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História My New Hope - Quebrada


Escrita por: walkerzei

Notas do Autor


VOLTEEEEEI
ESPERO QUE GOSTEM SZ

Capítulo 9 - Quebrada


- Vamos passar a noite aqui, podem se espalhar mas não fiquem muito separados. - começa Rick. - Todos atentos.

Assentimos. Me afasto de todos e me sento encostada em uma árvore, eu precisava pensar. Respiro profundamente, eu me sentia cada dia mais confusa. Nunca soube o que sentia depois do que aconteceu com o mundo. Não sabia se o que sentia era atração ou algo mais, talvez por ele ser o menino mais bonito que encontrei desde que essa merda aconteceu. Talvez sejam os hormônios. Era algo diferente, diferente do que sentia por meus pais e do que sentia por meus irmãos. Eu não queria me apegar a ninguém, se apegar a alguém significa chorar por mais uma perda. Ouço passos se aproximando e tiro minha arma. Bufo quando percebo que era a última pessoa que queria ver.

Ele se aproxima e com a maior cara de pau do mundo coloco meu pé na frente. Carl tropeça e cai. Dou uma risada enquanto ele me encarava. 

- Que foi? - perguntei. 

- Já passou dos limites. - saiu bufando. 

Ele acha que é tão fácil assim? Segui ele que estava agachado no chão e pegava algo que acho ser nozes. Me sento ao lado dele.

- Agora resolveu tomar alguma atitude? Que legal já tava na hora. - revido. 

- Não vou discutir com você. - ele diz um pouco baixo demais.

Carl se levantou e passou por mim. 

- Claro que não, não tem peito pra isso. - digo o fazendo se virar.

- Não. O problema é que não vou ser mais o seu brinquedo.

- Você nunca foi meu brinquedo. - falo me levantando e tentando ficar cara à cara com ele. 

- Claro que fui, você é assim. Gosta de pisar nas pessoas, se sentir maior que elas.

- Claro que não. - coloco minhas mãos na frente do corpo.

- Não sei como fui gostar de você. - bufou. 

- Também não sei, as pessoas costumam cometer esse erro. 

- Ainda bem que erros podem ser apagados. Eu quero uma garota que torne esse mundo mais fácil de se viver, que me dê felicidade e não raiva. Uma garota que não viva me azucrinando e me levando a loucura. E essa garota não é você. 

Foi como um tiro. Ele se virou e saiu me deixando lá, parada e com uma cara de idiota. Me sento no chão, e coloco minha cabeça apoiada nos joelhos. Como é possível essas palavras me deixarem com vontade de chorar, com vontade de sumir? Como pode ele me provocar num dia, me beijar, e no outro dizer que não sou garota pra ele? Será que ele era bipolar? Ele me detestava agora, e isso seria melhor pra ele. Mas eu causo problemas, eu sou o problema

[...]

Passamos o dia todo andando novamente, só faltavam 60 quilômetros e precisávamos continuar. Eu não falei com ninguém desde ontem, e Glenn parecia preocupado. Tanto comigo quanto com Maggie. Mas eu não sabia o que falar pra ele, não queria dar mais motivo para se preocupar. Ele já estava confuso demais com essa história minha e de Carl. 

O sol se acumulava acima de mim, fazendo minha pele arder. As roupas colavam em minhas pernas, que ameaçavam se desmontar a qualquer momento, minha pele era como areia seca, e parecia estar pronta pra se esfarelar. Tomo o último gole de minha água e respiro fundo, eu estava tonta. O barulho dos zumbis a nos seguir não ajudava.

- Falta muito para pararmos? - pergunto a Glenn.

Ele arregala os olhos, se é que aqueles risquinhos podem ser chamados de olhos. 

- Voltou a falar? 

- É, eu voltei. - respondo com dificuldade.

- Eu não sei. Vou ver com Rick.

Ele some por alguns segundos e antes que tivesse a chance de voltar Rick fala:

- Vamos parar aqui, por algum tempo. 

Todos assentem e alguns pareciam aliviados, eu estava entre eles. Todos se sentam, e fico ao lado de Glenn e Abraham. Gostava de sentar com eles, Abraham tinha comentários hilários e que eu gostava de ouvir. Já Tara era naturalmente engraçada e quando juntava com Rosita e Glenn completava meu passatempo favorito: rir do Eugene. 

Tara ria de seu cabelo, de seu jeito estranho de falar e agir, de sua inteligência e todas essas coisas das quais zoavam os nerds e claro fazer perguntas idiotas uns pros outros. No final dessas conversas eu sempre estava com a barriga doendo. Era um dos meus momentos favoritos no dia, um momento que esquecia de tudo que me cerca e me fazia bem. Estávamos conversando sobre sonhos e rindo de algumas coisas ridículas que falávamos até que ouvimos três tiros. 

Me viro assustada colocando minha mão na arma, mas a única coisa que vi foram três cachorros mortos no chão e Sasha guardando sua arma. Rick se levantou e pegou um graveto no chão o partindo em pedaços menores. 

- Carol, faça uma fogueira. - olhei para ele não crendo no que ia acontecer. - Já temos nosso jantar. 

Rick e Daryl limparam todos os cachorros e os assaram, fiquei vendo tudo aquilo um pouco em dúvida do que iria fazer. Mas no final quando me ofereceram eu acabei por aceitar, não podia morrer de fome, eu não iria morrer assim. Todos comeram silenciosamente, tirando Noah que estava sentando de costa para nós e encarava seus pés. 

Quando acabamos somente apagamos a fogueira e voltamos a caminhar. O sol realmente não dava folga e minhas pernas - mesmo depois de tanto tempo sentada - doíam. E depois de comer é como se ficasse um bolo na garganta que combinado com a sede fazia minha garganta arranhar. 

Todos voltaram para a típica pose durona e triste. Não acho que qualquer pessoa se sente atreveria a mexer com a gente mas nós sempre andamos muito bem armados, e eu gostava disso, me sentia em um filme de ficção o que infelizmente estava longe de ser. 

Todo o grupo começa a parar e repito o movimento. Paramos em um círculo em volta de o que me parecia água, estranhei. Quem deixaria água para nós? 

- Não podemos beber, pode estar envenenada. - diz Carol.

- Quem teria o trabalho de procurar um veneno e dar pra gente? - pergunto. 

- Não sei, talvez alguém aqui por perto tenha ficado ameaçado. - sugere Rick. 

- Ou talvez queira somente nos matar. - diz Glenn. 

Eugene sai de seu lugar e vai até as garrafas, abrindo uma logo em seguida.

- O que é isso? - pergunta Abraham. 

- Teste de qualidade. 

Antes que a água invadisse a boca de Eugene, Abraham dá um tapa na garrafa que sai voando para longe. 
Ouvi um estrondo alto de um trovão e logo senti a chuva em minha pele. Começou fraca mas logo em seguida se fortaleceu passando a ensopar toda minha roupa. Droga, eu queria água mas não ficar encharcada. Todos nós paramos e olhamos para o céu, abri minha boca deixando a água invadi-la e refrescar minha garganta. De relance vejo Tara e Rosita se deitarem no chão. Todos sorriam, menos Daryl, Sasha, Maggie e eu. Não sentia vontade de sorrir, não sentia vontade de nada. 

- A chuva está piorando. - diz Rick olhando para o horizonte onde se aproximavam nuvens incrivelmente pretas. 

- Rick, eu achei um celeiro. 

[...]

Encaro a pequena fogueira e os rostos que considerava minha família. Foi um trabalho conseguir madeira suficiente. Carl depois de muito tempo me encarando - tanto tempo que já estava me deixando incomodada - resolveu se deitar e finalmente apagou, abraçado a Judith. Rick falava sobre seu avô enquanto alguns prestavam atenção. Noah e Tara conversavam entre si assim como Sasha e Maggie. 

Respiro profundamente sentindo o cansaço se apossar de cada nervo do meu corpo. Meus olhos já estavam pesados e a luz laranja que vinha da fogueira não ajudava muito. Fecho meus olhos e sinto alguém se aproximar, era Glenn. Ele se senta ao meu lado, e encara o teto. Eu gostava de te-lo por perto, tudo nele era familiar, e inevitavelmente me acalmava. 

- O que você tem com o Carl? Quem dizer, isso não é um namoro é? 

- Não. - digo, seca. 

- É estranho te ver beijando um garoto, você é só uma criança. 

Reviro os olhos. 

- Não sou você que esperou dezesseis anos para dar um beijo. 

Ele ri.

    ⁃    Você está bem? - ele pergunta. 

    ⁃    Não, eu não sei o que sinto. 

    ⁃    Como assim? 

    ⁃    Esse mundo é um peso horrível, um peso que não queria aceitar mas tive que fazer isso. É estranho o que vou dizer mas acho que, gosto do Carl. 

Glenn sorri de lado.

    ⁃ Todos aqui já notaram isso.

Bufo.

    ⁃    É muito pra mim. - reclamo.

    ⁃    Vai se acostumar. 

Assinto e encaro novamente o grupo, todos eles eram incríveis ao seu modo. Todos eram sobreviventes e como Abe dizia, mereciam esse título. Eu tinha sorte de ter encontrado eles, sorte de ter encontrado meu irmão. Eles eram umas das poucas pessoas boas que restaram nesse mundo.  

    ⁃    Agradeço todo dia por ter encontrado vocês. - digo. 

Ele sorri. 

    ⁃    Eu também agradeço por você ter me encontrado. Mas até hoje não me falou o que houve com você antes.

Minha postura de enrijece. 

    ⁃    Não gosto de falar sobre isso. - sussurro. 

    ⁃    Mas não dizem que falar sempre ajuda? 

    ⁃    Eu não sei...

    ⁃    Eu sou seu irmão Nina, você pode me contar tudo. 

Bufo. 

    ⁃    Depois que meu pai não voltou eu simplesmente chorei. Chorei por você, por Kenna, por nossos pais, por meus amigos, por meu futuro e principalmente por meus sonhos. - Glenn me encarava enquanto absorvia cada palavra que dizia. - Eu comecei a andar sozinha, sem o mínimo rumo. Só sobrevivia. Por muito tempo foi assim até achar Claire. Eu estava em uma árvore, eu sempre durmo em árvores. Foi quando ouvi gritos, ela estava sendo carregada por dois homens. Eles a estupraram e quando estavam dormindo eu os matei. 

Sinto uma lágrima escorrer por meu olho e a limpo rapidamente. 

    ⁃    Depois de um tempo achamos Mike e Logan. Logan rapidamente se entrosou com Claire, de um jeito que nem eu conseguia explicar. Eles viraram um casal. Éramos uma família que conseguiu ser desfeita em apenas um dia. Claire e Logan morreram tentando salvar um ao outro. E eu e Mike voltamos pra casa mas ao amanhecer não havia rastro de que ele um dia esteve ali. Ele havia me deixado. Então eu voltei a andar, como um dos mortos, até encontrar você. 

    ⁃    Eu não sei o que dizer. - fala Glenn. 

    ⁃    Não precisa dizer nada, eu não quero que diga nada.

Ele concordou e do mesmo modo que sempre fez me deixou sozinha. Ele sabia que gostava da solidão, ele sabia que ela me fazia melhor, me fazia forte. Arrasto minha mochila até a parede perto de mim e deito minha cabeça sobre ela, a chuva havia tomado conta de todo o ambiente e a fogueira agora já não era tão brilhante. Encaro Carl que abraçado a Judith, ressonava levemente como uma criança que dormia após um dia inteiro brincando. 

Era bom vê-lo assim, mesmo sabendo que ele havia me magoado. Eu gostava de seu sorriso e da serenidade que ele passava enquanto dormia. Todos do grupo aos poucos foram se deitando, cada um em sua mochila ou simplesmente apoiado em seu braço. O celeiro era reconfortante apesar de tudo, e mesmo com esse leve cheiro de estrume ainda me trazia uma leve lembrança de casa, ou até mesmo de um teto sob a cabeça. 

Meus olhos estavam quase se fechando quando ouço barulhos vindos da porta. Elas estavam batendo uma na outra, mesmo estando trancadas com cadeado. Continuo a observando e vendo a iluminação de raios do lado de fora. Tinha algo em frente a elas. Me levanto, e sigo em passos lentos até a porta, foi quando vi o que estava do lado de fora. Eram zumbis. 

    ⁃    Merda. - digo. 

Me lanço contra a porta tentando bloquear a entrada deles. Eles eram muitos, não iria aguentar. Logo vejo dois pares de mãos se aproximarem, Sasha e Maggie. Elas empurram a porta com as mãos enquanto eu mantinha minhas costas contra ela. O resto do grupo começou a vir rapidamente e assim como nós botaram toda sua força para manter os zumbis do lado de fora. 

Os trovões e relâmpagos não eram algo que me agradava. Era uma dispersão e eu não podia ficar dispersa agora. Me mantenho firme enquanto sentia um pouco da água da chuva voar em meu rosto, eles não iriam entrar. Eles não iriam destruir minha família de novo. 


Notas Finais


OPA, DEU BOSTA HEIN KIOHO
OTP CARLINA (ADERI MSM) FOI PRA COVA
...OU NÃO
Próximo cap só sai terça pq final de semana tem pism :(
Até lá <3


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