História My Obsession - Capítulo 25

Alguns meses depois...

Hoseok estava nervoso.

Por mais que os melhores amigos, Lisa e Jimin, disessem para ele ficar calmo e que tudo daria certo, ele ainda estava receoso sobre o que faria a seguir.

Se confessar para o Maknae não fora um problema, mas pedi-lo em namoro, na frente de todos da faculdade... Céus, Hoseok estava com vontade de vomitar e sair correndo.

—Hobi, se acalma!— Lisa ri, dando pequenos tapinhas nas costas do amigo. Talvez fosse um pouco cruel admitir, mas ela estava se divertindo em ver a agonia do Jung em relação ao pedido de namoro; era engraçado, apesar de tudo.

Hoseok apenas assentiu, respirando fundo e segurando a caixa de bombons em mãos, esta que seria dada ao talvez-futuro-namorado.

—E se ele disser não?— Hoseok sempre ponderava as piores reações do mais novo. Chegou a pensar "e se JungKook ainda fosse apaixonado por TaeHyung?", mas Jimin não tardou em lhe abrir os olhos para como o moreno odiava o Kim depois da traição. JungKook, mesmo que sentindo algo por Hoseok jamais deixava as coisas evoluírem por estar em algum tipo de relacionamento com o Kim, e enquanto isso, o segundo não tardou em lhe trair com a primeira que aparecesse.

—Se ele disser não, você se casa comigo e a gente foge pra Las Vegas— Lalisa ri, sendo seguida por NamJoon que encontrava-se sentado ao lado de Jimin nas arquibancadas do ginásio da faculdade, enquanto Lisa e Hoseok estavam de pé, esperando que SeokJin desse um sinal de que JungKook e os demais estariam chegando.

Era o horário do intervalo e não demorou muito para o ginásio se encher de alunos e até mesmo alguns professores, mas no momento a única pessoa com quem Hoseok se importava era um certo JungKook que entrara no mesmo momento em que Jin ligava para Jimin.

"É agora..."

Hoseok ligou o microfone, este que estava  plugado em uma extensão ali perto.

—Bom dia— Ele sorriu, tentando acalmar seu nervosismo. Algumas pessoas responderam, algumas ficaram caladas e outras cochichavam com o colega ao lado.

JungKook, que fora instruído para não se sentar nas arquibancadas e sim ficar parado ao meio da quadra, estava confuso. Não respondera ao bom dia do Jung, sua voz havia sumido e seu coração batia rápido e forte.

—Desculpe prender a atenção de vocês, mas eu queria que todos aqui fossem testemunhas de algo que já a algum tempo eu queria dizer a uma pessoa especial— Ele continua, olhando JungKook nos olhos, este que disse um "aigo" mudo com os lábios, estes que logo se transformaram em um sorriso tímido.

Jimin e Lalisa se abraçavam, emocionados.

—Eu sempre choro em casamentos— A loira murmura, respirando fundo, emocionada.

—Calma Lis, eles ainda não casaram é só o pedido de namoro por enquanto— O Park sorri sincero, comovido pela sensibilidade da mais nova.

—JungKookie— Hoseok respira fundo, tendo toda a atenção do Jeon e de praticamente todo o auditório— Fui apenas o amigo do seu melhor amigo por muito tempo, era apenas o cara que morava no mesmo prédio que você e que as vezes almoçava na mesma mesa no almoço... Mas o tempo foi passando e nós nos aproximamos. Eu estava lá quando você estava triste por outro cara e até mesmo quando estava feliz com ele também, estava lá quando precisava de alguém pra segurar a sua mão porque tinha medo de patos— Ouviu-se alguns risos, até mesmo de JungKook— e estava lá quando precisou simplesmente de alguém pra te desejar uma boa aula.

Neste momento JungKook só queria aceitar logo e que Hoseok parasse de falar para que pudesse beija-lo.

—E espero que você me permita estar ao seu lado novamente agora e em todos os momentos— Ele termina de falar ao microfone, entregando o objeto para Jimin que sorria orgulhoso de seu Hyung.

O ginásio inteiro era mergulhado por silêncio, todos com os olhos vidrados nos dois garotos no meio da quadra. Muitos sequer respiravam direito, apreensivos.

 Hoseok se aproxima cautelosamente no mais novo, envolvendo os braços por sua cintura enquanto JungKook envolvia os seus no pescoço de Jung em um abraço apertado.

—Aceita namorar comigo?— Hobi sussurra, para que apenas seu amado ouvisse.

JungKook então se afasta devagar, apenas para olhar o mais velho nos olhos.

—É claro que sim, Hyung.

E eles sequer as importar com os gritos de incentivos de todos no local, o beijo que trocavam no momento era a única coisa que eles tinham em mente. A forma como os lábios se encaixavam, ou talvez as mãos de Jeon acariciando os cabelos de Hoseok... Não sabiam o que tornava tudo aquilo tão mágico, mas eles tinham muito tempo ainda para descobrir.

(...)

—Lis, eu acho que nós estamos destinados a ser dois candelabros humano— Jimin resmungou, enquanto tomava seu sorvete de limão, seu preferido.

O sorvete lembrava o garoto de certo cara que poderia ser comparado com aquele sabor. Apesar de ser amargo no início, se mostrava muito doce e agradável também.

A amiga concordou com um aceno,  não podendo falar por estar com a boca cheia de sorvete de baunilha.

—E eu acho que vocês são uns invejosos— JungKook diz brincalhão, jogando um cabelo imaginário para trás, fazendo o namorado (palavra que ele começara a usar constantemente depois do pedido na manhã naquele mesmo dia) e o casal NamJin rir.

—E pelo jeito agora a única vela será o Jimin— NamJoon ri, bagunçando os cabelos de Lalisa que revira os olhos e da um tapa no amigo quando percebe sobre o que ele falava.

E na porta do estabelecimento Jennie Kim entrava na sorveteria ao lado de uma garota ruiva que Jimin pensava já ter visto alguma vez...

NamJoon resmunga alguma coisa sobre a mais nova ser muito violenta mas a garota prontamente ignora quando sua"crush" acena para eles, arrastando a ruiva até lá.

—Que coincidência— a Min sorri, sorriso esse que fazia a tailandesa suspirar discretamente.

—Realmente...— SeokJin sorri doce, convidando as duas para sentar com eles e a irmã daquele que fazia o coraçãozinho de Jimin acelerar logo trata de aceitar pela por ela e pega amiga.

—Eu sou Chaeyoung, se ela não me apresenta— A ruiva sorri, recebendo um "oi" de todos os presentes.

JungKook parecia desconfortável e Jimin repentinamente agitado. NamJoon, Hoseok e SeokJin se entreolharam, confusos. Lalisa apenas tinha atenção no rosto angelical da morena e logo engataram em uma conversa junto com Hoseok, Namjin e a ruiva que preferia ser chamada de Rosé.

—Eu... Eu vou ao banheiro— JungKook sorriu, desconfortável— Vem comigo, Chim?— Lançou um olhar de súplica ao melhor amigo, que prontamente aceitou, se levantando e seguindo o Dongsaeng.

O restante da mesa pareceu sequer notar a saída dos dois, porque a conversa sobre a faculdade de direito que Rosé cursava parecia fascinante.

—Tudo bem, me diga que também a reconheceu— Jeon soltou todo o ar doa pulmões assim que chegaram no banheiro masculino da sorveteria.

—Sim, foi ela quem nos atendeu na delegacia quando fomos registrar a queixa contra... Você sabe...— Jimin nunca se sentia confortável em falar sobre isso.

—Não, eu sequer lembrava disso— JungKook o olha impaciente— Era ela, Hyung... Foi com ela que o Taehyung ficou naquela boate.

"Caramba, caramba, caramba"

—Tudo bem, a amiga da irmã do cara que me sequestrou foi a garota com quem o TaeHyung te traiu...— Jimin engoliu em seco— Isso sim é uma coincidência.

—Que merda ein— JungKook ri amargamente— Juro que estou tentando não me importar, TaeHyung ficou no passado e o Hobi é o meu futuro mas eu... Eu apenas me sinto desconfortável

—Entendo Gukkie, eu me sentiria também— Jimin reconforta o melhor amigo, apertando seu ombro de leve, como em um gesto bem conhecido por eles. Era como uma espécie de código que  dizia "estou aqui com você, não importa o que aconteça eu estou aqui"

"Eu sei que está, você sempre esteve"

—E também não gosto dela... Espero que a Jennie e a Lalisa sejam realmente apenas amigas ou nós teremos que conviver com Chaeyoung

Repentinamente Jimin parecia com raiva da ruiva e isso aterrorizava JungKook

"Os reféns têm sentimentos negativos sobre a polícia ou outras autoridades" Era o que dizia o artigo que o Jeon andara lendo sobre Síndrome de Estocolmo e ele se assustava cada vez que Jimin mostrava mais e mais sintomas nos últimos meses depois do sequestro.

—Mas... Falando agora em Yoongi— Jeon se afasta minimamente, se escorando na pia de mármore atrás de si— Quando é que você vai parar de ir visita-lo?

Jimin respira fundo, frustrado. Era frustrado com sua vida, consigo mesmo, com Yoongi, com seus sentimentos.

—Eu não sei, só... Sinto que eu não posso. Sinto como se, caso eu não o veja, as coisas não tem sentido— O Park sussurra, e se não estivesse um completo silêncio no local provavelmente JungKook sequer teria o ouvido.

Ele passa as mãos nervosamente pelos cabelos agora com a coloração ruiva forte e prossegue:

—Quando paro de pensar no que de mau ele me fez passar eu só lembro de como ele cuidava de mim, Gukk... Ele era tão bom pra mim as vezes, fazia as minhas vontades na medida do possível e era muito carinhoso. Eu sinto que não posso abandona-lo, entende?— Jimin tinha aquele brilho no olhar ao falar sobre Yoongi.

—Não Park Jimin, eu não entendo!— JungKook explodiu, como queria ter feito a muito tempo— Min Yoongi foi preso por sequestro e agressão contra você, ele está na cadeia e você precisa esquece-lo! Por Deus, dê um ponto final nessa parte da sua vida e siga em frente, conheça outra pessoa e seja feliz!

—EU NÃO POSSO!— Jimin agora chorava, colocando as mãos sobre o rosto, envergonhado— Eu simplesmente não posso, eu me apaixonei por ele e se precisar vou passar a minha vida toda indo até aquela maldita cadeia visitando ele, eu só... Eu não posso abandona-lo...

—Ele mesmo já te disse para abandona-lo Jimin... Yoongi já te disse para esquece-lo porque ele percebe que errou, mas a única pessoa que não quer esquecer essa história é você!

Park Jimin Flashback on

—Bom dia Hyung— Sorri animado, entrando na salinha cinza e recebendo um olhar reprovador do policial. Dei de ombros, sem me importar e me sentei na frente de Yoongi, que demorou um tempo para levantar o olhar para mim.

Suas roupas eram amassadas, olheiras fundas e cabelo desgrenhado e ele tinha um corte no lábio inferior. Já havia deixado passar que se metia em brigas as vezes porque os outros detentos sempre o insultavam por ele querer fazer a terapia e nunca participar das rebeliões.

—E você continua vindo...— Ele suspirou pesadamente.

—Como?— O olho, genuinamente confuso. Não entendia como ele pudesse cogitar a ideia se eu não ir ve-lo algum dia. Não parecia... Certo.

—Pare Jimin, por favor, pare de vir me ver— Ele implorava, e parecia exausto— Gosto da sua companhia e ao mesmo tempo odeio. Isso só me faz lembrar tudo o que eu te fiz passar e eu... Eu simplesmente não posso lidar com essa culpa o resto da vida.

Ele abaixou o olhar novamente, brincando com os próprios dedos, se encolhendo na cadeira.

—Mas... Eu não entendo Yoongie— O encaro com o cenho franzido— Eu só quero ficar perto de você, o que tem de mal nisso?

—Você não me ama Jimin!— Yoongi estava perdendo a paciência— Isso é o que o seu subconsciente mandou você fazer: Se apaixonar por mim. Foi como um mecanismo de defesa para que você pudesse suportar toda a dor que um dia eu já te causei mas não, você não me ama.

—Pare de falar como se você soubesse o que eu esto sentindo, você não sabe!— Jimin segurava o choro. Não queria que Yoongi e aqueles policiais estúpidos que vigiavam por câmeras o vissem chorar

—Eu só sei que você precisa deixar JungKook te ajudar... Deixe ele te levar ao psicólogo ou ao centro de reabilitação, por mim...

Jimin o encarou incrédulo, negando algumas vezes com um manear de cabeça, desacreditado

—Anda falando com o Jungkook?

—Não!— Min exclamou rapidamente— Jennie deixou escapar em sua ultima visita... Ela e os seus amigos se falam as vezes pelo que entendi e o Jeon comentou sobre.

—JungKook precisa parar de se meter na minha vida, isso sim— Jimin resmungou, apoiando o cotovelo sobre a mesa e a bochecha gordinha em sua mão respectivamente.

—Ele só está cuidando de você— Yoongi levou sua mão pálida e gelada até a outra de Jimin que se encontrava sobre a mesa, apertando-a um pouco, fazendo uma parte de Jimin se sentir feliz com o toque e a outra temer

—Eu sei que sim— Jimin devolveu o aperto, sorrindo triste.

Não poderia ficar bravo com omelhor amigo, afinal sempre soube como Jeon estava preocupado com ele e queria o seu melhor. Entretanto, na concepção de Jimin, JungKook não sabia o que era o melhor para ele. Ninguém sabia.

—Faça isso por mim Jiminnie, me esqueça, seja feliz e só assim eu estarei bem

Park Jimin Flashback Off

Aquela lembrança em particular doía. Doía e a ferida ainda estava aberta porque era recente; sempre cutucada quando voltava lá na visita seguinte e Yoongi falava a mesma coisa todas as vezes.

—E-eu... Eu quero— Jimin fungou, limpando as lágrimas que inundavam seu rosto inchado pelo recente pranto— Ele disse que só isso vai deixa-lo em paz e eu quero que ele fique em paz eu só não sei como fazer isso...

—Me deixe te ajudar então— JungKook olhou-o nos olhos, sorrindo compreensivo— Você tem a mim, Hobi Hyung, Jinnie, NamJoon e Lisa... Ah, e agora a Jennie também. Nós vamos ajudar você se nos permitir.

JungKook se aproximou devagar, envolvendo o pequeno corpo do ruivo em um abraço apertado e carinhoso.

—Você pode fazer isso Chim? Pode nos permitir ajudar? Você quer nos permitir te ajudar?

Jimin respirou fundo, apertando os braços pequenos ao redor do corpo de seu irmão. Considerava Jeon um irmão e era um irmão especial. Não daqueles que a vida se encarrega de nos ebviar, era diferente. Jimin havia o escolhido como irmão de coração e isso tinha ainda mais valor para o baixinho.

—Eu quero.

(...)

—Nha Hyung, eu peguei o controle primeiro então eu que escolho o que nós vamos assistir!— Lalisa e NamJoon discutiam, enquanto Jin ajudava JungKook e Jimin a preparar o almoço do domingo no apartamento que os dois melhores amigos dividiam.

—Deixe a menina escolher Kim NamJoon— Jin revirou os olhos. As vezes seu Dongsaeng conseguia ser extremamente infantil e birrento.

—Você vai colocar naquela porcaria de Once upon a time— NamJoon, ignorando  completamente o namorado, dizia na defensiva, agarrado ao controle preto.

—E dai? Eu gosto— Lisa da de ombros, jogando uma almofada no maior, fazendo Jimin rir.

—Eu preciso ir comprar refrigerante, um dos dois vem comigo e o outro assiste tv mas sem Once Upon a Time e sem batalhas de rap. Coloquem em algo que os dois gostem de olhar!

Lisa fez um biquinho emburrada e NamJoon cruzou os braços.

"Duas crianças..."

—Fique aqui e termine de ajudar o Gukk enquanto eu e o Nam vamos... Fiquei de levar alguns remédios para minha Omma assim já aproveito a viajem— SeokJin combina com o Park, lavando as mãos e secando-as em um guardanapo.

E assim fizeram. Lisa sorria satisfeita enquanto assistia No Mercy, Jimin e JungKook terminavam de preparar o peixe e Hoseok estava, conforme a mensagem que mandara segundos após Jin e NamJoon saírem, no elevador. JungKook logo sorri contente ao saber que o namorado almoçaria com eles.

— Está ansioso?— JungKook quebra o silêncio antes apenas interrompido pelo som que o mais velho fazia ao cortar os legumes.

—Estou sim— Jimin suspirou, repassando o mantra em sua cabeça de que tudo ficaria bem.

No dia seguinte seria a primeira consulta em uma clínica especializada. Seria a primeira vez que falaria sobre aquilo com um médico e talvez se fosse preciso, começaria um acompanhamento.

Faria tudo por Yoongi, tudo para que ele se sentisse melhor.

Porque Jimin não sentia como se realmente precisasse de alguma ajuda, ele estava bem, mas queria que Yoongi também estivesse.

—E eu estou muito orgulhoso de você ChimChim— Jeon sorri, era como uma mãe quando o filho tomava uma atitude correta, porque era assim que os dois se tratavam. Um era a família que o outro nunca teve.

—Obrigada Gukk, gosto de pensar que eu...— A fala de Jimin fora bruscamente intertompida por dois serem que falavam -brigavam- alto e entraram no apartamento sem nenhuma cerimonia.

—Você não pode me impedir de falar com o JungKook, não é o dono dele!— TaeHyung esbravejava, e Jimin temia que o sindico pudesse aparecer ali com toda aquela gritaria.

—Sou o namorado dele, e ele não quer falar com você, não entende isso?— Hoseok rebatia, olhando o Kim nos olhos com tanta fúria quanto o segundo.

— Quem tem que me dizer é o JungKook e não você— O mais novo se mostrava indiferente, com a  voz carregada de petulância.

—Então eu digo, TaeTae— JungKook sorriu sínico, indo até a sala onde os dois estavam e onde Lisa assistia a tudo um tanto quanto assustada.

A forma como falara o apelido de Taehyung foi suficiente para faze-lo engolir em seco.

—Não quero falar com você, ver você ou ouvir você... Pode se retirar do meu apartamento por gentileza?— JungKook sem excitar apontou para  a porta e, no mesmo instante, esta fora aberta por Jennie e Chaeyoung que também foram convidadas para o almoço.

Não que TaeHyung e Jimin gostassem da companhia da ruiva, mas Lisa lhes pediu com aquela carinha de súplica que os rapazes nunca conseguiam dizer não. E ela parecia saber que aquilo persuadia os mais velhos.

—Bom dia— Jennie sorri animada, segurando uma travessa com um doce caseiro que ela e Rosé havia levantado cedo para preparar.

Estavam morando juntas até a ruiva conseguir um novo apartamento. O que antes morava na não estava mais para alugar e Jennie sempre fora muito prestativa e doce para deixar a amiga na mão

O sorriso dela porém, ao ver o ex amigo do irmão ali, morreu. Estava lá no dia em que ele havia magoado JungKook e desde então tomara as dores do mais novo para sí, passando a não gostar do garoto também. E quando soube que ele estava fazendo juras de amor a Rosé enquanto tinha outro... Ela não o suportava!

—O que faz aqui?— Tanto TaeHyung quanto Jennie falaram ao mesmo tempo, friamente.

Chaeyoung apenas revirou os olhos, entediada com o showzinho de Taehyung. Conhecia aquela história, pois ele já fora pedir perdão a ela também.

—Eu fui convidada a estar aqui, diferente de você, aparentemente— Ela sorri venenosa. Como Suga dizia, ela podia ser um amor quando queria, mas tinha lá seus próprios espinhos.

TaeHyung apenas virou as costas para ela, que sorriu vitoriosa ao deixar o outro sem argumentos.

—Kookie, me perdoa... Eu sei que pisei na bola com você e-

—Não TaeHyung, você não "pisou na bola"— JungKook soltou um pequeno riso em escarnio— Você passou com um caminhão por cima dela e depois pisoteou... Vai embora da daqui antes que eu me estresse.

Jimin entrelaçou seus dedos ao do melhor amigo, e agora foi sua vez de sorrir orgulhoso.

TaeHyung apenas fez uma referência antes de sair por aquela, seu ego estava totalmente destruído mas, para falar a verdade, ele não estava lá tão abalado. Acharia outras bocas para beijar então, porque se Jeon JungKook não o queria e preferia seu namoradinho medíocre... Havia quem quisesse.

—Not Today— Hoseok cantarolou enquanto o Kim ainda esperava o elevador. Nem mesmo naquela situação ele poderia perder o ar da graça, como diria SeokJin que sempre elogiava o bom humor do moreno.

Bom humor esse que logo contagiou a todos para um almoço mais tranquilo porque, apesar de não terem uma vida perfeita e livre de complicações eles tinham um ao outro.

Cada um com seu grau de intimidade diferente entre si, com historias diferentes e pensamentos diferentes mas estavam ali. E enquanto ainda estivessem ali uns para os outros, então tudo ainda tinha uma chance de acabar bem.

(...)

—Ei, eu estou aqui com você, esqueceu?— JungKook sai do carro fechando a porta e olhando para Jimin que fazia o mesmo. O ruivo apenas concordou com um aceno, sem coragem de responder

—Eu venho buscar vocês, me esperem aqui... Boa sorte ChimChim— SeokJin acena para os dongsaeng's, recebem um sorriso em troca e enfim partindo com o carro de NamJoon

JungKook e Jimin seguiram para dentro da clínica, esperando até que a recepcionista chamasse o nome de Jimin. Demorara cerca de dez minutos mas para o Park foi como horas e horas em que ele ficava olhando para o relógio a cada segundo.

—Vamos?— Jeon estava de pé, estendendo a mão para ele, esperando que ele lhe acompanhassem.

Só então Jimin percebeu que estava parado, olhando para o nada sentado naquele sofá de plush.

—Uhum— Ele murmurou baixinho e sequer tinha certeza de ter sido ouvido pelo mais novo.

Os corredores eram brancos, as portas eram brancas e os funcionários que por eles passavam estavam todos vestidos de branco. Jimin odiava branco.

JungKook bateu na porta de leve, estava tudo tão silencioso que ele sentia como se caso fizesse muito barulho a polícia apareceria ali para uma multa. Riu consigo mesmo dos próprios pensamentos.

— Bom dia— A doutora sorri docemente, dando espaço para os garotos entrarem— Sentem-se por favor.

Eles se entreolharam, JungKook passando força para Jimin

—Olá Jimin, eu analisei seu caso conforme as informações que seu amigo me passou no dia em que nos falamos por telefone. Vou comentar um pouco com vocês sobre a síndrome do Estocolmo e você me diz se acha que os sintomas se encaixam com o que está sentindo,  uh?

Ambos assentiram. JungKook estava tão nervoso pelo amigo que era capaz de responder as perguntas por ele.

—Síndrome de Estocolmo refere-se a um grupo de sintomas psicológicos que ocorrem em algumas pessoas em um cativeiro ou situação de refém— Ela os olha por um breve momento, anotando algo em um bloco de notas—
A maioria dos especialistas, no entanto, concordam que a síndrome de Estocolmo tem três características centrais: Os reféns têm sentimentos negativos sobre a polícia ou outras autoridades, têm sentimentos positivos em relação a seu captor e os captores desenvolvem sentimentos positivos para com os reféns.

Depois de a médica listar os sintomas Jimin estava ainda mais nervoso. Talvez isso explicasse a antipatia com os policiais quando era levado até a sela de Yoongi, até mesmo com Rosé que era apenas a estagiaria e se viram poucas vezes na delegacia e, casualmente, sentia um pouco de raiva quando seus amigos comentavam de forma negativa sobre o Min.

—Pesquisadores do FBI, em seguida, entrevistando assistentes de vôo que haviam sido levados como reféns durante seqüestros de avião, concluiu que três fatores são necessários para a síndrome desenvolver: A situação de crise tem a duração de vários dias ou mais, os sequestradores permanecem em contato com os reféns, isto é, os reféns não são colocados em uma sala separada, os sequestradores mostram alguma bondade para com os reféns ou, pelo menos, abster-se de prejudicá-los. Reféns abusados por sequestradores normalmente sentem raiva deles e geralmente não desenvolvem a síndrome.

—Isso se encaixa perfeitamente em tudo o que aconteceu, não?— JungKook o olha, ignorando por um segundo o olhar analítico da mais velha— Yoongi nunca abusou de você, vocês tiveram contato o tempo todo durante aquelas semanas e ele dizia o tempo todo o quanto o amava e era "carinhoso" pra você de certo modo...

—É, acho que sim— Jimin respirou fundo. Imagens da época do sequestro vinham em sua mente, momentos com Yoongi, tanto bons quanto ruins.

Park Jimin Flashback on

—P-por favor Yoongi— Jimin soluçava encolhido sobre os cacos de vidro que queimavam de encontro a sua pele.

—Eu te avisei amor... Eu te disse para se comportar, disse que não queria ter que te fazer algum mal, mas você é muito teimoso— Yoongi ia dizendo a cada passo que dava ao se aproximar do corpo frágil do Park.

Jimin sentia sua cabeça latejando por causa do impacto contra a parede. Sentia os braços e costas sangrando um pouquinho por causa do vidro abaixo de sí, e sentia seu coração dolorido por Yoongi.

Park Jimin flashback off

Jimin respirou fundo, tentando ignorar aquilo e prestar atenção no que Jeon perguntava com interesse para a medica, mas ele não podia ouvir nada. A sala estava em câmera lenta e as vozes eram um sussurro distante.

Park Jimin flashback on

—Eu sei, te entendo— Suga da de ombros— Mas, sabe o que mais me machuca? Ontem a noite você me abraçou enquanto  dormia, você se aconchegou nos meus braços e parecia que eles eram o lugar mais seguro do mundo... Isso me matou por dentro, porque só dormindo você consegue chegar perto de mim.

—Me desculpe por aquilo também...

—E ainda teve agora ali na sala, você me abraçou— Yoongi sorri— Você me abraçou sem estar sendo forcado a isso, mas eu sei que era porque estava com medo. Medo de mim e, por minha culpa, eu sou a única pessoa para quem você pode correr se estiver com medo— Jimin engoliu em seco, sem saber o que falar.

 Não podia negar que sentia algo quando estava perto do mais velho, se sentia protegido e ao mesmo tempo sentia medo, e isso o deixava confuso.

 —Boa noite, Suga.

Park Jimin flashback off

—Pessoas com Síndrome de Estocolmo relatam os mesmos sintomas que os pacientes diagnosticados com transtorno de estresse pós-traumático— A voz da mulher com o jaleco branco o despertou de seus devaneios mais uma vez. Talvez não demorasse muito para ele desabar em lágrimas caso não parasse de pensar naquilo— Insônia, pesadelos, irritabilidade geral, dificuldade de concentração, sendo facilmente assustado, sensações de irrealidade ou confusão, incapacidade de desfrutar de experiências prazerosas anteriormente, a desconfiança crescente de outros e flashbacks— A doutora falava com a voz calma, sempre anotando algo em sua prancheta— Sente algum desses sintomas  Jimin?

—Nem todos mas alguns... As vezes eu tenho alguns pesadelos sobre o sequestro, e nos primeiros dias quando voltei para casa eu tinha dificuldades em conhecer e aceitar novas pessoas... Também tenho flashbacks quando comentam sobre o sequestro...

—Teve algum flashback agora?— Ela retorna a perguntar, recebendo um aceno positivo de cabeça— Tudo bem, nós vamos começar com algumas seções de psicoterapia ao longo dos dias e eu vou te receitar alguns remédios para dormir, de voltar a ter os pesadelos você tem que me dizer e então aprofundaremos um pouco nessa parte, pode ser?

Jimin novamente assentiu. Estava exausto psicologicamente, ele queria apenas sair dali e ir ver Suga, mas não. Ele não iria desistir e iria se livrar daquilo.

Ele iria definitivamente se curar de Min Yoongi.