguaio veio encher o saco? - provoco e ele faz uma careta.

- O xerife o quê? 

- Paraguaio, porque autêntico você não é. 

Ele esboça um sorriso. 

- Só vim ver como você tá. - diz ele.
 
- Passei o dia todo viva, meu irmão também. Então estou ótima.p

Sinto sua mão em meu queixo me fazendo levantar a cabeça até que olhasse em seus olhos. 

- Não faz isso. - sussurro tirando sua mão de meu rosto. 

- Por que? - perguntou com um sorriso desafiador.

- Porque eu não quero sentir isso. 

- O que? Se importar com uma pessoa que não seja só o seu irmão? 

- Talvez. 

Ele sorriu, o mesmo sorriso babaca que ele insistia em dar. Seu rosto se aproxima do meu e eu viro minha cara. 

- Não vai conseguir. - sussurra e um arrepio percorre minha espinha.

Me viro pra ele, vendo somente ele se afastar para a outra janela. Ótimo! Está longe demais pra que faça uma burrada. Bufo e encosto minha cabeça no vidro vendo Maggie caída no chão e Daryl com uma garota em seus braços. 

- Michonne. - chamo ainda encarando a cena. - Eu acho que não deu tudo certo.

Sinto ela se aproximar de mim e olhar a janela, sua expressão se desfaz. 

- Ah não. - fala e se vira para Carl entregando Judy à ele. 

Ela abre a porta do caminhão. 

- Vamos. - diz ela pra mim e me levanto a seguindo até lá fora. 

Maggie chorava desesperadamente enquanto todos observavam com pena. Glenn estava parado perto dela mas não a encostava, ele nunca sabia o que fazer nessas horas. Sigo até ele que parecia perdido. 

- O que houve? - pergunto. 

Ele se vira pra mim e parecia que estava prestes a chorar. 

- Beth está morta. 

Isso de algum jeito me atingiu. Ela perdeu a última pessoa que tinha. Dou meia volta voltando para o caminhão, não quero ver mais um enterro. 

[...]

Passamos a noite na estrada, quase ninguém dormiu. Todos estavam exaustos mas o nosso interior não nos deixava pregar os olhos. Rick conversou com Noah, que disse ter um lugar e que Beth queria o levar pra lá, pra rever sua família. Rick começou a viagem no dia seguinte e foram três dias dentro de um carro, parando somente pra dormir e comer. Eu tinha uma mania de ser sempre pessimista e me sentia assim agora, não achava que ia ter algo lá.

- Amanhã vamos até lá com Noah, vou levar só alguns comigo. - começou Rick. - Não sabemos o que tem lá e não quero me arriscar. Vou deixar um walkie-talkie para darmos notícias.

Todos concordamos. 

- Você acha que vai ter algo lá? - pergunto à Glenn.

- Eu acho que não.

- E por que não disse isso ao Rick? 

- Ele quer fazer isso pela Beth, e eu também. 

Assinto me encostando em minha mochila. Glenn se levanta indo para o lado de Maggie. Maggie ainda estava mal, não sabia como ela ainda estava de pé, nem como conseguia continuar lutando. Eu não conseguiria, pelo menos eu acho. 

Me viro para o lado vendo Carl com Judith em seu colo. Vou pra perto deles.

- O que faremos amanhã? 

- Eu não sei, mas provavelmente vamos ficar pra trás, então... Nada. 

- Que sem graça. - brinco. 

- Talvez iremos procurar água, a que temos está acabando. 

- Pelo menos é alguma coisa. 

- Nina. - me chama Carol. - Comida. 

Ela me tampa um enlatado de legumes. O abro e começo a comer os vegetais borrachudos, ofereço a Carl que pega um bocado e o come em silêncio. Alguns esquentavam sua lata na fogueira, eu não. Legumes quentes devem ser horríveis!

Depois de comer me deito no chão com a cabeça em minha mochila, alguns já estavam deitados, outros ainda não. Mas todos pareciam estar longe, principalmente Maggie, ela parecia que ia desmoronar a qualquer minuto. 

Olho para Carl. Seus olhos azuis deixavam de ser azuis à noite, o deixando com um ar sombrio. Me divertia com a chama da fogueira passando em frente de seus olhos e os deixando azuis novamente. 

Fecho meus olhos tentando dormir, era algo difícil de se fazer atualmente. Dormir e estar sempre alerta era algo estranho pra mim, só conseguia dormir sabendo que estaria segura e mesmo cercada de pessoas eu não me sentia assim. Sabia que ninguém estava à salvo. 

[...]

- Eu, Glenn, Tyreese, Michonne e Noah vamos até lá. Só a gente. - diz Rick olhando pra mim e reviro os olhos. - Vamos deixar o walkie-talkie com a Carol, daremos notícias de vinte em vinte minutos, só pra testar o alcance. Se passar de trinta minutos e não dermos notícias podem vir atrás de nós. 

Assentimos.

- São quantos quilômetros? - pergunto.

- Cinquenta. Em menos de uma hora chegaremos lá.

- Tá bom.

Vejo Glenn se despedir de Maggie e vir até mim.

- Volte. - eu digo.

- Vou voltar. - responde beijando minha testa.

Todos se despedem, se arrumam e em poucos segundos somem na estrada, nos deixando a beira da floresta com uma van. 

- O que vamos fazer? - pergunto a Carol. 

- Vocês podem procurar água, eu tenho que ficar aqui. 

- Eu vou com ela. - diz Daryl. 

Bufo. 

- Eu vou também. - disse Carl. 

Abraham, Rosita e Tara se levantam.

- Vamos pro outro lado. - diz Abraham.

Assinto e vejo o outro grupo desaparecer. 
Começamos nossa caminhada.

- Você acha que vai ter algo lá? - pergunto à Carl.

- Eu espero que sim.

- Noah parece ser legal. Vou tentar conversar com ele.

- Se ele te aguentar, você fala demais. - diz ele, sorrindo. 

- Obrigada pela sinceridade. - ironizei. 

Olhei para Daryl que caminhava uns cinco metros a frente, em silêncio. Ele ficou muito triste após a morte da Beth, apesar de não chorar pelos cantos dava pra ver em seus olhos sua tristeza. Pelo menos ele não é tão carrancudo como diz ser. 

- Ele já ficou assim antes? - sussurro. 

- Só na morte de Merle.

- E Merle é...?

- O irmão dele.

Assinto.

- Mas ele tinha algo com ela?

- Não, pelo menos não que eu saiba. 

Ficamos todos em silêncio, ouvindo somente nossos pés quebrando as folhas secas. Meus olhos quase sempre se encontravam com os de Carl, e eu me desconcentrava. Esquecia completamente quem eu era, só acordava quando tropeçava. Carl dava um sorrisinho cada vez que isso acontecia, e eu encarava o chão com raiva de ser tão idiota. Daryl as vezes praguejava algo quando olhava pra nós e eu o ignorava como sempre fiz, tinha que me concentrar na água. Precisávamos de água.


Notas Finais


PROXIMO EPISODIO VAI TER ALGO Q VCS ESTÃO ESPERANDO MUITO
OQ SERÁ?
QUEM COMENTAR GANHA CHOCOLATE
BJS SZ


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