História My Police - Pôr do Sol

     Na manhã seguinte, enquanto o sol raiava no horizonte um homem vestido com roupa pesada tomava café normalmente. Estava em uma cafeteria de Nova Iorque. Seus olhos olhavam a tela do celular de minuto a minuto. Sua mente pensando em sua história e de como havia parado ali.

FLASH BACK

     Era um dia qualquer aquele, estava tão feliz. Sua esposa estava gravida de mais um filho seu. Esse também sendo um menino. Quando chegou em casa, encontrou a esposa colocando seu outro filho para dormir. Ele a abraçou por trás e ela sorriu. Ficaram assim, apenas observando seu pequeno, enquanto o homem lhe fazia carinho na barriga que aos poucos ia ficando saliente.

     Deu um beijo na nuca da mulher se afastando indo para o quarto. Pouco tempo a mulher deixou o quarto do filho e foi para o lado do esposo. Já deitados se abraçando aproveitando a companhia um do outro. Na manhã seguinte recebeu uma ligação de seu chefe, lhe dizendo que o precisava na base durante a noite para fazer uma viagem para outro estado.

     Ele se desligou a ligação logo depois e se virou para sua esposa, abraçando e pedindo que fosse no aeroporto busca-lo quando voltasse da sua viagem. Ela apenas assentiu, enquanto o homem se arrumava para alguns trabalhos até a noite chegar.

     Algum tempo depois...

     Ele já havia voltado e mal podia conter a alegria que sentia ao mostrar para o filho o que conseguirá. Um boneco de ação de Logan, um personagem fictício que o filho mais velho amava. Estava no aeroporto há alguns minutos esperando sua esposa lhe buscar. A mesma viria com seu pai.

     Depois de meia hora começou a achar que estava um transito para o aeroporto. Depois de uma hora começou a ficar nervoso, onde estaria as pessoas que amava? Tentou ligar para esposa e para seu pai, mas as ligações todas caiam na caixa postal. Frustrado se sentou em um dos bancos e começou a roer as unhas, inquieto.

     Depois de duas horas ouviu seu telefone tocar e suspirou de alivio, pegando o mesmo e vendo que quem ligará era sua esposa. Atendeu sorrindo, sorriso esse que foi se desmanchando ao notar que quem falava era outra pessoa. Um homem, um médico. O mesmo lhe valará algo que o fez soltar o celular no chão na hora.

     Sua esposa, seus filhos e seu pai haviam morrido em um trágico acidente, um míssil havia sido lançando na estrada que eles estavam e sem conseguirem mudar a rota o carro foi atingido. O veículo explodiu na hora e assim matou todos que estavam dentro dele. O homem sentiu grossas lagrimas rolando por suas bochechas, mas quem olhasse para ele não diria que estava triste e sim com ódio.

     Iria vingar sua família pelo ocorrido, nem que isso custasse sua vida. Seu coração doía fortemente dentro do peito e ele queria que a pessoa responsável por isso pagasse, sentisse o que o mesmo sentiu agora. Se levantou da cadeira com um olhar determinado, fechou as mãos em punhos e jurou que acharia o responsável e o faria sofrer.

POV Peter

      Acordei sentindo braços rodeando minha cintura, de início me aconcheguei melhor e senti os braços me apertarem mais. Estava tão gostoso, fechei minhas pálpebras devagar sentindo o sono começando a aparecer... abri os olhos arregalados. Quem estava na minha cama?

     Fiquei estático no lugar, fechei meus olhos e comecei a rezar. Respirei fundo, comecei a me mover lentamente me virando para trás. Quase grito com o susto que levo ao ver a máscara do Deadpool. Soltei o ar lentamente, me acalmando.

     Por que ele dorme de máscara? Fico olhando para ele. Percebo que está sem camisa e seu abdômen está exposto. Sinto minhas bochechas esquentarem. Começo a olhar para ele vendo que é cheio de cicatrizes. Elas não são feias, para mim me dão um aspecto mais velho a ele, indicando o quanto já lutou.

     Levo minha mão a uma delas e começo a traçar lentamente seu caminho. Ela está bem no peito dele e vai descendo. Sigo outra com a mão e vejo Wade com uma respiração calma. Será que ele está acordando? Fico olhando para ele durante um tempo e depois volto com a caricia até que algo me atingi.

     Como ele é por debaixo da máscara? Mordo meu lábio inferior em curiosidade. Sei que ele não gosta da sua aparência, mas ele não fala como é realmente. Aproximo minha mão que até a pouco estava tocando suas cicatrizes em direção a barra da sua máscara. Toco a mesma e a seguro, começando a subi-la até que sinto sua mão agarrar meu pulso com força.

     Sinto seu corpo me empurrando e ele rapidamente sobe em cima de mim, sinto um metal frio no meu pescoço. Uma faca? Onde ele conseguiu pegar uma faca? Arregalo os olhos para ele que ainda segura fortemente meu pulso.

-Não faça isso Petey-ele disse tirando o metal frio do meu pescoço, olhei para o mesmo notando ser uma adaga. Ele dormia com ela? Sua mão soltou meu pulso, mas ele ainda estava em cima de mim.

-Desculpe, eu apenas queria saber como é por debaixo da máscara-digo olhando para baixo, ele sai de cima de mim e volta a se deitar do meu lado.

-Eu sei Petey, mas acho que não vai gostar do que tem por debaixo dela-ele diz.

-Só me deixa ver-peço olhando para seus olhos, quer dizer, os olhos da máscara.

-Se quer tanto assim, mas não diga que eu não avisei-ele se senta e eu faço o mesmo me virando para ele.

     Ouço seu suspiro quando segura na parte de trás da máscara, ele começa a abrir ela. Noto que ela tem velcro atrás, ouço seu barulho abrindo. Suas mãos vêm para a frente finalmente tirando a máscara. Arregalo os olhos em sua direção.

     Seus olhos azuis claros me encontram. Cubro minha boca com minhas mãos. Ele é lindo. Ele baixa os olhos encarando suas mãos. Me aproximo dele tocando seu rosto. Traço todas as cicatrizes e marcas de sua pele até que chego em sua boca, onde começo a dedilhar com as pontas dos dedos.

     Ele volta a olhar para mim e o vejo se aproximando, quando percebo estamos bem perto um do outro. Consigo sentir sua respiração bater contra a minha, fecho os olhos me aproximando dele. Sinto sua mão em minha cintura me puxando mais para perto e quando nossos lábios estão quase se tocando ouço batidas na porta.

-En-entre-digo me afastando de Wade, enquanto sinto minhas bochechas quentes. A porta se abre e vejo a cabeça de Jarvis.

-Bom dia Peter e senhor Wilson, Peter o diretor da sua escola ligou e disse que teria palestra hoje, creio que poderá faltar se quiser-ele disse.

-Bom dia, okay e obrigado Jarvis-agradeço e ele fecha a porta. Sinto o olhar de Wade em cima de mim, mas ao me lembrar do que íamos fazer alguns segundos atrás ainda me deixa envergonhado.

-Peter-ele me chama e eu não o encaro –Entendi, você também não gosta do que está por debaixo da máscara.

-Não Wade, não é isso-digo finalmente me virando para ele que começa a colocar a máscara, seguro em suas mãos as tirando de seu rosto.

-Então o que é? –Ele pergunta se aproximando de mim de novo, dessa vez, porém me analisando.

-É que...-desvio o olhar ainda envergonhado, suspiro soltando suas mãos e as repousando em meu colo –a gente ia se... beijar? Não tenho nada contra você, é só que eu nunca... fiz isso antes.

     Termino de falar e o encaro de soslaio, vejo que ele assente. Logo sinto sua mão em meus fios castanhos os bagunçando mais. Sorri em meio a caricia.

-Então... você vai para escola? –Ele perguntou.

-Não sei-respondi jogando meus pés para fora da cama.

-Ta afim de sair? –Wade me pergunta e eu paro para pensar. Hoje terá palestra, eu geralmente vou nelas, embora não goste muito. Acho que não fará mal faltar dessa vez.

-Claro, para onde vamos? –Pergunto e ele se levanta colocando a máscara.

-Você verá, esteja pronto em uma hora. Eu volto logo-ele diz já saindo do quarto, sem me deixar perguntar que tipo de roupa devo vestir.

     Sorri indo para o banheiro, fecho o mesmo e começo a me despir. Quando termino, abro a tampa do vaso sanitário e segurando meu membro pela base eu urino. Depois disso ligo o chuveiro no morno e entro de cabeça nele. Meus fios rapidamente se molham assim como meu corpo.

     Pego o sabonete líquido e aplico um pouco na palma da minha mão direita e começo a ensaboar meu corpo. Quando termino enxáguo ele e pego o condicionador aplicando um pouco no meu cabelo, faço um pouco de espuma e penteio ele com as mãos. Quando termino tiro todo o condicionador.

     Termino o banho e pego minha toalha tão logo a enrolando em minha cintura. Saio do banheiro sentindo as gotículas de água traçarem caminhos aleatórios até pingarem no chão. Chego perto do guarda roupa pegando uma cueca vermelha vinho, uma camiseta de mangas longas da mesma cor e uma calça azul que fica um pouco colada no meu corpo.

     Visto a roupa e volto para o banheiro onde deixo minha toalha, escovo os dentes e volto para o quarto. Ajoelho perto da cama e pego meu par de sapatos azuis manchados de vermelho, acho ele simplesmente lindos. Pego um par de meias e calço os sapatos.

     Saio do quarto e vejo Steve sair do quarto de Tony, ele olha para mim e vejo que suas bochechas coram, ele passa por mim sorrindo minimamente. Depois vejo a porta se abrindo de novo e dessa vez quem sai é Tony que está com uma camisa de manga comprida azul marinho. Aquela camisa não é do Steve?

-Oh bom dia garoto –o senhor Stark passa do meu lado bagunçando meus cabelos.

-Bom dia... –Digo meio confuso, até que entendo e sinto minhas bochechas quentes. Ele sorri descendo as escadas, abaixo minha cabeça e sigo o mesmo.

-Bom dia Steve-digo me sentando no meu lugar habitual e logo comendo o que foi posto em minha frente.

-Bom dia-ele diz olhando para mim sorrindo, sorrio também e logo começo a comer meu café da manhã que está delicioso.

-Vou te levar para a escola hoje está bem? –O senhor Stark disse olhando para mim, enquanto comia uma torrada.

-Na verdade, eu não vou hoje. Irei sair com Wade-digo e ouço o senhor Stark se engasgando como o suco.

-O QUE? –Ele grita olhando para mim.

-Eu vou sair com Wade-digo mais baixo.

-Steve-olho para Steve que segura a mão de Tony.

-Amor está tudo bem, garanto que o Wade não fará nada com o Peter. Conversamos com ele depois está bem? –Vejo o senhor Stark assentir, mas ainda assim ficar resmungando.

-Petey já está pronto?-ouço a voz de Wade e logo vejo o mesmo entrando pela cozinha.

-Quase-digo me levantando da mesa, esquecendo de pedir licença. Vou para o meu quarto e entro no banheiro.

     Escovo os dentes rapidamente e pego o pote de gel o abrindo e pegando uma pequena porcentagem dele. Espalho entre meus dedos e vou penteando meus fios castanhos com os mesmos. Quando termino passo um pouco de perfume e logo desço. Noto que apenas Wade está na mesa, enquanto Jarvis retirava o restante das coisas.

-Vamos? –Ele pergunta e eu assinto.

     Me aproximo dele que abre a porta e passamos pela mesma, deixando que se feche sozinha. Vejo que tem um taxi esperando do lado de fora da casa, ele acena para o taxista e abre a porta para mim entrar, eu entro e logo depois ele faz o mesmo.

-Para meu apartamento-ele diz ao taxista que sorri começando a dirigir.

-O que vamos fazer lá? –Pergunto sem esconder minha curiosidade.

-Não iremos exatamente para lá, irá descobrir quando chegarmos –ele diz e eu assinto.

-Bom dia amigo do senhor Pool-diz o taxista olhando para mim através do retrovisor.

-Bom dia-digo sorrindo para ele.

-Eae Dopinder, como está com o lance da Gueta? –Wade perguntou ao meu lado.

-Ah sabe como é senhor Pool, meu problema continua com o Bandu-ele diz com um semblante meio triste.

-Entendi-Wade diz e depois fica em silêncio.

     Ficamos assim durante todo o percurso. Chegamos em uma entrada de um beco e o taxi parou de andar. Wade saiu do meu lado e deu a volta pelo carro abrindo a porta para mim, assim que sai do veículo senti uma lufada meia fria atingir meu rosto.

-Obrigadão Dopinder, bate aqui-olhei para trás vendo que Wade e o taxista batiam a mão e depois o tal de Dopinder foi embora, aquilo era um cumprimento ou era o pagamento?

-Vem Petey-ele pegou em minha mão e senti um pequeno choque na mesma, quando ele fez isso.

     Me guiou beco a dentro. Era um lugar cheio de bifurcações. Olhei para cima vendo os prédios. Continuamos a andar por alguns minutos até que ele parou e olhou para um lugar. Segui seu olhar com meus olhos e vi uma escada em amarelo desbotado. Ele indicou que era para subir e assim eu comecei a fazer.

     Era uma escada longa e velha que levava para algum telhado, assim que cheguei no topo olhei para a vista. Dava para ver o Central Park daqui. Olhei agora ao meu redor notando que tinha uma toalha de piquenique no chão. A toalha era azul com fitas em um tom de azul bem clarinho.

-O que acha? –Ele perguntou se sentando na toalha, onde repousava uma cesta de piquenique.

-Perfeito-digo me sentando de frente para ele.

     Começamos a beliscar algumas coisas que tinha dentro da cesta de palha em silêncio, Silêncio este que estava muito bom. Depois disso ele colocou a cesta de lado e me chamou para deitar perto de si. Fiz isso e ficamos olhando as nuvens flutuando em diferentes partes do céu.

     Depois de um tempo assim, notei que estava começando a escurecer e Wade me chamou. Fechei os olhos como ele me pediu e fui guiado, até chegar em uma parte em que tive me sentar. Não senti nada abaixo dos meus pés, parecia que eu estava em uma grande altura. Depois disso ele me permitiu abrir os olhos.

     Assim que os fiz me vi sentado na beirada do prédio abandonado com uma vista incrível do Central Park, enquanto o Sol ia morrendo no horizonte. Isso dava a paisagem um aspecto mais lindo ainda. Me virei para Wade sorrindo e notei que o mesmo havia tirado a máscara.

     Ele sorri olhando para mim e senti sua mão em meu rosto, se aproximando. Fiz o mesmo até que nossas respirações se misturassem e enfim nossos lábios se selassem. Senti algo estranho no peito, a mesma sensação de ontem, mas resolvi ignorar. Seus lábios são finos, tão bons... abracei seu pescoço me aproximando mais, mas ele recuou. Quando fez isso senti minhas bochechas quentes, ele beijou uma delas e me abraçou. Abracei ele de uma forma melhor e ficamos vendo o pôr do Sol.