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História My only someone - "Décimo Quinto Ato"


Escrita por: Thouka-chan e Oscarchorro

Notas do Autor


Yo Minna!!!!
Acharam que eu não vinha né... eu também achei que não chegaria a tempo de postar, mas cheguei e cá estou com o tão sonhado e clamado beijo!
E... PUTA QUE PARIUUU, eu achando que estava mandando super bem lá, cheia das ideias, mas quando eu volto a ler tá AQUELA merda generalizada.
O cap em si, não sai como eu planejei, mas...... acho que está bom...!
Bora ler então?
Bora! kissus e até lá em baixo... Boa leitura.

Capítulo 16 - "Décimo Quinto Ato"


Fanfic / Fanfiction My only someone - "Décimo Quinto Ato"

“Te beijar aqui e agora...”

 

Não foi preciso uma aceitação verbal...

 

Não foi preciso um aceno de confirmação...

 

Era só olhar para ambos que se previa o que aconteceria.

 

O selar...

 

O maior levou a mão ao rosto corado do menor, fez uma leve caricia na bochecha e segurou o queixo o firmando, não foi preciso um avanço de passos por parte do ruivo, Tetsuya se encarregou de encurtar aquela desnecessária distancia entre os corpos.

Akashi levou a boca aos úmidos lábios e os encostou.

 

Os corações estavam acelerados, só a possibilidade de estarem tão juntos, faziam os descompassar. Kuroko não se atrevia a mexer um músculo se quer. Aproveitava o cheiro, o perfume amadeirado, o gosto de vinho da pequena carne que tocava. Mas o príncipe não tinha o plano de ficar apenas sentindo os aromas de sabonete adocicado e dos cabelos molhados.

 

Ele queria mais...

 

Pediu passagem com a língua, que obteve negação. E kuroko assustado abriu os olhos que tinham se fechado para inebriar o beijo. O ruivo também os abriu não desgrudando os lábios. O menor se distanciou momentaneamente fazendo exatamente o contrario do que o outro queria. A mão que estava no queixo rapidamente passou para a cintura e ambos os braços a interlaçaram, puxando-o para mais perto. O espaço entre os corpos já não existia e Akashi tratou de atacar aqueles lábios que tanto almejou, novamente. Por impulso da colação de bocas, o azulado, meio desorientado do que fazer, levou suas mãos a segurar dos músculos que o rodeavam, também, como forma de não ceder totalmente aos desejos pecaminosos do príncipe.

 

O ruivo fazendo pressão contra a carne rosada, chegava a doer, lambeu a parte que tanto queria possuir e por um canto da boca, adentrou com a língua.

 

A atrevida e aveludada conduzia o beijo, Tetsuya havia fechado com força os olhos e apertava os braços alheios, que suas mãos aos poucos tornavam-se dormentes.

O beijo necessitado, de verdades e mentiras era afoito. Não sobrava ar...

O maior permitiu-se abraçar mais aquela fina e curvada cintura, para em fim, chupar a língua que aos poucos retribuía os movimentos alternados.

 

A volúpia luxuriosa das bocas que se moviam fazendo estalos entre elas e muitas trocas de saliva, das quais o maior teve prazer de fazer o menor a provar.

 

Suas mãos começaram a subir e descer nas costas pouco largas, indo e vindo à altura do quadril. Já o pequenino, guiou, subindo e delineando com os dedos todo o ombro até chegar à nuca e cravar as unhas nos rubros cabelos amaciados.

Kuroko já não tinha sanidade, a última gota fora quando sentiu a baba lhe entorpecer pelo agre-doce do sabor.

Já não tinha ar, tentava sugar, puxar oxigênio de onde já não mais havia, suas pernas estavam bambas, precisava afirmar-se em algo, todo seu corpo ardia em excitação, puxava sem dó os finos fios avermelhados que segurava e quando sentiu uma das descabidas mãos o apertarem na bunda suas pernas fraquejaram e o autor do beijo alucinante o segurou.

 

O príncipe não tinha como descrever, percebia-se a afobação pelos lábios saborosos e carnudos que transbordava a cada sugar, passar ou morder de línguas. As pernas alheias estavam tremendo, Akashi também buscava por ar, mas não queria desfazer o beijo, sabia que se caso isso acontecesse, não voltaria a tê-lo de volta.

Quando o segurou melhor, e sentia a dor em seu coro cabeludo pelos puxões impiedosos desse, lembrou-se que a porta não estava muito longe deles, com um passo largo empurrou o menor, não fez avenças do estrondo dado pela mesma, pois era de madeira e isso causou um barulho considerável.

 

Nenhum queria abrir os olhos para voltar à realidade.

 

Ambos queriam cada vez mais do beijo um do outro, do gosto da uva do vinho e o mentolado da pasta dental refrescante.

 

Com as costas na porta, o azulado teve mais firmeza e Akashi teve a ousadia não percebida pelo menor, de agarrar uma de suas pernas e segura-lá em seu quadril. Apertava enquanto massageava a torneada coxa, tinha o agrado que seus dedos deixariam marcas que ficariam ali por bons dias.

 

Com a elevação da perna, o inocente sentiu mais precisamente a ereção que começou a roça-lo. O volume que era sentido dava para se perceber com exatidão o quanto o príncipe queria ir mais fundo com isso. Mas o ar de ambos estava mais do que no fim. O maior, para não se distanciar e acabar com aquilo que estava tão gostoso de fazer, desceu os lábios, distribuindo beijos de sua boca até o pescoço onde a marca já havia sumido. “ Que pena – pensou observando - mas irei fazê-la de novo” e mordeu com gana.

O menor jogou a cabeça para trás, batendo mais forte na porta que fez outro estrondo. A dor, o corpo, o aroma... Tudo era extasiante. E quando foi suspirar outro som lhe veio à garganta, pois o maior tinha acabado de chupar o local mordido.

 

- A-ahh... hmm.

 

Seijuurou sorriu. Ah... Se o mordomo soubesse em que proporção que aquele gemido manhoso lhe causou. Foi deslizando a língua e a respiração até a orelha desse, falou baixo e sedutoramente.

 

- Geme mais... – e mordeu o lóbulo dá orelha logo soprando um vento morno fazendo Tetsuya se arrepiar de imediato.

 

Cravou as unhas na nuca e enrolou os fios nelas, levou seu corpo ao encontro do outro. Sua iniciada ereção já queria atenção e ele mais toques. Sua calda começou a adentrar pela barra de baixo a camisa do príncipe afim de tocar em mais carnes inexploradas por ele. Sim o menor não tinha mais consciência de nada que fazia.

 

Arfadas, suspiros, tudo era findado manhosamente. Akashi sentindo as cócegas começarem, vindas da calda peluda em seu abdômen “ Que atrevimento”. Prensou mais o corpo contra a porta para retirar a camisa que usava, já que era esse o desejo do outro. Mas o estrondo que fora dado na porta pelo empurrar não passou despercebido pelos guardas, e logo foi dada três batidas nessas que inundaram a escura sala, fazendo, com um pulo, o mordomo empurrar o ruivo e arregalar os olhos quando viu o estado desse a sua frente e se auto avaliar.

 

Os dois estavam vermelhos, ofegantes, excitados e ou pouco suados. Com a luminosidade do salão de música, era difícil se perceber todos esses sinais natos dos dois, só se escutava os pulmões puxando ar, olhando mais atentamente viu a camisa de Akashi, Kuroko percebeu a erguida até metade da barriga. Sentiu sua própria roupa aberta também, os quatro primeiros botões estavam esgarçados, e ele estava excitado. Longe de ser visto por alguém, inclusive por um guarda.

 

Seijuurou baixou a camisa, e ajeitou a calça, tentando se recompor minimamente e não aparentar estar com tamanha ereção.

 

O guarda que não obteve resposta alguma voltou a bater na porta e perguntar já impaciente.

 

- Quem ‘ta ai? Responda.

 

O príncipe enrouqueceu a voz e suspirou.

 

- Seu Alteza. – respondeu – E se preza pela vida, vai ir embora e não comentará com ninguém que eu estive aqui algum dia.

 

O maior recebeu minutos de silêncio terminados em estantes.

 

- Sim, vossa Alteza e me desculpe.

 

Kuroko largou o ar que nem percebera que tinha segurado com a apreensão de aquela sala fosse invadida e ele visto com aquela aparência, digamos sensível, arfante... Estupravel.

Não conseguia ordenar os pensamentos para ter uma resposta coerente. “O que eu fiz?” não a outra pergunta era pior “O que eu poderia fazer se continuássemos?”  Essa sim, era a questão que merecia resposta. Há muito tempo não se sentia daquele jeito...

 

Tão desejado. Tão ambicionado. Beijado com tanta ganância.

 

O garoto estava alienado, olhando tudo sem enxergar nada, o outro o observava esperançoso por uma frase ou comentário, mas nada vinha... Akashi sabia que o menor ficaria incontáveis minutos como uma estatua, submergido em devaneios recentes, então, cansado do que não viria, comentou.

 

- Deveria dormir. – atraiu a atenção do mais novo para si.- Que eu me lembre, passou o dia todo bocejando e com cara de gente morta. – tirou sarro da face pálida e magra do outro. Kuroko lhe arqueou uma sobrancelha, fingindo indignação. – E hoje de dia, quero ter uma conversa mais seria com você, Tetsuya.

 

O mordomo engoliu em seco, seria nessa manhã sua sentença. Meio hesitante concordou e viu o ruivo de olhos heterocromáticos inclinar a cabeça para trás e massagear sua nuca. “Ai!! Pelos deuses!!” o menor teve pânico momentâneo, lembrando do que fizera naquele local. Fazer o que? Era o calor do momento.

 

- Sabe... – deu uma pausa ainda sem olha-lo – você é bem possessivo quando quer. – colocou um sorriso malicioso nos lábios e voltou à ter o azulado em seu ponto de vista. Esse trocou de pé desconfortável e retribuiu o sorriso, com certeza era o sono batendo portas.

 

- Olha quem fala. – puxou a camisa já ajeitada, mesmo que os botões não tivessem conserto, e mostrou o pescoço cheio de chupões roxos e avermelhados.

 

O maior mordeu os lábios deslumbrando sua ‘obra de arte’ e deu uma boa olhada dos pés a cabeça, tendo visto todos os sinal que o azulado continuava mais sensível que o normal, se é que entendiam o pensamento minucioso de akashi.

 

- Se vai continuar com esse joguinho, lembre-se que você está tão excitado quanto eu, e posso prolongar essa noite por que tem muita pele para ser marcada ainda. 

 

- Na verdade. – tentou cobrir-se com a camisa novamente, o que não tinha muito sucesso. – prefiro a primeira proposta. Vou dormir. – terminou balançando o rabo para mostrar que ainda era virgem.

 

- E vai deixar seu senhor aqui? Para juntar as taças e garrafa de vinho?

 

Só nesse momento é que o garoto percebeu o conjunto dito por esse em cima de uma mesinha baixa, provavelmente vazios, por segundos o azulado pensou nas duas taças e se tivessem sido tomadas por acompanhantes dele. Mas fingiu desconsiderar.

 

- Boa noite, Akashi-kun. – ignorou completamente a voz manhosa que o outro usou para falar consigo e saiu da sala. Deixando um ruivo estoico o olhando banalizado com a atitude desse.

 

Mas quando não estava aos olhos de ninguém, a pergunta voltou gritante em sua mente, foram duas semanas de ignorância acabadas em uma noite. Todo esforço para se manter longe em vão...

 

Mas estava resolvido, descobrira que não era só ele a andar pelos cantos, que no final eram ambos os perdidos. Não ficou sabendo muito sobre esse, suas desconfianças foram reprimidas, mas não extintas. Mas tinha que confiar. Eles eram amigos... Simples amigos não fazem o que eles fizeram...

 

“O que eu fiz?”- sim, o que ele fez...

 

(***)

 

 

 

Na manhã seguinte como dito, os dois tinham que conversar, e Kuroko estava mais apreensivo do que nunca.

Fora aquele joguinho na noite passada que o fazia pensar se o príncipe tinha planejado o final desde o inicio, quando ele, e sua ingenuidade aceitaram a oferta.

 

Afinal, Seijuurou era filho do calculista e frio Rei Masaomi que trocava mais repetidas vezes cartas com os outros reinos de seu domínio acobertado, já que como presumido por Midorima, a Majestade transformou Atsushi em seu principal mandante, o monárquico puxava as cordinhas por trás dos fantoches que o obedeciam, assim tinha em mãos o desenvolvimento de Okinawa e Nayoro.

 

Makoto Hanamyia, desde que assumira o trono de Okinawa, nunca fora um rei desejoso. Seu pai morreu no inicio do conflito contra os rebeldes de seu próprio povo, e o garoto assumiu o comendo antes mesmo de completar a maior idade. Foi instruído pelo Imperador desde o princípio, e regava muita admiração por esse. A questão é que toda essa devoção tinha falhas...

 

 

- Já terminou de se vestir Akashi-kun? – perguntou batendo na porta, esperando não soar inconveniente.

 

- Se está com pressa, entre e me vista. – o deboche na fala era eminente.

 

- Não, posso esperar mais um pouco. – rebateu.

 

- Ótimo, entre.

 

E assim fez. O quarto já estava arrumado, o ruivo já estava vestido e de café da manhã tomado. Em falar em café da manhã... Kuroko, como julgava estar apreensivo não comera muito. Quero dizer, quase nada mesmo. Estava antes ao lado de fora do quarto do príncipe por que tinha a tal conversa. E agora à teria.

 

- Sente-se em uma das almofadas. – estendeu a mão em direção as mesmas jogadas no chão em volta da lareira.

 

O ruivo se sentou em sua poltrona e esperou o menor se acomodar.

 

- Em noite passada – começou – você mencionou que seu “amigo”, que eu ainda não sei o nome, – deu ênfase na palavra – tinha alguém que ele iria perder. Quero saber mais dessa historia.

 

O mordomo, após escutar tudo atentamente, suspirou. Afinal, seria melhor contar mesmo. Não que o ruivo fosse fazer algo, mas era melhor ele ficar sabendo.

 

- Kise Ryouta.- o apresentou - Ele tem uma irmã mais nova, como Akashi-kun viu naquele passeio pela capital. – Seijuurou confirmou com a cabeça, pois lembrava-se da menina de vestido rosa. –  Eles são órfãos há mais de 10 anos e Kise Yori é tudo para o irmão. Ele daria a vida por ela. – kuroko falava aquilo com imensa admiração e era observado atentamente pelo a sua frente. – mas...

 

- Mas...? – Akashi o instigou a continuar.

 

- Mas ela, agora está muito doente, com febre, vômitos e alucinações. Não sabemos mais o que fazer. – seu rosto por fora ainda era impassível, por dentro era embargado de sentimentos.

 

- E o hospital? Que eu saiba, ele atenderia esse caso. – perguntou erguendo uma sobrancelha. Ficou uma tarde toda escutando seu pai gabar-se pelos médicos bem capacitados que instruiu a virem atender. Tinha certeza que não era essa maravilha toda como ele dizia, porem duvidava ser de todo ruim. Embora fosse popular, o hospital teria recursos para atender esse casa. Não teria?

 

- Kise-kun levou a Yori-chan ao hospital. – protestou – Foi a primeira coisa que ele, só que não foi atendido. Eram muitos casos de gripe e surtos, os médicos não davam conta de tudo. Kise-kun disse que esperou na fila uma tarde toda, mas nada, nem ninguém o atendeu.

 

- Entendo, – apoiou uma mão no queixo e o cotovelo na guarda da cadeira acolchoada, como forma de estar pensando. – e esse tal de Ryouta, certo?  Não voltou a levar ela lá?

 

Kuroko soltou um risinho arrancando um olhar serio do outro. “Por que está rindo se estou falando serio?” – Desculpe. – se recompôs – mas não adiantaria de nada. Todos os dias é a mesma coisa, e conforme o frio aumenta, as filas lotam mais.

 

Akashi confirmava com acenos o que o menor falava. Obvio que esse centro médico tinha falhas precárias, porém... estar em tal situação?

 

- Tetsuya. – chamou a atenção, pois esse tinha baixado a cabeça. – você mencionou que ela tinha vômitos e alucinações, além da febre não é? – Kuroko respondeu com “sim”. – Ela tem tosse seca?

 

O menor meio perdido com a pergunta tentou se lembrar se a pequena loirinha tinha esse sintoma.

 

- Sim, uma tosse seca incessante. – Pronto. Akashi tinha a confirmação que precisava para o diagnostico.

 

- Lhe enviarei junto aos guardas para buscar essa garota e trazê-la para a enfermaria real, aqui no palácio.

 

O azulado ficou atônito, isso era muito repentino, por que Seijuurou ajudaria alguém que até ontem estava com ciúmes?

 

- Não precisa, ela está... – o ruivo não deixou ele terminar.

 

- Bem...? Hahaha – gargalhou ironicamente – Já irá mentir novamente? – endureceu a voz – Apenas aceite, Tolo.

 

O menor engrandeceu os olhos, aquilo não era um convite, era uma ordem. Ele se levantou da almofada que antes sentava e se curvou a frente do príncipe.

 

- Hai... –se pôs ereto e já ia dando as costas. Nunca tinha sido chamado com tal nome, e tal frieza.

 

- Irás junto de Daiki, - o menor parou de repentinamente. – ele sabe conduzir a carruagem. – e tremeu a boca.

 

- Q-quer que eu vá de carruagem? – perguntou abobado retoricamente.

 

- O que eu acabei de dizer? – revirou os olhos. – Tem algo contra?

 

- Não seria muito... err... – ponderou tenebroso – chamativa?

 

- Você me surpreende a cada palavra sabia? – o inocente acalmou a calda, baixou as orelhas e tombou a cabeça para o lado em perdição. O que ele tinha de surpreendente. – prefere que seu amigo carregue uma criança nos braços até aqui, do que andar em uma carruagem e perder a descrição? Que egoísmo.

 

O menor enrubesceu. Tamanha vergonha caberia em uma pessoa? Desde quando Tetsuya se tornou o vilão da história? Ele queria fugir. Sair corendo dali e se esconder, mas seria uma atitude que o contrairia em todos os seus valores e atributos constitucionais. Seu rosto queimava e não desviava o olhar das Iris coloridas com cores de verão. Akashi parece que gostava de ver as pessoas sentirem-se mal em sua frente, adorava verem a verdade não dita. Aquilo o divertia, mas não é como se demonstrasse.

 

- N-não sou egoísta! – quis se defender, em vão tais palavras. Gastar de saliva e tempo, já havia perdido essa discussão e Seijuurou nem se preocuparia em rebater. Ele sabia que tinha, mais uma vez, vencido.

 

Virou-se novamente à porta e saiu perturbado. Em direção onde poderia estar o General.

 

Jardim...

 

Ultimamente, era o lugar onde Aomine mais passava o tempo, após ser corrido da biblioteca por Midorima, em uma guerra verbal de praticamente três dias, o moreno se deu por vencido e cedeu o lugar silencioso.

 

Não fora difícil de acha-lo, porém, convencê-lo à ir... Não era como se o mais alto não quisesse, mas não era de seu feitio parecer desesperado para saber onde o loiro morava. Estava determinado a seguir o mordomo desde as primeiras palavras insinuantes ao barmen, só deixaria que o outro insistisse mais um pouco.

 

Assim que feito, Kuroko entrou na carruagem, sua primeira vez em um desses “carros” inovadores. Totalmente preto, com cortinas marrons e sofás com estofados da mesma cor dos panos que cobriam as janelas, cavalos caboclos de cor mesclados e pelo bem cuidado. Claro que essa não era o veiculo imperial, mas junto de Daiki, optaram por serem discretos já que o moreno e ele se envergonhariam de ir, em uma carruagem dourada.

 

Ao chegarem em frente à casa pequena, de cor nude junto de janelas e cercas de madeira branca. Bastante afastada do centro da capital, onde o aluguel mensal era mais barato, com rua de chão batido e vizinhança fofoqueira. O mordomo saiu de um canto oculto da vista da janela, enquanto o general continuava como posto de cocheiro. 

 

- Aomine-kun, poderia ficar ai? – perguntou. Pois sabia que se o moreno aparecesse dentro da casa do loiro, iria haver problemas.

 

- Eu venho até aqui, de livre e espontânea vontade, e você me diz para esperar na rua? – revoltou-se o moreno.

 

- Seja compreensivo... Por favor... – tentou argumentar.

 

O moreno já ia descendo do bando negro mais acima dos cavalos não convencido pelo mordomo, quando alguém chama o menor. Também com a falação, os vizinhos fofoqueiros já estavam tudo espiando pelas frestas das janelas os acontecimentos da vida alheia.

 

- Tetsu-kun? – abriu a posta, a garota de cabelos rosas em um coque mal feito e uma blusa que kuroko reconhecia ser de Kise.

 

- Momoi-san! – surpreendeu-se o menor, não esperava à encontrar ali. Ficou sabendo por seu amigo que ela tinha sido proibida pelo pai, de vê-lo. – o que faz aqui?

 

Prestando melhor atenção na garota, ela estava meio esbaforida.

 

- A-a-a Yo-chan e-está vomitando mu-muito sangue. – Aomine que escutava a conversa viu o menor entrar em pânico, abriu o portão e correu para dentro da casa. Por hora, o moreno preferiu esperar na cocheira. A situação da menina estava pior que achava.

 

Assim que entrou no quarto onde a irmã de seu amigo repousava, Kuroko viu uma possa de sangue ao lado da cama. Kise limpava a boca manchada pelo liquido viscoso com uma toalha úmida. O mais auto o olhou, e em seus olhos nublados eram vistos inúmeros pedidos de suplica. Pedidos para Deus, para os amigos... Para quem pudesse salvar a vida da garota.

 

- Vai leva-la para o castelo Tetsu-kun? – a garçonete chegou por trás do inocente que estava na porta e colocou a mão no seu ombro o dando uma leve apertada.

 

- Sim, Vossa Alteza quer que ela sege tratada lá. – falou formalmente. – e não venha com orgulhos Kise-kun – alertou o loiro.

 

Ryouta soltou um sorriso sem graça e sem vontade. Seco, sem forças...

 

- Que orgulho? – deu de ombros – por ela – olhou para a menina novamente e passou a mão nas orelhinhas amareladas – faço qualquer coisa.

 

- Não temos tempo a perder. Leve-a de uma vez. – a rosada já não tinha mais paciência, via seu amigo definhando em lágrimas e preocupação. Já chega de se culpar de não poder ser um irmão melhor.

 

- Sim... – o barman confirmou e começou a ajeitar a menina para pegar nos braços.

 

- Tetsu-kun – cochichou no ouvido do azulado. – o que são essas mordidas no seu pescoço? – Merda... Por um descuido momentâneo, parece que sua camisa não ficou bastante junta ao corpo para esconder essas marcas peculiares.

Porra, o que ele responderia... Não teria como falar: “ Há, isso? Meu senhor me comendo. Acontece toda hora.”

 

- Kurokocchi, já estou pronto, quem vai nos levar? – no gongo!!!

 

- Ah claro! – saiu de perto da rosada e abiu a porta do quarto para que o mesmo saísse, pois carregava a garota estilo princesa em seu colo, estava bastante frio lá fora, sorte que um sol radiava e ajudava a quebrar o clima ameno. – Aomine-kun nos levará.

 

Kise já estava na sala pronto para abrir a porta, mas ao escutar esse nome...

 

- Tinha que ser o tarado? – perguntou olhando para os dois atrás de si, e viu a garota bem mais atrás com um beicinho, emburrada.

 

- Não reclame! – repreendeu Kuroko.

 

- Hai, hai...

 

Saiu de casa e a porta do veiculo já estava aberta, com a menina inconsciente em seu colo, olhou em volta e viu um bando de pessoas intrometidas vendo e comentando sobre essa situação que todos se encontravam.

Aomine, sentado já estava cheio de escutar comentários maldosos. Não esperava que o garoto de olhos âmbar fosse tão ridicularizado por seus vizinhos.

 

- Entre com cuidado. – o garoto avisou assim que seu amigo começou a entrar na carruagem. Satsuki estava com umas roupas nas mãos e entregou para o inocente, já que eram de Yori.

 

De repente uma senhora de cara amarrada, apoiou-se na cerca da casa cor nude e debochou.

 

- Quem diria Ryouta! – gritou em alto e bom som para que todos escutassem – Voltou a dá para conseguir beneficio? Só não sabia que dava para negros!

 

Kise tapou os ouvidos da irmã como se ela fosse escutar. Aomine já estava pronto para descer da carruagem. Como poderia, aquela velha nojenta falar assim de alguém? Kuroko retornou ao lado da menina de olhos rosa e segurou-a, pois já estava indo em direção a velha rabugenta.

 

- Olha aqui minha senhora... – Tentou usar o respeito, embora Daiki não fosse assim.

 

- Sua não! Nem de nenhum negro! – retrucou sarcasticamente.

 

- Então velha de quem quiser ser. – arqueou uma sobrancelha e pulou do seu banco, caminhou até a mulher sentindo os olhares de todos queimarem em suas costas até perceberem o uniforme que usava. Todas as medalhas dele e broches de honra ao mérito. Até a velha engasgou. – engula essa língua de cobra venenosa antes que eu me irrite e passe com essa maldita carruagem por cima dessa tua cara de múmia.

 

- Olha seu moleque, sou uma das melhores comerciante da capital. – estufou o peito.

 

- E eu sou o General da Guarda real de Nayoro e Hokkaido. Agora saia da frente e se enforne dentro da sua casa antes que eu te prenda por desacato à autoridade.

 

Correu e subiu no veiculo, em seu posto de anteriormente. Kuroko com aquela altercação conseguiu acalmar Momoi que ficaria ali cuidado da pequena casa. 

Kise acariciava a calda da garota no banco que continuava em coma. E baixava o olhar. Bem no fim, o “Tarado” não era tão má pessoa assim. Não é?

 

Saíram rápido e como Daiki havia dito, passou por poucos centímetros, os cavalos da velha que gritou um “ Ei” espantada com a petulância do “Negro”.

 

 

 

- Kurokocchi, é minha primeira vez de carruagem! – olhava tudo em volta, os bancos, as cortinas, a velocidade pela qual passavam as coisas. – pena que sege nessas ocasiões.

 

- Yori-chan ficará bem. Temos médicos capacitados lá e sem filas. – sorriu Tetsuya. Uns daqueles raros sorrisos sinceros.

 

Kise o avaliava, especulava com os olhos, ontem a noite estavam os dois ali, lá na sala de sua casa, e hoje pela manhã estavam à caminho do castelo. Tudo aconteceu nesse meio tempo. Olhou para as orelhas e cauda do menor que balançavam ao olhar pela janela. Seu amigo, muitas vezes era inconsequente, fazia de tudo pelos outros, até mesmo... Não ele não faria isso. O príncipe não seria tão cafajeste ao ponto de fazer isso em troca não é? Sabia que Kuroko era almejado por muitos homens por sua pureza, e o príncipe não era o mais “Inocente” de todos.

 

- Kurokocchi, como o príncipe me convidou para eu ir à enfermaria real? Eu sei que o Rei não foi, então.

 

- Ele estava acordado ontem a noite ou hoje de madrugada. – se corrigiu – então tivemos algumas conversas e...

 

- Você não fez o que eu to pensando né...

 

- Eu não vendi o meu corpo. – se sentiu ofendido. Tudo bem que foram até algo a mais que o normal de um beijo, mas não fez isso para conseguir algo, fez por que então? Por que o clima estava bom? Por que estava carente? Por que queria provar que era só dele? Ou por que no fundo gostava?

 

- Gomen, gomen. Só fiquei curioso. – viu o menor com um olhar perdido por alguns segundos e depois voltou.

 

- Ryo-... mama? – a garota abria os olhos vagarosamente.

 

- Minha bonequinha acordou? – sorriu e subitamente todo o veiculo e até mesmo o sol se tornou mais quente, como se o inverno fosse menos preocupante.

 

- Onde       estamos? – sua voz saia rouca e fraca. Como se pudéssemos ver a alma da garota indo embora aos poucos, e não tinham como impedir.

 

- Numa carruagem, a caminho do castelo. – respondeu o azulado.

 

- Kuro-nii-san! –tentou forçar a voz para demonstrar animação que estava ao vê-lo ali, mas tudo que conseguiu foi arranhar sua garganta e começar um acesso de tosse preocupante.

 

- Não se esforce! Por favor... – abraçou a irmã para que a tosse fosse abafada. – já estamos chegando.

 

Entraram pelos portões, e pela primeira vez na historia de sua vida, Ryouta não teve que subornar alguém para passar por esses mesmos.

O moreno estacionou e os três desceram, kuroko fora guiando seu melhor amigo até a sala hospitalar tão esperada. Quando adentraram, passando por todo um corredor, subindo escadas e segundo andar, em corredores secundários, a porta estava aberta, segurada pelo próprio ruivo que Havia chamado todos os médicos que ali residiam.

 

Kise, relutante, largou a menina na maca que entrou um uma sala fechada, sendo guiada por duas técnicas em medicina e um doutor.

 

Ele largou a irmã e abraçou o amigo que estava encostado na parede ao lado do príncipe que mesmo que seus ciúmes não tenham passado completamente, mordia a bochecha interiormente para não separa-los da troca de afeto.

Daiki também observava, mais distante e resguardado. O loiro, assim que largou o menor do aperto, olhou para o lado e viu o ruivo com olhos alternados lhe encarando. Não pense que era uma observada comum, era altamente avaliativa, até mesmo olhou para sua roupa para ver se estava apresentável: calça Jean escura, camisa, casaco solto e aberto junto de botas cano curto.

 

Sim, estava apresentável.

 

- Vossa Alteza... – se curvou à frente desse enquanto olhava para seu amigo que estava BEM junto de Seijuurou.

 

- Finalmente nos conhecemos pessoalmente Ryouta. – acenou com a cabeça sem sorriso, sem expressão. Apenas um aceno. – Tetsuya, precisamos ir, Masaomi quer falar comigo e você ira junto. – Aproximou a boca do ouvido do menor sussurrando algo, e com os olhos vidrados em Kise mordeu o lóbulo sensível da orelha, fazendo não só o inocente se arrepiar como corar intensamente em frente ao amigo que vislumbrava o espetáculo estupefato. “O que aquilo queria dizer?”

 

(***)

 

Eram três horas da tarde? Não, eram quatro? O loiro já não sabia quantas horas ficaria ali, aguardando noticias. Desde quando levaram sua irmã para a sala fechada, todos que entravam e saiam apenas diziam que estavam fazendo exames.

Não tinha almoçado, nem queria comer. A ultima vez que viu alguém que não usava roupa branca fora seu amigo e o príncipe, ainda de manhã quando Akashi provou que estava acontecendo alguma coisa entre eles.

 

Sentado na cadeira de espera, se sentia fraco, esquecido. Queria Momoi ali consigo fazendo companhia. Até mesmo Kasamatsu seria a melhor coisa do que ficar solitário. Vozes, ruídos, tudo rondava os ouvidos. Quantas noites faz que ele não dorme direito? Se alimenta bem? Que as pessoas não o defendem... defender.

 

O que é ser defendido? Só conhece a defesa que os amigos lhe dão. Alguém que te ama já o defendeu? Quem te ama? Eles só querem seu corpo. Sua Puta, Vadia.

Seu sol não estava brilhando... Foi dispensado de seus devaneios por uma pancada na cabeça.

 

- Filho da mãe, quem fez isss... Ah, é você? – xingou, mas assim que viu que era  perdeu o interesse.

 

- Como assim, “ Ah, sou eu?” Não fica feliz em me ver? – perguntou chegando perto da cadeira.

 

- Nem um pouco. – falou fingindo indiferença, na verdade ele estava feliz sim. – Mas, na verdade quero dizer obrigado.

 

Daiki se surpreendeu, foi pego de surpresa com esse agradecimento.

 

- Claro que você deve ter sido mandado pelo Príncipe, mas assim mesmo. Também pela velha Tanaksu.

 

- Tá loco, aquela velha é um escorpião. Cheio de veneno do caralho. – respondeu coçando a cabeça.

 

- Hahahaha – deu uma gargalhada, como a certo tempo não dava. O general o olhou bem nos olhos e a cor do céu noturno se encontrou com o sol caloroso que tinha recuperado, mesmo que por segundos, seu vigor. – verdade.

 

O mesmo puxou outra cadeira que se encontrava ao lado, virou deixando-a com o encosto para frente e sentou-se acavalado.

 

- Toma. – lhe jogou uma maça bem, vermelha, do qual o cheiro fazia o estomago vazio roncar. O loiro franziu a testa.

 

- Está querendo ser bonzinho?– fez tom de ironia.

 

- Apenas coma, loira... – baixou a cabeça querendo esconder o rosto. Ele não era um sem coração, ele não um insensível.

 

- Okay... Aominecchi. – deu outro riso fraco e mordeu a maçã avermelhada e doce. Vendo o outro baixar um pouco mais a cabeça na cadeira e cruzar os braços no encosto.

 

Ok, talvez ele sege o que mais perto que se aproximou de defende-lo sem serem amigos realmente. Ou o destino prefere que sejam muito mais do que amigos...

 


Notas Finais


Fazer Uque não é.... (uque, Uke...heheheheh, gente, não to bem)

espero que tenham gostado. E o que é isso akashi? Querendo enciumar o Kise? Mostrando que o azulado e dele e o cú apertado tbm?

" Geme mais" ai, meu deus!


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