- Não - acordei gritando e me levantando as pressas.
Ergui o cobertor que me cobria e chequei, nenhum sangue, nada, passei a mão e nada, suspirei aliviada.
- O que aconteceu? - Nam foi o primeiro a aparecer.
- E-eu .. - não consegui completar e comecei a chorar.
Ele veio até mim e começou a me confortar com palavras, JiMin apareceu em seguida junto aos meninos.
Eu não havia ido embora como no meu sonho idiota .. pesadelo.
Eu devo ter adormecido no com a cabeça no colo de Nam depois de comer e ele deve ter me trazido para seu quarto como sempre faz quando eu acabo dormindo.
É como que um costume, era complicado pois nem mesmo as palavras que sempre me acalmam ou o bater do seu coração enquanto escorava minha cabeça em seu peito enquanto o mesmo alisa meu cabelo, mas não está tendo tal efeito em me acalmar.
Eu ainda tremia e suava muito, um choro silencioso enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.
Eu não sei o que aconteceu mas Nam cedeu seu lugar ao JiMin que tomou seu lugar.
Eu deveria ficar feliz por tê-los ali mas eu não conseguia me sentir confortável com JiMin depois do que acabou de acontecer mesmo tendo sido apenas em um pesadelo.
Eu tentei me desvencilhar mas o momento em que sua voz alcançou meu ouvido eu parei de lutar e cedi.
Era mais doce que habitual, era como se ele estivesse passando seus sentimentos em cada nota cantada.
Timidamente suas pequenas mãos foram para meu cabelo é começou a alisar.
Tudo dentro de mim se acalmou, desde os medos até os anseios, era como se eles nunca houvessem existido.
Esse é o poder de JiMin sobre mim?
Talvez seja mas num momento como esse eu me sinto imensamente bem, será que minha mãe teria coragem de fazer aquilo comigo?
A quem eu estou tentando enganar? É claro que teria, ela queria vingança, ela nunca soube amar ou muito menos o que era amor.
Meus olhos estavam quase se fechando - obrigada - sussurrei.
Eu podia ouvir seu coração se acelerando, aos poucos. Sua voz parou, ele havia terminadoa canção - Eu te amo - sussurrou beijando o topo de minha cabeça e me ajeitando na cama.
Ele se deitou ao meu lado e seu pequeno dedo contornava minha face, meus olhos pesavam e eu bocejei.
Talvez eu seja masoquista, por nutrir sentimentos por ele após todo o ocorrido.
Mesmo com meus olhos pesando eu os abri e o olhei, no fundo de seus olhos, sem barreiras, receios, eu os olhei sem nenhum véu os cobrindo.
O olhei como alguém apaixonada, como alguém que jurou não olhar assim para mais ninguém, de fato eu não estava olhando assim para mais ninguém.
Afinal era meu JiMin ali - você realmente está aqui comigo? - perguntei tocando sua face.
Ele segurou minha mão - eu sempre vou estar com você mesmo que eu não tenha estado antes.
- Eu não sei se isso pode dar certo, tem o Nam..
- Shhh - ele tocou meu lábio - o importante aqui é você, vocês - ele tocou minha barriga.
- JiMin se ele não fosse seu você o amaria? Se ele morresse você me culparia?
- Eu já o amo e nada mudaria isso, se ele morresse eu sofreria mas nunca a culparia.
- Você quer mesmo esse bebê? Eu não sei se ..
- É o que eu mais quero é sei que você também, agora durma você precisa descansar.
E foi o que fiz.
****
Acordei no meio da noite com sede, JiMin já não estava na cama, desci pra cozinha e vi Nam.
Bocejei - o que faz aí sentado?
- Pensando.
Fui até o armário e depois a ageladeira, enchi o copo e me sentei na cadeira ao seu lado.
- No que exatamente está pensando?
- Em tudo.
- É estranho te ver assim tão quieto.
- você o ama?
Bebi o líquido transparente e comecei a brincar com as gotículas que escorriam do copo.
- Eu não sei o que amar, talvez eu nunca soube e por isso não sei como eu me sinto - respirei fundo - eu não tive realmente um pai, minha mãe mais se importava em qual seria seu próximo golpe do que comigo, eu sempre preferi ficar o mais longe possível dela, na verdade eu sempre preferi ficar afastada das pessoas - meus olhos já deviam estar vermelhos pois minha voz já estava embargada - eu me tornei uma garçonete, era difícil mas digno é com o pouco que ganhava me mantinha e pagava minha faculdade, as gorjetas ajudavam, as vezes eu tive que fazer faxina mas não importava pois era digno, eu conheci o JiMin enquanto trabalhava ele pareceu ser diferente dos caras que frequentava ali, gentil, atencioso e não me tratou como uma vagabunda, mesmo trabalhando eu sofria assédio mas ignorava, afinal o que eu poderia fazer?!
Ele me ouvia atentamente, cada palavra - Deve ter sido difícil.
Afirmei com a cabeça - Sim, foi. Mas então JiMin foi a pessoa que me fez abaixar a guarda, fingindo ser alguém que não era, não de verdade. E quando eu estava com ele.. amenizava tudo, minha vida era difícil e eu me tornei dependente dele pelo simples fato de me ouvir as vezes, de me fazer sorrir, de compartilhar sua vida comigo, pelo menos era o que eu pensava na época. Mas eu engravidei e levei uma rasteira da vida, JiMin me abandonou, os poucos amigos que eu julgava ter me abandonaram, minha mãe e meu padrasto sumiram de vez e eu fiquei só, conheci Shin em um momento difícil da minha vida e agora tudo volta de uma vez, todos do passado. E eu não sei o que eu sinto, tudo pode ser real e verdadeiro mas também pode ser apenas uma mera ilusão.
Ele segurou minha mão e eu o olhei - Talvez você esteja mais confusa do que a sete anos atrás.
- Talvez sim, naquela época eu julgava estar certa dos meus sentimentos mas hoje em dia não. Nam se esse filho não fosse seu você o rejeitaria?
Eu analisava seu rosto - Eu o amo e nada vai mudar por um pequeno detalhe.
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